Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS. Direito Empresarial. Títulos Crédito. Volume

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Transcrição:

Volume Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Empresarial 2 Títulos de Crédito www.rodrigoandrade.pro.br Versão 1.3 2017.2

Rodrigo Andrade www.rodrigoandrade.pro.br www.direitolevadoaserio.com.br ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Empresarial Volume 2 Títulos de Crédito Versão 1.3 2017.2 Atualizado em 22/11/2017

APRESENTAÇÃO Este material foi desenvolvido pelo Prof. Rodrigo Andrade, para ser utilizado durante as aulas presenciais de Direito Empresarial II. Como o próprio nome o indica, trata-se de um roteiro de estudos: sua finalidade é dinamizar as aulas, deixando já à sua mão os slides utilizados pelo professor e os dispositivos normativos correlatos, de modo a que você possa se concentrar em fazer suas anotações e esclarecer eventuais dúvidas, ao invés de se preocupar em copiar o que está na lousa. Ao longo das aulas, o professor projetará diversos slides. Cada infográfico neste roteiro corresponde a um slide projetado durante os encontros presenciais. Abaixo de cada infográfico, você encontrará a transcrição dos dispositivos constitucionais, legais e jurisprudenciais relacionados ao assunto ali tratado. Eventualmente, podem constar excertos doutrinários ou outras informações complementares. Em meio aos assuntos, haverá exercícios que deverão ser realizados em sala, durante as aulas. No momento adequado, o professor o instruirá a respeito deles. Esses exercícios têm como objetivo auxiliá-lo ou auxiliá-la na adequada compreensão da matéria, bem como facilitar o processo de aprendizagem, sempre que possível, através de atividades de natureza lúdica. Ao final de cada bloco de assuntos, você encontrará exercícios de fixação, que deverão ser respondidos em casa, e levados para as aulas de revisão em sala, onde serão corrigidos. Sempre que possível, haverá também, ao final de cada unidade, questões de concursos públicos, para que você possa desenvolver a habilidade de responder a questões de múltipla escolha e já possa ir se preparando para provas, como o Exame de Ordem e concursos das mais variadas carreiras. Para que tenha melhor proveito deste material, sugere-se que você o imprima, encaderne e leve para todas as aulas. Assim, poderá facilmente acompanhar o desenvolvimento dos assuntos ao longo do período letivo, o que facilitará sobremaneira seus estudos. É óbvio que este material não substitui o estudo dos livros da melhor doutrina, que será oportunamente indicada ao longo do texto, nem dispensa sua presença nas aulas presenciais: é indispensável que você estude com afinco as lições dos grandes mestres, e leve suas inquietações para os encontros presenciais, a fim de que você, seus colegas e seu professor possam, juntos, construir o conhecimento. Com isso, o Prof. Rodrigo Andrade espera que você possa aproveitar ao máximo o convívio e as atividades propostas neste Roteiro de Estudos. Salvador, 16 de agosto de 2017. RODRIGO ANDRADE

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 2 INTRODUÇÃO... 4 O que é são Títulos de Crédito... 4 Metodologia... 4 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS... 5 1.1 A origem dos títulos de crédito... 5 1.2 Histórico da legislação cambiária no Brasil... 5 1.3 Conceito de Título de Crédito... 6 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO... 7 2.1 Classificação quanto à forma de circulação... 7 2.2 Classificação quanto ao modelo... 8 2.3 Classificação quanto à estrutura... 9 TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE... 10 3.1 Letra de Câmbio... 11 3.2 Nota Promissória... 20 3.3 Cheque... 22 3.4 Duplicata... 26

