RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

Embrapa Pecuária Sudeste CPPSE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Nome da tecnologia: Brinco Eletrônico Ano base da avaliação: 2013 Equipe de Avaliação: Adilson Marcio Malagutti André Luiz Monteiro Novo São Carlos, 07 de março de 2014 1

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA 1.- IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título Brinco Eletrônico 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Dentre os benefícios para o público alvo, estabelecidos no V PDE, selecionou-se o mais aderente à tecnologia avaliada, em função dos impactos gerados e dos seus beneficiários, conforme apresentado na tabela 1. Tabela 1 benefícios para o público alvo conforme V PDE Benefícios para o Público Alvo X Consolidação do Brasil como líder na produção de alimentos, fibras e agroenergia Ampliação contínua da competitividade da agricultura, com foco na agregação de valor aos produtos Alimentos seguros e segurança alimentar Produção sustentável nos biomas, conservação, valoração e uso eficiente dos recursos e da biodiversidade Redução dos desequilíbrios regionais entre as regiões do País Inserção social e econômica da agricultura familiar, das comunidades tradicionais e dos pequenos e médios empreendimentos Não se aplica 1.3. Descrição Sucinta Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil tem mais de 83% das suas 195 milhões de cabeças em áreas livres da febre aftosa, uma doença altamente contagiosa e economicamente devastadora. Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo com 1,94 mi t, segundo o SECEX / MAPA. Interferências tecnológicas, econômicas e legais, crescentes a cada ano, já estão afetando diretamente a cadeia produtiva da carne e a tendência é que venha a ser maior esse tipo de intervenções na cadeia. Com o advento da doença da Vaca- Louca, que abalou o comércio internacional da carne, a UE passou a exigir de seus exportadores a rastreabilidade de toda a carne comercializada para a UE, como forma de conhecer e garantir todo o histórico do animal. A identificação segura dos animais é a base para a maior parte das funções do sistema de manejo que resultam em progressos zootécnicos, controle e economia da produção. Os sistemas tradicionalmente utilizados, como brincos, colares, tatuagens e ferro quente, resultam em uma identificação prática de cada animal do rebanho. Todavia esses sistemas apresentam dificuldade de visualização à distância, necessidade de contenção do animal, problemas na leitura devido a abrasão dos caracteres, sujeiras e erros de transcrição, além da possibilidade de duplicação de número. Um sistema de identificação ideal, deve reunir as seguintes características: visualização à distância, facilidade de aplicação, ausência de erros de leitura, baixo índice de perda, garantir a unicidade do número de identificação; leitura em qualquer situação (sujeira, sob chuva, etc.). Além das características citadas, deve ter preço 2

acessível para o produtor e ser adaptado às necessidades do mercado interno e externo. No Brasil, diversas pesquisas têm sido desenvolvidas, no que diz respeito à identificação animal e rastreabilidade. Muitas vertentes assinalam para a identificação eletrônica de animais utilizando os microchips chamados transponders. Países da Europa, Estados Unidos, Canadá, México, Austrália, Brasil, Argentina, Uruguai e Chile já adotaram sistemas de rastreabilidades e utilizam de forma obrigatória ou não a identificação eletrônica. Brincos eletrônicos proporcionam uma identificação segura dos animais, base para um sistema de identificação e rastreabilidade. Assim, são mercados potenciais para sistemas de identificação eletrônica países com grande rebanho e sistema de rastreabilidade organizado. O objetivo do brinco eletrônico foi oferecer ao mercado um sistema de identificação eletrônica de bovinos e ovinos para a rastreabilidade, composto por um brinco eletrônico e um brinco plástico visual. O brinco eletrônico com um transponder read and write, para possibilitar a gravação de informações relativas a rastreabilidade na sua memória, de acordo com as normas ISO 11784 e ISO 14223 parte 1. O sistema desenvolvido tem as seguintes características: 100% nacional; custo acessível aos produtores rurais; qualidade e desempenho certificados por organismos internacionais e nacionais; homologado nos diversos mercados consumidores. 1.4. Ano de Lançamento: 2010 1.5. Ano de Início de adoção: 2011 1.6. Abrangência Informações obtidas com os pesquisadores da Unidade e com a empresa Korth RFID Ltda, licenciada para o uso comercial da tecnologia, indicam que o Brinco Eletrônico está em uso nos estados brasileiros apresentados na tabela 2. O produto é vendido atualmente pela Korth RFID Ltda para outros países, com destaque para Bolívia, Colômbia e Paraguai. Tabela 2 Estados brasileiros onde a tecnologia está implantada Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul AL AC DF ES PR BA AM GO MG RS CE AP MS x RJ SC MA PA MT x SP x PB RO PE RR PI TO RN SE 1.7. Beneficiários Os beneficiários diretos da tecnologia são os pecuaristas distribuídos em todo território nacional e em outros países. Indiretamente toda a cadeia produtiva da carne bovina, inclusive os consumidores finais, se beneficiam do maior controle zootécnico que o brinco eletrônico proporciona. 3

