Proposta de enquadramento no Projeto de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais



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Transcrição:

Arranjo Produtivo Local Eletroeletrônico de Automação e Controle Eixo Porto Alegre Caixas do Sul Rio Grande do Sul Proposta de enquadramento no Projeto de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais Versão: 1.0 Porto Alegre, 02 de maio de 2012

2 SUMÁRIO 1. CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ARRANJO... 4 1.1. Histórico e formação do APL... 4 1.2. Delimitação territorial do APL... 4 1.3. Caracterização Econômica e Mercadológica do Arranjo... 5 1.3.1. A cadeia produtiva do segmento de automação... 5 1.3.2. Produtos produzidos e perfil de distribuição... 6 1.3.3. Clientes, Fornecedores e Concorrentes do APL... 6 1.3.4. Perfil profissional dos trabalhadores... 7 1.3.5. Certificações e Selos de Qualidade... 8 1.3.6. Tecnologia e Inovação no APL... 9 1.3.7. Sustentabilidade Ambiental das empresas do APL... 11 2. COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO DO ARRANJO... 11 2.1. Governança... 11 2.2. Instituições de Apoio ao APL... 12 2.3. Cooperação entre as empresas... 13 3. SITUAÇÃO ATUAL DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO... 14 3.1. Participação Econômica... 14 3.2. Empreendimentos e Empregos... 14 3.3. Infraestrutura do Arranjo... 16 3.4. Investimento e Financiamento... 17 3.5. Programas e Políticas Públicas de Apoio... 18 3.6. Desafios, Oportunidades e Fatores de Competitividade... 19 3.6.1. Desafios... 19 3.6.2. Oportunidades... 21 3.6.3. Fatores de Competitividade... 21 4. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO... 23 4.1. Planejamento Estratégico... 23 4.2. Estudo técnico do setor eletroeletrônico... 24 4.3. Fases de desenvolvimento do APL... 25 4.3.1. Fase I Estruturação da governança... 25 4.3.2. Fase II Promoção da coopetição e desenvolvimento de modelos de gestão das empresas... 26

3 4.3.3. Fase III Promoção comercial das empresas nos mercados nacional e internacional... 26 4.3.4. Fase IV Promoção da competitividade pela transversalidade do APL nos demais setores econômicos... 27 4.4. Atualização do Plano de Desenvolvimento... 29 5. AÇÕES REALIZADAS E EM ANDAMENTO... 29 6. AÇÕES PREVISTAS... 35 6.1. Incentivos Fiscais... 35 6.2. Incentivos Financeiros... 35 6.3. Inovação Tecnológica... 36 6.4. Redução do custo de aquisição de matéria-prima e insumos... 37 6.5. Mão-de-obra... 37 6.6. Promoção Comercial... 37 6.7. Empresas-âncora e mapeamento de cadeias produtivas... 37 6.8. Poder de compra do Estado... 38 6.9. Meio ambiente... 38 7. CONTRAPARTIDAS... 39 8. RESULTADOS ESPERADOS... 39 9. INDICADORES DE RESULTADO... 39 10. GESTÃO DO APL E DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO... 40 11. EMPRESAS E ENTIDADES APOIADORAS... 40 ANEXO 2 - Indicação de Entidade Gestora do APL... 41 ANEXO 3 Instituições que apoiam o APL... 43 ANEXO 4 Termos de Adesão das Empresas do APL... 53 APÊNDICE I - Estatuto Social da ABINEE... 102

4 1. CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ARRANJO 1.1. Histórico e formação do APL O Arranjo Produtivo Local Eletroeletrônico de Automação e Controle surgiu a partir de uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - ABINEE, que vislumbrou no setor de automação industrial - que por natureza tem a inovação e a busca por tecnologias de ponta como propulsores do seu desenvolvimento uma oportunidade de alavancar o desenvolvimento, não somente do setor de automação, mas também de toda a cadeia produtiva do setor eletroeletrônico do Rio Grande do Sul e demais segmentos empresariais, visto que possui uma característica de transversalidade, embutindo a tecnologia de seus produtos em equipamentos de diversos segmentos industriais, agregando tecnologia, economia e eficiência na produção, gerando melhorias diversas e alavancando o desenvolvendo de toda a malha produtiva do Estado. Contanto com a articulação da ABINEE, do SEBRAE, do IEL e da CaixaRS (atual BADESUL), no final de 2007 foi elaborado um estudo sobre o setor de automação industrial no Estado. Este estudo foi fundamental para a avaliação das potencialidades deste setor e para a definição dos principais municípios, quanto ao número de empresas, empregos e indicadores econômicos. Além dos municípios de Porto Alegre e Caxias do Sul polos industriais deste segmento foram identificados os municípios de Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Esteio, Gravataí, Morro Reuter, Novo Hamburgo e São Leopoldo. O Estudo também identificou 62 potenciais empresas pertencentes ao setor de automação industrial e predial, com cerca de 3,5 mil empregos diretamente envolvidos. 1.2. Delimitação territorial do APL O APL Eletroeletrônico de Automação e Controle está situado no eixo entre os municípios de Porto Alegre e Caxias do Sul, abrangendo ainda os municípios de Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Esteio, Gravataí, Morro Reuter, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Recentemente, o município de Sapucaia do Sul foi incluído na base territorial do APL.