INTRODUÇÃO O que é são Títulos de Crédito Os títulos de crédito representam um dos principais instrumentos para a ágil circulação da riqueza, no âmbito das relações empresariais. Não é por outra razão que o ordenamento jurídico brasileiro possui ampla disciplina sobre o direito cambiário, cujas normas se encontram tanto no Código Civil, quanto em farta legislação extravagante. Trata-se de área que vem passando por profundas transformações, principalmente tendo em vista o vertiginoso crescimento das modalidades eletrônicas de circulação do crédito. Tal fato demonstra a necessidade de um estudo sério sobre a matéria, o que se pretende levar a cabo ao longo do período letivo. Metodologia Além do clássico método expositivo, o presente estudo dos Títulos de Crédito será abordado por meio dos mais diferenciados métodos, sempre com o intuito de proporcionar, para o estudante, a melhor e mais eficiente experiência de aprendizagem. Assim, por exemplo, este Roteiro de Estudos é composto por inúmeros exercícios, que contemplam desde questões de concursos públicos a atividades lúdicas, como caça-palavras, palavras cruzadas, exercícios de associação e questões discursivas, a serem resolvidas durante os encontros em sala de aula, individual ou coletivamente. A abordagem do conteúdo programático do componente curricular Títulos de Crédito contemplará, ainda, o emprego de metodologias ativas, aqui entendidas como o processo de ensino e aprendizagem cuja principal característica é a inserção do estudante como principal agente responsável por sua própria aprendizagem, comprometendo-se ativamente com o desenvolvimento das competências cognitivas, técnicas e comportamentais indispensáveis à sua formação. Dentre as inúmeras ferramentas disponíveis, serão especificamente empregados o método do Estudo de Caso, a Aprendizagem Baseada em Problemas ou PBL (acrônimo para Problem-Based Learning) e a Metodologia para Projetos.

Conceitos Introdutórios 5 Unidade 1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 1.1 A origem dos títulos de crédito INFOGRÁFICO I: CRÉDITO Crédito Conceito Elementos Finalidade Direito a uma prestação futura Confiança Viabilizar a circulação mais rápida da riqueza Boa-fé Tempo (prazo) INFOGRÁFICO II: SURGIMENTO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO Economia Natural Moeda Moeda Fiduciária Títulos de Crédito 1.2 Histórico da legislação cambiária no Brasil INFOGRÁFICO III: LEGISLAÇÃO CAMBIÁRIA NO BRASIL Decreto 2.044/1908 Regulamentação dos títulos de crédito no Brasil Conferências de Haia (1912 / 1913) Regulamento Uniforme relativo à Letra de Câmbio e à Nota Promissória (1912) Convenção de Genebra Lei Uniforme das Cambiais (1930) e Lei Uniforme do Cheque (1931) - Adesão do Brasil em 1942 Aprovação pelo Congresso Nacional: Decreto Legislativo 54/1964 Promulgação: Decreto 57.595/1966 (Lei Uniforme de Cheques) e Decreto 57.663/1966 (Lei Uniforme das Cambiais) Código Civil Arts. 887 a 926 Art. 903 (natureza supletiva)

Conceitos Introdutórios 6 Código Civil Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. 1.3 Conceito de Título de Crédito INFOGRÁFICO IV: PRINCÍPIOS INFORMADORES DO REGIME JURÍDICO CAMBIÁRIO Títulos de Crédito Cartularidade Literalidade Autonomia Legalidade/ Tipicidade O exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse legítima A posse do título pelo devedor faz presumir o pagamento O direito mencionado na cártula não existe sem ela O direito não pode ser transmitido sem a tradição da cártula O título vale pelo que nele está escrito O credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula O devedor tem o direito de só pagar o que está expresso no título Quitação parcial, aval, endosso etc., só valem se feitos no próprio título O portador pode exercer o direito sem depender das relações que o antecederam (imunidade aos vícios e defeitos anteriores) O título configura documento constitutivo de direito novo, autônomo, originário e desvinculado da relação que lhe deu origem Subprincípios Abstração Inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé Código Civil O direito não pode ser exigido sem a apresentação da cártula Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.

Classificação dos Títulos de Crédito 7 Unidade 2 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 2.1 Classificação quanto à forma de circulação INFOGRÁFICO V: FORMA DE TRANSFERÊNCIA OU CIRCULAÇÃO Forma de transferência ou circulação Ao portador Nominal Nominativo À ordem Não à ordem Código Civil Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação. Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas. Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato. Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. 1º. Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. 2º. A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 3º. Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. 1º. A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. 2º. O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. 3º. Caso o título original contenha o nome do primitivo

Classificação dos Títulos de Crédito 8 proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente. Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa. Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes. Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente. Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 11. Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso. Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras não à ordem, ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem endossar novamente a letra. Lei nº 8.088/1990 Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa, sendo transmissíveis somente por endosso em preto. 1. Revestir-seão de forma nominativa os títulos, valores mobiliários e cambiais em circulação antes da vigência desta lei, quando, por qualquer motivo, reemitidos, repactuados, desdobrados ou agrupados. 2. A emissão em desobediência à forma nominativa prevista neste artigo torna inexigível qualquer débito representado pelo título, valor mobiliário ou cambial irregular. 3. A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará o disposto neste artigo em relação aos valores mobiliários. Lei nº 9.069/1995 Art. 69. A partir de 1º de julho de 1994, fica vedada a emissão, pagamento e compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem REAIS), sem identificação do beneficiário. Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional regulamentará o disposto neste artigo. 2.2 Classificação quanto ao modelo INFOGRÁFICO VI: MODELO Modelo Títulos de Modelo Livre Títulos de Modelo Vinculado Sua emissão não se sujeita a uma forma específica preestabelecida Submete-se a rígida padronização fixada pela lei Letra de Câmbio, Nota Promissória Cheque, Duplicata

