POSSIBILIDADES E VIVÊNCIAS EM BRINQUEDOTECA HOSPITALAR A PARTIR DE PROJETOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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Transcrição:

POSSIBILIDADES E VIVÊNCIAS EM BRINQUEDOTECA HOSPITALAR A PARTIR DE PROJETOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Rosângela Abreu do Prado Wolf 1 - UNICENTRO Grupo de Trabalho - Educação, Saúde e Pedagogia Hospitalar Resumo A presente pesquisa é resultado de práticas realizadas em projeto de extensão universitária, que contaram com intervenções pedagógicas de acadêmicos do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), em brinquedoteca hospitalar do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, no município de Guarapuava-Paraná. O projeto objetiva intervir pedagogicamente em brinquedoteca hospitalar por meio de projetos interdisciplinares em torno de temáticas diversas, que exploram o cognitivo dos escolares em tratamento de saúde, envolvendo o lúdico, a imaginação e a criatividade por meio da leitura, da contação de histórias, produções textuais e demais atividades como o jogo e a brincadeira. A metodologia foi de cunho qualitativo, e configurou-se como uma pesquisa ação que objetivou identificar as possibilidades de atendimento pedagógico na brinquedoteca hospitalar. Essa pesquisa ocorreu em três etapas, que contaram com fundamentação teórica dos acadêmicos, a participação dos mesmos em palestras em hospitais, a orientação destes para a elaboração das atividades, bem como, o acompanhamento e supervisão durante as intervenções pedagógicas na brinquedoteca hospitalar. Os resultados indicaram que as atividades pedagógicas e lúdicas na brinquedoteca humanizaram o ambiente hospitalar, pois além de possibilitarem a continuidade dos estudos, amenizaram a dor e o afastamento da rotina de vida do hospitalizado Palavras-chave: Brinquedoteca Hospitalar. Projeto de Extensão Universitária. Formação de Professores. 1 Mestre em Linguística Aplicada pela UEM-Universidade Estadual de Maringá. Professora do Departamento de Pedagogia da UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste, campus de Guarapuava-PR. Coordenadora desde 2003 do Projeto de Extensão Universitária Pedagogia Hospitalar: atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde-versão 2014 à 2015. Atualmente (2015) cursa o Doutorado em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná- PUCPR. rosangelaabreupw@gmail.com. ISSN 2176-1396

37244 Introdução A criança que se encontra hospitalizada passa por um dos momentos mais difíceis de sua vida, de sofrimento físico e emocional, por razões diversas como: longo período de tratamento e internamento; a necessidade de passar por algum procedimento cirúrgico; o medo da possibilidade de estar correndo risco de vida diante do quadro clínico que se encontra. De acordo com Oliveira (2007, p.27): O estar doente, associado a uma experiência de hospitalização, pode vir a se configurar com uma experiência desgastante para a criança. O grau de estresse pode estar associado não só a gravidade do caso e do período de internação mas também às características do próprio ambiente hospitalar e à maneira como os pais e a família em geral vivem essa situação [...]. Na brinquedoteca a dor e o sofrimento podem ser aliviados por meio da atenção, carinho, diversão, distração, elevação da autoestima e esperança de voltar a sua vida normal. Com Fonseca (2001), encontramos os dados que apontam que a preocupação com as necessidades da infância diante das suas características possibilitaram o início de um atendimento mais humanizado dentro dos hospitais. Mais recentemente, no início do século XX, por conta do fortalecimento de estudos voltados especificamente ao entendimento da infância em áreas como pediatria e psicologia, a criança passou a ser vista com características, interesses e necessidades próprios, ou seja, como um indivíduo com peculiaridades (FONSECA, 2001, p.14). Nos casos de crianças e adolescentes que são escolares afastados da escola para tratamento de saúde em hospital, o afastamento de suas atividades escolares pode prejudicar o seu aprendizado e a continuação de seus estudos após o regresso à escola. Para que isso não ocorra na brinquedoteca os profissionais da educação que lá atuam podem é estimular o desenvolvimento cognitivo envolvendo o lúdico, por meio de atividades pedagógicas educativas relacionadas ao seu ano escolar. Portanto a brinquedoteca hospitalar tem os seguintes objetivos: Proporcionar as crianças um local para brincar e conhecer outras crianças que estão hospitalizadas; Proporcionar as crianças brincadeiras e jogos em grupo para socialização das mesmas;

