SE-CAISAN Secretaria-Executiva da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional



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RELATO DA 4ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO COMITÊ TÉCNICO DE POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS DA CAISAN DATA: 06 de maio de 2014 HORÁRIO: 15h às 17h40 LOCAL: Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 3º Andar, Sala 354 P A U T A 1. Apresentação da Pesquisa Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas - SAGI; 2. Ações de SAN para Quilombolas 2013 e perspectivas para 2014 - SEPPIR; 3. Ações de SAN para Indígenas 2013 e perspectivas para 2014 - FUNAI; 4. Encaminhamentos. Às 15h, Michele Lessa (MDS) deu início à 4ª Reunião Ordinária do Comitê Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais da CAISAN CT PCT, na presença de representantes dos seguintes órgãos: MDS, SEPPIR, FUNAI, MDA, CONAB/MAPA, FNDE/MEC e CONSEA. ÓRGÃOS CONAB/MAPA FNDE/MEC FUNAI/MJ MDA MDS SEPPIR CONSEA REPRESENTANTES Clauciene Caetano, Regina Santos Déborah Bosco Silva Daniel de O. Piza, Patrícia Chagas Neves, Julio Araújo Luana Oliveira, Luiz Fernando Machado, Quener Chaves dos Santos, Alexandro Rodrigues Pinto (SAGI), Elaina Oliveira, Mariana Castilho, Michele Lessa, Milton Marques, Rafaela Gonçalves Graça Cabral, Lylia Galetti, Renato Flit, Silvany Euclenio Edgard Moura A Sra. Michele (MDS) informou que está em andamento a Resolução de institucionalização do Comitê Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais (CT nº 10 da CAISAN) e pediu que aqueles órgãos que ainda não indicaram formalmente seus representantes, o façam o mais breve possível. Na sequência, lembrou que o CT PCT foi instituído em 24 de setembro de 2012, com o fito de i) pautar a temática na CAISAN e no CONSEA; ii) dar visibilidade ao tema de povos e comunidades tradicionais no Governo Federal; iii) estabelecer estratégias de descentralização 1

da pauta (estados e municípios); iv) mapear políticas públicas para PCTs; e v) articular metas e ações do PLANSAN com vistas a assegurar sua efetividade. O foco do CT PCT são as ações de Segurança Alimentar e Nutricional para Povos Indígenas e Quilombolas. No caso dos Povos Indígenas, a ideia é apoiar o Comitê Gestor de Fomento Coletivo e regulamentar o desenho para atuação com Povos Indígenas, conforme previsto no Decreto nº 7.644/2011, bem como as ações de água para consumo humano e de produção, Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, ATER, PNAE e PAA. No caso dos quilombolas, objetiva-se apoiar os Programas de Segurança Alimentar e Nutricional do Programa Brasil Quilombola, com foco no PNAE, Água, PAA, ATER/Fomento, bem como, estreitar o diálogo com as CAISANs estaduais para fortalecer esta agenda. Questionada quanto à demora em reunir o CT, Lessa explicou que, haja vista as agendas do final de 2013: Seminário de Mulheres Indígenas e CONAPIR, bem como mudanças internas ocorridas na FUNAI e SEPPIR, com a saída de duas importantes servidoras do quadro destas instituições, pontos focais de articulação do CTPCT, houve um pedido destes órgãos em adiar as reuniões do Comitê. Edgar Moura (CONSEA), fez informe sobre a XV Plenária do CONSEA a realizar-se no dia 28 de maio, com o tema O papel da Pesca Artesanal e Aquicultura Familiar na Segurança Alimentar e Nutricional. Moura, convidou os membros do CT PCT a participar das discussões da Plenária, uma vez que possuem interface com as demandas de povos indígenas e quilombolas. 1) Apresentação da Pesquisa de Avaliação sobre Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas Alexandro Pinto (SAGI/MDS) fez a apresentação dos resultados da Pesquisa de Avaliação sobre Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas. A reunião ampliada do CT PCT foi o primeiro momento em que os resultados da pesquisa foram expostos para um grupo maior que o de secretários do Ministério (MDS). A pesquisa está no bojo de um conjunto de pesquisas, dentre as quais, o inquérito denominado Chamada Nutricional de Crianças Quilombolas Menores de 5 Anos de Idade, realizado em 2006, durante a II etapa da Campanha Nacional de Vacinação. A Pesquisa foi realizada pela Fundação Euclides da Cunha de Apoio Institucional à Universidade Federal Fluminense (FEC-UFF) e pelo Núcleo de Pesquisas Sociais Aplicadas, Informações e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (DataUFF) e coordenada pela SAGI/MDS. Considerando a inexistência de cadastro consistente e atualizado sobre a quantidade de comunidades quilombolas no Brasil, optou-se por utilizar como referência o cadastro das comunidades tituladas. O resultado da pesquisa mostra que a situação destas comunidades não é boa. Importante destacar que a pesquisa é um retrato no tempo: em 2011. De lá para cá muita 2