Classificação dos Títulos de Crédito 9 Lei nº 5.494/1968 (dispõe sobre as Duplicatas, e dá outras providências) Art. 27. O Conselho Monetário Nacional, por proposta do Ministério da Indústria e do Comércio, baixará, dentro de 120 (cento e vinte) dias da data da publicação desta lei, normas para padronização formal dos títulos e documentos nela referidos fixando prazo para sua adoção obrigatória. 2.3 Classificação quanto à estrutura INFOGRÁFICO VII: ESTRUTURA Estrutura Ordem de Pagamento Promessa de Pagamento Sacador Sacado Tomador Sacador/ Promitente Tomador

Títulos de Crédito em espécie 10 Unidade 3 TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE No direito brasileiro, estão regulamentados os seguintes títulos de crédito: Título de Crédito Regulamento 1 Letra de Câmbio Decreto 2.044/1908, 2 Nota Promissória Decreto 57.663/1966 3 Cheque Lei 7.357/1985 4 Duplicata Comercial Lei 4.474/1968, Decreto 5 Duplicata de Serviço 436/1969 6 Conhecimento de Depósito Decreto 1.102/1903 7 Warrant 8 Conhecimento de Transporte Decreto 19.473/1930 9 Letra Hipotecária Lei 7.684/1988 10 Cédula Rural Pignoratícia 11 Cédula Rural Hipotecária Decreto-Lei 167/1967 14 Nota de Promissória Rural 15 Duplicata Rural 16 Letra Imobiliária Lei 4.380/1964 17 Certificado de Depósito Bancário Lei 4.728/1965 Decreto-Lei 413/1969 20 Ações de Sociedade por Ações 21 Certificado de Depósito por Ações 22 Partes Beneficiárias Certificado de Depósito de Partes 23 Beneficiárias 24 Debêntures Lei 6.404/1976 25 Certificado de Depósito de Debênture 26 Cédula de Debênture 27 Bônus de Subscrição de Ações Certificado de Bônus de Subscrição de 28 Ações 29 Bilhete de Mercadoria Lei 165-A/1980 Decreto-Lei 70/1966, 30 Cédula Hipotecária Resolução BACEN 228/1972 31 Certificado de Depósitos em Garantia Lei 4.728/1965 (art. 31) Resolução BACEN 32 Certificado de Investimento 145/1970 12 18 Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária Cédula de Crédito Industrial 13 19 Nota de Crédito Rural Nota de Crédito Industrial

Títulos de Crédito em espécie 11 33 Cédula de Crédito à Exportação 34 Nota de Crédito à Exportação Lei 6.313/1975, Circular 35 Cédula de Crédito Comercial BCB 7.586/1977 36 Nota de Crédito Comercial 37 Cédula de Produto Rural Lei 8.929/1994 38 Certificados de Energia Elétrica Instrução CVM 267/1997 39 Certificados de Recebíveis Imobiliários Lei 9.514/1997 40 Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas Lei 9.611/1998 41 Cédula de Crédito Bancário 42 Certificado de Cédula de Crédito Bancário Lei 10.931/2004 43 Letra de Crédito Imobiliário 44 Cédula de Crédito Imobiliário 45 Certificado de Depósito Agropecuário e warrant Agropecuário 46 Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio Lei 11.076/2004 47 Letra de Crédito do Agronegócio 48 Certificado de Recebíveis do Agronegócio 49 Nota Comercial do Agronegócio Instrução Normativa CVM 422/2005 50 Bilhete de Loteria Decreto-Lei 204/1967 51 Cédula de Crédito Microempresarial Lei Complementar 123/2006 (art. 46) 52 Letra de Arrendamento Mercantil Lei 11.882/2008 53 Letra Financeira 54 Certificado de Operações Estruturadas Lei 12.249/2010 3.1 Letra de Câmbio INFOGRÁFICO VIII: LETRA DE CÂMBIO

