Fim de produção de medicamentos, só com aviso prévio de seis meses



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Transcrição:

legislação associe-se Fim de produção de medicamentos, só com aviso prévio de seis meses As empresas fabricantes que decidirem suspender a produção de determinado medicamento contínuo - usado principalmente no tratamento de doenças crônicas e ou degenerativas, como diabetes e alteração de pressão -, terão que informar os consumidores seis meses antes de a fabricação ser suspensa. A medida foi aprovada no dia 11 de setembro pelos senadores da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e pode evitar que as pessoas sejam surpreendidas com a falta de abas- tecimento de um remédio essencial em farmácias e drogarias, divulgou a Agência Senado. O país já tem uma lei que obriga as empresas que decidirem deixar de fabricar determinada droga a comunicar a decisão ao Ministério da Saúde com antecedência mínima de 180 dias. Pelas regras atuais, a suspensão da produção ou o cancelamento de registro de medicamentos ainda depende de uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pelo texto, os fabricantes serão obrigados a incluir uma advertência sobre o encerramento da produção na embalagem do produto. O projeto, que ainda precisa ser aprovado na Câmara para passar a valer como lei, também define um piso mensal de fornecimento de medicamentos de uso contínuo ao mercado em quantidade igual ou superior à média de vendas do produto dos três meses anteriores, respeitada a demanda de cada município. Comissão do Senado rejeita projeto que tirava impostos de medicamentos para aposentados A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) rejeitou o projeto que autorizava farmácias e drogarias a venderem medicamentos a preço de custo a aposentados pelo Regime Geral da Previdência Social (PLS 181/2010). Segundo argumentou o senador Humberto Costa (PT-PE) à Agência Senado, o Sistema Único de Saúde (SUS) já tem a obrigação de distribuir gratuitamente medicamentos a toda a população. Além disso, ressaltou, o programa Farmácia Popular permite a aquisição de remédios a preços mais baixos. Em sua avaliação, em vez de deduções e isenções, deve-se incrementar a assistência farmacêutica, para que todas as pessoas possam ser atendidas. Humberto Costa ainda observou que o projeto, apresentado pelo senador licenciado Marcelo Crivella (PRB-RJ), não teria alcance universal, pois não favorece às pequenas farmácias. Apenas as grandes redes, frisou, poderiam atender à medida imposta. A proposta tinha voto favorável da relatora, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), a matéria, do ponto de vista de abrangência social, era inócua, uma vez que não haveria redução significativa nos preços dos medicamentos. Ele observou que apenas os valores relativos a impostos seriam deduzidos. No entanto, o problema dos altos preços dos remédios, ressaltou, deve-se à existência de monopólio de laboratórios internacionais, que possuem a patente de grande parte dos medicamentos. A proposta rejeitada tinha o objetivo de beneficiar quem comprovasse ser, cumulativamente, aposentado pela Previdência Social, portador de doença crônica grave, usuário contínuo do medicamento que pretende adquirir e usuário de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). Pelo projeto, as farmácias e drogarias poderiam lançar a diferença entre o preço de custo e o de mercado como despesa operacional da empresa, e deduzi-la da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). A lista de medicamentos a ser vendidos seria definida pelo Ministério da Saúde, segundo critérios técnicos e estatísticos relativos à prevalência de doenças na população de idosos, em benefício de portadores de doenças crônicas graves e usuários contínuos dos medicamentos e do SUS. 2 I SINCOFARMA-RIO - OUTUBRO 2013