5 Figura 1 Delimitação territorial do APL Automação e Controle Figura 1 Localização do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle 1.3. Caracterização Econômica e Mercadológica do Arranjo 1.3.1. A cadeia produtiva do segmento de automação Dada diversidade da aplicação de seus produtos, o segmento de automação industrial está fortemente conectado a outros segmentos da indústria eletroeletrônica, como o segmento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, o segmento de componentes eletrônicos e eletromecânicos, além do segmento de telecomunicações. Além de atender o próprio segmento eletroeletrônico, as empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle embutem tecnologia de seus produtos em outros segmentos industriais, principalmente a indústria metalmecânica e automotiva, muito representativas na economia do Rio Grande do Sul. Segmentos que estão se fortalecendo no Estado e no País, como os de petróleo, gás e energia, equipamentos médicos e hospitalares, além dos sistemas de segurança, também passam a ser

6 atendidos cada vez mais fortemente pelas empresas do APL. A seguir estão relacionados os códigos CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) das atividades principais das empresas do APL: CNAEs Principais 22.29-3-99 26.32-9-00 27.40-6-02 29.45-0-00 46.73-7-00 25.99-3-99 26.51-5-00 27.90-2-02 29.49-2-99 47.51-2-01 26.10-8-00 26.60-4-00 27.90-2-99 33.21-0-00 62.01-5-00 26.22-1-00 27.31-7-00 28.22-4-02 45.51-2-01 62.04-0-00 26.31-1-00 27.33-3-00 28.29-1-99 46.51-6-01 71.12-0-00 Tabela 1 CNAEs Principais das empresas do APL 1.3.2. Produtos produzidos e perfil de distribuição O rol de produtos produzidos pelas empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle compreende a fabricação de produtos eletroeletrônicos de automação (industrial, comercial, residencial e bancária), incluindo sistemas e softwares de controle e supervisão de processos, controladores lógicos programáveis, sensores e medidores de grandezas elétricas, integradores de sistemas, gerenciadores de energia elétrica, correção de fator de potência e inversores, controles e módulos eletrônicos diversos, além da prestação de serviços de engenharia de produto e processo, bem como instalações e montagens elétricas. Os canais de venda mais utilizados para atender os mercados clientes das empresas, verifica-se que a grande maioria utiliza-se de vendas diretas, representando a primeira opção de distribuição para 78% das empresas. Além desta opção, quase 50% das empresas indicam utilizar representantes e distribuidores e 34% utilizam revendedores. 1.3.3. Clientes, Fornecedores e Concorrentes do APL O perfil de clientes das empresas do APL são, em sua grande maioria (aproximadamente 50%) outras indústrias, contando ainda com 22% de revendedores varejistas, 10% de revendedores atacadistas e aproximadamente 17% de consumidores finais. Quanto ao destino das vendas, verifica-se que 20% destas são realizadas para clientes dentro da região metropolitana de Porto Alegre ou do próprio APL, 24% são para clientes de outras cidades do Rio Grande do Sul, 50% são para clientes de

7 outros Estados destacando o Estado de São Paulo, com cerca de 35% do total de vendas para outros Estados e, por fim, um percentual da ordem de 6% para outros países. Os fornecedores de insumos e matérias primas das empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle encontram-se, em sua grande maioria (aproximadamente 50%) em outros Estados brasileiros, sendo o mercado internacional, principalmente com China e Estados Unidos, responsável por atuais 20% do total de compras, crescendo este percentual a cada ano. Fornecedores locais - de dentro do próprio APL ou da mesma região - representam 19% do total de compras, sendo 11% reservado a fornecedores de outras cidades do Rio Grande do Sul. Os principais concorrentes das empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle encontram-se em outros Estado brasileiros, com 50% do total de empresas concorrentes destaque, mais uma vez, para o Estado de São Paulo, que concentra 60% destes concorrentes interestaduais, no mercado internacional principalmente na China e outros países asiáticos, com 18% do total de empresas concorrentes, em outras cidades do Rio Grande do Sul, com 10,5% de participação, além dos concorrentes localizados dentro do próprio APL Automação e Controle, com cerca de 11%. 1.3.4. Perfil profissional dos trabalhadores O perfil profissional demandado pelas empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle exige do profissional deste segmento habilidades técnicas e conceituais, que estejam permanentemente em atualização. Em nível técnico, os cursos que mais se alinham com as demandas do APL são os de técnico em eletrônica, eletrotécnica, mecatrônica e automação industrial. Em nível superior, destacam-se os cursos de engenharia elétrica, engenharia eletrônica, engenharia elétrica, engenharia mecatrônica e engenharia de software. Um grande gargalo para o desenvolvimento deste setor é relacionado à baixa disponibilidade de profissionais qualificados, tanto em nível técnico, quanto em nível superior. Existe uma reclamação muito forte, por parte das empresas, quanto à formação técnica recebida pelos egressos dos cursos relacionados, que estaria muito distante da realidade empregada no dia-a-dia das empresas. Mesmo assim, pela baixa disponibilidade de profissionais no mercado, as empresas acabam contratando profissionais não adequados às suas necessidades e treinando-os, internamente, para que estejam capacitados de acordo com o que precisam. Contudo, uma vez que o mercado está aquecido e a demanda por mão-de-obra qualificada é alta, este

8 profissional, muitas vezes, acaba migrando de empresa indo para empresas maiores, muitas vezes concorrente da antiga empresa em troca de salários maiores ou outras oportunidades, sem a necessidade de qualquer ressarcimento à empresa que o capacitou. Além de ficar sem o profissional que capacitou, a empresa terá o ônus financeiro e cronológico de selecionar e treinar um novo profissional. Este ônus, muitas vezes, acaba inviabilizando projetos e retraindo novos investimentos em capacitação e formação de profissionais. Além disso, o número crescente de profissionais demandados pelas empresas do setor eletroeletrônico de automação não é acompanhado pelo número de egressos dos cursos técnico e superior, cada vez menor. A grande maioria dos estudantes dos cursos relacionados ao APL já está empregada quando está em fase de conclusão do curso, o que dificulta, ainda mais, a seleção de novos profissionais. Outro ponto importante é que atualmente, dada a importância cada vez maior do desenvolvimento de produtos com inteligência embutida, com supervisão remota e assistidos à distância, cresce a demanda por profissionais capacitados para o desenvolvimento de softwares que possam fazer a comunicação e interação entre o dispositivo eletroeletrônico e o seu usuário. Tais facilidades representam para o cliente maior atratividade, confiabilidade e economia, representando, por sua vez, para as empresas do APL, um diferencial de competitividade que pode significar a sua sobrevivência em um mercado cada vez mais dominado por produtos importados. Este profissional voltado ao segmento de software, cada vez mais utilizado por empresas do setor eletroeletrônico, acaba criando uma concorrência interna com outros segmentos econômicos, como o próprio setor de informática do Rio Grande do Sul, que conta com empresas de renome internacional, como Dell, HP e SAP, grandes demandadoras deste mesmo perfil profissional. 1.3.5. Certificações e Selos de Qualidade Apesar da maioria dos produtos fabricados pelas empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle não serem certificados, alguns produtos recebem certificações de segurança do Underwriters Laboratories (UL), União Europeia (CE) e INMETRO, de acordo com o segmento atendido pela empresa, a aplicação dos produtos ou o mercado de destino. Cerca de 40% do total de produtos fabricados no APL Eletroeletrônico de Automação e Controle possuem algum tipo de certificação. Ainda não há uma marca própria que identifique a origem dos produtos fabricados por empresas do APL.