Títulos de Crédito em espécie 12 INFOGRÁFICO IX: ELEMENTOS DA LETRA DE CÂMBIO Letra de Câmbio Conceito Sujeitos Título de crédito por qual o sacador dá uma ordem ao sacado, para que efetue pagamento em prol do tomador Sacador (Emitente) Sacado Tomador (credor beneficiário) INFOGRÁFICO X: REQUISITOS ESSENCIAIS DA LETRA DE CÂMBIO Requisitos Essenciais (arts. 1º e 2º) Expressão Letra de Câmbio Nome do Sacado Ordem incondicional de pagamento de quantia determinada Nome do Tomador Assinatura do Sacador Data do Saque Lugar do pagamento Lugar do saque Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 1º. A letra contém: 1. A palavra letra inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 3. O nome daquele que deve pagar (sacado); 4. A época do pagamento; 5. A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 6. O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 7. A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 8. A assinatura de quem passa a letra (sacador). Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado. A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. Código Civil Brasileiro

Títulos de Crédito em espécie 13 Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Súmula da Jurisprudência Dominante do STF Enunciado 387. A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. INFOGRÁFICO XI: ACEITE Aceite Conceito Forma Ato pelo qual o sacado assume a obrigação cambial e se torna o principal devedor da letra Assinatura do sacado no título, com a expressão aceito ou equivalente Efeitos Características O sacado se torna o principal devedor da obrigação Facultativo Irretratável Espécies Recusa Parcial Total Vencimento antecipado do título Sacador: vencimento antecipado do título Sacado: vincula-se ao pagamento, nos termos do aceite Espécies Aceitelimitativo Aceitemodificativo Cláusula Não-Aceitável Decreto nº 2.044/1908 Art. 11. Para a validade do aceite é suficiente a simples assinatura do próprio punho do sacado ou do mandatário especial, no anverso da letra. Vale, com aceite pura, a declaração que não traduzir inequivocamente a recusa, limitação ou modificação. Parágrafo único. Para os efeitos cambiais, a limitação ou modificação do aceite equivale à recusa, ficando, porém, o aceitante cambialmente vinculado, nos termos da limitação ou modificação. Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966)

Títulos de Crédito em espécie 14 Art. 21. A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio, pelo portador ou até por um simples detentor. Art. 22. O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo. Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicilio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data. Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador. Art. 23. As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de 1 (um) ano das suas datas. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior. Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes. Art. 24. O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os interessados somente podem ser admitidos a pretender que não foi dada satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto. O portador não é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra apresentada ao aceite. Art. 25. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra. Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou que deva ser apresentada ao aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve ser datado do dia em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação. À falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e contra o sacador, deve fazer constar essa omissão por um protesto, feito em tempo útil. Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada. Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite. Art. 27. Quando o sacador tiver indicado na letra um lugar de pagamento diverso do domicilio do sacado, sem designar um terceiro em cujo domicilio o pagamento se deva efetuar, o sacado pode designar no ato do aceite a pessoa que deve pagar a letra. Na falta dessa indicação, considera-se que o aceitante se obriga, ele próprio, a efetuar o pagamento no lugar indicado na letra. Se a letra é pagável no domicilio do sacado, este pode, no ato do aceite, indicar, para ser efetuado o pagamento, um outro domicilio no mesmo lugar. Art. 28. O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra à data do vencimento. Na falta de pagamento, o portador, mesmo no caso de ser ele o sacador, tem contra o aceitante um direito de ação resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termos dos artigos 48 e 49. Art. 29. Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite é considerado como recusado. Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes da restituição da letra. Se, porém, o sacado tiver informado por escrito o portador ou qualquer outro signatário da letra de que aceita, fica obrigado para com estes, nos termos do seu aceite. INFOGRÁFICO XII: AVAL

Títulos de Crédito em espécie 15 Aval Conceito Sujeitos Efeito Forma Aval x Fiança Garantia, dada por terceiro, de pagamento da letra Avalista Avalizado (LUG, art. 31) Avalista se torna solidariamente obrigado com seu avalizado Simples assinatura no anverso (LUG, art. 31, 2) Fiança é obrigação acessória Aval é obrigação cambiária (autônoma) Código Civil Brasileiro Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. 1. Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. 2º. Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma. Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval. O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador. O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador. Art. 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada. A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma. Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra. INFOGRÁFICO XIII: VENCIMENTO DA LETRA DE CÂMBIO Vencimento Letra com dia certo Letra à vista Letra a certo termo da vista Letra a certo termo da data Vencimento em data preestabelecida pelo sacador Vencimento no dia da apresentação do título ao sacado Vencimento após determinado prazo, a partir da vista do título Vencimento após determinado prazo, a partir do saque do título Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966)

