PSICOMOTRICIDADE: JOGO E GIBI, UMA PARCERIA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVLVER O LETRAMENTO E A LEITURA



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Transcrição:

PSICOMOTRICIDADE: JOGO E GIBI, UMA PARCERIA PEDAGÓGICA PARA DESENVOLVLVER O LETRAMENTO E A LEITURA Marilia das Graças Nascimento MARUYAMA 1 RESUMO: Este trabalho foi proposto como um recurso didático para auxiliar no desenvolvimento da leitura e letramento com crianças matriculadas nos anos iniciais da Educação Básica Ensino Fundamental I. O que se pretende é criar novas possibilidades, por meio de atividades lúdicas que viabilizem o aprendizado da leitura, nas quais o jogo e o gibi tornam-se recursos didáticos. Assim o gibi deve ser apresentado às crianças como um aliado para desenvolver a leitura. Para tal usarse-á a seguinte estratégia, apresentação dos personagens das historias em quadrinhos de divulgação nacional, através de filme (Cine- Gibi). Recorrer-se-á também as brincadeiras e jogos presentes nas historias lidas pelas crianças, as quais serão vivenciadas por elas dentro do contexto das aulas de Educação Física (Psicomotricidade), bem como a reprodução escrita dessas atividades e criação de novos personagens e historias. A metodologia utilizada na realização deste artigo é a pesquisa bibliográfica, sendo que o mesmo se referencia nos trabalhos de estudiosos do tema tais como: Soares (2010), Alves, (2000), Bernardino (2008), Freire, (2001), Kleiman, (2000). PALAVRAS-CHAVE: Letramento; Leitura; Jogos e Gibi; Recursos didáticos. Introdução E sabido que hoje a educação enfrenta dificuldade no processo de formação de leitores, haja vista que é comum encontramos crianças que ao longo de sua jornada como estudantes não desenvolvem o gosto pela leitura aspecto que 1 Graduação em Educação Física, Especialização em Psicopedagogia Institucional pelo Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail mariliamaruyama@gmail.com

2 certamente compromete a aprendizagem. De acordo com Rubens Alves é importante despertar na criança o prazer da leitura, pois este aspecto cooperara para o acréscimo de outros fatores importantes da vida acadêmica da criança, dentre os quais se destaca o conhecimento, a compreensão, a interpretação e o questionamento. Uma leitura prazerosa é capaz de levar o leitor a viajar por um mundo novo da imaginação, aspecto que desenvolve habilidades cognitivas na criança ampliando assim as possibilidades de aprendizagem, pois aquele que aprende o gosto pela a prática da leitura e desenvolve-a observará em sua vida transformações que o guiará em diferentes espaços, já que a leitura cria novas possibilidades de alcançar novos horizontes. Nesse sentido é notório que gibi consiste num recurso valioso para despertar o gosto pela leitura, haja vista, ser de fácil manipulação e também pelo tipo de letra usada nas suas falas ser letra bastão tornando-se assim mais fácil para o seu reconhecimento, por usar uma linguagem visual, o que sem duvida coopera para que a criança evolua no reconhecimento das palavras. Quando descobrem as histórias em quadrinhos e conseguem compreender a linguagem, encantam-se e avançam na tentativa de leitura". Assim entende se que quanto mais cedo à criança for despertada para leitura melhor, pois é sabido que a pratica da leitura pode ser considerada uma das mais importantes estratégias para a construção de novas aprendizagens. Para Bernardino: Na produção de sentidos, o leitor desempenha papel ativo, sendo as inferências um relevante processo cognitivo referente a esta atividade. Esta ação promove uma interação recíproca entre leitor e texto. (BERNARDINO 2008, p. 766). Nessa perspectiva é importante destacar que a escola deve ser a grande motivadora para que a criança descubra o prazer de ler, e é nesse sentido que vemos o gibi como um grande aliado da aprendizagem. Para a elaboração deste projeto buscou-se fundamentar teoricamente as concepções aqui apresentada em estudiosos do processo ensino aprendizagem, letramento e alfabetização, bem como aqueles que percebem na leitura uma aliada dessa etapa da vida do aprendiz, dentre os quais destaque-se Magda Soares (2010), Maria Cleide Rodrigues

