DIREITO ADMINISTRATIVO - 1

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Transcrição:

Aluno(a): Educador(a): VALDIRENE Componente Curricular: DIREITO Ano/Turma: 2º Ano ( ) A ( ) B ( ) C Turno: ( X ) Matutino ( ) Vespertino Data: / /18 DIREITO ADMINISTRATIVO - 1 REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que visa estudar as atividades administrativas do Estado, seus órgãos, agentes, princípios e demais assuntos relacionados à Administração Pública. O Direito Administrativo relaciona-se com os demais ramos do Direito, principalmente com o Direito Constitucional, já que a Constituição é quem demonstra como deve funcionar a Administração Pública (arts. 37 a 43). Apesar desta relação com outros ramos do Direito, trata-se de um Direito autônomo, com regras e princípios próprios, chamado de regime jurídico-administrativo. O regime jurídico-administrativo embasa-se em dois princípios fundamentais: Princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas da Administração Pública. Para que o Estado atinja suas finalidades, é necessário que disponha de poderes não previsto a particulares. Sempre que existir um conflito entre o interesse público e o interesse particular, o público prevalece. Em síntese, os interesses da sociedade são mais importantes que os interesses particulares. Princípio da indisponibilidade do interesse público a Administração Pública deve visar sempre o interesse público, conforme as normas legais, sem dispor de bens, direitos e interesses públicos. A vontade do agente público tem de ser a vontade da lei, nunca a sua própria. Ressalte-se que, o interesse público é dividido em primário (aquele que o Estado deve efetivamente alcançar como segurança, saúde, transporte), e secundário (meios que o Estado utiliza para atingir o interesse público primário construção de um hospital) Princípios Gerais da Administração Pública Os princípios são a sustentação do ordenamento jurídico, por isso, tanto a Administração Pública direta quanto a indireta, bem como as atividades administrativas dos demais poderes, devem observá-los e respeitá-los. A Constituição Federal, em seu art. 37, apresenta os princípios gerais e mais relevantes: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...). 1. Legalidade A legalidade é um dos mais importantes princípios do Direito, tem a função de limitar a atuação do Estado. Após o surgimento do Estado de Direito (Estado submisso à vontade da lei), a lei passou a ter uma posição de superioridade em relação aos demais atos do Estado. A aplicação do princípio da legalidade é diferente no Direito Público e no Direito Privado. No Direito Privado, sua previsão está no art. 5º da CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. No Direito Público, a própria Constituição prevê restrições a princípio da legalidade: medidas provisórias (art. 62), estado de defesa (art. 136) e estado de sítio (art. 137).

Hely Lopes Meirelles (2003, p.86), assim explica: Na administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa pode fazer assim ; para o administrador público significa deve fazer assim. 2. Impessoalidade O princípio da impessoalidade pode ser observado sob vários ângulos. Vejamos: A Administração Pública não pode ser utilizada no interesse pessoal do agente. O ato é imputado ao órgão ou à entidade estatal, e não ao agente que o praticou. Ao atuar com impessoalidade, a Administração Pública deve tratar com igualdade. A Administração Pública não pode ser utilizada para a promoção do agente sobre sua realização administrativa. 3. Moralidade A honestidade é imprescindível, devendo incorporar a atuação pública, portanto, a Administração Pública deve atuar de forma ética, com lealdade e boa-fé. Infringir a moralidade significa ferir o próprio Direito, configurando ilicitude, que sujeita a conduta viciada à invalidação. A moralidade está protegida no art. 5º, LXXIII, da CF, que trata da ação popular: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada máfé, isente de custas judiciais e do ônus da sucumbência. (grifamos) A Constituição Federal (art. 37, 4º), ao tratar da improbidade administrativa, enumera quatro responsabilidades: suspensão de direitos políticos (sanção política); perda do cargo ou função (sanção administrativa); bloqueio de bens (sanção civil); e possível responsabilidade penal. 4. Publicidade O princípio da publicidade tem como objetivo dar transparência à Administração Pública, possibilitando o conhecimento das atividades administrativas, bem como seu controle e sua fiscalização. As regras e as exceções estão dispostas no art. 5º, XXXIII, da CF: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível 5. Eficiência De acordo com Roberto Bordalo (2011, p.43), o administrador deve agir da melhor maneira possível, evitando gastos desnecessários no melhor e menor tempo possível, sem desprezar os demais princípios da Administração Pública. Esse processo abrange tanto os meios quanto os resultados. 6. Outros princípios Além dos princípios gerais elencados, existem outros, de suma importância. Vejamos. 6.1. Permanência (ou continuidade) Não se podem interromper as atividades administrativas, principalmente os serviços públicos, com prejuízo aos administrados e usuários dos serviços. Porém, algumas ressalvas são apresentadas, tanto na Constituição Federal como em Leis. Quando há interrupção da prestação de um serviço em razão da inadimplência, a Lei 8.987/95, art. 6º, 3º, prevê o seguinte:

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 6.2. Motivação A Lei 9.784/99, em seu art. 50, dispõe: Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V decidam recursos administrativos; VI decorram de reexame de ofício; VII deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo estribar em declaração de concordância fundamentada em pareceres anteriores, informações, decisões ou propostas que, farão parte do ato. No entanto, existem atos que não necessitam de motivação, por exemplo: cargos em comissão, que são de livre nomeação e exoneração. 6.3. Autotutela A autotulela é o poder/dever que a Administração Pública detém para fiscalizar e rever os próprios atos, possibilitando a adequação destes diante da situação concreta e/ou para declarar nulos os efeitos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade. 6.4. Tutela Tutela é o exercício do controle sobre atos e atividades da Administração Indireta. Tutela não se confunde com autotutela. Na tutela, a Administração Direta fiscaliza os atos praticados por outros; enquanto que, na autotutela, o exercício é de controle sobre os próprios atos. 6.5. Segurança Jurídica Tem a finalidade de conceder estabilidade às relações jurídicas. O administrador público não tem capacidade de desfazer as relações jurídicas válidas sem previsão legal. 6.6. Razoabilidade Consiste na proibição do excesso. A Administração Pública deve evitar medidas abusivas e desnecessárias, com base na compatibilidade entre os meios e os fins. Alguns doutrinadores empregam proporcionalidade, como sinônimo de razoabilidade. Ao atuar com razoabilidade, a Administração Pública deve adotar critérios aceitáveis de acordo com o senso comum; e, ao

atuar com proporcionalidade, na extensão necessária, aferida na situação concreta, para atingir sua finalidade; PODERES ADMINISTRATIVOS Os poderes administrativos são instrumentos utilizados pelos administradores públicos, de acordo com a lei e com os princípios norteadores da Administração Pública, para atender ao interesse público. São poderes inerentes, dos quais não se pode abrir mão, são irrenunciáveis e indispensáveis. Hely Lopes Meirelles (2003, p. 112), assim discrimina: Os poderes administrativos nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem. Dentro dessa diversidade, são classificados, consoante a liberdade da Administração para a prática de seus atos, em poder vinculado e poder discricionário; segundo visem ao ordenamento da Administração ou à punição dos que a ela se vinculam, em poder hierárquico e poder disciplinar; diante da finalidade normativa, em poder regulamentar; e, tendo em vista seus objetivos de contenção dos direitos individuais, em poder de polícia. Assim, os poderes administrativos são distribuídos e organizados em: 1. Poder vinculado Também chamado de poder regrado, é o poder conferido à Administração Pública para a prática de atos de sua competência, determinando todos os elementos necessários para sua execução, sem conferir margem de liberdade para a atuação. O poder vinculado determina ao agente público, observância fiel aos requisitos expressos na lei. Deste modo, o ato administrativo que não atender a qualquer dado expresso em lei estará sujeito à invalidação. 2. Poder discricionário É o poder conferido à Administração Pública para atuar com uma margem de liberdade diante de um caso concreto, escolhendo a medida mais conveniente e oportuna. É a liberdade de atuar, administrativamente, dentro dos limites legais. Todavia, o poder discricionário não é absoluto, é limitado na razoabilidade, na proporcionalidade, na moralidade. Portanto, um ato desproporcional, desarrazoado, é ilegal e pode ser questionado judicial e administrativamente. 3. Poder hierárquico É o poder conferido à Administração Pública para distribuir e escalonar funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de subordinação entre os servidores públicos. Do poder hierárquico decorrem os poderes de dar ordens, de fiscalizar, de rever, de delegar e de avocar. Não há hierarquia entre: Pessoas Políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); Administração Pública Direta e Indireta; Poderes de Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). 4. Poder disciplinar O poder disciplinar é conferido à Administração Pública para punir as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas às regras da Administração. Em regra, é dotado de discricionariedade, no sentido de adotar a pena mais adequada ao caso concreto, tomando providências para a apuração e responsabilização do infrator. No âmbito federal, as penas disciplinares aplicáveis aos servidores, que mais se destacam são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição do cargo em comissão ou função comissionada. Ao se aplicar as sanções, algumas providências devem ser tomadas, tais como: assegurar o direito de defesa, instaurar sindicância ou processo administrativo disciplinar, aplicar a medida mais adequada e indicar a justificativa da aplicação da sanção (princípio da motivação).

5. Poder regulamentar (ou poder normativo) O poder regulamentar é conferido à Administração Pública, por meio do chefe do Poder Executivo (Presidente da Republica, Governadores, Prefeitos), para editar atos administrativos (decretos e regulamentos), visando a correta interpretação da lei para sua fiel execução. Tal privilégio deve ser exercido de acordo com a lei, Deste modo, não é permitido criar deveres e proibições aos particulares, sob pena de afrontar o princípio da legalidade. 6. Poder de polícia É conferido à Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Fundamenta-se na supremacia do interesse público em relação ao interesse privado. É um mecanismo de frenagem em relação aos abusos de direito individual. Como todo poder, não é ilimitado. Seus limites estão na conciliação do interesse social com os direitos fundamentais, devendo a lei cuidar para que exista harmonia. Deve, ainda, observar o seguinte: Necessidade: somente deve ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis; Proporcionalidade: exigência de uma relação necessária ente a limitação imposta ao exercício do direito individual e o prejuízo a ser evitado; Eficácia: deve adotar uma medida de polícia adequada para impedir o dano ao interesse público. É medida complementar da proporcionalidade. 6.1. Atributos do poder de polícia Discricionariedade analisa a conveniência e a oportunidade em seu exercício. Em regra, é discricionário, mas pode ser vinculado se a norma legal estabelecer o modo e a forma de sua realização. Autoexecutoriedade em regra, são os atos em que não há necessidade da manifestação de qualquer Poder para que possam ser executados. Coercibilidade (imperatividade) também chamado de poder extroverso, é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração. Quem determina e faz executar as medidas de força, justificando, inclusive, o emprego de força física no caso de oposição do infrator, é a própria Administração Pública. Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Sl. 19:1