Títulos de Crédito em espécie 16 Art. 33. Uma letra pode ser sacada: à vista; a um certo termo de vista; a um certo termo de data; pagável num dia fixado. As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas. Art. 34. A letra à vista é pagável à apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes. O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa data. Art. 35. O vencimento de uma letra a certo termo de vista determina-se, quer pela data do aceite, quer pela do protesto. Na falta de protesto, o aceite não datado entende-se, no que respeita ao aceitante, como tendo sido dado no último dia do prazo para a apresentação ao aceite. Art. 36. O vencimento de uma letra sacada a 1 (um) ou mais meses de data ou de vista será na data correspondente do mês em que o pagamento se deve efetuar. Na falta de data correspondente, o vencimento será no último dia desse mês. Quando a letra é sacada a 1 (um) ou mais meses e meio de data ou de vista, contam-se primeiro os meses inteiros. Se o vencimento for fixado para o princípio, meado ou fim do mês, entende-se que a letra será vencível no primeiro, no dia 15 (quinze), ou no último dia desse mês. As expressões "oito dias" ou "quinze dias" entendem-se não como 1 (uma) ou 2 (duas) semanas, mas como um prazo de 8 (oito) ou 15 (quinze) dias efetivos. A expressão "meio mês" indica um prazo de 15 (quinze) dias. Art. 37. Quando uma letra é pagável num dia fixo num lugar em que o calendário é diferente do lugar de emissão, a data do vencimento é considerada como fixada segundo o calendário do lugar de pagamento. Quando uma letra sacada entre duas praças que em calendários diferentes é pagável a certo termo de vista, o dia da emissão é referido ao dia correspondente do calendário do lugar de pagamento, para o efeito da determinação da data do vencimento. Os prazos de apresentação das letras são calculados segundo as regras da alínea precedente. Estas regras não se aplicam se uma cláusula da letra, ou até o simples enunciado do título, indicar que houve intenção de adotar regras diferentes. INFOGRÁFICO XIV: PAGAMENTO DA LETRA DE CÂMBIO

Desonera os coobrigados posteriores; pode riscar o próprio endosso/aval e os posteriores Pode recusar o pagamento antecipado, mas não pode recusar no vencimento, nem a quitação Desonera os coobrigados; tem ação cambial para receber do aceitante o que desembolsou Dirigida ao devedor por carta registrada (para o sacado e coobrigados), ou por Oficial do cartório Desonera da responsabilidade cambial os coobrigados Títulos de Crédito em espécie 17 Pagamento Apresentação Regras Oposição Efeitos Prazo Portador Hipóteses Aceitante Letras com data certa Letras à vista É obrigado a exibir a letra e dar nela a quitação Extravio, falência ou Incapacidade do portador Efeitos da perda do prazo Avalistas do Aceitante Decadência do direito de regresso contra os coobrigados Sacado Pode exigir a entrega da letra, com quitação Sacador, Endossadores e seus Avalistas Decreto nº 2.044/1908 Art. 20. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. 1º. Será pagável à vista a letra que não indicar a época do vencimento. Será pagável, no lugar mencionado ao pé do nome do sacado, a letra que não indicar o lugar do pagamento. É facultada a indicação alternativa de lugares de pagamento, tendo o portador direito de opção. A letra pode ser sacada sobre uma pessoa, para ser paga no domicílio de outra, indicada pelo sacador ou pelo aceitante. 2º. No caso de recusa ou falta de pagamento pelo aceitante, sendo dois ou mais os sacados, o portador deve apresentar a letra ao primeiro nomeado, se estiver domiciliado na mesma praça; assim sucessivamente, sem embargo da forma da indicação na letra dos nomes dos sacados. 3º. Sobrevindo caso fortuito ou força maior, a apresentação deve ser feita, logo que cessar o impedimento.

