INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
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- Thomaz Gil Gesser
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1 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
2 SUMÁRIO 1. Conceitos Embasamento legal e agentes Equipamentos de Proteção Individual Normas Regulamentadoras Sinopse
3 1. CONCEITOS ADICIONAL DE INSALUBRIDADE É pago ao trabalhador que exerce sua atividade em ambiente nocivo a saúde. É o tipo de exposição que pode causar males como doenças a médio e longo prazo. A insalubridade é definida nos termos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) do artigo 189 ao 196, e da Norma Regulamentadora (do Ministério do Trabalho e Emprego) número 15. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE É pago ao trabalhador que exerce sua atividade em ambiente perigoso à vida. Em ambiente de trabalho onde há risco de morte imediata. A periculosidade é definida nos termos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) do artigo 193 ao 196, e da Norma Regulamentadora (do Ministério do Trabalho e Emprego) número 16. Os artigos 189 e 193 da CLT assim definem estas atividades: Consideram-se atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos; Consideram-se atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 3
4 2. EMBASAMENTO LEGAL E AGENTES Existem determinados trabalhos que podem prejudicar a saúde do trabalhador e outros em que há risco de morte. Nesses casos, são devidos, pelo empregador, os adicionais de insalubridade ou de periculosidade DA INSALUBRIDADE A Insalubridade refere-se a um dos aspectos físicos do meio ambiente do trabalho que pode acarretar danos à saúde do trabalhador, a curto ou longo prazo, dependendo do agente insalubre ao qual o trabalhador é exposto. Os agentes insalubres são divididos em três categorias: Agentes físicos: Ruído, calor, radiações, frio, vibrações e umidade. Agentes químicos: Poeira, gases e vapores, névoas e fumos. Agentes biológicos: micro-organismos, vírus e bactérias. A insalubridade ataca diretamente a saúde do trabalhador, de forma imediata ou vagarosa, perdendo o trabalhador a sua saúde dia após dia. Isto porque, caso o empregado seja exposto diariamente a níveis de ruídos elevados durante a sua jornada de trabalho, por meses ou anos, poderá desenvolver perda auditiva, sendo esta uma doença profissional das mais comuns em ambientes industriais. 4
5 Conforme previsto no artigo 189 da CLT, são consideradas atividades ou operações insalubres as que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição a seus efeitos. Art Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Podemos depreender do texto legal que para a caracterização de um ambiente de trabalho insalubre, não basta apenas a exigência do agente insalubre, mas que referido agente esteja presente acima do limite de tolerância permitido pela legislação e que o trabalhador esteja exposto ao mesmo acima de um tempo superior ao permitido. Quando existe a insalubridade, é devido um adicional de 10% (dez por cento), 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento), respectivamente, que incide sobre o salário mínimo, conforme decisão do Tribunal Superior do Trabalho segundo se classifiquem nos graus mínimo, médio ou máximo. O adicional de insalubridade visa tanto remunerar o trabalhador pelas condições ambientais ao qual o mesmo é exposto, como também, através do ônus financeiro, forçar o empregador a neutralizar o agente insalubre. Isto porque, uma vez neutralizada a insalubridade, perde o trabalhador o direito ao recebimento do adicional. 5
6 A eliminação ou neutralização da insalubridade pode ocorrer, tanto com a adaptação do ambiente de trabalho de forma a atender aos limites técnicos de exposição do trabalhador à insalubridade, conforme definido nas Normas Regulamentadoras, como também através da utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI s). Como exemplo: caso o trabalhador, durante sua jornada de trabalho, seja exposto a ruído acima do limite de tolerância previsto na legislação, deverá o empregador fornecer o Equipamento de Proteção Individual (EPI) mais adequado protetor auricular de forma a, ou eliminar o ruído, ou reduzilo de forma a que o trabalhador seja exposto ao nível de ruído aceito pela legislação DA PERICULOSIDADE Diferente da insalubridade que atinge a saúde, a periculosidade está diretamente relacionada à vida do trabalhador. Isto porque, a periculosidade é caracterizada pelo contato ou exposição do trabalhador a produtos inflamáveis (como gasolina, álcool, entre outros) ou explosivos em condições de risco, os quais podem tirar a vida do trabalhador na ocorrência de um único acidente, como uma explosão. Nesse caso, o adicional é de 30% sobre a remuneração e não sobre o salário mínimo. O contato do trabalhador com energia elétrica também pode ser um agente de periculosidade, desde que observadas as determinações da Lei 7.369/85. Através da Portaria nº 3393 de , O Ministério do Trabalho instituiu o direito ao adicional de periculosidade para os trabalhadores expostos a radiações ionizantes e substâncias radioativas. 6