editorial Ministério da Saúde pesquisa acesso aos medicamentos no País O Ministério da Saúde iniciou no dia 23 de setembro a coleta de dados para a Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (Pnaum), que vai entrevistar 38,4 mil pessoas, em 245 municípios brasileiros, sobre temas como o uso de remédios, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional de medicamentos e a automedicação. O público entrevistado será dividido por gênero, escolaridade e em sete faixas etárias - desde crianças a idosos. As informações serão transmitidas em tempo real por tablets e a previsão é que, no início de 2014, os dados do inquérito estejam finalizados. Governo quer orientar população para uma mudança de hábitos Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, os resultados da pesquisa vão possibilitar conhecer os hábitos da população e, ainda, o uso racional de medicamentos. Apenas nos últimos cinco anos, houve quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa. A pesquisa vai oferecer um diagnóstico sobre a relação da população com o remédio e mostrar o que ainda podemos melhorar. Já aumentamos a oferta de remédios e o orçamento para a compra de medicamentos subiu quase seis vezes nos últimos dez anos. Queremos garantir que toda a população saiba que o tratamento está à disposição e como fazê-lo da forma mais segura possível, afirmou. Ainda segundo Gadelha, o medica- mento é um bem somente se for usado de forma adequada. Queremos mostrar para as pessoas que a saúde é composta por uma série de bons hábitos, desde uma boa alimentação à prática regular de exercícios. Precisamos evitar que o brasileiro continue com esta ideia de que somente o medicamento traz saúde e qualidade de vida. A saúde é um conjunto de ações, destacou o secretário. A coordenação dos trabalhos será de responsabilidade das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Minas Gerais (UFMG). É muito importante as universidades estarem trabalhando junto com o Ministério da Saúde para a melhoria do Sistema Único de Saúde, o SUS, disse o vice-reitor da UFRGS, Rui Oppermann. Consumo no varejo privado também será avaliado pelo estudo A pesquisa também vai revelar como ocorre o acesso a esses produtos no SUS, pelo programa Farmácia Popular e pelas drogarias privadas; se as pessoas seguem as prescrições médicas e se persistem no tratamento com medicamentos; se há variação no acesso aos remédios de acordo com condições sociais, econômicas e demográficas; e a avaliação dos serviços de assistência farmacêutica na Atenção Básica e uso racional de medicamentos da população. O levantamento vai contar um investimento de R$ 9,4 milhões e vai mostrar como é a utilização dos medicamentos para as doenças mais comuns e para as doenças crônicas. Felipe Terrezo Muita pesquisa e pouca ação É válido o governo conhecer como acontece a aquisição e o consumo de medicamentos no Brasil? Sim, é. Mas não é se dedicar ao que todos já sabem? Afinal, é de domínio público que uma enorme parcela da população não tem acesso aos medicamentos porque não tem dinheiro para adquiri-los. Culpa das farmácias e drogarias que vendem caro? Não. Por muito tempo essa foi a versão divulgada, o que nos custou muita visibilidade negativa com nossos clientes. Mas a verdade é que os grandes vilões do encarecimento dos medicamentos são os impostos. Aliás, como de tudo que se consome neste País. Em média, a carga tributária dos medicamentos de uso humano é de 33,87%, bem superior à incidente sobre aqueles destinados a animais, por exemplo, que é de 13,11%. Enquanto isso, foi aprovada no Senado a PEC da Música, que isenta de impostos CDs e DVDs com obras musicais de autores brasileiros. O objetivo é baixar os preços em cerca de 30%. Em vez de gastar R$ 9,4 milhões em uma pesquisa, não seria válido o Ministério e os outros órgãos envolvidos sentarem e discutirem com retidão a urgente necessidade de isentarem os medicamentos destes tributos? Não valeria muito mais a pena, oferecer um sistema de saúde pública que realmente funcionasse para que as pessoas não cogitassem se automedicar por falta de atendimento? #vamosmudarjá! Publicação Oficial do Sincofarma-Rio - Outubro de 2013 - Presidente: Felipe Terrezo - Assessoria de Imprensa/Projeto Gráfico: Grupo Letra Comunicação - Adriane Lopes - MTb 17195 - Sede: Av. Almirante Barroso, 2-16º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ, CEP: 20031-000 - Tel.: (21) 2220-8585 - Acesse: www.sincofarma-rj.org.br - EXPEDIENTE - Presidente: Felipe Terrezo; 1º Vice-presidente: Ricardo Valdetaro; 2º Vice-presidente: Denilson Pedrosa Lisbôa; 1º Secretário: Josué Firmino; 2º secretário: Michael Mandarino; 1º Tesoureiro: Joaquim P. Fernandes; 2º tesoureiro: Wilson Júnior da Cruz; Suplentes da Diretoria: José Wagner, Ana Flávia Dodl Fernandes, José Urias Gonçalvez, Verbena Carvalho, Luiz Carlos de Souza; Conselho Fiscal: Aluizio Monttechiari, Marcelo Augusto Sampaio, Francisco Veras Magalhães; Suplentes do Conselho Fiscal: Miguel Adamoli, Sebastião do Amaral, Pedro Barenboin; Fecomércio Titulares: Felipe Antônio Terrezo e Luis Carlos Caspary Marins; Suplentes: Ricardo Valdetaro de Moraes e Joaquim Pereira Fernandes. Tiragem: 2.500 exemplares - Publicação mensal. OUTUBRO 2013 - SINCOFARMA-RIO I 3