coisa evoluiu. Ponto inicial e o quanto o governo se mobilizou para responder à pauta das comunidades quilombolas. O objetivo da pesquisa foi avaliar o perfil nutricional de crianças menores de cinco anos de idade, bem como o acesso aos serviços, benefícios e programas governamentais pelas famílias e o perfil socioeconômico das comunidades remanescentes de quilombos que vivem em territórios titulados. Foram pesquisadas 169 comunidades quilombolas que obtiveram título de posse coletiva da terra, emitido entre 1995 e 2009 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ou por órgãos oficiais estaduais de regularização fundiária. A coleta foi censitária, ou seja, todas as famílias residentes que estavam nas comunidades no momento da pesquisa foram entrevistadas. O trabalho de campo foi realizado no período de 9/04 a 28/09/2011. Os instrumentos de coleta de dados utilizados pelos pesquisadores foram: questionários (domiciliar e lideranças) e dados antropométricos (aferição de peso e altura das crianças < 5 anos), bem como georreferenciamento dos domicílios visitados e dos equipamentos públicos existentes. Em resumo, a coleta de dados envolveu o conjunto das crianças menores de cinco anos de idade, as famílias e lideranças comunitárias de 97 territórios titulados localizados, em 14 estados da federação e 55 municípios nas cinco grandes regiões do país. Os achados da pesquisa foram divididos em três seções comunidades, domicílios e crianças (ver Sumário Executivo). A base de dados da Pesquisa está disponibilizada no site da SAGI desde a data de 05/05/2014. Debate: - Devolutiva às comunidades diálogo SEPPIR/SAGI cruzamentos de dados municiar as áreas técnicas para contribuir na execução das ações para estas áreas. - Proposta feita pelo representante do CONSEA apresentação da Pesquisa, pela SAGI, em agosto, aos representantes da CPCE, CP5 e CP6. - Observa-se uma significativa similaridade entre indígenas e quilombolas no que diz respeito ao quadro de insegurança alimentar e nutricional. Desde 2013 o governo tem dialogado no sentido de dar respostas ao quadro apresentado. Como ampliar as ações que possam contribuir para reverter o quadro de pobreza e miséria por que passam as populações indígenas e quilombolas? É preciso que o governo mantenha continuidade na priorização de ações para estes segmentos populacionais. 3