2.- IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA A tecnologia se insere de forma mais característica na cadeia produtiva da pecuária bovina de corte, que de modo geral é conduzida a pasto de forma extensiva. Nessa cadeia produtiva, a tecnologia está inserida dentro do sistema de produção adotado pelo pecuarista, onde os impactos mais pronunciados são o maior controle dos insumos utilizados na produção e no acompanhamento do desempenho dos animais. 3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1- Avaliação dos Impactos Os impactos econômicos gerados pela tecnologia foram comparados com a situação anterior, ou seja, comparou-se a atividade de produção de carne bovina que o pecuarista já exercia, com a nova forma de trabalho adotada a partir da inclusão do brinco eletrônico e eventual agregação de valor ao produto comercializado. A tecnologia gera impactos econômicos? sim ( x ) não ( ) Os benefícios econômicos gerados enquadram-se na categoria de agregação de valor. A participação da Embrapa na geração e transferência da tecnologia concentra-se na atuação de um pesquisador (Dr Waldomiro Barioni) junto à empresa Korth RFID Ltda, que tem com a Embrapa, contrato de produção e comercialização do sistema patenteado para identificação e monitoramento de animais. Nesse trabalho, considerou-se a participação da Embrapa Pecuária Sudeste em 30%. A área de adoção da tecnologia (número de animiais que utilizaram a identificação) apresentada na tabela 3 segue proposta citada por BALBINO et al (2011) e utiliza dados do relatório de royalties elaborado pela Embrapa Produtos e Mercado (SPM) e pela empresa Korth. Para o cálculo do impacto econômico comparou-se a renda obtida na propriedade antes e depois de adotar o sistema de identificação eletrônico, segundo dados de LOPES (2008). O preço recebido pelo produtor, por arroba de carne bovina, foi apurado de acordo com as informações da série de preços nominais Brasil, para cada ano, divulgadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada CPEA/ESALQ/USP. Dessa forma, as oscilações no preço recebido pelo produtor estão consideradas no cálculo. Na apuração da renda com o produto atual (após adoção do brinco eletrônico) foi descontado o aumento no custo de produção em função da maior adoção de tecnologias, estimado de acordo com o proposto por LOPES (2008). 4

Tabela 3 impactos econômicos Cálculo do benefício econômico Renda com Renda com Renda Participação Ganho Líquido Área de Produto Produto Adicional da Embrapa - Embrapa - Adoção (nº de Ano Anterior - Atual - Obtida R$/ha CPPSE (%) CPPSE R$/UM animais) R$/animal R$/animal Benefício Econômico anual (A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) F=(CxD) G2=(ExF) 2011 1.526,25 1.537,85 11,6 30% 3,48 8.100 28.188,00 2012 1.444,50 1.458,70 14,20 30% 4,26 147.294 627.472,00 2013 1.692,45 1.710,25 17,80 30% 5,34 106.858 570.621,72 3.2.- Análise dos impactos econômicos A agregação de valor na arroba comercializada é proporcionalmente maior ao aumento no custo de produção, proporcionando a geração de benefício econômico positivo. Analisando-se os dados de 2011 a 2013, verificou-se que a relação benefício/custo está positiva para a Embrapa em 1,73 3.3. Fonte de dados Os dados utilizados nesse trabalho foram obtidos em publicações especializadas, em entrevistas com pesquisador e pela aplicação da metodologia de avaliação de impacto a um pecuarista. O pecuarista é proprietário da terra, com a produção orientada para o mercado, no município listado na tabela 4. Esperava-se visitar outras propriedades nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de produtores da Colômbia e Paraguai, mas devido à restrição de cotas de viagens por parte da Embrapa, esse trabalho não pode ser executado. Tabela 4 impactos econômicos - consultas realizadas por município Técnico ou Produtor Patronal pesquisador Municípios Estado Total Pequeno Grande Comercial /Médio Franca SP 0 0 0 1 1 Total 1 0 0 1 1 4. - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1.- Avaliação dos Impactos O sistema Ambitec-Social é um método integrado, adequado para aplicação em campo na avaliação social de inovações tecnológicas agropecuárias. Proporciona uma medida da contribuição da tecnologia para o desenvolvimento local sustentável. (RODRIGUES, 2008). A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social? sim ( x ) não ( ) Um dos aspectos analisados pela metodologia AMBITEC social é o emprego (tabela 5). Nesse aspecto a tecnologia mostra uma necessidade de 5

