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Transcrição:

PANORAMA CONJUNTURAL A Economia Brasileira em 2017 Dezembro de 2017 Publicado em Fevereiro de 2018 O ano de 2017 marcou o final da recessão iniciada no Brasil a partir do segundo trimestre de 2014. A expecta-tiva, principalmente após o resultado da indústria em dezembro do ano passado, é de crescimento do PIB brasileiro em 2017 acima de 1,0%. O comportamento da indústria brasileira em 2017, como pode ser observado pela média móvel trimestral (gráfico nº 1), tanto da indústria em geral como de transformação, também foi de gradual recuperação, na série com ajuste sazonal, principalmente a partir de maio. Do ponto de vista da variação anual, gráfico n º 2), é o primeiro resultado positivo para a indústria desde 2013. Como destacado no Panorama Conjuntural FIEA anterior, os fatores que tem sido apontados pelos analistas como os principais responsáveis pelo início da recuperação da indústria em 2017, são: a retomada no setor de agronegócios, o crescimento das exportações e o gradual aumento do consumo das famílias, em função da liberação do FGTS, maior acesso a linhas de crédito e diminuição da inflação e da taxa de desemprego. No tocante ao primeiro fator os reflexos foram sentidos, principalmente no primeiro semestre, no setor de bens de capital. No caso do crescimento das exportações o setor mais favorecido da indústria foi o automobilístico que tem um peso importante na categoria de bens de consumo duráveis e na indústra como um todo. Todos estes fatores contribuíram para um crescimento da produção industrial no quarto trimestre do ano passado de 4,9%, ou seja, o dobro da taxa acumulada do ano de 2,5%. Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 1

No tocante as vendas reais do comércio varejista houve também muita oscilação na taxa mensal dessazonalizada, mas, diferentemente do comportamento da indústria, a média móvel trimestral (gráfico nº 3) aponta para uma tendência de queda no segundo semestre de 2017, tando para o comércio restrito e ampliado. De acordo com o IEDI, o desempenho do varejo tem mostrado fraquezas desde meados de 2017, o que sugere que, a despeito da melhora do poder aquisitivo da população com a queda da inflação e do retorno do crédito a juros cadentes para as famílias, ainda falta mais consistência à reação do setor. Maior progresso na recuperação do emprego é um dos fatores positivos ainda ausentes. De todo modo, a despeito dessas observações que sugerem cautela à evolução recente do comércio varejista, bases muito baixas de comparação garantiram que o setor concluísse 2017 com um retorno ao azul. No acumulado do ano a alta das vendas reais chegou a 2,0% no varejo restrito e a 4,0% no varejo ampliado. O setor de serviços, após oscilar bastante, fechou o ano de 2017, assim como a indústria, com a tendência da média móvel trimestral de seu volume de vendas em alta (gráfico nº4). De acordo com o IBGE, este resultado positivo na margem deveu-se as altas nos segmentos de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (2,3%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%) e Outros serviços (0,7%), sendo que os dois primeiros segmentos avançaram pelo segundo mês consecutivo, com variações de 0,9% e 0,8%, respectivamente, em novembro. Em síntese, não há dúvida que 2017 representou o ano da recuperação gradual da economia brasileira, principalmente para o setor industrial. A mediana das expectativas do mercado para o crescimento do PIB brasileiro em 2018 é de 2,7%aa e no caso da indústria de 3,26%aa. A consolidação deste cenário, todavia, dependerá dos níveis de instabilidade interna (contexto político) e externa (efeito Trump, principalmente no comércio exterior). Ano 4 - nº 43 - Dezembro de 2017 2