2) Balanço das ações da agenda quilombola Silvany Euclênio (Secretária Nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais/SEPPIR) Documento de Aptidão ao Pronaf (DAP): os dados de DAP para quilombolas ainda são insuficientes. Desde o ano de 2013, SEPPIR e parceiros vêm buscando estratégias para reverter esta realidade. A dificuldade das comunidades quilombolas no acesso a DAP é significativa. A boa notícia é que ao final de 2013, o INCRA assumiu o compromisso de realizar a emissão de DAPs para quilombolas. Até o momento são cerca de 30 mil DAPs emitidas pelos órgãos emissores responsáveis. A meta do INCRA para 2014 é chegar a 60 mil. Recentemente, durante reunião da Mesa Permanente de regularização fundiária para quilombolas, a CONTAG se dispôs a entrar com força tarefa na emissão de DAPs para quilombolas. Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): houve queda no acesso ao Programa por quilombolas e indígenas em 2013. Em 2014 a meta é garantir estratégias para ampliar o acesso de quilombolas e indígenas ao PAA. Dentre elas está a contratação de Consultoria Pessoa Jurídica no intuito de capacitar as comunidades que já acessam o PAA e buscar estratégias para solucionar os gargalos. Outra estratégia é um projeto SEPPIR em parceria com o MDS que tem como objetivo consolidar as ações do Programa Fomento ATER, no âmbito do PBSM. O Sr. Edgar Moura (CONSEA) sugeriu que ao pensar na capacitação das comunidades entender que os territórios, as regiões e as comunidades são muito diferentes uma da outra. É preciso entender o saber fazer das comunidades e propor estratégias de como, por exemplo, escoar o que já está sendo produzido para chegar aos mercados consumidores. CONSEA vê com bons olhos a experiência do Projeto e quer contribuir com a visibilidade das ações do MDS/SEPPIR/FUNAI. Interessante pautar a proposta para a CP5 e CP6. Selo Quilombos do Brasil - existe desde 2009, com o intuito de agregar valor aos produtos quilombolas. Foi criado para ser operado pela SEPPIR, mas esta não tem expertise, recursos humanos e metodologia para fazer um selo de identificação do produto. Então, MDA e SEPPIR fizeram acordo que o selo de identificação do produto quilombola passou a ser trabalhado em conjunto com o Selo da Agricultura familiar. Para divulgar o selo foram elaboradas cartilhas e folders que foram para gráfica recentemente. A meta é certificar 100 produtos quilombolas em 2014. A Sra. Lilian Galetti (SEPPIR) sugeriu que as empresas prestadoras de serviço de ATER vencedoras do próximo Edital de Chamada Pública Fomento/ATER, que beneficiará 5.000 famílias quilombolas, certifiquem os produtos quilombolas oriundos destas comunidades. Chamada Pública de Fomento/ATER 2014 - existe alta vulnerabilidade social e econômica nas comunidades quilombolas, demonstrada pelos dados socioeconômicos do CadÚnico e pelos dados da Pesquisa de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas. No dia 05 de dezembro de 2013, a Presidenta Dilma Rousseff anunciou a meta de atendimento para mais 5.000 famílias quilombolas no âmbito do Programa de Fomento as Atividades Produtivas Rurais. A Chamada 4

Pública está prevista para ser lançada ainda em 2014, beneficiando famílias quilombolas, em 05 estados, 14 municípios e 135 comunidades. No Pará há um grande número de comunidades quilombolas tituladas com alto índice de insegurança alimentar. O estado de MG não possui comunidades tituladas, entretanto a escolha pelo estado adveio de uma demanda formulada pelo CONSEA para a Comunidade de Brejo dos Crioulos. Em Mato Grosso, a escolha foi pela Comunidade de Mata Cavalo e, na Bahia, pela região do Recôncavo Baiano, fruto de uma audiência vinculada a pescadores e quilombolas onde estiveram presentes MPF e gestores públicos. O estado do Amapá será abarcado como um todo no que diz respeito às comunidades quilombolas tituladas. A Chamada já foi aprovada técnica e orçamentariamente para lançar o edital de contratação das empresas de ATER. Antes do lançamento do edital será realizada Consulta Pública às comunidades. O Sr. Quener Santos (MDA) diz que a Chamada é uma boa resposta do governo do ponto de vista de atendimento de assistência técnica, da inclusão produtiva. A Sra. Luana Paré (MDA) menciona que já estão em curso duas chamadas para quilombolas, envolvendo 9000 famílias nos estados da BA, PE, MA, e MG. Paré diz que este é o momento para mobilizar as entidades de ATER para trabalhar com o público quilombola. Dá exemplos, como a empresa EMPLANTA que tem contatado a CONAQ para contratar técnicos agrícolas quilombolas para participar das chamadas públicas. Ela insiste também que é preciso mobilizar as entidades emissoras de DAP canais mais rápidos e eficientes para tornar a chamada mais eficiente, uma vez que as famílias precisam do documento (DAP) para acessar o programa. O Sr. Quener (MDA) menciona que a portaria 50 autoriza a entidade vencedora da chamada a emitir a DAP ao público beneficiário. A Sra. Silvany Euclênio (SEPPIR) reforça que os técnicos que participem das chamadas públicas sejam capacitados para atender públicos específicos como indígenas e quilombolas e que nas Chamadas Públicas tenha presença de técnicos indígenas e quilombolas. Patrícia Chagas (FUNAI) problematiza: antes da emissão da DAP é preciso mutirão de documentação. O Sr. Edgar (CONSEA) sugere que o INCRA seja provocado nos estados para atuar na emissão de documentação e DAP. Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Na reunião de julho de 2013, SEPPIR mencionou preocupação com alimentação escolar dos estudantes quilombolas, especialmente no que diz respeito à qualidade dos alimentos, bem como o baixo índice de acesso dos quilombolas que acessam o PNAE. A época foram feitas algumas sugestões: monitoramento das escolas quilombolas que acessam o PNAE; avaliação de como os gestores públicos estão executando os recursos referentes à alimentação escolar quilombola e levantar estratégias para ampliar o acesso dos quilombolas ao PNAE. Nesse sentido, ainda em 2013, foi realizada reunião com o FNDE para abordar o acesso de quilombolas ao PNAE, que informou a existência de avaliação quantitativa sobre a execução físico-orçamentária, por parte dos gestores públicos. Encaminhamentos propostos: elaboração conjunta (MDS, SEPPIR e FNDE) de questionário específico para alimentação escolar quilombola e elaboração de Boletim informativo aos gestores públicos. 5