37245 Identificar os efeitos das atividades para o desenvolvimento infantil em todos os seus aspectos (motor, cognitivo e psicossocial); Valorizar o ato de brincar; Compartilhar momentos de alegria; Desenvolver a linguagem corporal, e oral; Ampliar o convívio social; Promover a continuidade do desenvolvimento global ; Realizar atividades psicomotoras; Preservar a saúde emocional; Preparar a criança para situações novas, procedimentos e consequências que estes procedimentos podem trazer; Proporcionar um ambiente agradável para os familiares e acompanhantes interagir com a criança; Proporcionar alegria e distração. A estadia no hospital da criança e adolescente em tratamento de saúde pode ocorrer por período temporário ou de passagem. Independente do caso, este pode encontrar na brinquedoteca hospitalar a diferença para um período muitas vezes doloroso e difícil. Neste ambiente quando há espaço disponível para atividades educacionais, são possíveis práticas de escolarização hospitalar, de práticas de atividades práticas de leitura individual ou de contação de histórias, dramatização, teatro, dentre outras. O protocolo de atendimento em brinquedoteca hospitalar poderá variar de instituição para instituição. Portanto caberá ao profissional responsável pela brinquedoteca no contexto hospitalar: Pesquisar sobre as rotinas do hospital; Ter conhecimento do diagnóstico dos pacientes que utilizam a brinquedoteca hospitalar, período previsto de estadia no hospital (curto ou longo prazo e a previsão de alta) e de alta do tratamento; Obter junto à equipe multidisciplinar (enfermeiros, médicos, psicólogos, etc.) informações sobre as restrições médicas que o paciente está submetido a partir da obtenção de dados sobre as condições físicas, cognitivas e emocionais da criança e do adolescente; Identificar limites territoriais dentro do hospital; Estabelecer horário de funcionamento da brinquedoteca hospitalar e de restrições aos usuários, principalmente em casos de doenças contagiosas, com o objetivo de evitar a infecção cruzada;

37246 Ter conhecimento sobre peculiaridades de condutas em função da enfermidade do usuário da brinquedoteca Hospitalar; Conforme o período de estadia obter dados junto ao acompanhante sobre a vida escolar da criança ou adolescente, para que possa adequar o tipo de intervenção na brinquedoteca hospitalar; Selecionar metodologias adequadas para o desenvolvimento das atividades lúdicas e pedagógicas em brinquedoteca hospitalar conforme as possibilidades e necessidades do hospitalizado; Higienizar mãos, móveis e materiais didáticos pedagógicos que são utilizados na brinquedoteca, antes e após a intervenção pedagógica. No caso dos materiais, todos devem ser adequados e passíveis à higienização para que não ocasionem a contaminação dos seus usuários; Providenciar o acompanhamento do desenvolvimento cognitivo do hospitalizado, por meio de preenchimento de fichas com pareceres do período de tutoria junto ao mesmo, com o objetivo de caracterizar seu desempenho e evolução. A seguir apresentaremos os resultados de uma pesquisa ação em projeto de extensão, por meio do qual são realizadas intervenções pedagógicas em brinquedoteca hospitalar. O projeto de extensão universitária que possibilitou a realização da presente pesquisa ação iniciou em 2003, sendo desenvolvido a cerca de doze anos a partir de um convênio estabelecido entre universidade e hospital no município de Guarapuava-Paraná. A extensão universitária em Brinquedotecas Hospitalares metodologia e ações As brinquedotecas hospitalares por intermédio do lúdico, da recreação e também de atividades educacionais configuram-se como espaço provedor de humanização às crianças, adolescente e seus acompanhantes. Apesar da relevância desse espaço sua existência não se faz presente em muitos hospitais públicos pelo Brasil, justamente por estes enfrentarem na atualidade sérias dificuldades de ordem financeira, relacionadas à falta de investimentos de órgãos governamentais, principalmente para o atendimento básico que deveriam prestar aos seus usuários. Essa triste realidade onde não há recursos muitas vezes nem para o básico, acaba também extinguindo e dificultando investimentos para implantação de ações e práticas

