TÍTULOS DE CRÉDITO PROF. LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "TÍTULOS DE CRÉDITO PROF. LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA"

Transcrição

1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO RESUMO DAS AULAS DIREITO COMERCIAL II TÍTULOS DE CRÉDITO PROF. LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA

2 PROGRAMA 1. CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO CONCEITOS. O CRÉDITO CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO. CARTULARIDADE. LITERALIDADE. CIRCULABILIDADE. AUTONOMIA. INDEPENDÊNCIA. ABSTRAÇÃO. TIPICIDADE. EXECUTIVIDADE. INOPONIBILIDADE 2. PRINCIPAIS TÍTULOS DE CRÉDITO. LETRA DE CÂMBIO. NOTA PROMISSÓRIA CHEQUE. DUPLICATA MERCANTIL E DE SERVIÇO TÍTULOS DE CRÉDITO PRÓPRIOS TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS TÍTULOS DE CRÉDITO ELETRÔNICOS 3. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO QUANTO AO MODELO: VINCULADOS (CHEQUE E DUPLICATA). LIVRES (NP e LC) QUANTO Á ESTRUTURA: ORDEM DE PAGAMENTO (CHEQUE, DUPLICATA E LETRA DE CÂMBIO). PROMESSA DE PAGAMENTO (NOTA PROMISSÓRIA) QUANTO Á HIPÓTESE DE EMISSÃO: CAUSAIS (DUPLICATAS). LIMITADOS (LETRA DE CÂMBIO). NÃO CAUSAIS (CHEQUE E NP) QUANTO Á CIRCULAÇÃO: AO PORTADOR (SIMPLES TRADIÇÃO) NOMINATIVOS À ORDEM (ENDOSSO). NOMINATIVOS NÃO À ORDEM (CESSÃO CIVIL). NOMINAIS TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS: DE LEGITIMAÇÃO. DE INVESTIMENTO. DE FINANCIAMENTO. REPRESENTATIVOS 3.6. OUTROS CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO. MODELO. ESTRUTURA. CONTEÚDO. NATUREZA. MODO DE EMISSÃO, CIRCULAÇÃO. QUANTO AO PRAZO. EMITENTE. COBRANÇA. ÁREA DA ECONOMIA. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 2

3 3.7. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES (CÓDIGO CIVIL) QUANTO À NATUREZA: ABSTRATOS. CAUSAIS QUANTO AO MODO DE CIRCULAÇÃO. AO PORTADOR. NOMINATIVOS À ORDEM. NOMINATIVOS NÃO À ORDEM 4. INSTITUTOS CARACTERÍSTICOS DO DIREITO CAMBIAL SUJEITOS DA RELAÇÃO CAMBIAL: CREDOR. DEVEDOR. EMITENTE SACADOR. SACADO. ACEITANTE. COOBRIGADOS. AVALISTA. AVALIZADO. ENDOSSANTE. ENDOSSATÁRIO 4.2. ATOS CAMBIÁRIOS: VENCIMENTO. PAGAMENTO. PROTESTO. EMISSÃO (ou saque). ACEITE. ENDOSSO. AVAL 5. PRINCIPAIS TÍTULOS DE CRÉDITO. LETRA DE CÂMBIO. HISTÓRIA CONCEITO REQUISITOS. NOTA PROMISSÓRIA. CONCEITO REQUISITOS PRESCRIÇÃO. CHEQUE. CONCEITO PARTICIPANTES REQUISITOS. FORMAS - TIPOS PRESCRIÇÃO. DUPLICATA. CONCEITO ORIGEM. TIPOS REQUISITOS. PRESCRIÇÃO. TRIPLICATA. DUPLICATA SIMULADA (versão 2019) TÍTULOS DE CRÉDITO Página 3

