AS SALAS DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E A PRATICA DOCENTE. Introdução Carlos Roberto das Virgens Sirlene de Souza Benedito das Virgens Antonio Sales Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Não faz muito tempo que o computador em escola brasileira era, quando muito, privilégio de Escolas de elite. Seu uso praticamente se restringia a processar textos e a internet era novidade em atividades de ensino. Hoje esses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de aparatos webtecnológicos disponíveis. Segundo Gregio (2005), a implantação das primeiras salas de tecnologia de comunicação e Informação se deu por volta de 1998. Por intermédio dessa informação, podemos observar que, em questões de integração de recursos tecnológicos, a educação está sempre em busca de novos avanços. Entretanto, encontramos muitos obstáculos e dificuldades, acrescidos da falta de habilidade no uso dessas ferramentas especialmente por nós, professores com formação mais antigas. A atitude de cada professor tem relação com a relacionada à sua formação. E por essa razão há os que não utilizam tecnologias porque não aprenderam na graduação. Os cursos de licenciatura ainda reproduzem o que as gerações anteriores faziam. O professor tem em casa computador, DVDs, máquinas fotográficas digitais, mas não se lembram de usá-los como ferramenta didática e muitos parecem não ter se dado conta da necessidade de se mobilizar para buscar capacitação para o uso pedagógico desses recursos. Uma parcela importante ainda utiliza tecnologia para tarefas como preparar provas, lançar notas, apresentar conteúdos. Em nossa Vivência temos percebido que há uma lacuna entre alunos e professores em relação as tecnologias, citando Brito (2006), o computador na escola apresenta uma característica específica: com freqüência, o aluno domina muito mais essa tecnologia do que o seu professor e também passa a manipulá-la sem medo e sem restrições.
Objetivos Verificar a estrutura webtecnológica da Escola Estadual Angelina Jaime Tebet da rede estadual de ensino do estado de Mato Grosso do Sul, na concepção dos docentes que lecionam na escola; Analisar o uso pedagógico da Sala de Tecnologia Educacional pelos professores regentes. Metodologia O trabalho se realizou com uma pesquisa qualitativa, buscou informações sobre uma Sala de Tecnologia Educacional da Escola Estadual Angelina Jaime Tebet da rede estadual de ensino fundamental e ensino médio do estado de Mato Grosso do Sul, no município de Ivinhema. Primeiramente foi realizado um levantamento da utilização da sala de tecnologia, através dos relatórios mensais da sala de tecnologias educacionais elaborado pelos docentes lotados na STE, do segundo semestre do ano de dois mil e dez e primeiro semestre do ano de dois mil e onze, nos períodos matutino, vespertino e noturno, nas turmas de ensino fundamental, ensino médio e EJA. Em seguida foi elaborado um questionário aberto para realização de entrevista com os professores regentes, onde foi verificado como eles entendem seu papel e como podem colaborar no processo educativo com as novas tecnologias. Foram tabulados os resultados e feito uma analise através de referências bibliográficas. Resultados e Discussão Participaram da pesquisa cerca de 20 professores que lecionam no ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA, efetivos ou temporários, dos participantes da pesquisa (70%) eram do sexo feminino. A idade variava de 25 a 55 anos, com média de 33 anos. A maioria (80%) tem mais de 10 anos que lecionam. Na analise dos relatórios de utilização da STE verificou-se que das aulas disponíveis a média de utilização é de (86%), sendo que as disciplinas que mais utilizam são das áreas humanas e biológicas com (76%), ficando as exatas com 24%. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevistas com o objetivo de conhecer cada