7 A legislação determina alguns pressupostos para que a periculosidade seja reconhecida, quais sejam: Contato com inflamáveis e explosivos; Caráter permanente, e em condições de risco acentuado. Tal como ocorre com a insalubridade, a exposição do trabalhador a agentes perigosos também confere o direito ao recebimento de um adicional salarial, denominado de adicional de periculosidade. Contudo, a partir do momento em que o trabalhador não se encontra mais exposto ao agente perigoso, cessa o direito ao recebimento de referido adicional. O Ministério do Trabalho e Emprego, através das Normas Regulamentadoras, estabeleceu condições técnicas que devem ser observadas pelos empregadores, com o intuito de minimizar os riscos aos quais os empregados estão expostos. Dentre estas regras, temos como exemplo, determinações técnicas para o estoque de líquidos inflamáveis, os quais estabelecem tanto o volume do produto que pode ser estocado, quanto as condições em que este líquido deverá permanecer, quando estocado, utilizado na linha de produção ou manipulado pelo trabalhador. IMPORTANTE: Os adicionais de Insalubridade e o de Periculosidade podem ser cumulados, tendo em vista que a acumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem diversos e não se confundirem. Não implicando isso em pagamento dobrado, pois a insalubridade diz respeito à saúde do empregado quanto às condições nocivas do ambiente de trabalho, enquanto a periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger. 7
8 3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI s) são instrumentos que objetivam prevenir acidentes de trabalho e proteger a saúde do trabalhador contra os agentes insalubres ou perigosos constantes do meio ambiente de trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego fiscaliza EPI s comercializados no mercado, conferindo um certificado de aprovação para os que atendam a todos os aspectos técnicos requeridos pelo órgão. Caso uma empresa forneça a seus trabalhadores um EPI não certificado, a entrega será considerada como não realizada e a empresa autuada pelo órgão. Constituem exemplos de EPI s: protetores auriculares, máscaras, luvas para manipulação de produtos químicos, capacetes, cabos de segurança, etc. Os EPI s devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador, sem qualquer ônus aos trabalhadores, bem como devem ser substituídos periodicamente, de acordo com a orientação do fabricante e do Ministério do Trabalho e Emprego. O empregado é obrigado a utilizar seus EPI de maneira correta, sendo que sua má utilização ou negar-se a usar caracteriza-se como falta grave, e pode justificar advertência, suspensão ou até mesmo demissão por justa causa, configurando tanto desídia quanto ato de indisciplina ou insubordinação. 8
9 4. NORMAS REGULAMENTADORAS A Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego estabeleceu as Normas Regulamentadoras citadas anteriormente, que disciplinam questões técnicas complementares às previstas na CLT relativas ao meio ambiente do trabalho, especificamente no tocante às condições de segurança. Vejamos, de maneira resumida, do que dispõe referidas Normas Regulamentadoras: - Norma Regulamentadora Nº 15 Atividades e Operações Insalubres Complementa as disposições constantes da CLT em relação ao trabalho em locais insalubres, estabelecendo critérios técnicos para que um determinado ambiente de trabalho seja considerado insalubre ou não. Possui referida Norma diversos anexos, que determinam de forma objetivas quais os agentes insalubres, em que condições os mesmos são considerados prejudiciais à saúde, em termos de tempo e exposição e intensidade do agente. - Norma Regulamentadora Nº 16 Atividades e Operações Perigosas Determina as condições técnicas para que um ambiente seja considerado perigoso, tal como o volume de líquido inflamável estocado que caracteriza a periculosidade, bem como medidas preventivas que as empresas devem adotar a fim de evitar explosões. 9
10 5. SINOPSE - Adicional de insalubridade é pago ao trabalhador que exerce sua atividade em ambiente nocivo a saúde e seu percentual é calculado de acordo com a classificação do grau com divergência na base de cálculo predominantemente sendo calculado sobre o salário mínimo, dada a base legal supa informada. - Adicional de periculosidade é pago ao trabalhador que exerce sua atividade em ambiente perigoso à vida e seu percentual é de 30% sobre a remuneração. - O uso de EPI s é obrigação do empregado quando fornecido pelo empregador, sendo que sua má utilização ou negar-se a usar caracteriza-se como falta grave. 10
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