AS NORMAS REGULAMENTADORAS EM ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO DO SINDICATO DE TÉCNICOS E AUXILIARES RADIOLÓGICOS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Documentos relacionados
Riscos ambientais empresariais. 4.1 Programa de prevenção de acidentes (PPRA)

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS SOMBRIO

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS BLUMENAU

PPRA: Equívocos Comuns na Elaboração

Segurança no Trabalho

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS ABELARDO LUZ

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS VIDEIRA

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

NORMAS REGULAMENTADORAS

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CAMPUS RIO DO SUL SEDE

PORTARIA N.º 25, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994

Disciplina de Segurança do Trabalho e Ergonomia. Aula 204 EPIs e Mapas de Risco

Disciplina de Saúde do Trabalho

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS SANTA ROSA DO SUL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA MAPA DE RISCOS

1. INTRODUÇÃO parâmetros mínimos PPRA

INFORMATIVO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

LISTA DE EXERCÌCIOS 1

SEGURANÇA DO TRABALHO. Riscos Ambientais

A Implantação de Programas de Prevenção de Saúde e Segurança do Trabalho. Engª Jane Belém e Drª Gilda Maria

MBA em Gestão e Negócio em Saúde Gestão em Serviços Hospitalares Profa. Esp. Kelly Barros

LAUDO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL - ESCOLA OFICINA DE SALVADOR-

Mapa de Risco da Empresa :

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS ARAQUARI

PORTARIA Nº 25, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994 (D.O.U. DE 30/12/94) O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Segurança a e Saúde no Trabalho

SAÚDE AMBIENTAL E VIGILÂNCIA SANITÁRIA. CONTEÚDO 13: Saúde e Segurança dos Trabalhadores

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS CONCÓRDIA

Segurança do Trabalho na Construção Civil. Enga. Civil Olivia O. da Costa

Data: / / Assinatura e carimbo do Diretor do Campus

Apostila do curso de. Nr9 Básico

LAUDO DE CONCESSÃO DE ADICIONAL - PROCURADORIA FEDERAL JUNTO A UFBA

LAUDO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESCOLA DE ENFERMAGEM

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. Aspectos Técnicos e Práticos

LEI Nº 6296, DE 19 DE JULHO DE DISPÕE SOBRE A ATENÇÃO À SAÚDE OCUPACIONAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM.

da manipulação e processamento de matérias-primas. Destacam-se: InformAtivo Edição Extraordinária Abril de 2012

Guia Trabalhista: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

1. IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Data: / / Assinatura e carimbo do Diretor do Campus

MANUAL PRÁTICO DE HIGIENE OCUPACIONAL E PPRA. Avaliação e Controle dos Riscos Ambientais

Blog Segurança do Trabalho NOME DA EMPRESA. PERÍODO DIA / MÊS / ANO a DIA / MÊS / ANO

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS RIO DO SUL UNIDADE URBANA

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS BRUSQUE

Relatório Trabalhista

DIREITO DO TRABALHO. Insalubridade e periculosidade. Prof. Hermes Cramacon

CONCESSÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE, IRRADIAÇÃO IONIZANTE E GRATIFICAÇÃO POR TRABALHOS COM RAIOS-X OU SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional

LAUDO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL

Avaliação dos riscos e níveis de tolerância dos laboratórios do curso de agronomia do IFC - Campus Rio do Sul

A IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PROJETO ACT-APSEI-IPQ GUIAS DE APOIO À SELEÇÃO DE EPI

Anexo II. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Laudo Técnico Ambiental Oficina Mecânica

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MANOEL GUEDES Escola Técnica Dr. Gualter Nunes Habilitação Profissional de Técnico em Farmácia. Prevenção e Segurança no Trabalho

SESMT & CIPA. Os técnicos de segurança do trabalho devem, obrigatoriamente, dedicar oito horas de trabalho por dia às atividades do SESMT.

Norma Regulamentadora NR 32. Educação Continuada EDC Em parceria com Segurança do Trabalho e Medicina do Trabalho - SEMST

Posicionamento Consultoria De Segmentos Norma Regulamentadora Nº 9 - Descrição das medidas de controles já existentes

Magnífico(a) Reitor(a),

Parceria. Visite nossos sites!