capacitação (nota 1,8 em uma escala de -15 a + 15), fato que é esperado por tratar-se de um processo de transferência de tecnologias que provoca mudanças nas práticas habituais do pecuarista. Os demais indicadores não foram alterados, segundo a percepção do entrevistado. Tabela 5 - Impactos sociais aspecto emprego Capacitação Sim 0 1,80 1,80 Oportunidade de emprego local qualificado Sim 0 0 0 Oferta de emprego e condição do Sim 0 0 0 trabalhador Qualidade do emprego Sim 0 0 0 O aspecto renda avaliado pela metodologia AMBITEC social, apresentado na tabela 6, mostrou que a geração de renda no estabelecimento é afetada positivamente pela adoção das tecnologias (nota 1,30). Os indicadores Diversidade de fonte de renda e valor da propriedade não foram afetados. Tabela 6 - Impactos sociais aspecto renda Geração de Renda do estabelecimento Sim 0 1,30 1,30 Diversidade de fonte de renda Sim 0 0 0 Valor da propriedade Sim 0 0 0 O aspecto nutrição e saúde, apresentado na tabela 7, em seu indicador saúde ambiental e pessoal não mostrou-se alterado. O indicador segurança e saúde ocupacional obteve nota positiva (nota 1,5) por ter reduzido a exposição a fatores de periculosidade em função da mudança na forma de trabalho. Houve redução a exposição dos trabalhadores e consumidores de carne bovina aos agentes biológicos relacionados a doenças e a produtos químicos utilizados no manejo dos animais, em função do maior controle dos fatores de produção à partir da adoção do brinco eletrônico. Dessa forma, o indicador segurança alimentar, foi influenciado positivamente (nota 1,50). Tabela 7 - Impactos sociais aspecto nutrição e saúde Saúde ambiental e pessoal Sim 0 0 0 Segurança e saúde ocupacional Sim 0 1,50 1,50 Segurança alimentar Sim 0 1,50 1,50. 6

Outro aspecto analisado pelo AMBITEC Social é a gestão e administração (tabela 8), onde o indicador dedicação e perfil do responsável foi afetado positivamente com nota 1,50, sugerindo necessidade de aprimoramento nos aspectos gerenciais do negócio, pois mostrou aumento da capacitação dirigida à atividade e melhoria no planejamento formal. Os indicadores condição de comercialização, disposição de resíduos e relacionamento institucional não foram alterados. Tabela 8 - Impactos sociais aspecto gestão e administração Dedicação e perfil do responsável Sim 0 1,50 1,50 Condição de comercialização Sim 0 0 0 Disposição de resíduos Sim 0 0 0 Relacionamento institucional Sim 0 0 0 4.2.- Análise dos Resultados A avaliação do impacto social da adoção da tecnologia, através da metodologia AMBITEC social, mostrou resultado positivo, com nota média geral ponderada de 0,45 (de uma escala variando de -15 a + 15), conforme apresentado na tabela 9. Com tal resultado a tecnologia pode ser considerada adequada e recomendável para aplicação em campo, pois atende à expectativa de maximizar os impactos sociais positivos e garantir que a tecnologia contribua com uma atuação socialmente responsável. Tabela 9 - Impactos sociais média ponderada de todos os indicadores Tipo 1 Tipo 2 0 0,45 0,45 4.3.- Impactos sobre o Emprego Os impactos da adoção da tecnologia sobre o emprego foram avaliados em conformidade com a metodologia apresentada por AVILA (2008). As informações obtidas não indicaram haver alteração na quantidade de empregos gerados dentro da propriedade rural (Tabela 10) Tabela 10 impactos sociais - número de empregos gerados Ano Emprego adicional por Propriedades Não se Quantidade de emprego gerado propriedade adicionais aplica (A) (B) C= (AXB) 2011 0 0 0 2012 0 0 0 2013 0 0 0 7

