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PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DIREITOS HUMANOS, SAÚDE E EDUCAÇÃO: RESULTADOS Área temática: Direitos Humanos e Justiça Helena Terezinha Hubert Silva - Coordenadora da Ação de Extensão 1 Carolina Sturm Trindade 2 Andressa Cyrre - Bolsista 3 Bruna Campos De Cesaro - Bolsista 4 Bruna Freitas Toldo - Bolsista 3 Camila Bassani Bozzetto - Bolsista 5 Giovana Petracco de Miranda - Bolsista 6 Thaís Duarte de Campos da Silva - Bolsista 5 Palavras-chave: direitos humanos, enfrentamento, violência, saúde 1 Doutor, Departamento de Patologia e Medicina Legal, UFCSPA, hubert@ufcspa.edu.br 2 Mestre, Departamento de Educação e Informação em Saúde, UFCSPA 3 Discente, Curso de Psicologia, UFCSPA 4 Discente, Curso de Fonoaudiologia, UFCSPA 5 Discente, Curso de Fisioterapia, UFCSPA 6 Discente, Curso de Enfermagem, UFCSPA

Resumo As consequências das violências sofridas pelos indivíduos geram agravos biológicos, psicológicos, morais e sociais, que dificultam sua experiência de viver a igualdade humana e social plenamente, caracterizando um problema de saúde pública. Políticas de enfretamento às diferentes formas de violência têm sido empregadas, e dentre elas, destacamos a importância de capacitar os profissionais para lidar com a problemática. Os atos de violência, que ocorrem durante o ciclo da vida, fazem parte de um fenômeno complexo, permeado pelo silêncio e pelo medo, e apesar do tema estar assumindo maior visibilidade no âmbito de pesquisas e políticas públicas, ainda observa-se o despreparo dos profissionais ao se depararem com situações características. O Programa de Enfretamento à Violência da UFCSPA tem o objetivo de capacitar profissionais de diferentes áreas, a fim de aprimorar os conhecimentos sobre violência e direitos humanos, para que atuem no enfrentamento à violência, com acolhimento de qualidade e encaminhamento correto dos casos. O Programa de Enfretamento à Violência, no ano de 2012, teve como ações principais a disponibilização de um curso oferecido na modalidade de educação a distância, destinado a profissionais da área da saúde, educação e direitos, de todas as regiões do país, além da realização de um fórum de direitos humanos, oficinas sobre o tema bullying e identificação de sinais de violência doméstica, destinada a professores de escolas da rede pública de ensino de Porto Alegre, e a oferta de uma disciplina eletiva, também na modalidade à distância, oferecida aos alunos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA. Contexto da ação O Programa Enfrentamento à Violência no Ciclo da Vida: Saúde e Direitos Humanos foi contemplado com recursos pelo edital n 4 do MEC/SESu 2011, tendo sido executado no ano de 2012. Nele, ocorreram quatro ações principais: a disponibilização de um curso oferecido na modalidade de educação a distância (EaD), destinado a profissionais das áreas da saúde, educação e direito, de todas as regiões do país; fórum de direitos humanos aberto à comunidade; oficinas sobre o tema bullying e identificação de sinais de violência doméstica, destinadas à professores de escolas da rede do Distrito Assistencial Docente Norte de Porto Alegre área de atuação acadêmica da UFCSPA e oferta de disciplina eletiva, na modalidade a distância, para os alunos de todos os cursos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - UFCSPA. Com recursos remanescentes está sendo ofertado em 2013 a 2ª. edição do curso Enfrentamento à Violência no Ciclo da Vida EaD, em âmbito nacional, e a disciplina eletiva Enfrentamento à Violência no Ciclo da Vida EaD. No curso EaD de 2012-1ª. edição - foi necessária a ampliação de 150 vagas iniciais para 270 vagas, devido ao grande número de inscritos, de 721 pessoas. No curso EaD de 2013 2ª. edição, pela restrição de recursos foram ofertadas somente 125 vagas somente aos interessados inscritos em 2012 que não haviam sido contemplados, com a participação de 5 tutores-bolsistas. Sendo que, novamente, a oferta não supriu a demanda. O grande número de pessoas interessadas pode ser explicado, possivelmente, por não haver outro curso de capacitação para profissionais da educação, saúde e direito que aborde a violência, situação de saúde e direitos humanos na modalidade EaD. Isso nos mostra uma grande demanda para as ações do programa e a necessidade de dar continuidade a ele. Além do grande número de profissionais interessados no curso, observou-se também expressivo número de discentes interessados em participar do programa. Na edição de 2012 foram selecionados, por edital, 18 universitários para atuarem como tutores-bolsistas, dentre 183 inscritos de diferentes cursos da UFCSPA.