3 Bernardino (2008), Paulo Freire (1993, 2001), Maria de Lourdes de Souza Kriegl (2002), Rubem Alves (2000), dentre outros estudiosos do tema, bem como os Parâmetros Curriculares Nacional. Justificativa A partir da constatação impressionante de que cada vez mais dentro da escola em especial nos anos iniciais de escolarização (primeiro ao quinto ano) é possível encontrar menos crianças/leitoras, isto é que tenham interesse pela prática da leitura, assim e por entender que a leitura deve ser despertada na criança desde os mais tenros anos, este trabalho foi proposto com o intuito de motivar, já no inicio do processo de alfabetização e letramento o prazer pela leitura. Nesse sentido e em virtude de ser um elemento de fácil acesso para as crianças descobriu-se no gibi um aliado para o desenvolvimento da leitura com alunos do 1º ano de escolarização do Ensino Fundamental, o mesmo visa refletir sobre as possibilidades criadas para despertar a prática da leitura motivada concomitantemente com os processos de alfabetização e letramento, tendo como aliada as atividades psicomotoras desenvolvidas nas aulas e vivenciadas pela criança nessa faixa etária. Objetivamos também, contribuir para que a leitura se torne uma prática prazerosa geradora de possibilidades para construir conhecimentos, motivar a criatividade e despertar o aluno como sujeito da ação de aprender. Este trabalho foi pensado com a intencionalidade de instigar as crianças dos anos iniciais de escolaridade a um despertamento para a importância da leitura no seu desenvolvimento global, frente à possibilidade que esta lhes traz de transformálas em sujeito crítico e que não tem medo de expor suas ideias. Nesse sentido buscou a flexibilização dos recursos didáticos no sentido de garantir o interesse contínuo pela leitura, tanto dentro do processo educativo quanto como atividade de entretenimento, pois como bem expressou Bernardino ler vai além da decodificação dos signos escritos e se transforma em produto da interação entre o sujeito leitor e o texto, aspecto facilmente alcançado por meio da leitura de gibis, haja vista ser esta leitura, antes de tudo, visual e de imagens.

4 Objetivo geral Promover um despertamento para a importância de se desenvolver a prática da leitura desde os anos iniciais do ensino fundamental no sentido de contribuir com a formação de sujeitos leitores e conscientes do valor da leitura na formação global do individuo, bem como sua importância no processo ensino aprendizagem. Objetivos Específicos Criar espaços e tempo de leitura dentro do contexto da sala de aula; Despertar o interesse dos alunos no que diz respeito ao contato com os textos Motivar a prática da leitura por meio de gibis nos diversos espaços da escola, para além da sala de aula; Contribuir com a etapa educacional de letramento e alfabetização por meio do gosto pela leitura; Metodologia A metodologia proposta para esse trabalho consiste em levantar quais os tipos de gibis 2 deverá ser usado para motivar a leitura nessa faixa etária, identificar os espaços e recursos disponíveis na instituição para o desenvolvimento do trabalho. Ler, criar e recriar historia em quadrinhos. Promover o registro da compreensão, habilidades e desempenho das crianças em cada etapa do projeto. Elencando os conhecimentos que as crianças têm do tema leitura, no sentido de construir conceitos significativos para elas sobre o valor da prática da leitura no processo educativo. Identificar qual espaço a leitura ocupa em sua rotina diária, não somente no contexto escolar. A construção das atividades dar-se-á numa perspectiva de construção interdisciplinar com outros saberes desenvolvidos no contexto da alfabetização. Propõe se também o uso de recursos visuais, filmes, 2 Gibis da coleção do Mauricio de Souza, em virtude da facilidade de acesso das crianças a este material, já que muitas escolas possuem coleções completas do mesmo.