cartazes obrigatórios Sincofarma-Rio informa indevida de cartazes sobr Um ofício foi enviado ao órgão de fiscalização. Enquanto aguarda resposta, entidade lembra que tem todos os cartazes obrigatórios à disposição do segmento. Contatos de vários associados alertaram o Sindicato sobre a Operação Tomando na Veia, da Secretaria de Estado de Proteção de Defesa do Consumidor (Seprocon) que, através do Procon-RJ, fiscalizou farmácias e drogarias da cidade. Os agentes estiveram em 21 estabelecimentos nos bairros da Tijuca, Méier, Madureira, Cascadura e Centro, sendo que 15 foram autuados. Entre outros problemas, chamou atenção da fiscalização a ausência de cartazes, exigidos por lei, que informassem o número do Disque Medicamentos da Anvisa, a lista da Anvisa com os lotes de medicamentos falsificados e o informativo que autoriza o farmacêutico a trocar o remédio solicitado por um genérico, caso esteja em falta. Entidade correu atrás do problema De acordo com a Lei nº 4.685, de 2005, todas as farmácias localizadas no estado do Rio de Janeiro devem ter em seus espaços uma placa ou cartaz com o número do tele- fone do Disque Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas a legislação não fornece o número e traz o tamanho de 0,80cm x 0,80cm como medidas para o anúncio. O Sincofarma-Rio entrou em contato com a Anvisa e com o Ministério da Saúde e acabou descobrindo que tal serviço não existe mais. A ação seguinte foi encaminhar ofício ao Procon-RJ (íntegra abaixo), botando o órgão a par da situação. Até o momento não houve retorno, conforme solicitado. CEA nº 033/13 Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2013. Ao PROCON-RJ Departamento de Fiscalização O SINCOFARMA-RIO Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Município do Rio de Janeiro vem por meio desta relatar ao Procon-RJ, autarquia de Defesa e Proteção ao Consumidor do Estado do Rio de Janeiro, que disponibiliza para todos os seus associados todos os cartazes obrigatórios, porém o que se origina da Lei nº 4.685/2005, não temos como expedir conforme relato abaixo: As farmácias e drogarias estão impossibilitadas de cumprirem a Lei n 4.685/2005, que dispõe sobre afixação de cartazes, por parte do comércio varejista farmacêutico, com número de telefone do Disque Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, já que esse serviço não existe mais. Segue abaixo relato: Segundo contato telefônico com a referida Agência e solicitação de esclarecimento via e-mail (que segue em anexo), nos foi informado que, a partir de agora, esse atendimento é de competência do Ministério da Saúde, via o número 136, que se reporta à Ouvidoria do Ministério da Saúde, tirando dúvidas sobre o SUS, um serviço público de saúde, classe da qual as farmácias e drogarias não fazem parte. O Sincofarma-Rio entende que a referida lei está em desuso e as autuações feitas recentemente nas farmácias e drogarias, pela Secretaria de Estado de Proteção de Defesa do Consumidor (Seprocon), através do PROCON-RJ, em 29 de agosto (Operação Tomando Na Veia), também deveriam ser anuladas. Aguardamos ansiosamente posicionamento dos Senhores sobre o assunto. Cordialmente, Felipe Terrezo Presidente 4 I SINCOFARMA-RIO - OUTUBRO 2013