Títulos de Crédito em espécie 18 Art. 21. A letra à vista deve ser apresentada ao pagamento dentro do prazo nela marcado; na falta desta designação, dentro de 12 meses, contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas. Art. 30. O portador é obrigado a dar aviso do protesto ao último endossador, dentro de dois dias, contados da data do instrumento do protesto e cada endossatário, dentro de dois dias, contados do recebimento do aviso, deve transmiti-lo ao seu endossador, sob pena de responder por perdas e interesses. Parágrafo único. O aviso pode ser dado em carta registrada. Para esse fim, a carta será levada aberta ao Correio, onde, verificada a existência do aviso se declarará o conteúdo da carta registrada no conhecimento e talão respectivo. Art. 36. Justificando a propriedade e o extravio ou a destruição total ou parcial da letra, descrita com clareza e precisão, o proprietário pode requerer ao juiz competente do lugar do pagamento na hipótese de extravio, a intimação do sacado ou do aceitante e dos coobrigados, para não pagarem a aludida letra, e a citação do detentor para apresentá-la em juízo, dentro do prazo de três meses, e, nos casos de extravio e de destruição, a citação dos coobrigados para, dentro do referido prazo, oporem contestação, firmada em defeito de forma do título ou, na falta de requisito essencial, ao exercício da ação cambial. Estas citações e intimações devem ser feitas pela imprensa, publicadas no jornal oficial do Estado e no Diário Oficial para o Distrito Federal e nos periódicos indicados pelo juiz, além de afixadas nos Lugares do estilo e na bolsa da praça do pagamento. 1º O prazo de três meses corre da data do vencimento; estando vencida a letra, da data da publicação no jornal oficial. 2º Durante o curso desse prazo, munido da certidão do requerimento e do despacho favorável do juiz, fica o proprietário autorizado a praticar todos os atos necessário à garantia do direito creditório, podendo, vencida a letra, reclamar do aceitante o depósito judicial da soma devida. 3º Decorrido o prazo, sem se apresentar o portador legitimado (art. 39) da letra, ou sem a contestação do coobrigado (art. 36), o juiz decretará a nulidade do título extraviado ou destruído e ordenará, em benefício do proprietário, o levantamento do depósito da soma, caso tenha sido feito. 4º Por esta sentença fica o proprietário habilitado, para o exercício da ação executiva, contra o aceitante e os outros coobrigados. 5º Apresentada a letra pelo portador legitimado (art. 39), ou oferecida a contestação (art. 36) pelo coobrigado, o juiz julgará prejudicado o pedido de anulação da letra, deixando, salvo à parte, o recurso aos meios ordinários. 6º Da sentença proferida no processo cabe o recurso de agravo com efeito suspensivo. 7º Este processo não impede o recurso à duplicata e nem para os efeitos da responsabilidade civil do coobrigado, dispensa o aviso imediato do extravio, por cartas registradas endereçadas ao sacado, ao aceitante e aos outros coobrigados, pela forma indicada no parágrafo único do artigo 30. Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 38. O portador de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve apresentá-la a pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos 2 (dois) dias úteis seguintes. A apresentação da letra a uma câmara de compensação equivale a apresentação a pagamento. Art. 39. O sacado que paga uma letra pode exigir que ela lhe seja entregue com a respectiva quitação. O portador não pode recusar qualquer pagamento parcial. No caso de pagamento parcial, o sacado pode exigir que desse pagamento se faça menção na letra e que dele lhe seja dada quitação. Art. 40. O portador de uma letra não pode ser obrigado a receber o pagamento dela antes do vencimento. O sacado que paga uma letra antes do vencimento fá-lo sob sua responsabilidade. Aquele que paga uma letra no vencimento fica validamente desobrigado, salvo se da sua parte tiver havido fraude ou falta grave. É obrigado a verificar a regularidade da sucessão dos endossos mas não a assinatura dos endossantes. Art. 41. Se numa letra se estipular o pagamento em moeda que não tenha curso legal no lugar do pagamento, pode a sua importância ser paga na moeda do pais, segundo o seu