5 slides para a familiarização com os personagens dos gibis. Produção de tiras e criação de novos personagens que dialoguem com os já existentes nos gibis selecionados. Etapas: a) Escolha e seleção dos gibis a serem usados Criação de um cantinho de leitura como espaço de socialização das leituras realizadas Mostra de filmes que apresentem os personagens dos gibis para as crianças Vivenciar a prática da leitura diariamente nos espaços criados e já existentes que possibilitem essa ação. (b) Leitura de pequenas historias dos gibis para os colegas em sala de aula Criação de novas tiras para leitura nos espaços de socialização Contando e recontando a historia leitura para outros colegas Criação de novas tirinhas e personagens que dialoguem com os já existentes nos gibis participantes do projeto. Leitura para outras crianças (c) Avaliação qualitativa das atividades realizadas Auto avaliação. Disciplinas/Conteúdos DISCIPLINA Português CONTEÚDOS 1. Gramática descobrir o significado de palavras novas presentes nas historias lidas, construir um glossário com essas palavras. 2. Compreensão da leitura, sentido e significado para o aluno;

6 MATEMÁTICA EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO DAS ARTES ENSINO RELIGIOSO 3. Reconhecendo os erros gramaticais presentes na fala de alguns personagens como Chico Bento, cebolinha, do contra e outros; 4. Construção oral de novas tirinhas; 5. Registro escrito das novas tirinhas; 6. Descobrindo e registrando novos vocábulos; 7. Separação de sílabas; 8. Recontando a historia e dialogando com os personagens; 9. Criando novos personagens; 10. 10. Identificando os tipos de letras presentes nas tirinhas (maiúscula e minúscula cursiva e de forma). 1. A matemática da história reconhecer conceitos matemáticos presentes nas tirinhas do gibi 2. Quais são os números que aparecem na historia? 3. Escrita por extenso desses números 4. É possível identificar conjuntos nas historias. 1. Reproduzindo brincadeiras que aparecem nas histórias 2. Reconhecendo movimentos e partes do corpo por meio da historia. 1. Criação de novos personagens 2. Nomeando cada um 3. Reconhecer cores e formas presentes nas historias 1. As crenças e crendices presentes nas falas dos personagens 2. O cuidado com o meio ambiente 3. Aspectos folclóricos presentes nas historias. Recursos Gibis Projetor multimídia; Som; DVD; TV;

7 Livros e jornais; Filmes Papel sulfite Papel craft. Avaliação As atividades aqui propostas serão avaliadas de forma qualitativa e ao longo do desenvolvimento do trabalho, sendo que cada disciplina poderá apresentar um relatório sobre o envolvimento das crianças na elaboração das atividades realizadas. Também as crianças realizarão auto avaliações sobre seu próprio envolvimento, bem como avaliarão o trabalho de seus colegas. Buscando assim levar as crianças a ter criticidade. Jogo e Gibi parceiros na aquisição pelo gosto de ler. Quando pensamos na prática da leitura como algo prazeroso, torna se importante para sujeito na condição de educador se empenhar na busca de motivar e despertar as crianças à leitura, assim como o jogo o ato de ler pode ser tornar num grande desafio, pois não basta saber decodificar símbolos para se considerar um leitor é preciso, antes de tudo desenvolver a capacidade de viajar através das letras e símbolos. Segundo afirmar Soares (2010) para essa autora ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e a escrever, pois saber ler e escrever requer adquirir a habilidade de viajar por meio da imaginação num mundo a ser conquistado, sob o comando de regras que são construídas durante a caminhada. Nesse sentido o gibi torna-se o aliado perfeito para esse percurso, pois além de uma leitura de símbolos, o mesmo propicia ler a historia por meio das imagens e da imaginação que nos transpõe para o mundo da fantasia vivida por cada personagem. Assim como num jogo, onde cada jogador pode participar da construção das regras, para melhor lhe atender em suas necessidades na leitura a