9 Em relação à certificação das próprias empresas, verifica-se que mais da metade destas são certificadas pela ISO-9001. Contudo, destaca-se, de forma negativa, o baixo número de empresas que participam do PGQP (Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade) e também a inexistência de empresas que adotam a certificação ambiental ISO-14000. Este último explica-se pelo baixo impacto que a indústria eletroeletrônica causa ao meio ambiente onde está inserida. 1.3.6. Tecnologia e Inovação no APL Em termos de desenvolvimento e produção, as empresas do setor eletroeletrônico gaúcho, de um modo geral, possuem tecnologia compatível para garantir competitividade em nível nacional. Contudo, em nível internacional, as empresas não estão aptas a competirem, neste âmbito, com as gigantes internacionais. Em termos de automatização de suas linhas de produção, algumas empresas do setor, principalmente as que fabricam produtos seriados, em larga escala e que atendem consumidores finais como os aparelhos de telecomunicação, tendem a investir fortemente em maquinário para tornar a produção mais eficiente, competitiva e de melhor acabamento. Para outras empresas, cujo perfil de clientes é mais voltado à indústria, o investimento neste tipo de equipamento não é tão intenso, uma vez que o valor agregado no produto está aplicado no desenvolvimento, inovação e na alta tecnologia empregada. Algumas empresas que possuem certa ociosidade em suas linhas de produção, disponibilizam parte destas linhas de produção para que outras empresas utilizem, mediante acerto financeiro. Outro gargalo importante para o crescimento do setor está ligado aos serviços intermediários, principalmente os relacionados à montagem de placas de circuito impresso. No Rio Grande do Sul existem poucas empresas que atuam com manufatura eletroeletrônica, importante recurso para agilizar a produção de demandas pontuais, por parte das empresas, reduzindo custos de produção. Com relação desenvolvimento de novos produtos, observa-se uma distância entre empresas locais que são expoentes nacionais em seus nichos de mercado e outras empresas que não possuem a mesma representatividade. Nota-se que as primeiras, investem fortemente no design de seus produtos, tanto na aparência, quanto na funcionalidade destes. O design de um produto, além de torna-lo esteticamente mais atraente, pode agregar a este produto características de funcionalidade e aplicação anteriormente inexistentes ou não perceptíveis. Este investimento tem retorno rápido e garantido, mas mesmo assim, as empresas apostam pouco neste tipo de ação, seja pelo seu custo inicial, seja por eventual limitação de visão de mercado. Este tipo de gargalo

10 deve ser objeto de projeto coletivo, que busque reduzir os custos para a participação das empresas, e que alavanque o crescimento destas. Outra ação que o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle buscará viabilizar será a melhor utilização dos centros de pesquisa, laboratórios e recursos disponíveis para o desenvolvimento de produtos. A parceria entre empresas e Universidades no Rio Grande do Sul ainda é tímida e precisa ser incentivada para que a transferência tecnológica se dê de forma mais acelerada e impacte positivamente no desenvolvimento regional. Muitas empresas do setor eletroeletrônico, por utilizarem os benefícios relativos à Lei de Informática, precisam investir parte de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento junto a ICT s (Institutos de Ciência e Tecnologia). Atualmente, dada dificuldade em realizar este tipo de serviço localmente, as empresas tem buscado ICT s de outros Estados, tipicamente São Paulo e nordeste do Brasil. Uma vez que empresa e academia possuem objetivos distintos, é necessário encontrar um ponto de convergência entre os atores locais, visando aplicar o conhecimento gerado dentro das Universidades nas empresas, de forma a transformar este conhecimento em desenvolvimento econômico para o Estado. Uma ação de aproximação entre empresas e ICT s deve ser realizada, mapeando o potencial de demandas e ofertas de serviços tecnológicos, de forma que as empresas identifiquem, claramente, os caminhos a percorrer na busca de apoio ao desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias. Mesmo assim, verifica-se que o esforço tecnológico percentual do faturamento aplicado em pesquisa e desenvolvimento (P&D) empregado pelas empresas do APL, sejam estes realizados interna ou externamente à empresa, é um dos mais altos do Brasil. Em pesquisa realizada pela ABINEE, 56% das empresas declararam que investem mais de 5% do seu faturamento em P&D, 28% declararam que investem de 3% a 5% e 16% das empresas informaram que aplicam entre 1% e 3% do seu faturamento em P&D. A pesquisa e o desenvolvimento são fatores-chave para o posicionamento das empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle no mercado, sendo considerada pelas empresas como a principal fonte de inovação de tecnologias e produtos, representando cerca de 50% das inovações geradas. As visitas técnicas e a participação em feiras do setor também são subsídios importantes para inovação nas empresas, com participação de 23%, seguidas de benchmarking de mercado, com participação de 19% das inovações geradas pelas empresas. No que tange a serviços tecnológicos teste e ensaio, calibração, certificação e normalização de produtos percebe-se que existe uma demanda interessante para este tipo de serviço junto às empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle.