Procon sobre cobrança e Disque Medicamentos Problemas como este, com a fiscalização, são comuns, mas facilmente evitáveis. O Sincofarma-Rio disponibiliza em sua Sede um kit com os cartazes obrigatórios exigidos pela legislação vigente: 1- Art. 6º Port 4 da SUNAB, 22/04/94 2 - Art. 41 da RDC 44,17/08/99 Medicamentos podem causar efeitos indesejados 3 - Decreto 793/93 Placa do farmacêutico 4 - Lei 2.417/96 Disque Denúncia 5 - Lei 5.318, 17/11/08 O medicamento prescrito por seu médico só poderá ser substituído por medicamento genérico 6 - Lei 5.502,15/07/09 Sacolas Plásticas 7 - Lei Estadual 5.517/09 Combate ao fumo 8 - Lei 2.211, 02/01/94 Sonegar é crime 9 - Lei 2.487, 21/12/1995 Disque Procon 10 - Lei 3.780, 23/06/04 Embalagem Mercadoria 11 - Lei 4.395,16/09/04 Prioridade no atendimento 12 - Lei 5.018, 04/207 Exija sua Nota Fiscal 13 - Medida Provisória 374, 22/11/93 14 - Resolução 1188, SES Profissional farmacêutico Uso de jalecos e crachás 15 - Telefones importantes 16 - Lei 5.452 de 15/06/12 Não tome Remédio sem o conhecimento do seu Médico 17 - Lei nº 5.572, 24 de abril de 2013 É vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível folhas de receituários. Para os associados da Entidade, o kit é gratuito. Para não sócios, custa 40 reais. OUTUBRO 2013 - SINCOFARMA-RIO I 5

capacitação Atendimento foi tema do Ciclo de Palestras do Sincofarma-Rio, em setembro O Dia Internacional do Farmacêutico, 25 de setembro, foi comemorado no Sincofarma-Rio com a realização da palestra Valorização do Atendimento, com a farmacêutica Ana Lucia Caldas. O presidente da entidade, Felipe Terrezo, abriu a tarde dando as boas-vindas aos participantes, apresentando a palestrante e também a Dr a Maud Vianna, advogada do Sindicato, que acompanhou o encontro, para tirar quaisquer dúvidas na área jurídica. Depois de parabenizar os profissionais farmacêuticos, Ana Caldas explicou como a satisfação do cliente influencia no lucro da empresa, deu muitas dicas e mostrou muitos exemplos. Fatos recorrentes precisam ser revistos A palestrante ressaltou que uma das maiores causas da insatisfação do cliente está relacionada ao atendimento, de acordo com a National Retarl Merchants Association: 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de postura no atendimento; 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas; 9% fogem pelo preço; e 9% fogem por competição, mudança de endereço ou morte. Diante desses dados, a única saída é a mudança de postura, treinamento e criar um padrão de atendimento e este, passa a ser realizado de acordo com as características individuais e o bom senso de cada um, completou a farmacêutica. O treinamento fez parte da nova grade de cursos do sindicato. Para novembro, duas palestras: 13/11- Assédio Moral no âmbito trabalhista e nas farmácias 27/11- Suplementos alimentares: lucro certo na sua Farmácia Felipe Terrezo, Ana Caldas e Maud Vianna Muitos farmacêuticos participaram da palestra Ana Caldas 6 I SINCOFARMA-RIO - OUTUBRO 2013

SETEMBRO 2013 - SINCOFARMA-RIO I 7

mercado Em quatro anos, mais de 60% do mercado estará concentrado nas redes, diz pesquisa A participação de mercado das grandes redes de farmácias na venda de medicamentos e outros produtos como itens de higiene e beleza vem crescendo enquanto varejistas independentes perdem espaço. A conclusão é de estudo da IMS Distribution Studies divulgado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). De acordo com a pesquisa, as farmácias geridas por grandes grupos devem deter 61% do volume total do mercado em quatro anos. Segundo o IMS, em 2012 a participação das grandes nas vendas era de 50% ante 47% das farmácias pequenas, independentes. Cinco anos atrás, os independentes dominavam o mercado, com 55% de participação. No período, a representatividade dos supermercados nestes segmentos permaneceu estável, em 3%. Muito para poucos Atualmente, estima-se que haja 68,2 mil farmácias em território nacional, das quais 9,5 mil são gerenciadas por grandes redes. À frente de uma independente de sucesso, o vice-presidente do Sincofarma- Rio, Ricardo Valdetaro, avalia que as pequenas lojas podem sim driblar a concorrência das grandes redes, sendo mais rápidas, não deixando faltar produtos, oferecendo serviços farmacêuticos e cuidando para que todas as demandas possam ser atendidas dentro das normas da Anvisa. Apontando seu próprio exemplo na Farmácia do Leme, Valdetaro disse que oferece uma atenção cuidadosa aos clientes, procurando atender encomendas de produtos em falta na maioria das farmácias, selecionando um mix de mais procurados e não os que os fornecedores querem empurrar. Ele apontou como um dos problemas para o varejo independente o fato de os fornecedores imporem quantidadades de alguns produtos incompatíveis com a demanda das pequenas lojas, impossibilitando as compras diretas.