8 criança também dispõe de inúmeras possibilidades de contar e recontar a historia de acordo com sua imaginação. É notório que o ato de ler é um processo, no qual é possível construir significado a partir daquilo que se lê. Nesse sentido o uso do gibi e de historias em quadrinhos torna-se uma estratégia valiosa na motivação pelo gosto da leitura, haja vista, este tipo de leitura criar grandes possibilidades de interação dos elementos textuais com os conhecimentos do leitor. Vale ressaltar que se para a criança o ato de aprender consiste-se num processo social de construção dos significados em seus encontros e interações com as ideias, as pessoas e os acontecimentos, como afirma Kriegl (2002), na leitura de gibis essa possibilidade encontra outras aliadas fortes para aprender e gostar de ler, a imaginação e fantasia. Assim ao recontar uma historia a criança não simplesmente fará uma produção de texto, mas também transportará para essa nova construção parte de sua vivencia experimentada não somente no seu cotidiano, mas abstraída de seu imaginário. Pensando que para aprender a ler, as crianças precisam que seja construída uma representação adequada dos fins da leitura, Kriegl (2002), assim a leitura do gibi cria pontes entre o imaginário da criança e mundo do saber do qual ela passa a fazer parte quando ingressa no processo de alfabetização. Assim a leitura torna se um hábito não apenas prazeroso, mas, uma parceira na descoberta do conhecimento, como aliada nos processos de aquisição e reflexão dos saberes a ser aprendidos, nesse contexto a criança ao mesmo tempo em que ela ensaia aprender a ler, descobre o mundo que a cerca. Por meio de uma leitura das ações dos personagens a criança passa a associar comportamentos presentes no seu entorno que reportam para aquelas presentes nas historias em quadrinhos e seus atores. Aprendendo a ler e escrever por meio das imagens. Por meio do gibi a criança pode ler e gostar de ler sem nem ao mesmo ser capaz de decodificar os símbolos. As imagens presentes em todas as páginas desperta na criança sua imaginação levando a ler, contar e criar histórias sem sofrer com o embaraço de não conhecer as letras e símbolos, este fato funciona como elemento motivador para que a criança seja despertada para gostar de ler, já que

9 não precisará decodificar primeiro para depois ler e contar uma historia. Esse aspecto contribui também para promover a interação entre as crianças na sala de aula, já que no momento em que conta ou reconta a historia as outras crianças podem intervir e se expressar sobre aquilo que o leitor narra. No momento de reescrever a historia, a imagem se torna mais uma vez uma aliada já que a criança poderá contar a historia sem necessidade de palavras usando apenas desenhos e sua criatividade. Refletindo sobre esses aspectos notase como o gibi pode e deve ser usado no processo de alfabetização e letramento a fim de torná-lo uma atividade lúdica e diferenciada, que propicia ao aprendiz o prazer de aprender a partir de suas habilidades e capacidades. Nesse contexto nota-se que o aprendizado dar-se-á motivando a criatividade, valorizando o seu potencial e estimulo a realizar atividades de leitura partindo do seu espaço de saberes, isto é, daquilo que de fato faz sentido para ela, distanciando assim de metodologias que buscam reforçar aspecto do processo de ler e escrever que muitas vezes não tem sentido e significado para a criança, fato que gera frustações, já que os objetivos propostos para ela não são atingidos. Espaços de leitura. Diante da estrutura física da maioria das escolas públicas é sabido que construir espaços de leitura é uma tarefa difícil, pois mesmo nas bibliotecas esse espaço muitas vezes é limitado. Assim percebe-se que por meio do uso do gibi espaços de leitura surgem em todos os lugares da escola. Como o gibi é um material barato e a maioria das escolas dispõem deste recurso é possível construir cantinhos de leitura até mesmo no pátio da escola, bastando para isso apenas criatividade. Então usando de poucos recursos materiais, tais como caixas, estantes e até soleiras das janelas do prédio da escola, educadores podem construir com seus alunos espaços de leitura, nesses os gibis são disponibilizados durante o período escolar, onde as crianças podem ir e ler os gibis. Nessa perspectiva cria se oportunidade de educar as crianças no uso consciente deste material, já que o mesmo é de uso coletivo e deve ser cuidado por todos. É importante destacar que mesmo entre as crianças menores é possível trabalhar os espaços de leitura por meio do gibi, motivando assim a criação de