Selic a 6,75%aa é a mais baixa da história Na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), o BCB baixou a taxa básica de juros selic para 6,75%aa o menor patamar da série histórica. O IPCA de janeiro, segundo o IBGE, continuou abaixo do piso da meta, com 2,86%. Este foi o IPCA mais baixo para os meses de janeiro desde a criação do Plano Real. De acordo com o departamento econômico do Bradesco, a desaceleração em relação a dezembro (alta de 0,44%) refletiu a menor variação de quatro dos nove grupos que compõem o índice, com destaque para vestuário, que passou de uma alta de 0,84% para uma queda de 0,98%. Destacou-se também o grupo de habitação, que influenciado pela mudança do regime de bandeira (de vermelha 1 em dezembro para verde em janeiro) passou de -0,40% para -0,85%. Em função da inflação em janeiro vir abaixo das expectativas do mercado, aumentou a aposta em mais uma redução de 25 pontos base na próxima reunião do COPOM em março apesar da ata da reunião de fevereiro sinalizar com o fim do ciclo de baixa da selic. A mediana das expectativas do mercado financeiro captada pela pesquisa semanal realizada pelo BCB (Focus) aponta para um longo período de inflação abaixo do centro da meta de 4,5%aa: 3,84%aa em 2018; 4,25%aa em 2019; 4,0%aa em 2020; 4,0%aa em 2021; e 4,0%aa em 2022. Como o mercado trabalha com uma taxa básica real de juros de médio prazo de 4,0%aa, a aposta é que a selic manter-se-ia em 6,75%aa ao longo de 2018, ou seja, com juro real básico de 2,7%aa para estimular a atividade econômica, mas subiria para 8,0%aa a partir de 2019 até 2022. A nossa expectativa era que o BCB manteria a taxa em 7,0%aa, mas a inflação tem apresentado um comportamento benigno bem acima das expectativas do mercado e com IPCA abaixo do piso da meta de 3,0%aa fica difícil manter a selic. Quanto a mais uma redução em março a probabilidade é baixa, o mercado estima em 30%, em função da maior instabilidade interna, contexto político e possível adiamento da reforma da previdência, e externa com risco de alta volatilidade das bolsas impactando, como reflexo de um possível aumento da taxa de juros americana, desfavoravelmente a taxa de câmbio. Ano 4- nº 43 - Dezembro de 2017 3

A produção Industrial Brasileira em dezembro de 2017 O desempenho da indústria brasileira em dezembro de 2017 apresentou, no levantamento com ajuste sazonal, crescimento na margem de 2,8%. Na comparação com o mesmo mês em 2016 a indústria registrou aumento de 4,3%. De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), o final do ano passado trouxe sinais promissores para o desempenho industrial nos primeiros meses de 2018, a exemplo da alta de 2,8% em dezembro frente a novembro, consistindo no melhor resultado desde junho de 2013 na série com ajuste sazonal, bem como da evolução favorável dos indicadores de confiança dos empresários do setor. Esta foi uma forma favorável de encerrar 2017, o primeiro ano de recuperação da indústria depois de um longo período de aguda crise. Variações positivas marcaram a maior parte dos últimos doze meses e a maioria (19 de 26) dos ramos acompanhados pelo IBGE, indicando consistência da evolução. Deste modo, o crescimento da produção no acumulado do ano atingiu 2,5%. O que se espera em 2018 é que a reação industrial ganhe mais vitalidade. Este é um aspecto importante porque há muito o que recuperar para que o setor volte a ser o que era antes da crise. Basta notar, por exemplo, que em dezembro de 2017, o nível de produção ainda estava quase 14% abaixo do pico de junho de 2013 ou que o avanço de 2,5% da indústria em 2017 ficou muito aquém de compensar as perdas de 2016 (-6,4%), isto é, de apenas um dos três anos de queda pelos quais o setor passou. Ano 4 - nº 43 - Dezembro de 2017 4

Ainda segundo o IEDI, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação, de acordo com a série da FGV com ajustes sazonais, foi de 74,7% em dezembro de 2017. O indicador ficou praticamente estável frente ao mês imediatamente anterior (+0,1 ponto percentual) e subiu 1,5 ponto percentual ante dezembro de 2016. O atual nível de utilização continua inferior à média histórica do próprio indicador (80,4%). Já o indicador da CNI encerrou o ano de 2017 em 78% no mês de dezembro, já descontados os efeitos sazonais. Frente ao mês anterior o avanço também foi de apenas 0,1% e frente a dezembro de 2016, de +1,6 ponto percentual. Manteve-se, contudo, abaixo da média histórica de 80,4%. Ano 4- nº 43 - Dezembro de 2017 5

Indicadores Conjunturais da Economia Brasileira Ano 4 - nº 43 - Dezembro de 2017 6

Ano 4- nº 43 - Dezembro de 2017 7

Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Publicação mensal da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente José da Silva Nogueira Filho Unidade Técnica UNITEC/FIEA Coordenador Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá Informações Técnicas Reynaldo Rubem Ferreira Júnior - 82 2121.3085 l 2121.3079 Luciana Santa Rita - 82 2121.3085 l 2121.3079 Diagramação Núcleo de Inovação e Pesquisa Endereço: Av. Fernandes Lima, 385 - Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 6º andar - CEP: 57.055-902