docente, e o seu cotidiano na Escola Estadual Angelina Jaime Tebet, no município de Ivinhema-Ms. Na questão de nº. 1, foi perguntado se o professor considera a escola uma instituição avançada tecnologicamente. Percentual dos que consideram a escola uma instituição avançada tecnologicamente. 5% 20% SIM NÃO PARCIALMENTE 75% Gráfico 1: Dados da pesquisa De acordo com o gráfico a grande maioria respondeu que sim, citaram que a escola possui computadores com Internet, data show, filmadora, DVDs, televisão, aparelho de DVD e outros. No item nº. 2, questiona os professores quanto aos recursos utilizados por ele nas aulas na Sala de Tecnologia. Recursos Utilizados na STE 30% 5% 20% 45% Pesquisa Internet software Editores de Textos Jogos Educativos Gráfico 2. Dados da pesquisa Um bom número de professores 45% admitem que o principal recurso utilizado é a Internet para a pesquisa de conteúdo, outros 30% usam software e jogos educativos como ferramentas de aprendizagem e apenas 5% usam editores de texto. De acordo com Valente (2001, pag 35) o professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os
alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los. Na alternativa de nº. 3, foi questionado se os professores consideram que a STE (Sala de Tecnologia Educacional) tem contribuído para a melhoria do processo de Ensino aprendizagem na Escola. Contribuição das STEs para o Ensino Aprendizagem 15% 10% Sim Não Não Respondeu 75% Gráfico 3. Dados da pesquisa. Nessa questão ficou evidente que 75 dos professores, acreditam que a Sala de Tecnologia Educacional esta contribuindo com a aprendizagem dos alunos. O questionamento nos mostra ainda que essas salas têm uma função de grande relevância, porque auxiliam na mediação pedagógica, aumentam a interatividade entre aluno e professor, levando um mundo de conhecimento para dentro da sala de aula, através de várias formas, principalmente a Internet que vem se desenvolvendo muito rapidamente. Segundo Almeida filho (2006), a formação e qualificação dos docentes têm uma colaboração na mudança de paradigmas tradicionais em relação ao processo de ensino e aprendizagem, ou seja, elas se apresentam como uma nova maneira de ensinar e aprender. Considerações Finais Após a analise dos questionários acima conclui-se que o professor detém um lugar de destaque na aprendizagem porque possui uma formação específica, sendo legitimado por sua formação acadêmica para trabalhar nessa área. Para que a atuação do professor seja satisfatória, ele necessita estar constantemente se atualizando e estudando. A formação continuada do profissional é processo constante, permitindo a análise da teoria na prática, além de desenvolver o senso
reflexivo sobre a sua atuação. Porém, a realidade, nem sempre, proporciona isso devido à pequena disponibilidade de tempo ou à distância, o que vem sendo resolvido com os cursos à distância. Conforme essa pesquisa as Salas de Tecnologias Educacionais constituem uma ferramenta que pode facilitar na inovação de propostas pedagógicas alternativas, bem como no contato com o conhecimento de ponta para poder comparar e avaliar as propostas. Isso se faz possível, uma vez que as escolas se encontram equipadas tecnologicamente, com as suas Salas de Tecnologias Educacionais. Enfim, para a construção do conhecimento do aluno atual, o professor assume o papel do mediador e orientador, que pode ser designado não somente ao professor, como também a outro sujeito com maior conhecimento sobre o assunto desenvolvido. O professor, com o uso das STEs (Salas de Tecnologias Educacionais), podem se tornar orientadores do processo de aprendizagem. Referências ALMEIDA FILHO, J. C. P. Conhecer e desenvolver a competência profissional dos professores de LE. In contecturas: Ensinos Criticos de Língua Inglesa. São Paulo. n. 9. p. 9-19. 2006. BRITO, Glaucia da Silva, Puridicação, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba, PR. Ed.Ibpex, 1 Edição - 2006. GREGIO, B. M. A. O uso das TICs e a formação inicial e continuada de professores do ensino fundamental da escola pública estadual de Campo Grande-MS: uma realidade a ser estudada. 2005. 358 f. tese (mestrado em educação)- Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande-MS, 2005. VALENTE, José Armando (Orgs) Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula São Paulo, SP. Editora Cortez 2001, p. 31-41.