4.4. Fonte de dados O usuário da tecnologia entrevistado é pecuarista proprietário da terra, com produção orientada para o mercado, conforme listado na tabela 11. Tabela 11 impactos sociais - número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Patronal Técnico ou Pequeno/ Grande Comercial pesquisador Médio Total Franca SP 0 0 0 1 1 Total - 0 0 0 1 1 5.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1.- Avaliação dos impactos Sistemas de avaliação de impactos ambientais devem ser direcionados à indicação de tendências e magnitudes de impactos, sem a preocupação de fornecer números precisos ou inventários detalhados de estado do ambiente (RODRIGUES, 2008). O sistema AMBITEC-ambiental baseia-se num conjunto de indicadores e componentes envolvendo seis aspectos de caracterização do impacto ambiental alcance da tecnologia (abrangência e influência), eficiência tecnológica, conservação ambiental, recuperação ambiental, qualidade do produto, capital social e bem-estar e saúde do animal. A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC? sim ( x ) não ( ) 5.1.1.- Alcance da Tecnologia Relatório de pagamento de royalties produzido pela Embrapa Produtos e Mercado (2013) indica que até o último dia do ano de 2013 foram vendidos identificadores suficientes para a aplicação em 262.252 animais. Países como Bolívia, Colômbia e Paraguai parecem mais adeptos à tecnologia do que os pecuaristas brasileiros, por motivos que não puderam ser detectados nesse primeiro ano de acompanhamento da tecnologia. 5.1.2.- Eficiência Tecnológica A eficiência tecnológica refere-se à contribuição da tecnologia para a redução da dependência no uso de insumos, sejam esses insumos tecnológicos ou naturais. Os indicadores de eficiência tecnológica são uso de agroquímicos, uso de energia e uso de recursos naturais. Os resultados apurados são apresentados na tabela 12. 8

Tabela 12 impactos ambientais - eficiência tecnológica Uso de agroquímicos, insumos e materiais Sim 0-3,50-3,50 Uso de energia Sim 0 0 0 Uso de recursos naturais Sim 0 0 0 O indicador uso de agroquímicos, insumos e materiais apurou nota negativa de -3,50, influenciado pelo relato de que com a melhor gestão do rebanho, aumentou o consumo de suplementos. Os indicadores uso de energia e uso de recursos naturais não apresentaram alterações. 5.1.3.- Conservação Ambiental A contribuição da tecnologia para a conservação ambiental é avaliada segundo o seu efeito na qualidade dos compartimentos do ambiente, ou seja, atmosfera, qualidade do solo e da água, biodiversidade e geração de resíduos sólidos, conforme apresentados na tabela 13. Tabela 13 impactos ambientais - Conservação Ambiental Atmosfera Sim 0 0 0 Qualidade do solo Sim 0 0 0 Qualidade da água Sim 0 0 0 Biodiversidade Sim 0 0 0 Geração de resíduos sólidos Sim 0 0 0 Nenhum dos aspectos analisados mostrou-se alterado pela adoção da tecnologia. 5.1.4.- Recuperação Ambiental A recuperação ambiental inclui-se no sistema de avaliação de impacto ambiental em decorrência do estado de degradação das propriedades rurais observado em praticamente todas as regiões agrícolas do País, impondo que o resgate desse passivo ambiental deva ser uma prioridade de todos os processos de inovação tecnológica agropecuária. Este aspecto da avaliação refere-se à efetiva contribuição da inovação para a recuperação na propriedade das áreas degradadas, das áreas de preservação permanente e das áreas de mananciais (tabela 14). O indicador não foi alterado. Tabela 14- impactos ambientais - Recuperação Ambiental Tipo 2 (* *) Recuperação Ambiental Sim 0 0 0 9