OS DESAFIOS PARA A ELABORAÇÃO DO PPP E DO CONSTRUÇÃO

Serviço Especializado em Segurança do Trabalho SEST DASA/PROACE/UFVJM. Contato: (38) Ramal

NRs e NR-34. Sistema de Normas Regulamentadoras do MTE

SEGURANÇA DO TRABALHO PARA INFORMÁTICA_PROF. MARCUS AURÉLIO. QUESTIONÁRIO DE SEGURANÇA DO TRABALHO. e) Incidente. e) Incidente

LAUDO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE BOM JESUS DA LAPA

NORMA REGULAMENTADORA N.º

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS BLUMENAU

INTRODUÇÃO... 2 DADOS DA EMPRESA... 5 CONCEITOS E DEFINIÇÕES... 5 ESTRUTURA DO PPRA... 7 DESENVOLVIMENTO DO PPRA... 8 RECONHECIMENTO DOS RISCOS...

SEG72 - SEGURANÇA DO TRABALHO. Professor: Gleison Renan Inácio Curso: Tecnólogo Mecatrônica

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO CÂMPUS LUZERNA

LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO REITORIA

NORMA REGULAMENTADORA 32 NR - 32

O que é Adicional de Insalubridade. Quem tem direito. Como Calcular Adicional de Insalubridade

NR 1 DISPOSIÇÕES GERAIS. Portaria de 08 de junho de 1978

SEG72 - SEGURANÇA DO TRABALHO. Professor: Gleison Renan Inácio Tecnólogo Mecatônica

APOSENTADORIA ESPECIAL INSALUBRIDADE PERICULOSIDADE

Noções Gerais de Biossegurança. Prof. Msc. Roberpaulo Anacleto Neves

CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Jeferson Seidler

IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO

Ergonomia: Sinais/sintomas (demanda)

LAUDO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

23/10/2014. DIRETRIZES BÁSICAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA - CNEN-NN-3.01 jan/05 COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

LAUDO DE CONCESSÃO DE ADICIONAL - UNIDADE - COMISSÃO PERMANENTE DE PESSOAL DOCENTE-CPPD

CURSO DE SEGURANÇA DO TRABALHO RISCOS AMBIENTAIS E MAPA DE RISCOS

PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E APOSENTADORIA ESPECIAL. Novas Diretrizes para Aposentadoria Especial

SOLICITAÇÃO DE CONCESSÃO / CESSAÇÃO DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE

ENGENHARIA DE SEGURANÇA

Segurança do Trabalho Plano de Aula - 32 Aulas (Aulas de 1 hora).

Periculosidade e Insalubridade Aposentadoria Especial

Saúde Ocupacional Urubatan Medeiros BDS; MSc; PhD;PDc Coordenador da Disciplina de Odontologia Preventiva

SEGURANÇA DO TRABALHO

6 décadas antes (1883) Brasil era uma país escravocrata Após Lei Áurea (1888) condições de trabalho eram deploráveis para ex escravos e imigrantes

VERITAE TRABALHO - PREVIDÊNCIA SOCIAL - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

ANÁLISE DO CONHECIMENTO ERGONÔMICO E NORMAS REGULAMENTADORAS DO TRABALHO.

NORMA REGULAMENTADORA 32

'1-. ' LAUDO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL - FACULDADE DE DIREITOlaudo UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA GRATIFICAÇÃO DE TRABALHOS COM RAIOS-X

Aula 6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS NORMA REGULAMENTADORA Nº 9 - NR-9 DO MTE

Transcrição:

AS NORMAS REGULAMENTADORAS EM ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO DO SINDICATO DE TÉCNICOS E AUXILIARES RADIOLÓGICOS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (2010-2014) Bruna Cotrin Rodrigues (FADIR/UFMS). Bolsista de Iniciação Científica, CNPq. Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Social e Cidadania Ativa (LEDD). E-mail: cotrinbruna@gmail.com RESUMO Aos Direitos Humanos compete-se caracterização internacional de direitos e garantias fundamentais relacionados à pessoa humana, ditadas por prerrogativas de igualdade e respeito a bens jurídicos primordiais, tais como a vida. Ensejadas por construções sóciohistóricas positivadas, estes operam como Direitos Fundamentais, ensejando a afirmação da Dignidade da Pessoa Humana, tomada como norte axiológico do Direito Brasileiro. Sob a esfera dos Direitos Fundamentais Trabalhistas, o ato de dignificar-se a condição humana revela-se no desenvolvimento de atividades laborais com a manutenção de ambientes salubes e seguros. Em especial, sobre as temáticas Saúde e Segurança de Trabalhadores, destacam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) enquanto principal fonte normativa específica para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho pela lógica de contenção de condições inseguras as quais o trabalhador apresenta-se exposto em sua prática laboral. Neste ínterim, com vistas ao desenvolvimento de atividades laborais em condições justas e favoráveis entre partes historicamente caracterizadas pela expressiva desigualdade de forças, o Direito Trabalhista viabiliza o diálogo do binômio Empregado-Empregador por meio de Negociação Coletiva (NC), caracterizada como um [...] procedimento entre dois ou mais sujeitos de interesses em conflito ou seus representantes, mediante uma série de contemporizações, cedem naquilo que lhes seja possível ou conveniente para o alcance dos resultados pretendidos [...] (MARTINEZ, 2012, p. 10240). Sendo, assim os Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) pertencentes à via autônoma de composição da NC para superação de possíveis conflites entre partes da categoria profissional à categoria econômica com efeito no respectivo local de trabalho. PALAVRAS-CHAVE: 1. Negociação Coletiva. 2. Segurança no ambiente de trabalho. 3. Normas Regulamentadoras. GRUPO DE TRABALHO: 6. Direitos fundamentais, democracia e desenvolvimento sustentável.

PROBLEMA DE PESQUISA: Quais as possiblidades previstas referente às NRs em secção Saúde e Segurança de ACTs? OBJETIVO O presente artigo objetiva analisar o uso das disposições das NRs nas cláusulas relacionadas à Saúde e Segurança nos ACTs do SINTERMS, em Empresas Públicas e Privadas no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2010-2014. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Utiliza-se a metodologia de pesquisa documental e bibliográfica (SEVERINO, 2007, p. 122) nos ACTs celebrados no lapso temporal de 2010-2014 do SINTERMS, disponibilizados em endereço eletrônico (http://sinterms.org.br/), acessado em 16.12.2015, de tal forma, que mesmo em si tratando site com visualização pública dos documentos normativos, preferiu-se adotar o sigilo de identidades das empresas, nomeando-as empresa X e Y, respectivamente. Posteriormente, realizou-se identificação e seleção das cláusulas relacionadas à secção Saúde e Segurança com estudo articulado de suas disposições frente às proposituras normativas das NRs. Como forma de considerar as subjetividades dos processos de trabalho radiológico, recorre-se aos artigos disponibilizados em endereço eletrônico (http://www.rb.org.br/edicoes_anteriores.asp) da revista especializada Radiologia Brasileira, no lapso-temporal de 2001-2016, correspondentes aos volumes 34-49, a fim de identificar os Riscos Ocupacionais (ROs) da prática laboral da classe estudada. Ademais, os ROs envolvem os fatores de riscos ambientais enquanto [...] agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador [...] (BRASIL, 2005, p.1). Entre os riscos ocupacionais relacionam-se os de caráter físico, químico, biológico e ergonômico, causados por diversos tipos de agentes definidos como: físicos aqueles relacionados à [...] diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom [...] (Idbem, 2005, p. 1); químicos como [...] substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores [...] (Ibdem, 2005, p. 1) e biológicos como [...] bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros [...] (Ibdem, 2005, p.1). Ainda, segundo Brasil (2007, p. 1), as condições ergonômicas relacionam-se características psicofisiológicas