As consequências da violência sofrida pelo indivíduo geram agravos biológicos, psicológicos, morais e sociais, que dificultam sua experiência de viver a igualdade humana e social plenamente, caracterizando um problema de saúde pública. Os atos de violência contra os direitos das crianças e adolescentes, dos idosos, das mulheres, das etnias, de pessoas com deficiência, de gênero e sexualidade que ocorrem durante o ciclo da vida fazem parte de um fenômeno complexo, permeado pelo silêncio e pelo medo, e, apesar do tema estar assumindo maior visibilidade no âmbito de pesquisas e políticas públicas, ainda se observa o despreparo dos profissionais ao se depararem com situações características. Por meio das diversas ações dentro da universidade e na comunidade, o Programa de Enfrentamento à Violência demonstra a sua relevância socioeducativa. Ao interrelacionar saúde e direitos humanos, o projeto estimula o conhecimento diferenciado dos direitos das pessoas, bem como sua responsabilidade social e legal, no contexto da denúncia e adequado encaminhamento às redes de acompanhamento. Com as ações desenvolvidas, tanto alunos e professores colaboradores pertencentes à Comunidade Acadêmica da UFCSPA, quanto às pessoas da comunidade, atingidas pelo programa, tornam-se multiplicadores, colaborando para a quebra do silêncio e redução do problema. Detalhamento das atividades O programa tem como objetivo capacitar profissionais da área da saúde, educação e direito, a fim de aprimorar os conhecimentos sobre violência e direitos humanos, para que atuem no enfrentamento à violência, com acolhimento de qualidade e encaminhamento correto dos casos. Promover a responsabilidade social e a formação cidadã dos profissionais e discentes participantes do curso e disciplina eletiva e dos universitários tutores envolvidos no projeto. Instrumentalizar os profissionais e estudantes no reconhecimento e denúncia das diversas formas de violência do ciclo da vida, tais como: a violência contra os direitos das crianças e adolescentes, dos idosos, das mulheres, das etnias, de pessoas com deficiência, de gênero e sexualidade. Fortalecer a organização comunitária através do conhecimento, e fornecer subsídios para que possam construir soluções locais e promover a melhoria da qualidade de vida. Ao aluno universitário bolsista objetivar a reflexão e aprendizado sobre o tema, a responsabilidade de ser tutor e ter contato direto com profissionais. Proporcionar vivências e intercâmbio de conhecimento entre os universitários e comunidades de todo o País, influindo diretamente no desenvolvimento local, no fortalecimento da pesquisa e extensão. O público alvo direto do Programa de Enfrentamento à Violência abrangeu profissionais graduados das diferentes áreas da saúde; assistentes sociais, da educação, do direito; sociólogos; profissionais de nível médio com área de atuação em Conselhos Tutelares, coordenadores e atuantes dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal dos Direito das Crianças e Adolescentes, da Mulher, do Idoso, da Pessoa Portadora de Deficiência, de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e comunidade acadêmica da UFCSPA. O público alvo indireto serão as pessoas acolhidas pelos profissionais da rede de proteção que são vítimas ou estão sob risco de violência, constituídos das crianças e adolescentes, dos idosos, das mulheres, das etnias, de pessoas com deficiência, de gênero e sexualidade. O curso Enfrentamento à Violência no Ciclo da Vida - EaD - 1ª. edição, foi destinado a profissionais da área da saúde, educação e direito, de todas as regiões do país com atuação efetiva no tema. Oferecido pela modalidade de educação a distância, através da plataforma virtual Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), durante os meses de junho a novembro de 2012, com um total de 90h/a, foi dividido em 12 módulos. A avaliação do aluno deu-se pela realização de um