11 Um levantamento feito pela ABINEE aponta que dentre os serviços mais demandados estão a certificação de produtos, seguidos pelo serviço de testes e ensaios de conformidade. 1.3.7. Sustentabilidade Ambiental das empresas do APL A indústria eletroeletrônica, principalmente o segmento de automação industrial, é notadamente conhecida por ser um segmento industrial que muito pouco agride o meio ambiente onde está inserida. Trata-se de uma indústria limpa, que utiliza poucos recursos naturais e ainda gera poucos resíduos industriais que mereçam tratamento adequado antes de serem descartados, bem como qualquer outro tipo de impacto acústico, visual ou térmico. A principal dificuldade das empresas, relacionada ao aspecto ambiental, está justamente na obtenção de licenças ambientais, principalmente no município de Porto Alegre, muito em função da burocracia e demora em conceder tais licenças. Esta demora tem afetado empresas, inclusive, na obtenção de financiamentos públicos e obrigado algumas empresas a migrarem suas instalações para outros municípios da região metropolitana de Porto Alegre, cujos processos de licenciamento ambiental são mais ágeis. 2. COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO DO ARRANJO 2.1. Governança A gestão do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle, desde as primeiras ações para a sua criação e organização, contou com a coordenação e articulação do escritório regional da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), cujo fim social consiste, dentre outros objetivos, congregar as empresas do setor eletroeletrônico, visando o engrandecimento social e econômico do País. Esta articulação contou com o apoio fundamental do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e do IEL (Instituto Euvaldo Lodi). No início de 2009 foram escolhidos os membros da Diretoria formada por empresários do setor de automação industrial e do Conselho Deliberativo do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle formado por representantes de entidades parceiras e do Governo do Rio Grande do Sul. Todas as decisões passam pela aprovação da Diretoria e do Conselho Deliberativo do APL Automação e Controle.

12 Visando formalizar e organizar a gestão do APL, a Diretoria e o Conselho Deliberativo do APL decidiram elaborar um Regimento Interno para o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle, publicado em janeiro de 2010, cuja cópia em anexo a este projeto. Entre as instituições apoiadoras do APL também foi firmado um Protocolo de Cooperação Técnica, publicado no Diário Oficial em 08 de junho de 2010. Este último documento também segue anexado a este projeto. 2.2. Instituições de Apoio ao APL Além da própria ABINEE, dentre as instituições parceiras que apoiaram a criação do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle, colaboraram com o seu desenvolvimento ou, ainda, participaram de ações pontuais ao longo da sua breve existência, podemos listar as seguintes: Sigla ABIMAQ/RS ASSESPRO/RS Banco do Brasil Bradesco Caixa Econômica Federal CaixaRS FIERGS Fundação Liberato IEL PUCRS SCIT SDPI SEBRAE Nome da Instituição Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos Regional RS Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação - Regional RS Banco do Brasil S/A Banco Bradesco Caixa Econômica Federal Caixa Estadual S/A Agência de Fomento/RS Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Instituto Euvaldo Lodi Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Estado do Rio Grande do Sul Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

13 SENAI SIMECAN SINDIMETAL SINMETAL SOFTSUL UCS UFRGS UNISINOS Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Sindicato das Indústrias Metal-Mecânicas e Eletro-Eletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Estado do Rio Grande do Sul Associação Sul-Riograndense de Apoio ao desenvolvimento de Software Universidade de Caxias do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade do Vale do Rio dos Sinos Tabela 2 Instituições de apoio ao APL 2.3. Cooperação entre as empresas Outro entrave importante a ser superado para o sucesso de ações coletivas no APL Eletroeletrônico de Automação e Controle é justamente a cooperação entre empresas de mesmo segmento de mercado. Não exclusivo do setor eletroeletrônico, percebe-se que este problema decorre de uma característica de ordem cultural e sociológica de empresas de diversos segmentos econômicos, principalmente no Rio Grande do Sul. Ainda que existam ações coletivas e coordenadas por agentes intermediadores, nota-se certa relutância nas empresas locais em assumirem projetos que envolvam a participação direta de empresas concorrentes. Ações que exijam a cooperação entre empresas ainda são tímidas, e se resumem a algumas trocas de informações entre as empresas, alguns poucos produtos desenvolvidos em conjunto, venda de alguns produtos consorciados ou a compra coletiva de determinados insumos. Contudo, é necessário que o APL desenvolva ações coletivas que realmente evidenciem os benefícios da articulação coletiva, como buscar maior penetração em mercados alvo, com a participação conjunta de empresas, oferecendo soluções completas ao invés de produtos isolados; o desenvolvimento conjunto de produtos e soluções; a formação de mão-de-obra específica para o

14 segmento; ou, ainda, a busca por políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento das empresas locais. Uma das propostas a que o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle se dispõe é criar um conceito de coopetição entre as empresas um ambiente onde exista, além da competição natural entre as empresas, a cooperação para resolução de problemas comuns. Esta iniciativa é essencial para o fortalecimento do mercado local (cooperação interna) visando fazer frente a concorrentes externos (competição com empresas estrangeiras). 3. SITUAÇÃO ATUAL DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO 3.1. Participação Econômica De acordo com a última pesquisa de desempenho do setor eletroeletrônico gaúcho, realizada pela ABINEE, com dados de 2011, o segmento de Automação e Controle compreende cerca de 46% do total de empresas do setor eletroeletrônico do Rio Grande do Sul, empregando aproximadamente 7 mil funcionários, representando cerca de 30% do total de funcionários das empresas do setor eletroeletrônico do Estado. O faturamento aproximado do setor de automação e controle no Estado, em 2011, foi da ordem de R$ 1,3 bilhões, o que representa, aproximadamente, 22% do faturamento total das empresas do setor eletroeletrônico no Estado. O índice de exportação deste segmento é elevado para o tipo de mercado, com um total exportado, em 2011, de aproximadamente R$ 57 milhões, representado 13% do volume total exportado pelo setor no Estado. 3.2. Empreendimentos e Empregos Outro dado significativo, que mostra a importância deste segmento no cenário nacional é o número de empresas de automação no Rio Grande do Sul, comparado ao total de empresas de automação associadas à ABINEE. No Rio Grande do Sul concentrase cerca de 46% do total de empresas do setor de automação no Brasil, o que comprova a forte vocação local para este segmento.