4 TÍTULOS DE CRÉDITO CONCEITO DE CRÉDITO relação de confiança entre duas pessoas: o que concede (credor) e o que recebe (devedor) CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado. CESARE VIVANTE documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,... ART. 887 DO CÓDIGO CIVIL documento que corporifica um direito de crédito de natureza patrimonial e obrigacional." RUBENS REQUIÃO CARACTERÍSTICAS = SE REFEREM UNICAMENTE A RELAÇÕES CREDITÍCIAS = SÃO TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS = NEGOCIABILIDADE PRINCÍPIOS CARTULARIDADE = não existe o direito sem o documento LITERALIDADE = tem exatamente o valor nele escrito. CIRCULABILIDADE = transferência do papel transfere o direito nele contido AUTONOMIA = cada obrigação cambial existe por si só INDEPENDÊNCIA = basta por si mesmo ABSTRAÇÃO = independe da causa e da origem TIPICIDADE = são todos criados e previstos em lei Art. 887 do Código Civil: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, só produz efeito quando preencha os requisitos da lei. EXECUTIVIDADE = não dependem de processo de conhecimento para cobrança judicial (arts. 566, I e 585, I e VII do CPC.) INOPONIBILIDADE = não cabem exceções pessoais contra terceiros TÍTULOS DE CRÉDITO Página 4

5 CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO AS CARACTERÍSTICAS AQUI RELATADAS SÃO AS DO CÓDIGO CIVIL (ARTS. 887 E SEGUINTES) QUE SÓ SE APLICAM AOS TÍTULOS DE CRÉDITO NÃO REGULADOS POR LEI ESPECIAL. NÃO SE APLICAM, PORTANTO, AOS PRINCIPAIS TÍTULOS DE CRÉDITO ATÉ AQUI ESTUDADOS: LETRA DE CÂMBIO, NOTA PROMISSÓRIA, CHEQUE E DUPLICATAS. REQUISITOS Genéricos Art Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. 1 o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento. 2 o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente. 3 o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. Cláusulas proibidas: Art Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações. Preenchimento: Art O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Assinatura: Art Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado. Transferência: Art A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes. Art O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamente quitado. Garantia: Art Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. Reivindicação: Art O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 5

6 CARACTERÍSTICAS CARTULARIDADE Art O título de crédito, documento que... O título de crédito se assenta, se materializa, numa cártula, ou seja, num papel ou documento. Sem o preenchimento dessa condição fica impossibilitado o exercício do direito nele contido. LITERALIDADE Art O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e... O título é literal porque sua existência se regula pelo teor de seu conteúdo. O título de crédito se enuncia em um escrito, e somente o que está nele inserido se leva em consideração: uma obrigação que dele não conste, embora sendo expressa em documento separado, nele não se entrega. AUTONOMIA Art O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo... Diz-se que o título de crédito é autônomo, porque o possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que não pode ser restringido ou destruído em virtude das relações existentes entre os anteriores possuidores e o devedor. Cada obrigação que deriva o título é autônoma em relação às demais. INDEPENDÊNCIA São títulos de crédito regulados pela lei, de forma a se bastarem a si mesmos. É o caso da letra de câmbio. Não se admite a independência como um característico geral, pois existem muitos títulos de crédito que se referem a contratos que lhes deram origem, como as ações das sociedades anônimas, que se fundam e se vinculam ao ato de constituição da sociedade anônima. ABSTRAÇÃO Podem circular como documentos abstratos, sem ligação com a causa a que devem sua origem. A causa fica fora da obrigação, como no caso da letra de câmbio e notas bancárias. TIPICIDADE Art O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. Art A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. Os títulos de crédito são todos anteriormente previstos ou criados por lei. EXECUTIVIDADE A cobrança do título de credito por via judicial prescinde de ação de conhecimento porque são considerados títulos executivos extrajudiciais. A cobrança judicial se inicia pela penhora de bens do devedor. INOPONIBILIDADE Como o título de credito e um documento que serve para a circulação do credito o devedor não pode assacar contra o portador exceções pessoais que tinha contra o credor original. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 6