pré-teste, um pós-teste e uma avaliação correspondente a cada módulo. A disciplina eletiva Enfrentamento à Violência no Ciclo da Vida - EaD foi oferecida como disciplina eletiva aos alunos de diferentes cursos da UFCSPA, também através do Moodle, com uma divisão de 11 módulos, com 45h/a, cujo intuito foi familiarizar os alunos quanto ao reconhecimento e procedimentos referentes aos sinais de violência e legislação vigente. A avaliação dos alunos participantes da disciplina se deu pela realização de um pré-teste inicial, e uma avaliação própria de cada módulo e um pós-teste final ao curso. No fórum Direitos Humanos, Saúde e Violência no Ciclo da Vida, realizado com carga horária total de 26 horas, aberto a comunidade externa e interna e inscrições gratuitas foram abordados os aspectos do contexto social, políticas públicas e planos nacionais de enfrentamento à violência; redes de atenção na área da violência e integração entre direitos humanos, saúde, educação e violência. Para as oficinas destinadas aos professores de escolas públicas do Distrito Docente Assistencial, área de atuação da UFCSPA, o convite foi feito por e-mail, e as oficinas ocorreram nos dias 29 de setembro, 06 e 27 de outubro de 2012. As oficinas foram compostas por um pré-teste, seguido de uma palestra e um pós-teste ao final buscando-se a modificação na compreensão do conteúdo. Análise e discussão Na 1ª. edição do curso EaD de 2012 foi necessária a ampliação de 180 vagas iniciais para 210 vagas, devido ao grande número de inscritos, de 721 pessoas. Esse grande número de pessoas interessadas pode ser explicado, possivelmente, por não haver outro curso de capacitação para profissionais da educação, saúde e direito que aborde a violência, situação de saúde e direitos humanos. A idade média dos participantes foi de 36,17 anos (21 a 61 anos); sendo 142 alunos do direito, 79 da educação e 41 da saúde. Os participantes eram residentes na região sul, sudeste, seguido pela região nordeste e apenas um participante da região centro-oeste. Destes, cerca de 40% residiam nas capitais, e 60% em cidades da região metropolitana ou interior demonstrando a importância da educação à distância, visto que muitos não estão próximos a locais de ensino. A 2ª. edição do curso EaD 2013 iniciou em 11/06/2013 e os resultados ainda são aguardados. No Fórum Direitos Humanos, Saúde e Violência no Ciclo da Vida houveram 101 inscritos. Destes, 64% eram alunos ou professores da UFCSPA, 5% eram alunos da UNISINOS, 3% alunos da PUCRS, 2% alunos da ULBRA e os 17% restantes não informaram, ou eram de outras instituições com menos de 1% de alunos representantes. De acordo com a variável curso ou profissão, 37% dos inscritos eram da psicologia, 14% da medicina, 7% da nutrição, 6% da fisioterapia, 6% de serviço social, 5% de enfermagem, 5% da fonoaudiologia, 4% das ciências jurídicas e 17% de outros cursos ou não informados. O número de inscritos demonstra a existência de interesse de alunos e profissionais em atualizar-se e debater sobre o enfrentamento à violência, sugerindo uma possível demanda. Quanto ao aspecto educação a distância neste curso 96,97% indicaria o curso para os colegas ou outros profissionais; 84,15% após a realização do curso, se sentiu mais motivado para trabalhar com o conteúdo enfrentamento à violência na prática profissional e 93,94% tem interesse em realizar um outro curso a distância que aprofunde a temática abordada neste curso; que apenas 4,22% conheciam os materiais disponibilizados na biblioteca do curso. Quanto à disciplina eletiva teve a matrícula de 55 alunos as 60 vagas oferecidas e não houve desistência da mesma demonstrando o interesse dos alunos quanto ao tema. Dos 55 alunos, 8 (14,5%) eram homens e 47 (85,5%) mulheres; 52 (94,5%) dos alunos eram do Rio Grande do Sul, e 3 (5,45%) de São Paulo. Dos alunos gaúchos, 30 (54,5%) eram de Porto Alegre. A maioria dos alunos, 19 (34,5%), era estudante do curso de enfermagem.