15 Figura 2 Empresas de Automação no Rio Grande do Sul e no Brasil Do total de empresas identificadas pela ABINEE na última pesquisa de Desempenho Setorial, cerca de 83 empresas pertencem ao segmento de automação, sendo cerca de 40% destas (33 empresas) associadas à ABINEE. Estas empresas empregaram, em 2011, aproximadamente 7 mil funcionários. Conforme relatado no item 1.3.4, o perfil de trabalhadores empregados no segmento de automação industrial necessita uma formação de alta qualidade. Quando a formação necessária não é contemplada pelas instituições de ensino da região, as empresas acabam investindo na complementaridade da formação de seus funcionários. É notório que a região do eixo entre Porto Alegre e Caxias do Sul região onde está inserido o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle possui excelentes Universidades, como UFRGS e PUCRS, em Porto Alegre, UNISINOS, em São Leopoldo, FEEVALE, em Novo Hamburgo, e UCS, em Caxias do Sul. Todavia, falta um alinhamento no direcionamento de formação dos profissionais relacionados ao setor eletroeletrônico, oriundos destas instituições. Quanto às escolas técnicas da região, o baixo número de alunos de nível médio-técnico, egressos daquelas instituições, não atende o volume de recursos humanos demandados pelo setor. Neste aspecto, existem importantes ações a

16 serem realizadas, visando disponibilizar recursos humanos qualificados para as empresas da região. Uma das inciativas criadas pelo APL Eletroeletrônico de Automação e Controle para tentar minimizar estes problemas surgiu à partir de um projeto que o APL submeteu a um edital do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em 2009, para criação de um curso pós-técnico de automação industrial, em parceria com a Universidade UNISINOS e com a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha. Este projeto possibilitou a formação de 3 turmas, e o curso passou a integrar a grade de cursos oferecidos regularmente pela Fundação Liberato. Um ponto que pode ser aprimorado, de acordo com as empresas, é a realização deste mesmo curso, em Porto Alegre, onde está concentrada a maior parte das empresas, facilitando, assim, a maior participação dos funcionários das empresas do APL. 3.3. Infraestrutura do Arranjo O APL Eletroeletrônico de Automação e Controle possui um conjunto interessante de instituições que podem auxiliar no desenvolvimento das empresas. Além das instituições de ensino mencionadas anteriormente, a região metropolitana de Porto Alegre possui Parques Tecnológicos de destaque nacional, como o TECNOPUC, em Porto Alegre, o TECNOSINOS, em São Leopoldo e o VALETEC, em Novo Hamburgo. Estes parques, instalados dentro de importantes Universidades PUCRS, UNISINOS e FEEVALE, respectivamente podem ser excelentes ambientes para a transferência tecnológica das Universidades para as empresas, transformando o conhecimento gerado na academia em desenvolvimento econômico e cultural do Estado. Contudo, percebe-se que estes ambientes ainda precisam ser melhores explorados, de modo que as empresas possam interagir melhor com estes parques tecnológicos, e estes, por sua vez, atinjam seus objetivos de promover a pesquisa e o desenvolvimento científico e tecnológico. Outro tipo de estrutura amplamente demandada por empresas do segmento de automação são os laboratórios de testes e ensaios de produtos. O laboratório LABELO, localizado dentro da PUCRS é uma referência nacional em vários tipos de serviços, mas ainda não atende a plenitude de testes e ensaios demandados pelas empresas. Recentemente a ABINEE visitou a CIENTEC Fundação de Ciência e Tecnologia e percebeu que esta não reúne condições de atender o setor, seja pela falta de estrutura ou pela carência de mão-de-obra necessária para prestar um serviço de agilidade. Existem outros laboratórios menores, que podem atender algumas demandas do setor, mas faz-se necessário que se invista neste tipo de serviço, evitando

17 que estes sejam buscados em outros Estados, aumentando o tempo de entrega do produto das empresas ao mercado, bem como o seu custo final. 3.4. Investimento e Financiamento Dado o perfil das empresas do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle e o tipo de produtos que desenvolvem, devendo estes estarem tecnologicamente compatíveis com seus concorrentes mundiais, é racional inferir que as empresas invistam grande percentual de seus recursos no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. Conforme pesquisa recente realizada pela ABINEE, nos últimos 5 anos os investimentos com o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias atingiu cerca de 50% dos investimentos efetuados pelas empresas do APL. Os investimentos com o aumento da capacidade produtiva representaram, neste mesmo período, aproximadamente, 25% dos investimentos efetuados, ao passo que os investimentos com marketing giraram em torno de 11%. A mesma pesquisa questionou as empresas acerca da previsão de investimentos para os próximos 5 anos, e percebe-se que as empresas não pretendem alterar drasticamente este quadro de investimentos. Os percentuais informados para investimentos, nos próximos anos, com desenvolvimento de novos produtos e tecnologias continuaram na casa dos 50%. Entretanto, para ações de marketing, as empresas sinalizaram que pretendem dobrar os investimentos anteriormente efetuados nesta área. Mesmo sendo um setor que depende de altos investimentos para tornar o tempo de desenvolvimento de um produto o mais breve possível, gerando melhor retorno e por mais tempo, as empresas locais encontram dificuldades para captar recursos para financiamento. A primeira grande dificuldade está na apresentação de garantias para captação de recursos, exigidas pelas instituições de crédito. Como a maioria das empresas do APL são micro e pequenas, e dado que as empresas de tecnologia não possuem grandes ativos, visto que seu principal ativo é o capital intelectual que as circunda, a captação de recursos fica muito prejudicada. Uma vez que as empresas não possuem garantias suficientes para viabilizar este tipo de financiamento, a operação não pode ser concretizada. Como não conseguem financiamento, as empresas acabam utilizando recursos próprios, o que acaba tornando o desenvolvimento de novos produtos e o próprio crescimento da empresa mais lento. Segundo levantamento efetuado pela ABINEE sobre a demanda de crédito por parte das empresas, o tipo de recurso mais demandado pelas empresas é justamente