7 PRINCIPAIS TÍTULOS DE CRÉDITO TÍTULOS DE CRÉDITO PRÓPRIOS LETRA DE CÂMBIO Dec. n , de Dec. n , de (Lei Uniforme) NOTA PROMISSÓRIA Dec. n , de Dec. n , de CHEQUE Dec. n , de (Lei Uniforme) - Lei n , de (?) DUPLICATA MERCANTIL E DE SERVIÇO : Lei n /68 - Lei n , de TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS TRANSPORTE E DEPÓSITO Conhecimento de Transporte Dec. n , de e Dec. n , de Conhecimento de Depósito (Warrant) - Decreto n , de RURAIS Cédula Rural Pignoratícia Cédula Rural Hipotecária Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária Nota de Crédito Rural Nota Promissória Rural Decreto Lei n. 167, de Lei n , de Bilhete de Mercadoria Lei n. 165-A, de Lei n , de (Art. 25) Cédula de Produto Rural Lei n , de COOPERATIVAS Conhecimento de Depósito (Warrant Cooperativo) Lei n , de (art.82) EXPORTAÇÃO Cédula De Crédito À Exportação Nota De Crédito À Exportação Lei n , de D.Lei. 413, de INDÚSTRIA E COMÉRCIO Cédula de Crédito Industrial Nota de Crédito Industrial Decreto-Lei n. 413, de Cédula de Crédito Comercial Nota de Crédito Comercial Lei n , de FINANCEIRAS Letra de Câmbio Financeira Lei n , de (art. 27) Certificado de Depósito Bancário Lei n. 4728, de (art. 30 e 31) Letra Hipotecária DL. 169-A, de 19/1/ Lei n , de Letra Imobiliária Lei n , de Cédula Hipotecária Decreto-lei n. 70, de VALORES MOBILIÁRIOS (Títulos de emissão das Sociedades Anônimas Lei n 6.404, de ) Ações - certificado de depósito de ações Debêntures - certificado de depósito de debêntures partes beneficiárias - certificado de depósito de partes beneficiárias cédula pignoratícia de debêntures bônus de subscrição cupões Commercial paper (nota promissória) Instrução CVM. 137 OUTROS selo, passagem aérea, de ônibus, metrô, entrada de cinema e teatro, vale refeição, etc. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 7

8 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO QUANTO AO MODELO: QUANTO Á ESTRUTURA: VINCULADOS (CHEQUE E DUPLICATA) LIVRES (NP e LC) ORDEM DE PAGAMENTO (CHEQUE, DUPLICATA E LETRA DE CÂMBIO) PROMESSA DE PAGAMENTO (NOTA PROMISSÓRIA) QUANTO Á HIPÓTESE DE EMISSÃO: CAUSAIS (DUPLICATAS) QUANTO Á CIRCULAÇÃO: LIMITADOS (LETRA DE CÂMBIO) NÃO CAUSAIS (CHEQUE E NP) AO PORTADOR (SIMPLES TRADIÇÃO) NOMINATIVOS À ORDEM (ENDOSSO) NOMINATIVOS NÃO À ORDEM (CESSÃO CIVIL) NOMINAIS TÍTULOS DE CRÉDITO PRÓPRIOS OBEDECEM ÀS REGRAS O DIREITO CAMBIAL TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS : DE LEGITIMAÇÃO (PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS) = NÃO SÃO EXECUTÁVEIS LOTERIAS, PASSAGEM DE AVIÃO, PASSE DE METRÔ, ENTRADA DE CINEMA DE INVESTIMENTO LETRA IMOBILIÁRIA LETRA DE CÂMBIO FINANCEIRA CDB DEBÊNTURES DE FINANCIAMENTO CÉDULA DE CRÉDITO NOTA DE CRÉDITO REPRESENTATIVOS CONHECIMENTO DE TRANSPORTE CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT TÍTULOS DE CRÉDITO ELETRÔNICOS TÍTULOS DE CRÉDITO Página 8

9 OUTRA FORMA DE CLASSIFICAÇÃO MODELO : livre - letra de câmbio, nota promissória vinculado - cheque, duplicata ESTRUTURA : ordem de pagamento = cheque promessa de pagamento = nota promissória reconhecimento de obrigação = letra de câmbio, duplicata CONTEÚDO : direito real = cédula pignoratícia direito pessoal = ações serviços = passagem aérea, vale refeição NATUREZA (hipótese de emissão) : causais = duplicatas, ações abstratos = cheque, letra de câmbio simples = duplicatas, cheques, nota promissória complexos = ações, debêntures MODO DE EMISSÃO : singulares = cheque, nota promissória seriais = duplicatas, debêntures, ações CIRCULAÇÃO : ao portador nominativos (não à ordem) nominativos endossáveis (à ordem) QUANTO AO PRAZO à vista à prazo certo à prazo de vista (à termo da vista) à prazo da data (à termo da data) EMITENTE públicos privados COBRANÇA querable (quesíveis)= devedor aguarda cobrança (todos) portable (portáveis) = devedor deve ir pagar ÁREA DA ECONOMIA : comerciais, industriais rurais de serviços financeiros, etc. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 9