O restante estava distribuído da seguinte maneira: medicina 11 (20%) alunos; nutrição 8 (14,5%); psicologia 8 (14,5%); fisioterapia 5 (9,09%); farmácia 2 (3,63%); fonoaudiologia 1 (1,81%); biomedicina 1 (1,81%). A maioria dos alunos cursava medicina e enfermagem, que são os profissionais que terão maior contato com vítimas de violência. Das oficinas oferecidas aos professores houve a participação de 184 professores. O tema bullying é de conhecimento dos professores, sendo que 44,2% suspeitaram de algum caso de violência doméstica, e metade deles foi confirmada. Apenas metade dos professores leram todo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e 85% dos professores nunca havia realizado um curso abordando os sinais de violência infantojuvenil, verificando-se a necessidade de investir em ações para difundir a temática.os 18 alunos-bolsistas foram capacitados para participarem ativamente de todas as atividades do programa: preparação, execução, tutoria e avaliação do curso e disciplina EaD, fórum, atuação nas oficinas junto às escolas municipais e capacitação com a equipe multidisciplinar de docentes da UFCSPA e receberam bolsa remuneratória mensal. A avaliação dos alunos bolsistas foi mensal e através do desempenho das tarefas designadas. Considerações finais As ações extensionistas desenvolvidas demonstraram que o tema enfrentamento à violência no ciclo da vida tem trazido ao programa amplo interesse da comunidade trabalhadora da área de enfrentamento à violência, discentes, docentes e população em geral. Isto posto, mostra-se a articulação da universidade com seus pares e com a comunidade no enfrentamento à violência através do fazer extensionista. Evidencia-se a necessidade da manutenção, através da educação continuada e demais abordagens, do entendimento do tema, atualização e proposição de soluções. A partir destas evidências foi proposta, à universidade, a oferta de um curso de especialização, na modalidade a distância visando aprofundamento da abordagem do tema, o qual se encontra em processo de avaliação. Com a demanda observada nas duas edições do curso EaD e avaliações recebidas dos participantes em todas as ações extensionistas do programa, a coordenação submeteu proposta ao edital Proext MEC/SESu 2014 tendo sido contemplada com recursos. Desta forma garantiu a 3ª. edição do curso EaD e a 3ª. edição da disciplina eletiva. Comporá ainda a ação extensionista de 2014 a instalação de um Centro Universitário de Referência em Saúde e Direitos Humanos, em parceria com a Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público de Porto Alegre, para acolhimento e orientação de vítimas de violência no ciclo da vida e a edição do livro Cinema, Saúde e Direitos Humanos numa perspectiva de educação continuada, com uma edição de 2000 exemplares a serem distribuídos gratuitamente em universidades, escolas, organizações não-governamentais e outras instituições que possam utilizá-lo como material didático para discutir e enfrentar questões relativas à violência no ciclo da vida. Para o Proext 2014 foi ampliado para 24 o número de bolsas remuneradas a serem oferecidas aos discentes. Dessa forma, ao proporcionar o acesso de estudantes a bolsa Proext remunerada contribui com a inclusão social dos alunos, tanto quanto ao habilitálos para o desenvolvimento de objetos de aprendizagem com fins de aplicabilidade na educação a distância, o treinamento quanto ao desempenho das funções de tutores e manuseio das ferramentas do ambiente de aprendizagem moodle, as discussões quanto a forma de comunicação no ambiente EaD, colabora com o diferencial deste aluno no mercado de trabalho lhe oportunizando diferentes opções de atuação. Referências

AZEVEDO, MA; GUERRA, V.N.A. (orgs). Infância e violência doméstica: fronteira do conhecimento. São Paulo: Cortez, 2005. HABIGZANG, L. F.; KOLLER S. H. Violência contra crianças e adolescentes: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012, 280p. SHARIFF, S. Ciberbullying: questões e soluções para a escola, a sala de aula e a família. Porto Alegre: Artmed, 2011, 399p. GOMES, R. et al. A abordagem dos maus-tratos contra a criança e o adolescente em uma unidade pública de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p.275-283, 2002. MONTONI, R. Caracterização da violência contra pessoas com deficiências no município de São Carlos. Disponível em: http://www.ufscar.br/~bdsepsi/209a.pdf. Acesso em: 24 jun 2012. PEREIRA, SM; HIRATA, MC; FERRIANI, MGC. Violência sexual: promoção de direitos humanos sexuais e reprodutivos X violência sexual. Disponível em: http://www.abennacional.org.br/revista/cap4.2.html. Acesso em: 24 jun 2012.