18 para capital de giro (35%), o que poderia representar maior fôlego nas operações financeiras das empresas. A demanda de crédito para financiamento para compra de máquinas e equipamentos para produção representou 20% do total de crédito desejado pelas empresas, enquanto que recursos para ampliação da produção representaram 30% do total demandado. Em relação aos impactos gerados na economia caso fossem concedidos os financiamentos desejados pelas empresas, estas informaram que haveria o incremento de quase 1,5 mil novos postos de trabalho, além de uma previsão de crescimento anual 72% superior em relação ao crescimento utilizando apenas recursos próprios. 3.5. Programas e Políticas Públicas de Apoio Além de programas transversais e obras de infraestrutura, como melhorias em rodovias, ampliação de terminais portuários, programas de incentivo à geração de energias renováveis e ampliação da capacidade de transmissão de energia elétrica, dentre outros, podemos destacar os seguintes programas e políticas públicas que tem relação direta ou indiretamente com o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle, impactando positivamente no crescimento e desenvolvimento do arranjo: Programa/Política Pública Política Setorial (Programas Setoriais) Programa de Ações Internacionais Programa Estadual de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais (Programa de APLs) PRC (Programa de Redes de Cooperação) Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras Coordenação AGDI (Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento) SDPI (Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento) Diretoria de Produção e Inovação da AGDI SESAMPE (Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa) SCIT (Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico) Diretoria de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI

19 Projeto de Extensão Produtiva e Inovação Fundopem/RS Pró-Inovação PGTec (Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos) Investe/RS PROEDI (Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial) Programa de Apoio a Iniciativas Municipais Diretoria de Produção e Inovação da AGDI SDPI, através da SEADAP (Central do Sistema Estadual para Atração e Desenvolvimento de Atividades Produtivas) SCIT (Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico) SCIT (Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico) SEFAZ (Secretaria da Fazenda) SDPI, através da SEADAP (Central do Sistema Estadual para Atração e Desenvolvimento de Atividades Produtivas) SDPI (Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento) Tabela 3 Programas e políticas públicas de apoio 3.6. Desafios, Oportunidades e Fatores de Competitividade 3.6.1. Desafios São grandes os desafios a serem superados pelo APL Eletroeletrônico de Automação e Controle para se tornar referência nacional neste segmento, incluindo aspectos mercadológicos, tributários, de apoio institucional e até mesmo de cooperação entre empresas ou entre parceiros do APL. Dentre os vários fatores a serem elencados, podemos destacar o combate às importações, a luta por uma isonomia tributária entre Estados, a falta de direcionamento das ações dos parceiros e instituições de apoio, a dificuldade de acesso às linhas de financiamento e a falta de mão-de-obra qualificada. O movimento crescente de importações, onde a China aparece como grande player mundial, fornecendo todo tipo de produto eletroeletrônico, seja este acabado ou mesmo insumos para produção, é uma das principais ameaças do setor. Devido a vários fatores, como mão-de-obra barata, incentivos governamentais e baixos custos de produção, muitas empresas tem perdido mercado para empresas asiáticas, sofrendo,

20 inclusive, com a desindustrialização, na medida em que passam a importar produtos semi-acabados. Algumas empresas, ainda, passaram a fabricar seus produtos diretamente na China. Esta prática, ainda que traga benefícios econômicos para as empresas, gera uma reprimarização da economia local, uma vez que deixa de produzir, no Brasil, partes importantes de sua linha de produtos, realizando no País apenas tarefas de pouco valor agregado. É preciso que se busque alternativas para que as empresas possam competir com os produtos importados, tanto em matéria de preço, quanto em matéria de qualidade, criando um ambiente favorável para as empresas que desenvolvem no Brasil. Outro entrave importante para o desenvolvimento do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle é a falta de isonomia tributária existente entre estados do Brasil. Alguns estados, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, oferecem benefícios tributários (e até econômicos) que interferem na competitividade das empresas. Benefícios de redução de ICMS, juros reduzidos na obtenção de linhas de financiamento e outros incentivos acabam impactando, negativamente, na competitividade das empresas gaúchas de automação. A falta de direcionamento das ações das instituições de apoio também contribui negativamente para potencializar o desenvolvimento do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle. Devido ao grande número de segmentos econômicos que circundam uma metrópole como Porto Alegre, a falta de foco faz com que as ações de várias entidades de apoio, como IEL, SEBRAE, SENAI e Universidades, acabem se pulverizando, não tendo a continuidade necessária e o benefício esperado. Um exemplo de como o correto direcionamento das ações é importante para um arranjo de empresas é a pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, que possui claramente o direcionamento das ações de seus agentes apoiadores voltados para o único setor industrial economicamente relevante da região: o setor eletroeletrônico. Ainda que possuam um número muito menor de instituições de ensino e de apoio, na comparação com a região de Porto Alegre e Caxias do Sul, todas as entidades lá existentes focam suas ações exclusivamente no setor eletroeletrônico, possibilitando o desenvolvimento de toda a região. Assim, a região ficou conhecida nacionalmente como Vale da Eletrônica, criando uma expertise em telecomunicações e tendo atraído para a região várias empresas do setor, tornando-se uma referência. Conforme apresentado anteriormente, no item 3.4, a dificuldade na obtenção de linhas de crédito e financiamento é um importante entrave para o desenvolvimento e crescimento do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle. Por terem certa dificuldade na obtenção das garantias exigidas pelas instituições de crédito para concessão de financiamentos, as empresas acabam não conseguindo captar recursos