10 hábitos de leitura, já que a criança não precisará dominar a escrita e leitura formal para se divertir com a história, pois como já vimos anteriormente elas podem usar os recursos da imagem para realizar sua leitura. Nessa perspectiva qualquer espaço onde a criança tenha acesso ao gibi torna-se a sala de leitura. Essas ações possibilitam o despertamento pelo gosto da leitura, além motivar na criança o desejo de aprender. Outros aspectos podem ser explorados com cantinhos de leitura como a pesquisa, criatividade, aspectos culturais dentre outros, pois o aluno pode ser instigado a produzir seu próprio gibi, criando novos personagens e historias. A criação de novas tirinhas são aspectos relevantes para o processo ensino aprendizagem, pois aguça na criança seu potencial criativo. Este propicia ao aprendiz novas oportunidades de desenvolver seu talento, bem como melhorar sua escrita e também leitura. Como autor, após produzir novas tirinhas de gibi à criança poderá socializa-la nos espaços de leitura existentes na escola, esta ação promove não só o aprendizado e interação no contexto escolar, mas também possibilita a descoberta de novos talentos (escritores) no inicio da vida acadêmica. Essa descoberta consiste num aspecto relevante para o desenvolvimento cognitivo da criança, possibilitando a superação de dificuldades na aprendizagem, nos relacionamentos sociais, já que promove a troca entre os grupos de alunos que frequentam o espaço de leitura. O próprio MEC reconhece o valor didático do gibi nas series iniciais, quando recomenda o uso deste material como apoio didático nos anos iniciais do Ensino Fundamental, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Assim recorrer aos gibis como aliado nos primeiros passos da escrita e da leitura, para as crianças entre seis e sete anos de idade é uma escola certa de sucesso, haja vista o prazer que elas encontram no manuseio dos gibis, nessa perspectiva nada mais natural a inserção deste material nas atividades didáticas em sala de aula, pois o uso do mesmo é a garantia certa de prazer, ludicidade, criatividade e aprendizado, por sua linguagem visual, o gibi coopera de forma surpreendente na evolução do reconhecimento das palavras", ( ZANETTI, 2002), de acordo com essa educadora além do material ser de fácil manuseio o tipo de letra apresentada no gibi são mais facilmente reconhecidas pelas crianças, aspecto que cooperam para que as crianças descubram a leitura.

11 Crendices, lendas e aprendizado. É de consenso que a vida escolar é permeada de crendices e lendas, as quais em muitas circunstâncias afetam o aprendizado da criança, já que algumas dessas histórias podem gerar na criança fobias. O uso de historias de gibi permite desmitificar essas crendices e lendas, levando a criança a refletir de onde elas surgem, já que nas histórias em quadrinho é comum encontrarmos seus personagens envolvidos em contos bem semelhantes com as lendas urbanas que muitas vezes são disseminadas dentro do espaço escolar. Dessa forma, ao ler essas historias onde os personagens são envolvidos pelas crendices populares, o aluno poderá desenvolver criticidade ao descobrir que a maioria dessas narrativas tem sua fundamentação em alguma historia criada por adultos para coibir atos de desobediência da criança. Assim ao recorrer ao gibi como um recurso didático, faz se necessário por parte do educador uma leitura critica daquilo que esta posta na narrativa. Neste sentido ele deverá buscar identificar assuntos polêmicos nas historias buscando elucida-los antes de leva-los a sala de aula, haja vista o roteirista Mauricio de Sousa vem tratando de temas relevantes e bem presentes em nossa sociedade de forma sutil, já que escreve teoricamente para crianças. Uma leitura superficial das historias vivenciadas pelos personagens do Mauricio de Sousa pode nos enganar quanto ao teor daquilo que a historia de fato traz, mas uma leitura com uma perspectiva critica nos possibilitará uma reflexão dos temas tratados no enredo de cada história. Então, vale destacar aqui alguns destes assuntos que conseguimos elencar com este trabalho, dentre os quais os mais relevantes são: o bullyng cometido pelos amigos da turma contra a Mônica, que por sua vez desenvolveu um comportamento agressivo e violento como mecanismo de defesa, a falta de higiene pessoal vivenciada pelo Cascão e seu desrespeito pelo meio ambiente ao se tornar o colecionar de lixo. A falta de respeito para com o homem do campo representado pelo personagem Chico Bento, já que por mais que ele faça suas possibilidades de aprendizagem não muda em nada na escola, este ponto é importante refletir com as crianças, pois é notório a presença de uma ação discriminatória contra o homem do campo, onde o personagem é visto como um sujeito bronco incapaz de aprender.