37247 complementares para um atendimento de qualidade na área da saúde, como no caso da instalação de brinquedotecas hospitalares. Esse panorama dificulta o cumprimento do que determina a Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005 dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedos nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Os artigos 1º e 2º desta lei esclarecem que: Art. 1º Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação. Art. 2º Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar. O fato de existir esse espaço disponível no hospital para o acesso dos hospitalizados, não significa que isso apenas basta. Existem determinações da vigilância sanitária quanto ao seu uso, o manejo dos materiais, e demais protocolos a serem cumpridos para que não ocorra a contaminação dos materiais e dos próprios usuários. Esses cuidados demandam a presença de profissionais bem preparados, com a formação adequada e específica para prestar o atendimento adequado nas brinquedotecas hospitalares. Porém, quando falamos em profissionais relacionados a hospital, é comum pensarmos diretamente em dois tipos de profissionais: os médicos e os enfermeiros. Atualmente os hospitais têm aberto as portas para outros profissionais, que têm colaborado com suas práticas durante o período de tratamento de saúde do hospitalizado. Esse é o caso de professores, pedagogos, arte-educadores e recreacionistas que também adentraram esta instituição, atuando em brinquedotecas hospitalares, em classes hospitalares, nos ambulatórios e até os que prestam atendimento pedagógico nos leitos quando necessário. Geralmente os profissionais da educação que atuam em instituições hospitalares públicas, têm vinculo com o estado ou município por concurso, ou seja, são efetivos e por interesse participaram de uma seleção (a partir da abertura de um edital público), para lotação em brinquedotecas hospitalares ou em classes hospitalares. Mesmo havendo esta possibilidade de inserção destes profissionais nos hospitais, existe a carência na formação dos mesmos para atuarem neste contexto.

37248 Contudo, apesar do amparo legal que garante o atendimento pedagógico em hospitais a escolares em tratamento de saúde, muitos cursos de formação de professore, como por exemplo, os cursos de Pedagogia, têm lacunas em suas grades curriculares no tocante a disciplinas com fundamentação teórica e prática, capazes de fornecer conhecimentos aprofundados que preparem esse profissionais para atuarem em contexto hospitalar. Por esta razão em muitas universidades os cursos de Pedagogia buscam com a proposição de Projetos de Extensão para atendimento pedagógico à escolares em tratamento de saúde, seja em classes hospitalares ou em brinquedotecas hospitalares, para amenizar a lacuna existente em suas grades curriculares, e assim fornecer os subsídios necessários para formação de seus alunos. Com os projetos de extensão são propiciadas as vivências de práticas pedagógicas em hospitais, com o intuito de garantir ainda na formação inicial do futuro pedagogo, a capacitação para atuar em contexto hospitalar com escolares afastados da escola para tratamento de saúde. De acordo com Cordoni Junior (2005, p. 06), projetos de extensão são projetos de intervenção [...] que irão orientar uma mudança ou transformação em uma dada realidade. Essa transformação pode se dar na estrutura e/ou no processo de determinada situação. Esses projetos além de servirem de instrumento mediador entre universidade e sociedade, possibilitam que esta instituição preste um retorno do capital intelectual que produz à realidade onde está inserida, e assim exerça sua dimensão e função social. Conforme descreve Sousa (2000, p. 13): A Universidade, como instituição social, tem incorporado, ao longo do tempo e em diferentes contextos, funções diversas. São atribuídas à Universidade as funções de transmissão, de produção e de Extensão do saber, sendo o ensino a função mais tradicional, pois se consubstancia na transmissão de conhecimentos. A Universidade tem, ainda, a função de socializar o saber que produz e, desta forma, é também responsabilizada pela integração social dos indivíduos. Nesse ponto é que se podem encontrar os sinais da existência da extensão Universitária, pois tanto a transmissão como a produção do saber serão sempre uma forma de prestação de serviços a alguém. Os projetos de extensão configuram-se como uma forma de garantir esse atendimento, bem como, da universidade cumprir o seu papel extensionista e social junto à comunidade local. Nesse sentido esses projetos também são hoje importantes mecanismos a garantir a formação de profissionais com a capacitação necessária para prestar atendimento pedagógico com escolares em tratamento de saúde. Destaco a importância dos projetos de extensão universitária em Pedagogia Hospitalar, porque somos proponentes e coordenamos um projeto de extensão nesta área desde 2003, que