dos trabalhadores atentando-se aos fatores que interferem na integridade mental dos profissionais e condições de trabalho que garantam conforto e segurança. RESULTADOS ALÇANCADOS Ao todo verificou-se a incidência de 4 (quatro) acordos realizados cada qual com duração vigente de 1 (um) ano, compondo-se então para análise os acordos: 2010-2011, 2011-2012, 2012-2013 e 2013-2014. Segue as estruturas admitidas pelos acordos analisados na Seção de Saúde e Segurança no Trabalhador referente às NRs. TABELA 1 Citação das NRs nas cláusulas relacionadas à Saúde e Segurança nos ACTs, 2010-2014. CONTEÚDO DAS CITAÇÕES DAS NRs NOS ACTs 1) NORMA REGULAMENTADORA 7: Necessidade de exames médicos periódicos aos empregados em conformidade com o PCMSO.* 2) NORMA REGULAMENTORA 15: Relacionado apenas ao adicional de risco de vida e insalubridade correspondente a 40% ; 3) NORMA REGULAMENTORA 6: Relacionado ao uso de dosímetro por todos os empregados representados pelo SINTERMS cujos aparelhos serão fornecidos pela Empresa X. *O lapso temporal de 2010-2014 apresentou acordos coletivos com 2 (duas) empresas, intituladas em tabela anterior Empresa X e Empresa Y-. A descrição da necessidade semestralmente de exames de hemograma completo, glicemia e P.S.A para controle e verificação de radiações recebidas realizou-se apenas no lapso-temporal de 2012-2013 com a Empresa Y. Junto à empresa X acordou-se a avaliação mensal da radiação por todos aqueles que operam junto à fonte de radiações. Entre os resultados alcançados identificaram-se uma série de ausências e limitações. As limitações ficaram a cargo das NRs citadas nos ACTs, onde faz-se referência a NR-7, porém está apresentação modificações textuais relacionados as Empresas X e Y, de tal forma, que observa-se que o SINTERMS não apresenta uma padronização mínima junto as categorias econômicas, promovendo tais diferenças. Nesse sentido, ressalta-se a presença da avaliação mensal de exposição mensalmente somente a Empresa X e a realização de exames como hemograma completo, glicemia e P.S.A. (Antígeno Prostático Específico) para controle de radiações apenas a Empresa Y, visto que ambas as avaliações laboratoriais apresentam-se obrigatórias junto a NR-7. Com relação ao adicional de risco de vida e insalubridade descrito na NR-15, verificou-se a porcentagem de 40%, de tal forma, que a atividade exercida apresenta risco de grau máximo. Nesse sentido, destaca-se a determinação da NR-7 para a eliminação ou neutralização da insalubridade do ambiente de trabalho determinar-se-á a cessação do pagamento do adicional respectivo, determinando que não deve-se permanecer na [...] lógica

mercantil que privilegia a compensação financeira aos danos causados à saúde dos trabalhadores [...] (LACAZ, 1997 apud SOUZA et al, 2003, p. 1058). Portanto, ao contrário da monetização dos riscos ocupacionais, Macedo e Rodrigues (2009, p. 37), elucidam que a diminuição e limitação de doses de exposição deve constituir foco de atenção das classes de radiodiagnóstico. Dessa forma, fica evidente que não pretende-se atentar ao direito dos trabalhadores, porém este deve seguir congruente ao desenvolvimento de ações de educação continuada e permanente dos profissionais, visando o desenvolvimento de ações preventivas e recomendações com de treinamentos individuais e coletivos. Neste ínterim, Mendes, Ramos e Abreu (2011, p.245), evidenciam a necessidade de um Programa de Controle de Qualidade (PCQ) nos ambientes radiológicos, visto que esta configura-se como [...] um conjunto de medidas que visa à proteção do ser humano, seus descendentes e do meio contra os efeitos oriundos da exposição à radiação ionizante [...] (PERREIRA et al, p. 301). Ainda como forma citada pela NR-7 de eliminação da insalubridade nos ambientes está à adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e utilização de equipamento de proteção individual relacionando-se a NR-6. Em meio às disposições relacionadas às normas de prevenção de acidentes e doenças profissionais nas cláusulas estudados, destaca-se a observância da obrigação pactuada do fornecimento dos aparelhos medidores de exposição de doses- dosímetros-, enquanto Equipamento de Proteção Individual (EPI). Contudo, destaca-se a imprecisão relacionada a não citação de outros elementos que formam o conjunto de vestimentas de segurança corporal relacionadas aos serviços radiológicos dispostos na NR-6, como as luvas e óculos plumbíferos, protetor de órgãos genitais, protetores de tireoides, aventais de látex nitrílico e máscaras com vedação própria para a atividade realizada. Com relação às ausências, verifica-se a problemática relacionada à NR-32 que versa sobre a Segurança e Saúde no Trabalho em específico nos Serviços de Saúde, ao qual poderia contribuir de forma a prever e promover ações não apenas ao risco físico, característico da exposição radiológica e bem discutido frente à literatura da revista Radiologia Brasileira, mas a associação deste com os demais riscos biológicos, químicos e ergonômicos recorrentes das práticas de profissionais de saúde radiológicos (FERNANDES, CARVALHO, AZEVEDO, 2005, p. 281), configurando sua ínfima temática também dentre os artigos nas edições da revista supracitada, tornando-se única a abordagem pelos autores (Ibdem, 2005, p. 281).