Títulos de Crédito em espécie 19 valor no dia do vencimento. Se o devedor está em atraso, o portador pode, à sua escolha, pedir que o pagamento da importância da letra seja feito na moeda do país ao câmbio do dia do vencimento ou ao câmbio do dia do pagamento. A determinação do valor da moeda estrangeira será feita segundo os usos do lugar de pagamento. O sacador pode, todavia, estipular que a soma a pagar seja calculada segundo um câmbio fixado na letra. As regras acima indicadas não se aplicam ao caso em que o sacador tenha estipulado que o pagamento deverá ser efetuado numa certa moeda especificada (cláusula de pagamento efetivo numa moeda estrangeira). Se a importância da letra for indicada numa moeda que tenha a mesma denominação mas o valor diferente no país de emissão e no de pagamento, presume-se que se fez referência à moeda do lugar de pagamento. Art. 42. Se a letra não for apresentada a pagamento dentro do prazo fixado no artigo 38, qualquer devedor tem a faculdade de depositar a sua importância junto da autoridade competente à custa do portador e sob a responsabilidade deste. Art. 53. Depois de expirados os prazos fixados: - para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista; - para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento; - para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas". O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. Na falta de apresentação ao aceite no prazo estipulado pelo sacador, o portador perdeu os seus direitos de ação, tanto por falta de pagamento como por falta de aceite, a não ser que dos termos da estipulação se conclua que o sacador apenas teve em vista exonerar-se da garantia do aceite. Se a estipulação de um prazo para a apresentação constar de um endosso, somente aproveita ao respectivo endossante. INFOGRÁFICO XV: PROTESTO Protesto Conceito Efeitos Forma Ato oficial e público, que comprova a exigência do cumprimento das obrigações cambiárias, constituindo-se em prova plena Protesto Facultativo ou Probatório Provar a mora, a retenção do título ou a insolvência do sacado e seu avalista Protesto Necessário ou Conservatório Conservar o direito de regresso contra os coobrigados Lei 9.492/1997 Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes, sacador e outros coobrigados: no vencimento; se o pagamento não foi efetuado; mesmo antes do vencimento: 1º) se houve recusa total ou parcial de aceite; 2º) nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão de pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem resultado, execução dos seus bens; 3º) nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável. Lei nº 9.492/1997 Art. 3º. Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interesses públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução

Títulos de Crédito em espécie 20 ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados, na forma desta Lei. 3.2 Nota Promissória INFOGRÁFICO XVI: NOTA PROMISSÓRIA INFOGRÁFICO XVII: NOTA PROMISSÓRIA Nota Promissória Conceito Sujeitos Promessa de pagamento, pela qual o sacador/ promitente/ subscritor promete pagar determinada quantia ao tomador Sacador (Promitente ou Subscritor) Tomador (credor beneficiário) INFOGRÁFICO XVIII: REQUISITOS ESSENCIAIS DA NOTA PROMISSÓRIA

Títulos de Crédito em espécie 21 Requisitos Essenciais (arts. 75 e 76) Expressão Nota Promissória Promessa pura e simples de pagamento de quantia determinada Época do pagamento Lugar do Pagamento Nome do Beneficiário Data do Saque Lugar do saque Assinatura do Subscritor Lei Uniforme das Cambiais (Decreto nº 57.663/1966) Art. 75. A nota promissória contém: 1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas seguintes. A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista. Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da nota promissória. A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor. Art. 77. São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não sejam contrárias à natureza deste título, as disposições relativas às letras e concernentes: endosso (artigos 11 a 20); vencimento (artigos 33 a 37); pagamento (artigos 38 a 42); direito de ação por falta de pagamento (artigos 43 a 50 e 52 a 54); pagamento por intervenção (artigos 55 e 59 a 63); cópias (artigos 67 e 68); alterações (artigo 69); prescrição (artigos 70 e 71); dias feriados, contagem de prazos e interdição de dias de perdão (artigos 72 a 74). São igualmente aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas às letras pagáveis no domicílio de terceiro ou numa localidade diversa da do domicílio do sacado (artigos 4º e 27), a estipulação de juros (artigo 5º), as divergências das indicações da quantia a pagar (artigo 6º), as consequências da aposição de uma assinatura nas condições indicadas no artigo 7º, as da assinatura de uma pessoa que age sem poderes ou excedendo os seus poderes (artigo 8º) e a letra em branco (artigo 10). São também aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas ao aval (artigos 30 a 32); no caso previsto na última alínea do artigo 31, se o aval não indicar a pessoa por quem é dado, entender-se-á ser pelo subscritor da nota promissória. Art. 78. O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra. As notas promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos subscritores nos prazos fixados no artigo 23. O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar o seu visto é comprovada por um protesto (artigo 25), cuja data serve de início ao termo de vista.