10 CLASSIFICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL QUANTO À NATUREZA: ABSTRATOS: são os mais perfeitos como títulos de crédito, pois deles, não se indaga a origem, vale o crédito que na cártula foi escrito; CAUSAIS: aqueles que estão vinculados à sua origem. Como tais, são imperfeitos ou impróprios. São considerados títulos de crédito, pois são suscetíveis de circulação por endosso, e levam neles corporificada a obrigação (ex.: duplicata, conhecimento de transporte). QUANTO AO MODO DE CIRCULAÇÃO: TÍTULOS AO PORTADOR: não revelam o nome da pessoa beneficiada, têm inserida a cláusula ao portador ou mantêm em branco o nome do beneficiário ou tomador, que é o titular do crédito; a sua circulação se processa com extrema facilidade, pela simples tradição manual; Art A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. Art O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. Art O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação. Art É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. Art O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas. Art O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato. TÍTULOS NOMINATIVOS: são aqueles emitidos em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente e este não está obrigado a reconhecer como proprietário senão quem figure no registro nessa condição; os títulos nominativos somente podem ser transferidos através de endosso em preto, efetuada a averbação no livro do emitente; Art É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Art Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. Art O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. 1 o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. 2 o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. 3 o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 10

11 Art Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa. Art Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes. Art Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente. TÍTULOS À ORDEM: são os emitidos em favor de pessoa determinada, e podem ser transferidos por endosso. (o endosso será visto adiante). TÍTULOS NÃO À ORDEM : não podem ser transferidos por endosso. CONVERSIBILIDADE DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: Os títulos de crédito nascem com sua lei de circulação, dependente ou da intenção da lei, ou da vontade do emitente. Quando é a lei que determina a forma do título, não é possível convertê-lo em outra (ex.: uma ação de sociedade, que a lei determina seja nominativa, não pode ser transformada pela vontade da sociedade ou do acionista em ação ao portador). Quando a lei, entretanto, não impõe diretivas, a vontade do emitente ou do detentor prevalece. Se o título é omitido como nominativo, no caso do acionista pedir à sociedade a sua conversão em ação ao portador. REGRAS GERAIS O Código Civil estabelece regras gerais para os títulos de crédito. Não pretende, porém, regular cada um dos títulos de crédito existente no direito pátrio. Suas normas, de caráter geral, permanecem como fonte subsidiária, aplicáveis sempre que não houve disposição específica a regulamentar a matéria. No caso dos títulos atípicos (não regulados por lei), aplicam-se apenas as normas do Código Civil. Art Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. LEI UNIFORME DE GENEBRA. A Lei Uniforme de Genebra de 1930, adotada no Brasil pelo Decreto , traz uma sistematização de princípio e regras presentes em vários países, fixando normas internacionais para os títulos de crédito. Deve-se analisar primeiro a Lei Uniforme e somente se esta não disciplinar a questão, aplicar as normas do Código Civil. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 11

12 AS REGRAS DO CÓDIGO CIVIL Art O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. Art A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. Art Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. 1º É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento. 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente. 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. Art Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações. Art O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Art Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado. Art A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes. Art O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamente quitado. Art Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. Art O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa- fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação. Art O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Art O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. 1º Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. 2º Considera-se não escrito o aval cancelado. Art O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. 1º Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. 2º Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma. Art O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. Art Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé. Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação regular. Art Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento. 1º No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. 2º No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título. Art Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. Art A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. Art O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. Art O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação. Art É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. Art O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas. Art O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimento do fato. Art O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. 1º Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. 2º A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 3º Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 12

13 Art Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco. Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas. Art Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante. Parágrafo único. É nulo o endosso parcial. Art O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, embranco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. Art Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. 1º Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário. 2º Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. Art O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação. Art As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Art A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída. 1º O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 2º Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato. 3º Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante. Art A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título. 1º O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador. 2º Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé. Art A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil. Art O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior. Art É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Art Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. Art O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. 1º A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. 2º O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. 3º Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente. Art Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser transformado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa. Art Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes. Art Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a competente averbação no registro do emitente. OBSERVAÇÕES 1. SÓ É APLICÁVEL AOS TÍTULOS NÃO REGIDOS POR LEI ESPECIAL ou POSTE- RIORES A 2002 (ART. 903 DO C.CIV.) (EXEMPLO : Lei n /2004 títulos de agronegócio) 2. CLÁUSULAS ILEGAIS: cláusula de juros - proibição de endosso (não à ordem) - cláusula sem despesas 3. TÍTULOS AO PORTADOR (arts. 907 e 905) 4. RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE 5. AVAL PARCIAL 6. NOMINATIVOS (registro do emitente art. 921) 7. TÍTULOS ATÍPICOS (contrato FICA) TÍTULOS DE CRÉDITO Página 13