Ademais, a NR-32 dispõe ainda dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) não descritas nas cláusulas acordados que oferecem maior proteção aos trabalhadores, dentre eles: vidro, visor, divisória e lençol plumbífero, porta em aço, argamassa barritada e blombo curvo. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 15. Atividades e Operações Insalubres. Disponível em:> http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr15/nr15-anexo15.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015.. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 17. Ergonomia. 2007. Disponível: > http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr17.pdf< Acessado em: Acessado em: 27. Jan. 2015.. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 32. Saúde e Segurança no Trabalho em Serviços de Saúde. Disponível em:> http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr32.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015.. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 6. Equipamentos de Proteção Individual. Disponível em: >http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr6.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015.. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Disponível em: > http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr7.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015.. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 9. Programa de prevenção e Riscos Ambientais. 2005. Disponível: > http://trabalho.gov.br/images/documentos/sst/nr/nr09/nr-09-2016.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015. FERNANDES, G.S.; CARVALHO, A.C.P.; AZEVEDO, A.C.P. Avaliação de Riscos Ocupacionais de trabalhadores de serviço de radiologia. Radiologia Brasileira. 2005. vol. 38, n.4, p. 279-281. Disponível em: > http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1424 <. Acessado em: 27. Jan. 2015. MACEDO, H.A.S.; RODRIGUES, V.M.C.P. Programa de controle de qualidade: a visão do técnico de radiologia. Radiologia Brasileira. 2009, vol.42, n.1, p. 37-41. Disponível em: > http://www.scielo.br/pdf/rb/v42n1/09.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015. MARTINEZ, L. Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 306-400, 1089-1096. MENDES, A.C.R.; RAMOS, C.L.; ABREU, D.W.M. Avaliação das condições de funcionamento dos equipamentos de raios X médico em serviços de radiologia no Estado da Paraíba, durante os anos de 2008 e 2009. Radiologia Brasileira, vol. 44, n. 4, 2011. P. 244-248. Disponível em: > http://www.scielo.br/pdf/rb/v44n4/v44n4a10.pdf<. 27. Jan. 2015. PEREIRA, et al. Soluções no serviço de radiologia no âmbito da gestão: uma revisão da literatura. Radiologia Brasileira, vol. 48, n. 5. 2015. p. 298-304. Disponível em: > http://www.scielo.br/pdf/rb/v48n5/pt_0100-3984-rb-48-05-0298.pdf<. Acessado em: 27. Jan. 2015. SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 23 ed. São Paulo: Cortez. 2007. SOUZA, K.R. et al. A trajetória do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) na luta pela saúde no trabalho. Ciência Saúde Coletiva, São Paulo, vol.8, n.4. 2003. P. 1057-1068. Disponível em: > http://www.scielo.br/pdf/csc/v8n4/a27v8n4.pdf<. Acessado em: 21 dez. 2015.