Orientações Jurídicas
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- Ruth de Escobar Teixeira
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1 São Paulo, 13 de agosto de OJ-GER/030/15 Orientações Jurídicas Legitimidade da cobrança da taxa de adesão nos planos de saúde. Devido a inúmeros questionamentos acerca da licitude da cobrança da taxa de adesão aos planos de saúde e as recentes publicações da ANS no Diário Oficial da União, multando as Operadoras devido à exigência do pagamento da taxa, apresentamos na sequência nossas considerações: O que diz a regulamentação da ANS Inicialmente cumpre-nos esclarecer que não há nas normativas vigentes nenhuma restrição referente à cobrança, na verdade, a vedação existente diz respeito somente à exigência de taxa na renovação automática do contrato, conforme o artigo 13º da Lei 9.656/98. Vejamos: Art. 13. Os contratos de produtos de que tratam o inciso I e o 1º do art. 1º desta Lei têm renovação automática a partir do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a cobrança de taxas ou qualquer outro valor no ato da renovação. O que diz o Código de Defesa do Consumidor - CDC O CDC não proíbe expressamente a cobrança da taxa de adesão, mas os órgãos de proteção e defesa do consumidor, em especial o Procon, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), entendem que a exigência é abusiva pelos seguintes motivos - todos baseados no art. 39 do CDC, que dispõe sobre as práticas consideradas abusivas: 1
2 a) Venda casada: a aquisição do plano de saúde é condicionada ao pagamento da taxa. O correto seria deixar o cliente optar se a paga ou não, mesmo se a taxa for relacionada à corretagem; b) Ausência de informação clara e precisa ao consumidor: visto não saber pelo que está pagando; c) Vantagem excessiva sobre o cliente: o consumidor paga por um serviço o qual não é prestado a ele, mas que é de interesse da operadora do plano de saúde. Importante salientar que os órgãos de defesa do consumidor desejam impedir a cobrança da taxa de adesão praticada pelas operadoras de planos de saúde. Em vista disso, os Procons regionais podem pedir esclarecimentos sobre a cobrança, gerando a necessidade de manifestação constante das operadoras, por meio de contestações e outros atos junto a tais órgãos. A fim de sanar e pacificar a questão encaminhamos questionamento à Agência, solicitando informações sobre a licitude da cobrança da taxa de adesão no momento da contratação do plano, no qual nos replicou, taxativamente, que a cobrança nos planos individuais/familiares é vedada, vejamos: Entretanto quando o contrato é individual/familiar a empresa não pode cobrar nenhuma taxa de adesão ao plano, ela só pode cobrar o valor da mensalidade. Esclarecemos, ainda, que a Lei 9656/98 nada dispõe sobre a contratação de planos através de corretores. Desta forma, o consumidor poderá contratar um plano de saúde indiferentemente através de corretoras ou diretamente junto às operadoras de planos de saúde, como for de sua preferência. Porém, por analogia, recomendamos que a cobrança da taxa seja extinta, independente do tipo de contratação do plano, em virtude das recorrentes aplicações de multas pela ANS, baseando-se no artigo 62 da Resolução Normativa nº 124 infra citada. Ingresso de Consumidor em Plano Art. 62. Impedir ou restringir a participação de consumidor em plano privado de assistência à saúde: Sanção advertência; multa de R$ ,00. 2
3 Diante de todo exposto, conclui-se que a ANS entende que a cobrança da taxa restringe e impede os consumidores de contratarem planos de saúde, portanto, a prática é vedada e passível de aplicação de multa. Assim, recomendamos que as Operadoras interrompam imediatamente a cobrança evitando a instauração de processo administrativo. Por fim, disponibilizamos na íntegra a resposta da ANS. Equipe Regulação Strategy Consultoria. 3
4 O seu protocolo de atendimento é Em resposta à correspondência eletrônica encaminhada à Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, tendo em vista a sua competência de regulamentar e fiscalizar o mercado de planos privados de assistência à saúde de acordo com a Lei 9.656/98 e regras complementares, comunicamos que: É finalidade da ANS promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores. Como algumas atribuições da ANS, ressaltamos: Autorizar o registro das operadoras e dos planos de assistência à saúde; Estabelecer normas, rotinas e procedimentos para concessão, manutenção e cancelamento de registro dos produtos das operadoras; Autorizar aumentos nas mensalidades dos planos de saúde; Fiscalizar as atividades das operadoras e aplicar as penalidades pelo descumprimento à lei. Dessa forma, a ANS tem por finalidade: regular, normatizar, controlar e fiscalizar as atividades de saúde suplementar prestadas pelas operadoras de planos de saúde. Informamos, então, que os planos comercializados e os valores deles devem ser obtidos diretamente junto às operadoras de planos de saúde, pois dependem de algumas variáveis, como, por exemplo, faixa etária, padrão de acomodação e segmentação. O início da vigência do contrato se dá a partir da data da assinatura da proposta de adesão, ou da assinatura do contrato, ou da data de pagamento da mensalidade inicial, o que ocorrer em primeiro lugar. Os períodos de carência são contados a partir do inicio da vigência do contrato. Depois de cumprida a carência, o consumidor terá acesso a todos os procedimentos previstos em seu contrato e na legislação. Cabe esclarecer que a regra sobre o início da vigência do contrato vale para contratos individuais/familiares e para contratos coletivos, quando da assinatura do contrato entre a empresa e a operadora de planos de saúde. Contudo, como os contratos coletivos são celebrados entre duas pessoas jurídicas, elas definem as regras a serem dispostas em contrato, desde que não sejam ilegais. Assim, para os contratos coletivos PREVALECERÃO AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS REFERENTES AO 4
5 ASSUNTO. A operadora deverá obedecer ao disposto em contrato, sob pena de autuação por descumprimento contratual (Art. 25), caso não o faça. A respeito das taxas de adesão ou administração instituídas pelas operadoras de planos de saúde, em eventuais cobranças efetuadas por associações ou administradoras de benefícios, esclarecemos que a ANS não possui atribuição para disciplinar a relação jurídica entre associação e seu associado. Convém destacar que, mesmo que o custeio seja imputado ao beneficiário, a fatura deve especificar e discriminar o valor desta cobrança, a fim de atender aos princípios da informação, da transparência e da boa fé objetiva. Entretanto quando o contrato é individual/familiar a empresa não pode cobrar nenhuma taxa de adesão ao plano, ela só pode cobrar o valor da mensalidade. Esclarecemos, ainda, que a Lei 9656/98 nada dispõe sobre a contratação de planos através de corretores. Desta forma, o consumidor poderá contratar um plano de saúde indiferentemente através de corretoras ou diretamente junto às operadoras de planos de saúde, como for de sua preferência. Diante desses esclarecimentos, caso a operadora aja em desacordo com a legislação ou contrato, para a análise concreta do caso e encaminhamento de sua demanda para apuração, solicitamos que retorne o contato com a ANS, através dos canais de atendimento citados abaixo, informando o nº de protocolo de atendimento obtido no contato junto à sua Operadora, para que possa ser efetuado o cadastro da sua reclamação. Atenciosamente, ANS - A agência reguladora de planos de planos de saúde do Brasil A ANS é uma Autarquia Federal, vinculada ao Ministério da Saúde, criada para fiscalizar e regulamentar o mercado de planos privados de assistência à saúde de acordo com a Lei 9656/98 e regras complementares. Av. Augusto Severo, n. º 84-11º andar Rio de Janeiro/RJ Disque ANS:
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