37249 atualmente é intitulado Pedagogia Hospitalar: atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde-versão 2014 a 2015, por meio do qual foi realizada a presente pesquisa de cunho qualitativo, do tipo pesquisa ação. As atividades que foram realizadas pela pesquisa ação para coleta de dados neste projeto de extensão, foram desenvolvidas na brinquedoteca hospitalar da ala de Pediatria do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (Guarapuava- PR), pois nesta instituição não há classe hospitalar. O objetivo do projeto é o de propiciar atendimento educacional à escolares em tratamento de saúde, e o objetivo geral da pesquisa ação foi o de identificar as possiblidades de atendimento pedagógico em brinquedoteca hospitalar, principalmente porque neste caso não há no hospital uma classe hospitalar. A pesquisa ação contou com a participação de cerca de 40 acadêmicos do 4º ano matutino e 40 acadêmicos do 4º ano noturno, totalizando aproximadamente 80 acadêmicos de Pedagogia da UNICENTRO, do campus de Guarapuava-PR, que desenvolveram em 2014 atividades pedagógicas na brinquedoteca hospitalar, que para tanto envolveram também o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Na perspectiva extensionista a pesquisa proporcionou a oportunidade aos acadêmicos de levarem educação, através de atividades pedagógicas aos escolares em tratamento de saúde da comunidade guarapuavana, como também, aos demais escolares hospitalizados que residiam em municípios vizinhos como: Laranjeiras do Sul, Quedas do Iguaçu, Pitanga, Palmital, Turvo, Cantagalo, Nova Tebas, Pinhão, Prudentópolis, Inácio Martins, Rio Bonito do Iguaçu, Virmond, Santa Maria do Oeste, entre outros. Nesse sentido o projeto não só aproximou a universidade da sociedade, como tornou o ambiente hospitalar mais humano. A pesquisa envolveu o ensino, por meio da disciplina de Estágio Supervisionado em Gestão em Instituições Escolares e Não Escolares do curso de graduação em Pedagogia da UNICENTRO. Esta disciplina possibilitou aos acadêmicos de Pedagogia que estagiassem no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, por meio de convênio com a UNICENTRO, e assim coletássemos os dados desta intervenção em brinquedoteca hospitalar. E também envolveu o último tripé da universidade, o da pesquisa, propiciando aos acadêmicos de Pedagogia que também investigavam essa temática, a coletarem dados para aprofundamento das suas pesquisas de TCCs -Trabalho de Conclusão de Curso- sobre a escolarização hospitalizada. A coleta de dados dos acadêmicos ocorreu por meio de: observações e participação nas atividades desenvolvidas com os escolares em tratamento de saúde em brinquedoteca hospitalar; entrevistas junto à coordenação do projeto; registro de relatos apresentados em palestras proferidas por professores e pedagogos do SAREH- Serviço