21 para custear o desenvolvimento e fabricação de novos produtos, tornando todo o processo mais lento e arriscado. Formar e disponibilizar mão-de-obra qualificada, insumo essencial para geração de inovação, também é um desafio a ser superado pelo APL. Conforme relatado no item 1.3.4 deste projeto, existe uma carência de profissionais capacitados tanto em nível técnico, quanto em nível superior a atender empresas de tecnologia do Estado. A concorrência por mão-de-obra qualificada se dá, inclusive, entre setores econômicos distintos, como o eletroeletrônico e o de informática, uma vez que a intersecção entre os dois setores é cada vez menor, dada a inteligência embarcada em hardwares e softwares, mais presentes a cada dia. 3.6.2. Oportunidades Ainda que a importação de produtos asiáticos seja uma ameaça para o setor, o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle possui boas oportunidades de desenvolvimento no mercado interno brasileiro, que está aquecido, e onde existem vários nichos a serem atendidos, incluindo a indústria de petróleo, gás e energia, saneamento, segurança e automação de processos industriais. Além destes, cabe destacar o poder de compra do Estado, que através do processo de compras Governamentais pode estimular e incentivar o desenvolvimento de produtos e tecnologias locais. O fornecimento a grandes empresas, que estão em processo de instalação ou ampliação de plantas industriais no Estado, também representa outra importante oportunidade para as empresas locais. Atualmente, uma parceria formada pela ABINEE, ABIMAQ, FIERGS e RS Óleo e Gás está articulando e desenvolvendo fornecedores locais para a CMPC Celulose Riograndense, empresa de origem chilena, que está investindo na ampliação de sua planta industrial em Guaíba. O objetivo deste trabalho, além de propiciar a realização de negócios entre as empresas locais e a empresa demandante, é criar um processo sistemático de apresentação do potencial de fornecimento local à empresas que estiverem investindo no Estado. Este processo deverá dar origem à um comitê, que buscará identificar oportunidades de negócios para as empresas locais, inclusive as do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle. 3.6.3. Fatores de Competitividade Devido ao fato do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle ser formado por empresas de base tecnológica, de alto valor agregado aos seus produtos e serviços,

22 sendo muitas destas empresas pequenas e médias, os fatores mais relevantes para a sua competitividade são: 1) Custo para aquisição de insumos, partes e peças. Grande parte destes insumos não é produzida no País, e o seu alto custo de importação torna a produção local pouco competitiva; 2) Disponibilidade de mão-de-obra qualificada. É necessária uma melhor adequação entre o preconizado nas Universidades e a realidade empresarial, aumento da disponibilidade de profissionais e a redução do custo de manutenção destes profissionais; 3) Acesso a linhas de financiamento e captação de recursos. O alto custo para a captação de linhas de financiamento convencionais torna o investimento, por parte das empresas, mais lento. Consequentemente, o seu crescimento torna-se também mais lento; 4) Acesso a tecnologias de ponta e mecanismos de incentivo à inovação tecnológica. É preciso melhorar a aproximação entre ICT s (Institutos de Ciência e Tecnologia) e as empresas, reduzindo o atual atraso na transferência de conhecimento, além de preparar as empresas para acessarem os mecanismos de apoio à inovação existentes; 5) Acesso a mercados, por meio de apoio a Feiras, Missões e Eventos, além de investimento em empresas com forte potencial de crescimento e penetração em outros mercados; 6) Desenvolvimento de políticas estratégicas do Governo Estadual e Federal de apoio às empresas que desenvolvem tecnologia no Estado, através de mecanismos como a redução da base de cálculo do ICMS, o aprimoramento do Apêndice XIII, a correta aplicação do Programa Pró-Inovação/RS, ou ainda, a atração, para o Estado, do programa Juro Zero, que é oferecido pela FINEP, mas que não está disponível no Rio Grande do Sul.

23 4. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO 4.1. Planejamento Estratégico Após a definição do Conselho Deliberativo, em 2009, e com o auxílio de um consultor contratado pelo SEBRAE, foi elaborado um Planejamento Estratégico para os anos seguintes, definindo ações e metas para os objetivos propostos. Após várias reuniões de trabalho, que contaram com a participação da Diretoria e o Conselho Deliberativo, o Planejamento Estratégico do APL Automação e Controle foi apresentado aos demais empresários no final de 2009, em reunião realizada no SEBRAE. Com o apoio das empresas e da consultoria especializada, o APL Eletroeletrônico de Automação e Controle definiu como missão articular e alavancar o desenvolvimento, integração e aumento da competitividade das empresas do APL, através da capacitação da gestão, do apoio à inovação e da busca de novos mercados, tendo como visão de futuro buscar ser reconhecido como o pólo brasileiro de soluções e tecnologia para automação de processos industriais, prediais e embarcados, dobrando o faturamento total das empresas até 2015. Figura 3 Mapa Estratégico do APL Automação e Controle