12 Dessa forma, como observou certo estudioso da realidade do homem do campo na década de 1980, não é possível continuar a perpetuar essa ideia de que o campesino é um pobre coitado. Pensando no contexto do gibi o educador pode refletir com as crianças em que momento dentro da escola se observa essa idéia de miséria atribuída ao homem do campo, certamente elas identificarão as famosas festas juninas, assim deve repensar na continuidade deste tipo de evento no contexto escolar e seu teor educativo. Considerações finais Este trabalho buscou destacar a importância e riqueza do gibi no contexto do processo ensino aprendizagem, mas não poderia deixar de apontar como é importante propiciar a criança desde a mais tenra idade uma leitura crítica das aparentes histórias inocente, narradas nos gibis. É nesse sentido que compreendemos a importância de desperta na criança o gosto pela leitura, pois esta lhe garante uma percepção crítica da visão de homem, mundo e sociedade que é vendida juntamente com a história em quadrinhos. Nesse sentido entendemos a relevância de contribuir para formação de leitores conscientes e responsáveis, desde os anos iniciais de alfabetização para tanto se deve conciliar o processo de alfabetização e letramento com o despertar do gosto pela leitura. Assim espera-se que este trabalho venha a contribuir para ações efetivas na formação de leitores infantis numa perspectiva crítica, bem auxiliar educadores no replanejamento de suas ações educativas na intencionalidade de despertar os nossos estudantes mirins à pratica da leitura.

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 3. Ed. Campinas: Papirus, 2000. FIALHO, Francisco. Ciências da cognição. Florianópolis: Insular, 2001. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler ed. São Paulo: Cortez, 2001. KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 5. Ed. Campinas: Pontes, 1997. KLEIMAN, Ângela. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7. Ed. Campinas: Pontes, 2000. MANACORDA, M. A. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez, 1989. MOYA, Álvaro de. História das Histórias em quadrinhos. São Paulo: Brasiliense, 1993. A Linguagem dos quadrinhos: o universo estrutural de Ziraldo e Maurício de Sousa. Vozes: Petrópolis, 1975. 4. ed. NOT, Louis. As pedagogias do conhecimento. São Paulo: DIFEL, 1981. ORLANDI, Eni Pulcinellii. Discursos e leitura. 2. Ed. São Paulo: Cortez; Campinas: Unicamp, 1987. RATHS, E. Louis. Ensinar a pensar. 2. Ed. São Paulo: EPU, 1977. SOARES, Magda Becker, Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, (1998). SOARES, Magda Becker, Alfabetização: a ressignificação do conceito. Alfabetização e Cidadania, nº 16, p 9-17, jul. (2003). SOARES, Magda, Alfabetização e Letramento, Editora Contexto, 2010. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. Ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZANETTI, Thaís Ramos Nucci - Aprender Brincando Publicação: Dezembro 2002 - Edição: 15 http://www.alobebe.com.br/site/revista/reportagem.asp?texto=248