37250 de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalizada, em hospitais de Curitiba, como o Hospital das Clínicas e Hospital Erasto Gaertner. Como a coordenação do projeto foi responsável por conduzir a pesquisa ação, esta também contou com alguns objetivos específicos que a nortearam, como: identificar as possiblidades e limitações na intervenção pedagógica com escolares em tratamento de saúde; propiciar ao acadêmico a oportunidade de desenvolver práticas e adquirir conhecimentos sobre a importância da atuação do Pedagogo em instituições não escolares; garantir a continuidade dos estudos das crianças hospitalizadas, com atividades didático-pedagógicas, que envolvessem a leitura individual e coletiva, como a contação de histórias da literatura infanto-juvenil, que foram dramatizadas pelos acadêmicos; explorar o lúdico por meio da leitura, de produções de textos, da contação de histórias e demais atividades como o jogo e a brincadeira com o intuito de desenvolver projetos interdisciplinares em torno de temáticas diversas e assim, verificar quais os estímulos que potencializam, a cognição, a imaginação, a criatividade do escolar hospitalizado. A pesquisa ação contou com três etapas: a primeira foi a inserção dos acadêmicos no projeto e a fundamentação teórica dos acadêmicos do 4º ano de Pedagogia da UNICENTRO, campus de Guarapuava, no Laboratório de Pedagogia Hospitalar, para retomar conteúdos que já haviam sido abordados na disciplina de Gestão em instituição escolar e não escolar, cursada no 3º ano do curso. Na segunda etapa o projeto de extensão propiciou à pesquisa ação promover uma visitação aos hospitais de Curitiba-Paraná, dentre eles Hospital Erasto Gaertner e Hospital de Clínicas, com o objetivo de oportunizar aos acadêmicos a participação em de palestras com pedagogos e professores dessas instituições, para conhecerem suas práticas pedagógicas de escolarização em brinquedotecas hospitalares, em classes hospitalares e nos leitos. De acordo com as pesquisas de Matos (2008, p. 83), defender a presença do pedagogo em hospitais representa: [...] dizer que a função do pedagogo está relacionada a todas as atividades de aprendizagem e de desenvolvimento humano, seja com crianças, jovens, adultos ou idosos, operários ou funcionários, obedecendo ao perfil da instituição em que se encontram, pois o papel do pedagogo também existe longe da escola. Por concordarmos com Matos (2008) que o pedagogo se faz necessário fora dos muros escolares, é que os acadêmicos inseridos no projeto de extensão, após as visitações em Curitiba-PR participaram, em uma terceira etapa da pesquisa ação, intervindo

37251 pedagogicamente com atividades práticas junto aos escolares hospitalizados no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, no município de Guarapuava no Paraná. Para tanto as primeiras etapas, do aprofundamento teórico e das palestras, foram cruciais para dar o norte as possibilidades educacionais em contexto hospitalar, bem como, o discernimento sobre o papel de pedagogos e professores em hospitais. A relevância desses profissionais consiste em serem verdadeiras pontes entre o hospital e a escola, possibilitando ao escolar em tratamento de saúde o saber que aprender é um ato contínuo [...] levando-se em consideração a velocidade com que ocorrem modificações na vida profissional causadas pelas incertezas e inseguranças do cotidiano (MAITO, 2013, p. 41). A seguir apresentaremos um cronograma resumido das atividades que são realizadas no Projeto de Extensão em Pedagogia Hospitalar da Universidade Estadual do Centro- Oeste/UNICENTRO- Guarapuava/PR, e que possibilitaram a realização da pesquisa ação. Locus Laboratório de Pedagogia Hospitalar na UNICENTRO- Campus de Guarapuava/PR Auditórios em hospitais em Curitiba-PR Cronograma do Projeto de Extensão Pedagogia Hospitalar- UNICENTRO ATIVIDADES ANUAIS Planejamento, organização, execução e supervisão das atividades anuais do projeto junto ao hospital e demais órgãos envolvidos; Apresentação e inserção dos acadêmicos do 4º ano de Pedagogia no Projeto de Extensão em Pedagogia Hospitalar; -Condução do estudo dirigido e revisão de literatura para fundamentação teórica; -Orientação no Laboratório de Pedagogia Hospitalar para elaboração de projeto interdisciplinar de estágio a ser executado no projeto de extensão na brinquedoteca hospitalar. -Palestras e visitação nas brinquedotecas hospitalares e classes hospitalares nos Hospitais Erasto Gaertner, Hospital das Clínicas em Curitiba-PR. Meses Janeiro a Novembro Abril Brinquedoteca do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo- Guarapuava/PR Laboratório de Pedagogia Hospitalar - Desenvolvimento das atividades pelos bolsistas e acadêmicos do 4º ano de Pedagogia na Brinquedoteca Hospitalar Ala Pediátrica do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, sob supervisão da coordenadora e acompanhamento dos bolsistas. Coordenadora: -Avaliação e Relatório Final; Bolsistas e estagiários: - Relatório anual das atividades realizadas no projeto Fonte: Tabela organizada pela autora com base nos dados obtidos em 2014 na pesquisa ação. Maio a Outubro Dezembro Importante destacar que as etapas da pesquisa ação só foram possíveis de serem realizadas em virtude do projeto de extensão contar com um Laboratório de Pedagogia