Títulos de Crédito em espécie 22 3.3 Cheque INFOGRÁFICO XIX: CHEQUE Cheque INFOGRÁFICO XX: CHEQUE Conceito Sujeitos Ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão de fundos existentes. Sacador (Emitente) Sacado (Banco) Tomador (credor beneficiário) Lei nº 7.357/1985 Art. 3º. O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque. Art. 4º. O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como cheque. 1º. A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento. 2º. Consideram-se fundos disponíveis: a) os créditos constantes de conta-corrente bancária não subordinados a termo; b) o saldo exigível de conta-corrente contratual; c) a soma proveniente de abertura de crédito. INFOGRÁFICO XXI: REQUISITOS ESSENCIAIS DO CHEQUE Requisitos Essenciais (arts. 1º e 2º) Expressão Cheque Ordem incondicional de pagar quantia determinada Nome do Sacado (banco) Lugar do Pagamento Nome do Beneficiário (+ R$100,00) Data da Emissão Lugar da emissão Assinatura do Sacador

Emitido pelo banco contra si mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências (emitente e sacador ao mesmo tempo) Títulos de Crédito em espécie 23 Lei nº 7.357/1985 Art. 1º. O cheque contém: I - a denominação cheque inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. Art. 2º. O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a seguir: I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente. Art. 32. O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. Parágrafo único. O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. Lei nº 9.069/1995 Art. 69. A partir de 1º de julho de 1994, fica vedada a emissão, pagamento e compensação de cheque de valor superior a R$ 100,00 (cem REAIS), sem identificação do beneficiário. Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional regulamentará o disposto neste artigo. INFOGRÁFICO XXII: CHEQUE Modalidades de Cheque Requisito Cheque Visado (art. 7º) Cheque Administrat ivo (art. 9º, III) Cheque Cruzado (arts. 44 e 45) Cheque para ser creditado em conta (art. 46) Cheque não ao portador (nominal) e não endossado. Efeito Forma Assinatura do banco, no verso do título, confirmando a existência de fundos suficientes Efeito O banco se obriga a reservar a quantia pelo prazo de apresentação O banco não se obriga, e nem desobriga os coobrigados Só pode ser pago a um banco ou cliente do banco, mediante crédito em conta Modalidades Cruzamento Geral ou Em Branco Cruzamento Especial ou Em Preto Lei nº 7.357/1985 Art. 7º. Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou

Títulos de Crédito em espécie 24 outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. 2º O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização. Art. 9º O cheque pode ser emitido: I - à ordem do próprio sacador; II - por conta de terceiro; III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. Art. 44. O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título. 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação banco, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele. 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente. Art. 45. O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança. 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrálo por conta de tais pessoas. 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais para cobrança por câmara de compensação. 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as disposições precedentes. Art. 46. O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, no anverso do título, da cláusula para ser creditado em conta, ou outra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a lançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento. O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente. 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado que não observar as disposições precedentes. INFOGRÁFICO XXIII: SUSTAÇÃO DO CHEQUE Sustação Modalidades Responsabilidade Revogação ou Contraordem (art. 35) Oposição (art. 36) Civil (abuso de direito) Penal (estelionato) Efeitos apenas após o prazo de apresentação Efeitos durante o prazo de apresentação Por escrito, fundada em relevante razão de direito Emitente ou portador legitimado

Títulos de Crédito em espécie 25 Lei nº 7.357/1985 Art. 35. O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único. A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. Art. 36. Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940) Estelionato. Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. [...] 2º. Nas mesmas penas incorre quem: [...] Fraude no pagamento por meio de cheque. VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. INFOGRÁFICO XXIV: PRAZOS Prazos Apresentação Prescrição 30 dias (mesma praça) ou 60 dias (praça diferente) 6 meses após o prazo de apresentação Perda do direito de cobrar os codevedores Obs.: cheque pós-datado Lei nº 7.357/1985 Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Parágrafo único. Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento. Art. 59. Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. Parágrafo único. A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado. I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal Enunciado 40. O prazo prescricional de 6 (seis) meses para o exercício da pretensão à execução do cheque pelo respectivo portador é contado do encerramento do prazo de

Títulos de Crédito em espécie 26 apresentação, tenha ou não sido apresentado ao sacado dentro do referido prazo. No caso de cheque pós-datado apresentado antes da data de emissão ao sacado ou da data pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira apresentação. INFOGRÁFICO XXV: COBRANÇA DE CHEQUE PRESCRITO Lei nº 7.357/1985 Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Parágrafo único. Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento. 3.4 Duplicata INFOGRÁFICO XXVI: DUPLICATA