14 DIFERENÇAS ENTRE A LEI UNIFORME E O CÓDIGO CIVIL JUROS LU Art. 5 Numa letra pagável a vista ou a um certo tempo de vista, pode o sacador estipular que a sua importância vencerá juros. CCiv. - Art. 890 Consideram-se não escritas as cláusulas de juros... RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE LU Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. CCiv. Art Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da obrigação constante do título. CLAUSULA NÃO A ORDEM LU Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula á ordem, é transmissível por via de endosso. Quando o sacador tiver inserido as palavras não a ordem ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. CCiv. Art Consideram-se não escritas as cláusulas de juros, a proibitiva de endosso... ENDOSSO PÓSTUMO LU - Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. CCiv. - Art O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior. AVAL PARCIAL LU Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. CCiv. Art. 897 único. É vedado o aval parcial. OUTORGA UXÓRIA LU omisso CCiv. Art Ressalvado o disposto no art , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta. III prestar fiança ou aval. SUMULA 332 DO STJ. A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 14

15 INSTITUTOS CARACTERÍSTICOS DO DIREITO CAMBIAL SUJEITOS DA RELAÇÃO CAMBIAL : CREDOR = aquele ao qual é conferido o poder jurídico de exigir de alguém o pagamento de um título de crédito. DEVEDOR = aquele que tem a obrigação (dever jurídico) de pagar o título. EMITENTE (ou SACADOR) = aquele que dá origem a um título de crédito. SACADO = aquele contra o qual é emitido um título de crédito. ACEITANTE = aquele que, pelo aceite, reconhece a legitimidade da emissão do título de crédito. COOBRIGADOS = denominação genérica de : AVALISTA = aquele que garante o pagamento do título AVALIZADO = o beneficiário do aval ENDOSSANTE = aquele que transfere a titularidade do título ENDOSSATÁRIO = o beneficiário do endosso. ATOS CAMBIÁRIOS : VENCIMENTO = data em que o título se torna exigível PAGAMENTO = forma usual de extinção de obrigação cambial PROTESTO = ato jurídico pelo qual o credor prova a falta de aceite ou de pagamento de um título de crédito. EMISSÃO (ou saque) = ato que dá nascimento a uma relação cambial ACEITE = ato pelo qual o sacado reconhece a legitimidade do crédito descrito na cambial. ENDOSSO = ato pelo qual se transfere a titularidade de um título de crédito. AVAL = forma específica de garantia cambial, pela qual um terceiro assume a responsabilidade pelo pagamento de um título. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 15

16 VENCIMENTO CONCEITO DE VENCIMENTO : data em que o título se torna exigível TIPOS DE VENCIMENTO : ORDINÁRIO : data prevista no título à vista à prazo certo à prazo de vista (à termo da vista) à prazo da data (à termo da data) EXTRAORDINÁRIO : falta ou recusa de aceite falência do aceitante insuficiência de bens (art. 333 CCiv) EFEITOS DO VENCIMENTO : torna o título exigível perde a circulabilidade (só após o protesto do título)- art. 20 da LU. inicia a contagem do prazo prescricional Vencimento: A época do vencimento, no qual o pagamento da letra de câmbio se torna exigível, deve ser preciso e único. A lei estabelece quatro modalidades de indicação da época de vencimento: a) vencimento à vista: vence na sua apresentação, isto é, na vista que dela se dá ao sacado para que, desde logo, efetue o pagamento; b) vencimento a certo termo de vista: ocorre o vencimento quando o sacador emite a letra cujo prazo de vencimento se conta da data do aceite ou, na falta deste, do respectivo protesto; c) vencimento a certo termo de data: o sacador pode determinar o prazo, a partir da emissão, em que se vencerá a letra, onde o tempo é que deverá decorrer para verificar-se o vencimento; d) vencimento a dia certo: o sacador emite a letra fixando data certa para seu vencimento, declarando a data fixa para tal. Vencimento Antecipado: A letra de câmbio se vence normalmente na data designada. Fatos relevantes, todavia, podem acarretar o seu vencimento antecipado: a) na hipótese de falta ou recusa de aceite; b) nos casos de falência do sacado; c) na hipótese de falência do sacador de uma letra não aceita. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 16