37252 Hospitalar na universidade, bem como, o convênio que é estabelecido entre a UNICENTRO e o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, e também com as parcerias realizadas com as pedagogas e professoras dos Hospitais de Curitiba. O presente projeto de extensão prevê para os próximos anos maiores possibilidades para tais atividades realizadas em cada etapa da pesquisa ação, pois passou a contar em 2015 com financiamento do Programa Universidade Sem Fronteiras, apoio este fundamental para que as ações realizadas durante doze anos sejam otimizadas, e assim, garantam a continuidade com qualidade das intervenções pedagógicas dos acadêmicos e dos bolsistas na brinquedoteca hospitalar, junto às crianças e adolescentes hospitalizados. Considerações Finais Ao longo da pesquisa, e em cada etapa foram coletados dados muito importantes, e que merecem ser aprofundados. No caso da primeira etapa verificamos que os acadêmicos do 4º ano de Pedagogia apesar de já terem cursado no 3º ano do curso uma disciplina que abordava a prática do pedagogo em contextos não escolares, tal disciplina ficou na superficialidade no tocante a escolarização hospitalar. Esses mesmos acadêmicos relataram ter pouco conhecimento sobre o atendimento pedagógico à escolares em tratamento de saúde em hospitais, em razão da falta de um aprofundamento teórico mais consistente sobre essa temática. Com esse dado verificamos a necessidade de uma abordagem mais profunda nas grades curriculares dos cursos de formação de professores, para que os acadêmicos sejam bem capacitados para atuar também em contexto hospitalar e domiciliar, com escolares em tratamento de saúde. Identificamos tanto na segunda etapa quanto na terceira etapa da pesquisa ação, que as brinquedotecas hospitalares, em unidades de saúde com serviço de internamento infantojuvenil, além de serem capazes de proporcionar momentos lúdicos, por meio de brincadeiras, jogos, fantasias, oficinas de artes, também são espaços capazes de garantir o direito à educação, a continuidade dos estudos por meio de atividades de escolarização hospitalar, quando seu espaço é otimizado também para essa finalidade, pela falta de uma classe hospitalar no hospital. Constatamos também que as práticas pedagógicas e lúdicas que foram desenvolvidas na terceira etapa da pesquisa ação no projeto de extensão, facilitaram a adaptação das crianças e adolescentes atendidos adaptação, e também auxiliaram e serviram como estímulo para enfrentar a realidade. Por outro lado, nesta mesma etapa verificamos junto aos acompanhantes

37253 dos hospitalizados que, apesar de reconhecerem a relevância e a importância do atendimento pedagógico, educacional, lúdico e recreativo prestado aos hospitalizados em tratamento de saúde, para muitas pessoas essa prática ainda é pouco conhecida. Enfim, com a pesquisa ação identificamos que as atividades pedagógicas realizadas pelo projeto de extensão em brinquedoteca hospitalar são importantíssimas, pois promoveram a motivação e adaptação das crianças e adolescentes hospitalizados, por meio de atividades pedagógicas e lúdicas capazes de humanizar o espaço hospitalar e de promover a qualidade de vida desses sujeitos durante sua estadia para tratamento de saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005. Lei que Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Brasília, 2005. CORDONI JUNIOR, Luiz. Elaboração e avaliação de projetos em saúde coletiva. Londrina: EDUEL, 2005. FONSECA, E. S. da; Atendimento escolar hospitalar: o trabalho pedagógico-educacional no ambiente escolar. A criança doente também estuda e aprende. Rio de Janeiro: UERJ, 2001. MAITO, V. P. Tecendo relações entre formação de professores, paradigmas educacionais e a atuação no atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde. In: MATOS, E.L.M., FERREIRA.J. De L. (orgs): Formação Pedagógica para atendimento ao escolar em tratamento de saúde: redes de possibilidades online. Petrópolis: Vozes. 2013. p. 40 57. MATOS, Elizete Lúcia Moreira; MUGIATTI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Pedagogia hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. Petrópolis: Vozes, 2008. OLIVEIRA, Vera Barros. O lúdico na realidade hospitalar. In: VIEGAS, Drauzio. Brinquedoteca hospitalar: isto é humanização. Rio de Janeiro: Wak, 2007. SOUSA, Ana Luiza Lima. A história da extensão universitária. Campinas, SP: Alínea, 2000.