5.1.5.- Qualidade do Produto A qualidade do produto refere-se aos efeitos da tecnologia em termos de conteúdo de adit ivos, resíduos químicos e contaminant es biológicos. Considerouse esse aspecto aplicável em termos de avaliação, pois foram utilizados os critérios do AMBITEC produção animal (não deve-se avaliar esse aspecto quando utilizar-se a metodologia AMBITEC Agro). Houve um benefício muito pronunciado na qualidade do produto, conforme apresentado na tabela 15. Tabela 15 impactos ambientais - Qualidade do Produto Tipo 2 (* ) Qualidade do produto Sim 0 5,3 5,3 5.1.6.- Capital Social A metodologia AMBITEC ambiental propõe que esse item seja preenchido somente quando a tecnologia for avaliada segundo os critérios do AMBITEC Agroindústria e por isso, não foi avaliado nesse trabalho. 5.1.7. Bem-estar e saúde do animal As questões relativas ao bem-estar, à saúde e à segurança animal são avaliadas no âmbito das áreas de pastagem ou de permanência extensiva dos animais (tabela 16). Tabela 16 impactos ambientais - bem-estar e saúde do animal Bem-estar e saúde do animal Sim 0 0 0 Os atributos conforto térmico, acesso a fontes de água e de suplementos não apresentaram alterações. 5.2.- Índice de Impacto Ambiental A avaliação do impacto ambiental da adoção da tecnologia, através da metodologia AMBITEC mostrou resultado ligeiramente positivo, com nota média geral ponderada de 0,16 (de uma escala variando de -15 a + 15), conforme apresentado na tabela 17. Atenção deve ser dada ao indicador que apresent ou maior nota, qualidade do produto, com nota 5,3, pois pode ser a característica ambientais mais positiva da tecnologia. Com tal resultado a tecnologia pode ser considerada adequada e recomendável para aplicação em campo, pois atende à expectativa de minimizar os impactos ambientais negativos das atividades agropecuárias. 10

Tabela 17 impactos ambientais - média ponderada de todos os indicadores Tipo 1 Tipo 2 0 0,16 0,16 5.3. Fonte de dados O usuário da tecnologia entrevistado é pecuarista proprietário da terra, com produção orientada para o mercado, conforme tabela 18. Tabela 18 impactos ambientais - número de consultas realizadas por município Técnico ou Produtor Patronal Municípios Estado pesquisador Pequeno Pequeno /Médio Grande Comercial Total Franca SP 0 0 0 1 1 Total 0 0 0 1 1 6. CUSTOS DA TECNOLOGIA 6.1 - Estimativa dos Custos A tabela 19 apresenta uma estimativa dos gastos com pessoal, custeio e capital (depreciação) na geração (P&D) e na transferência da tecnologia objeto da avaliação de impacto. Nessa estimativa foram incluídas tanto as despesas diretas do projeto, como as indiretas (administração e manutenção do centro, treinamento e outras). Tabela 19 estimativa dos custos Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total 2010 110.000,00 0 0 0 0 110.000,00 2011 120.000,00 0 0 0 0 120.000,00 2012 135.000,00 0 0 0 0 135.000,00 2013 150.000,00 0 28.651,08 109.888,96 10.000,00 298.540,04 6.2 - Análise dos Custos A estimativa dos custos foi elaborada à partir dos dados apurados no sistema de custos da Embrapa, fornecido pelo Setor de Orçamento e Finanças da Unidade. Os dados foram divididos em três categorias, uma com os custos dos Planos de Ação (PA) de Projetos, uma com os custos da gestão da Unidade (rubrica 16 no sistema de custos) e outra com o total dos custos da Unidade. Em cada uma dessas três categorias os valores foram classificados em Custo com Pessoal e Gastos com custeio. Dividiu-se os valores de pessoal e de custeio dos PA relacionados à tecnologia analisada, pelos valores empregados em todos os PA da Unidade. Dessa forma, pode-se calcular o custo percentual dos PA relacionados à tecnologia frente ao total dos custos de todos os PA da Unidade naquele ano 11