legislação Desde o dia 25 de setembro, Dia Internacional do Farmacêutico, profissionais da categoria em todo o País podem receitar medicamentos que não exigem prescrição médica. A resolução n 0 585, do Conselho Federal de Farmácia (CFF) foi publicada no Diário Oficial da União. Com a nova regulamentação, os farmacêuticos vão poder receitar, por exemplo, analgésicos, medicamentos tópicos e fitoterápicos. A regulamentação foi aprovada pelo CFF nove dias depois de o Congresso Nacional aprovar os vetos feitos por Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico. A lei prevê que o ato de prescrever tratamentos não é exclusiva para médicos. Aliás, o Conselho Federal de Medicina pretender recorrer à Justiça. A farmacêutica e palestrante Ana Lucia Caldas respondeu sobre o assunto: Prescrição farmacêutica está valendo Como a prescrição farmacêutica influenciará no dia a dia da profissão e também das farmácias? Apesar de ver a prescrição farmacêutica como a formalização de um ato já praticado pelo farmacêutico que atua diretamente com o público da farmácia, na prática da Atenção Farmacêutica, noto que muitos desses farmacêuticos, ao orientar ou indicar um produto, seja ele um medicamento ou não, o fazem sem registrar suas recomendações por escrito. Acredito que agora, com as orientações e indicações prescritas em papéis com informações do profissional e identificação da farmácia, haja um impacto significativo no atendimento. A população começa a conhecer um profissional de saúde mais próximo, e poder contar com as orientações do farmacêutico para indicar os medicamentos, que são comprados livremente, geralmente sem a orientação de um profissional de saúde, mas por influência de amigos ou de propagandas na mídia. Isso vai colaborar para a aumentar a segurança do paciente e o sucesso do seu tratamento. A farmácia aumenta sua credibilidade e o reconhecimento de um local de saúde e de fácil acesso para a população. Esses medicamentos de venda livre, são isentos de prescrição médica, mas não são isentos de risco, podem provocar interações medicamentosas, reações adversas e culminar em internação hospitalar, acarretando aumento nas despesas da saúde pública. Os currículos farmacêuticos necessitarão de atualizações, de complementações, de mudanças. É preciso buscar capacitação desde já, se adequar para as novas práticas que envolvem principalmente a atividade clínica na farmácia. Estar preparado para interagir diretamente com o cliente/paciente, ter segurança na sua ativi- 10 I SINCOFARMA-RIO - OUTUBRO 2013

dade profissional e assumir as responsabilidades. Quais os prós e os contras da mudança? Acredito que o farmacêutico precisa estar bem inserido e esclarecido da sua responsabilidade e de seus limites. A população pode ter dúvidas em relação às novas atividades do farmacêutico, mas o profissional precisa estar seguro das suas atribuições, para deixar claro que não é um substituto de outro profissional. Esclarecer que atua na prevenção de novas doenças; colabora para a adesão e a eficácia do tratamento; contribui na identificação de interações medicamentosas, efeitos colaterais e de reações adversas a medicamentos; que realiza procedimentos de aferição dos parâmetros fisiológicos e bioquímicos; que orienta e acompanha a terapia medicamentosa ou não, podendo prescrever para os transtornos menores, medicamentos de venda livre como os fitoterápicos, florais, oficinais, incluindo os medicamentos industrializados, cosméticos e formulações magistrais, sempre visando a segurança do paciente. Devemos incentivar os pacientes a retornarem aos seus médicos ou centros médicos para iniciar ou dar continuidade ao tratamento. A prescrição farmacêutica tem como principal função orientar a população para o uso correto e