17 PAGAMENTO CONCEITO DE PAGAMENTO: forma normal de extinção das obrigações cambiais. outras formas de extinção : consignação, dação, novação, compensação, confusão e remissão (arts. 334 a 385 do Código Civil) LEGISLAÇÃO Art Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé. Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação regular. Art Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do pagamento. 1 o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. 2 o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título. TIPOS DE PAGAMENTOS : ANTECIPADO : o credor não é obrigado a receber (anulabilidade) EXTINTIVO : extingue a obrigação RECUPERATÓRIO : desonera os coobrigados posteriores POR INTERVENÇÃO : feito por terceiro deve indicar quem pagou /na falta presume-se aceitante Apresentação para Pagamento: Vencida, a letra deve ser apresentada para pagamento. A apresentação do título é condição essencial, pois o portador, exibindo-o, comprova, em princípio, sua qualidade de credor. A apresentação do título pode ser feita ao aceitante ou ao sacado, ou a qualquer coobrigado cambiário, como endossante. O portador que não apresentar a letra para pagamento, seja qual a modalidade de prazo de vencimento, na época determinada, perde em consequência o direito de regresso contra o sacador, endossantes e respectivos avalistas. Entrega da Letra Quitada: O sacado que pagou a letra pode exigir que ela lhe seja entregue, devidamente quitada. Desta forma, tira a letra de circulação, impedindo que lhe seja novamente exigido o pagamento por terceiro de boa-fé. Em consequência de o título ser documento essencial para o exercício do direito, a sua posse em mãos do devedor presume o pagamento. Essa presunção pode ser, todavia, elidida pela prova de que o título foi roubado ou extraviado quando em mãos do credor, cujo crédito não foi por ele recebido. Pagamento Antecipado: Aquele que paga a letra antes do respectivo vencimento fica responsável pela validade desse pagamento, porque pode ocorrer que o título tenha sido extraviado, e se encontre na posse ilegítima do portador; desta forma, não dando oportunidade legítima ao credor de se opor ao pagamento, o que poderia ocorrer até o vencimento. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 17

18 Oposição ao Pagamento: No caso de extravio da letra, no de falência do portador, ou de sua incapacidade, o síndico ou o curador podem exercer a oposição ao pagamento ao portador de má fé, ao falido ou ao incapaz. O devedor, uma vez advertido pela declaração da oposição ao pagamento, perde a presunção de boa-fé, e se efetuá-lo pode ser compelido a pagar uma segunda vez. Efeitos do Pagamento: O pagamento efetuado pelo aceitante ou pelos respectivos avalistas desonera da responsabilidade cambial os coobrigados. O avalista que pagou tem ação cambial para receber o que desembolsou, contra o aceitante. EFEITOS DO PAGAMENTO : pelo ACEITANTE = desonera todos os coobrigados pelo AVALISTA DO ACEITANTE = regresso contra o aceitante pelo SACADOR ou ENDOSSANTE = desonera os posteriores por intervenção = desonera os posteriores TÍTULOS DE CRÉDITO Página 18

19 CONCEITO AVAL FORMA ESPECÍFICA DE GARANTIA CAMBIAL PELA QUAL UM TERCEIRO, INI- CIALMENTE ESTRANHO À RELAÇÃO JURÍDICA, ASSUME A RESPONSABILI- DADE PELA OBRIGAÇÃO. LEGISLAÇÃO Art O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Art O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. 1 o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. 2 o Considera-se não escrito o aval cancelado. Art O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. 1 Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores. 2 o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma. Art O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. TIPOS : SUCESSIVO : os avalistas obrigam-se entre si SIMULTÂNEO : os avalistas obrigam-se apenas pelo avalizado CARACTERÍSTICAS : não admite limitação obrigação autônoma quando não designa beneficiário presume-se anterior aval posterior ao vencimento é válido PRESCRIÇÃO: o avalista do ENDOSSANTE = 1 ano e/ou falta de protesto* o avalista do SACADOR = 1 ano e/ou falta de protesto * o avalista do ACEITANTE = 3 anos o avalista do ENDOSSANTE perante outros ENDOSSANTES = 6 meses o protesto deve ser tirado em 3 dias úteis após o vencimento do título e dado aviso ao avalista em 2 dias. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 19