24 Com base no Planejamento Estratégico, foram definidas 7 linhas de ação, que agrupam todas as ações do APL Eletroeletrônico de Automação e Controle, distribuídas de acordo com seu objetivo principal, conforme tabela abaixo: Programa/Política Pública Coordenação Gestão e Qualidade Promover a excelência da gestão nas empresas Desenvolvimento de Pessoas Inteligência Comercial Crédito e Financiamento Inovação e Tecnologia Articulação Político-Institucional Gestão do APL Desenvolver competências operacionais nas empresas Promover a expansão comercial nacional e internacional das empresas Articular a estruturação de editais e outras formas de captação de recursos Fomentar o desenvolvimento tecnológico das empresas Atuar de forma articulada no desenvolvimento de políticas de apoio Coordenar as ações do APL e prestar suporte ao seu desenvolvimento Tabela 4 Linhas de Ação do APL Automação e Controle Cada empresário ou representante de alguma das entidades parceiras ficou responsável por uma das linhas de ação do Plano de Ações proposto. De acordo com as linhas de ação propostas e com os projetos de interesse comum, são definidos os partícipes, conforme a sua expertise, atuando conjuntamente ou de forma isolada, de acordo com o projeto. 4.2. Estudo técnico do setor eletroeletrônico Em 2011, a partir da solicitação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da SDPI (Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento) e da AGDI (Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento) a ABINEE reuniu suas empresas para discutir e elaborar uma nota técnica apresentando o setor e apontando oportunidades de desenvolvimento para os segmentos de automação e telecomunicações. Esta nota técnica contou com o apoio de empresas e consultores especializados, e serviu para base para a elaboração deste plano de desenvolvimento preliminar.

25 4.3. Fases de desenvolvimento do APL Dada a complexidade e diversidade de empresas, tempo de existência, produtos, fornecedores, clientes, mercados de atuação, entidades de apoio, instituições de ensino e outros fatores presentes neste arranjo de empresas, faz-se necessária a subdivisão das ações em etapas (fases ou ciclos de desenvolvimento), visando tornar o crescimento das empresas, e de todo o APL, homogêneo, dentro de seus limites, permitindo que este desenvolvimento seja sustentável e constante. Entendendo as dificuldades peculiares de se trabalhar coletivamente com empresas que possuem o mesmo ramo de atuação, sendo assim, concorrentes entre si, aliado ao fato de que cada empresa encontra-se em estágio de desenvolvimento distinto, a proposta deste plano de desenvolvimento é de que suas ações sejam segmentadas de acordo com as seguintes fases: 4.3.1. Fase I Estruturação da governança Neste estágio inicial, a formação do arranjo entre empresas, entidades, governo e outros parceiros deve buscar a legitimação e reconhecimento do APL como núcleo de desenvolvimento econômico e social perante as empresas e a sociedade. A presença da entidade gestora e da estruturação de uma governança são fundamentais para a realização das ações, que devem visar a mobilização e o engajamento de empresas, com ações de curtíssimo prazo e resultado imediato, buscando incentivar a fidelização das empresas e a percepção de valor na participação efetiva de um APL. Em parceria com Universidades, devem ser realizados mapeamentos e diagnósticos das empresas participantes, visando identificar as variáveis que deverão ser analisadas para o desenvolvimento das ações, como o grau de maturidade e desenvolvimento das empresas, as capacitações necessárias para o desenvolvimento coletivo e as ações que podem ser realizadas conjuntamente. A segmentação de empresas de acordo com o seu nível de desenvolvimento é importante para que possa haver direcionamento das ações e definição de público alvo, bem como para a elaboração de futuros diagnósticos, de forma que a análise da amostragem não permita a deturpação dos resultados obtidos. A entidade gestora deverá atuar fortemente junto às empresas, buscando a participação de empresas-âncora, que podem servir de exemplo e estímulo para atração de mais empresas, que vislumbram a geração de negócios dentro do próprio APL. Neste caso, as empresas-âncora contribuem diretamente com o desenvolvimento de todo o segmento, pois no intuito de fornecer para a empresa-âncora, as demais

26 empresas locais buscam a capacitação, o atendimento de exigências, a promoção e geração de negócios locais, movimentando toda a cadeia produtiva. A mesma entidade gestora deverá buscar, ainda, a promoção institucional do APL e do segmento produtivo, mostrando a importância do setor para o desenvolvimento da região, realizar convênios entre entidades de apoio, instituições financeiras e de ensino, de forma a engajar a comunidade neste esforço de desenvolvimento local. Capacitações básicas, para pequenas empresas, que possam garantir a estrutura mínima para o desenvolvimento destas empresas, bem como a capacitação da própria gestão do APL deve ser fortemente buscada. 4.3.2. Fase II Promoção da coopetição e desenvolvimento de modelos de gestão das empresas Neste segundo estágio, devem ser realizadas ações de curto prazo e resultados breves, facilmente percebidos pela direção das empresas participantes, de modo que se crie um ambiente de satisfação pelos resultados já alcançados e de estímulo e compromisso com as próximas ações. Uma vez que o mapeamento e a segmentação das empresas, de acordo com o seu nível de desenvolvimento, já está realizado, e as empresas já superaram um estágio inicial de aproximação e restrição à cooperação, este estágio deve privilegiar ações de fortalecimento de projetos coletivos e colaborativos, criando um ambiente de coopetição (onde as empresas cooperam e competem ao mesmo tempo), bem como focar na busca de incentivos (fiscais e financeiros) locais, na consolidação das parcerias, na prospecção de mercados (através da participação em feiras e rodadas de negócios), na capacitação empresarial e técnica, além de buscar a expansão da marca do APL como símbolo de organização e desenvolvimento. O desenvolvimento de modelos de gestão nas empresas é fundamental para que as empresas consigam se organizar e priorizar sua forma de atuação no APL. 4.3.3. Fase III Promoção comercial das empresas nos mercados nacional e internacional No terceiro estágio do desenvolvimento do APL, devem ser realizadas ações de médio prazo, que busquem a consolidação e o reconhecimento do APL como polo de desenvolvimento regional, buscando novos mercados, nacional e internacionalmente. Neste ponto, as empresas já atingirão um nível mais avançado de cooperação, com atuação forte junto à própria cadeia produtiva e, ainda, auxiliando no desenvolvimento dos demais segmentos da economia, embutindo tecnologia e inovação nos mais diversos