racional dos medicamentos usados sem a prescrição médica. Importante lembrar que não devemos atribuir uma patologia ao paciente, por apresentar determinados sintomas ou verificar resultados alterados da aferição da PA ou do teste de glicemia. São necessárias outras avaliações e não cabe a nós, farmacêuticos, diagnosticar. O CFF anunciou que haverá treinamento para os farmacêuticos interessados. A mudança não é obrigatória então? Não passa a ser uma função determinada pelo Conselho? Não, a medida que foi publicada no DOU e que tem 180 dias para ser implantada, não obrigará o farmacêutico a prescrever, ele tem a opção de não prescrever. De acordo com o Artigo 7, o ato da prescrição farmacêutica constitui prerrogativa do farmacêutico legalmente habilitado e inscrito no CRF e assim como na RDC 44/2009, ele pode optar por não realizar os serviços. E se a farmácia quiser prestar esse serviço ao seu cliente e o farmacêutico responsável não quiser prescrever? Isso é possível? É possível, pois a farmácia não pode obrigar o farmacêutico a prescrever. Ela pode orientar que ele se atualize, porém se ele não quiser, não é uma obrigação. A farmácia deve procurar um farmacêutico com um perfil diferenciado e adequado aos serviços que pretende oferecer aos seus clientes. Os farmacêuticos estão preparados (com bagagem acadêmica) suficiente pra assumir essa função? Acredito que muitos farmacêuticos estejam preparados. Para quem já pratica a Atenção Farmacêutica, tem um contato maior com a população e adota uma capacitação continuada, principalmente voltada para a farmacologia clínica, será mais fácil e terá mais segurança na hora da prescrição. E para assumir possíveis erros de prescrição? Esse é um ponto que vejo de maior dificuldade para que alguns não queiram prescrever. Em saúde, criamos barreiras e evitamos ao máximo os erros. Estamos lidando com vidas, mas sabemos que quando praticamos um serviço, de alguma forma, estamos nos expondo a erros. Só erra quem faz! Quando o farmacêutico realmente começar a colocar no papel suas orientações e indicações, será preciso estar preparado para assumir a responsabilidade de possíveis erros. É necessário capacitar cada vez mais, buscar conhecimento específico para realizar um procedimento e ter acesso a ferramentas que colaborem na prevenção de erros. Ter segurança e responsabilidade ao assinar e carimbar o CRF na prescrição. Na prática, como funcionaria essa prescrição nas farmácias? O cliente que chegar à farmácia com queixa de um sintoma ou dúvidas na escolha de um medicamento, o farmacêutico pode realizar possíveis testes e recolhe informações que ajudem a definir por um medicamento ou pelo encaminhamento ao serviço médico. Em caso de não apresentar alteração nos parâmetros fisiológicos ou bioquímicos, o farmacêutico, após coletar dados dos hábitos de saúde do paciente, patologias, medicamentos utilizados, poderá recomendar o uso adequado de um medicamento isento de prescrição médica para esse momento e orientar que se os sintomas persistirem, deverá procurar um serviço médico para exames e o diagnóstico de possível patologia. Caso o farmacêutico tenha dúvidas quanto à gravidade dos sintomas, o melhor será recomendar um serviço médico de emergência. A finalidade é orientar corretamente quem vai a farmácia comprar medicamentos e quando solicitado, indicar um medicamento isento de prescrição médica de forma correta e segura. Isso geraria algum ônus ao consumidor? No meu entendimento é um serviço e como tal deve ser cobrado e agendado. Não vejo como valorizar um profissional que não cobra pelos seus conhecimentos e que não agenda um horário para atender. Aprendi na prática que eu deveria marcar hora para a- tender os meus clientes/pacientes. OUTUBRO 2013 - SINCOFARMA-RIO I 11