Para 2014, a SEPPIR propôs a criação do GT quilombola de alimentação escolar, no âmbito do FNDE. A minuta de portaria instituindo o GT está desenhada. A representante do FNDE mencionou a existência do GT Indígena, ainda bastante tímido, com apenas 2 reuniões realizadas. A pauta não avançou, há necessidade de retomada do Grupo de Trabalho e, a medida do possível, conectar as agendas quilombola e indígena. Água para quilombolas: Em 2013 a SEPPIR encaminhou ao MDS a demanda qualificada dos estados, municípios, comunidades e número de famílias quilombolas no acesso a 1 a água (consumo humano) e 2 a água (para produção), pelo Programa Cisternas. O Sr. Milton Marques (CGPCT/MDS) mencionou que a Coordenação Geral de Acesso a Água (CGAA/MDS), fez o cruzamento dos dados do SIGCisternas e do Cadastro Único (período 2003-2012, quando ainda não havia marcação de PCT) para apresentar o número de famílias quilombolas e indígenas com acesso a 1ª (consumo) e 2ª (produção) água. A CGAA está analisando o resultado dos cruzamentos para posterior publicização, contudo, é possível adiantar que há indígenas e quilombolas, nos estados demandados pela SEPPIR e FUNAI, acessando 1ª e 2ª Água. Com a oficialização dos dados pela CGAA, será possível pensar em acesso a outras políticas públicas para estes públicos. Sistema de Monitoramento das ações para quilombolas: Renato Flit (SEPPIR) explicou que uma das preocupações da SEPPIR é que as bases de dados do governo sobre quilombola são díspares, não dialogam entre si. Então, houve uma parceria entre SEPPIR/BID para a criação de um Sistema de Monitoramento das ações para quilombolas. O programa Brasil Quilombola foi colocado como prioridade, com informações sobre os 4 eixos do Programa: 1) Acesso á terra; 2) infraestrutura e qualidade de vida; inclusão produtiva e 4) Direitos e Cidadania. O Sistema ainda está em fase de alimentação. 3) Balanço das ações de SAN para indígenas em 2013 - Tendo em vista o adiantado da hora, a discussão sobre indígenas foi marcada para próxima reunião do CT PCT, na segunda quinzena de julho. 4) Encaminhamentos - Apresentação pela SAGI/MDS, na próxima reunião da CP5 do CONSEA em agosto de 2014, dos resultados da Pesquisa de Avaliação sobre Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas; - Apresentação pelo FNDE, na próxima reunião da CP5 do CONSEA em agosto de 2014, da situação dos Grupos de Trabalho sobre Alimentação Escolar Indígena e Quilombola; - Apresentação do PRODOC/PNUD da SEPPIR na CP5; - Inclusão de orientações para estímulo do Selo Quilombola (identificação) nas chamadas de ATER; - Convidar SESAI/MS para integrar o CT PCT; - Debater os dados sobre água para quilombolas e indígenas na próxima reunião do CT; 6

- Apresentar os resultados Estudo sobre o desenho, a gestão, a implementação e os fluxos de acompanhamento das condicionalidades de saúde associadas ao programa bolsa família (PBF) para povos indígenas; e - Realização de reuniões específicas, com a presença de parte dos membros do CT, a depender das discussões. Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião, da qual se lavrou o presente relato que, depois de aprovado, será por mim assinado. 7