20 DIFERENÇAS ENTRE AVAL E FIANÇA AVAL FIANÇA garantia cambial garantia contratual deve ser dada no título pode ser dada a parte obrigação autônoma obrigação subsidiária (acessória) não admite benefício de ordem admite benefício de ordem não pode ser limitada (CCiv) pode ser limitada (LU) admite limite não admite substituição admite substituição autonomia dos avalistas solidariedade entre fiadores não comporta divisão comporta divisão não exige outorga uxória exige outorga uxória TÍTULOS DE CRÉDITO Página 20

21 ACEITE CONCEITO : é o ato pelo qual o sacado reconhece a dívida e se compromete a pagar a importância mencionada no título no seu vencimento nas condições nele fixadas CARACTERÍSTICAS : pode ser limitado (recusa parcial) é irretratável pode ser dado em separado pode ser dado por mandatário com poderes especiais pode ser recusado, se : não tiver havido entrega da mercadoria avaria na mercadoria ocorrer vícios, defeitos ou diferenças divergência de prazo ou preço efeitos da recusa imotivada : vencimento antecipado protesto prazo para devolução : letra de câmbio = 24 horas duplicata = 10 dias TÍTULOS DE CRÉDITO Página 21

22 ENDOSSO CONCEITO é o ato pelo qual se transfere a titularidade do crédito constante da cambial é a assinatura aposta pelo credor de título de crédito, pela qual ele transfere a titularidade do mesmo para terceira pessoa ORIGEM DA PALAVRA = in dorso scriptum LEGISLAÇÃO (O Código Civil não se aplica aos títulos de crédito antigos) Art O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. 1 o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. 2 o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 3 o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. Art Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco. Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas. Art Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante. Parágrafo único. É nulo o endosso parcial. Art O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. Art Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. 1 o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário. 2 o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. Art O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação. Art As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé. Art A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída. 1 o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 2 o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endossomandato. 3 o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante. Art A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título. 1 o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador. 2 o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé. Art A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil. Art O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior. TIPOS DE ENDOSSO TÍTULOS DE CRÉDITO Página 22

23 EM BRANCO = o título torna-se ao portador EM PRETO = identifica o nome do endossatário PÓSTUMO = tem o mesmo valor ENDOSSO-MANDATO = não transfere a titularidade ENDOSSO-PENHOR = serve como garantia PER BONITAS = endossante responde pelo crédito PER VERITAS = endossante não responde pelo crédito CARACTERÍSTICAS : só vale se colocado no título não pode ser parcial na série de endossos, quem paga não está obrigado a verificar a autenticidade das assinaturas - só a série o endossante tem ação de regresso contra os coobrigados anteriores a aquisição de título, por meio diverso do endosso, tem efeito de cessão civil EFEITOS DO ENDOSSO: O endossante, bem como o sacado, ficam vinculados para com o endossatário, cambialmente. O endossatário pode dirigir contra eles a ação cambial. ESPÉCIES DE ENDOSSO a) ENDOSSO-PROCURAÇÃO: também chamado de endosso-mandato, tem como característica a inserção de cláusula no endosso que expresse a sua finalidade; b) ENDOSSO-CAUÇÃO: permite-se o endosso com cláusula valor em garantia ou outra semelhante; c) ENDOSSO-FIDUCIÁRIO: quando a letra for objeto de alienação fiduciária em garantia. ENDOSSO SEM DATA: No endosso sem data presume-se que tenha sido feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, salvo, evidentemente, prova em contrário. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 23