(PA da tecnologia/pa total da Unidade). Esse percentual pode estimar o esforço da Unidade para a geração e transferência da tecnologia em um dado ano. Esse índice percentual de esforço foi aplicado ao total empregado na Gestão da Unidade, estimando-se assim os recursos usados pela gestão para que a geração e a transferência da tecnologia ocorressem. A depreciação de capital foi apurada pelo levantamento do valor dos imóveis, com base na declaração do ITR (imposto territorial rural), fornecido pelo setor de orçamento e finanças (SOF).A depreciação dos bens móveis e imóveis foi calculada de forma linear à taxa de 5% ao ano e ponderada com o índice percentual de esforço calculado inicialmente (PA tecnologia/pa Unidade). Os custos com pessoal são relacionados à remuneração do pesquisador responsável. 7.- AÇÕES SOCIAIS As ações sociais desenvolvidas pela Unidade relacionadas a esta tecnologia concentraram-se na disseminação do programa a produtores, técnicos da extensão rural e também ao público interno da Unidade e enquadram-se nas categorias de educação e formação profissional interna e externa (tabela 2 0). Tabela 20 Ações Sociais Tipo de ação Ações de filantropia Agricultura familiar Apoio Comunitário Comunidades Indígenas X Educação e formação profissional externa X Educação e formação profissional interna Meio ambiente e educação ambiental Participação no Fome Zero Reforma Agrária Saúde, segurança e medicina do trabalho Segurança Alimentar 8- AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS A tecnologia apresentou resultados positivos em boa parte dos aspectos analisados nesse trabalho. O impacto social apurado foi positivo em 0,45 pontos, o impacto ambiental também foi ligeiramente positivo em 0,16 pontos. A relação benefício/custo da geração da tecnologia no acumulado até 2013 está positiva em 1,73 o Valor Presente Líquido (VPL 6% aa) foi calculado em R$444.000,00 e a Taxa Interna de Retorno (TIR) em 100,80%. Os indicadores que mais se destacaram positivamente foram a qualidade do produto e a capacitação. Indicador que mostrarou-se negativo, sugerindo melhorias, foi o uso de agroquímicos, insumos químicos e materiais.. O uso da tecnologia está em expansão. Os resultados avaliados indicam que a tecnologia é adequada à implantação em campo e sugere que os resultados tendem a ser ainda melhores nos próximos anos. 12

9.- BIBLIOGRAFIA AVILA, A.F.D.; RODRIGUES G.E.; VEDOVOTO, G.L. Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: Metodologia de referência. Brasilia-DF: Embrapa Informação Tecnológica, 189 p., 2008. ÁVILA, F. D. A. Avaliação dos impactos econômicos, sociais e ambientais da pesquisa da Embrapa: metodologia de referência. Embrapa, SEA, Brasília. 153 p., 2001 RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P. C.; IRIAS, L. J. M.; RODRIGUES, I. Sistema de avaliação de impacto social da inovação tecnológica agropecuária (Ambitec-Social). Jaguariúna, SP: Embrapa Meio Ambiente, 2005. 31p. (Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 35). LOPES, M. A.; SANTOS, G.; AMADO, G.B. Viabilidade econômica da adoção e implantação da rastreabilidade em sistemas de produção de bovinos no Estado de Minas Gerais. Lavras, MG. Ciência e Agrotecnologia, vol 32 nr 1, jan/fev 2008. MENDES, R. E. O impacto financeiro da rastreabilidade em sistemas de produção de bovinos no Estado de Santa Catarina. 2004. Monografia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2004 RODRIGUES, G.S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P.C. Avaliação de impacto ambiental da inovação tecnológica agropecuária: Ambitec-Agro. Jaguariúna: Embrapa Meio Abiente, 2003. 93 p. (Embrapa Meio Ambiente. Documentos, 34) RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; VALARINI, P. J.; QUEIROZ, J. F.; FRIGHETTO, R. T. S.; RAMOS FILHO, L. O.; RODRIGUES, I.; BROMBAL, J. C.; TOLEDO, L. G. Avaliação de impacto ambiental de atividades em estabelecimentos familiares do Novo Rural. Jaguariúna, SP: Embrapa Meio Ambiente, 2003. 44 p. (Embrapa Meio Ambiente. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 17). RODRIGUES, G. S.; CAMPANHOLA, C.; KITAMURA, P. C. Avaliação de impacto ambiental da inovação tecnológica agropecuária: um sistema de avaliação para o contexto institucional de P&D. Cadernos de Ciência e Tecnologia, v. 19, n. 3, p. 349-375, 2002. RODRIGUES, G. S.; BUSCHINELLI, C. C. A.; IRIAS, L. J. M.; LIGO, M. A. V. Avaliação de impactos ambientais em projetos de desenvolvimento tecnológico agropecuário. II. Avaliação da formulação de projetos, versão 1.0. Jaguariúna, SP: Funep, Embrapa Meio Ambiente, 2000. 28 p. 10.- EQUIPE RESPONSÁVEL Equipe de Matrícula Nome Correio Eletrônico Avaliação Líder 325903 Adilson Marcio Malagutti Adilson.malagutti@embrapa.br Membro 291467 André Luiz Monteiro Novo Andre.novo@embrapa.br 13