24 PROTESTO CONCEITO é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos ou documentos de dívida. ato formal, extrajudicial, que tem por objetivo conservar e resguardar direitos. TIPOS : CAMBIAL : (feito pelo Tabelião de Protesto de Títulos) tirado perante oficial público (cartórios de protesto) caracteriza a mora cambial assegura o direito contra coobrigados JUDICIAL : (arts. 867 do CPCivil) previne responsabilidades, conserva e ressalva direitos FACULTATIVO : o título de crédito não precisa ser protestado para ser proposta ação de execução contra os devedores principais (RT. 238/436) OBRIGATÓRIO : ato essencial para o exercício de ação contra o sacador, endossantes e seus avalistas e para requerimento de falência (art. 94, I 3 da LF) PRAZOS : - facultativo = qualquer tempo até a prescrição - obrigatório = 30 dias do vencimento (duplicata) = 3 dias (Letra de Câmbio e Nota Promissória) LOCAL : = o indicado para pagamento INTIMAÇÃO : - por carta ou aviso - por edital SUSTAÇÃO DO PROTESTO : Lei n , de 10/09/97 (medida cautelar) CANCELAMENTO DO PROTESTO : Lei n , de 10/09/97 = exibição do título pago ou anuência do credor protesto não pode ser perpétuo (RT. 236/217) cancelamento possível (STF. RE SP) TÍTULOS DE CRÉDITO Página 24

25 HISTÓRIA : SEC. XII - Feira de Champagne LETRA DE CÂMBIO Les foires de Champagne sont le domicile de change de toute L'Europe (Houvelin) fatores : diversidade da moeda (cambium siccum) distância (cambium trajecticium) cambia sicca non sunt cambia sed mutuum usurarium tipos : MANUAL (real) (cambium siccum) = moedas diferentes TRAJECTICIUM = distantia loci pecunia praesenti/pecunia absenti cambium per litteras - cautio - lettera di pagamento di cambio tracta - cambiare tratta Estatuto de Pavia = Littera Cambii participantes : 1. - banqueiro recebia a moeda e entregava a letra (sacador) 2. - aquele que dava o dinheiro e recebia a letra (tomador) 3. - a pessoa incumbida de pagar (sacado) 4. - a pessoa que deveria receber (mandatário do tomador) períodos : CONCEITO : ITALIANO - até 1650 (trajecticium) Letra de Câmbio é instrumento do contrato de câmbio = troca de moeda FRANCÊS - de 1650 até 1848 (Ordenação do Comércio-1673) Letra de Câmbio é meio de pagamento surgem : endosso, autonomia, portador, mercadoria ALEMÃO - a partir de 1848 (Ordenação de 26/11/1848) Letra de Câmbio é título abstrato. Letra de Câmbio é o título de crédito que representa uma ordem de pagamento de alguém (sacador) contra outrem (sacado) a favor de um terceiro (tomador). REQUISITOS : denominação = Letra de Câmbio soma de dinheiro a pagar e espécie de moeda nome de quem deve pagar (sacado) nome a quem deve ser paga (tomador) assinatura do sacador (ou mandatário) data de emissão (se não tiver o portador pode preencher) local do saque (se não tiver o portador pode preencher) data do vencimento( se não tiver = à vista) local do pagamento (se não tiver, o do sacado) (outro domicilio = letra domiciliada) TÍTULOS DE CRÉDITO Página 25

26 LETRA DE CÂMBIO COM ACEITE REQUISITOS INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS: Sendo um documento formal, sua validade depende da existência de certos requisitos intrínsecos e extrínsecos, expressamente determinados na lei. Os requisitos intrínsecos referem-se à obrigação contida na letra. Os requisitos extrínsecos são o revestimento formal que caracteriza a letra, devendo o título conter os requisitos da lei. Tais requisitos podem ser essenciais ou acidentais TÍTULOS DE CRÉDITO Página 26

27 REQUISITOS ESSENCIAIS: São aqueles que compõe a substância do título, a sua falta importa na descaracterização do título, ou seja, só será letra de câmbio o que tiver todos. São requisitos essenciais: 1) Denominação Letra de Câmbio: Não basta intitular o documento de letra de câmbio, é necessário que esteja inserido em seu texto, para que qualquer pessoa perceba desde logo de que se trata de um título de crédito com rigor cambiário. 2) A Soma a Pagar: Deve indicar em números no alto e em segundo lugar por extenso no corpo qual é o valor do título em moeda e de forma clara e precisa. Se houver diversidade entre o número e o valor por extenso há duas soluções: a) para o título emitido em operação interna no caso de divergência prevalece o valor por extenso; b) para operações internacionais: a lei uniforme estabelece o critério do menor valor. 3) Nome do Sacado: A letra de câmbio, como ordem de pagamento, dirige-se a alguém, que deve pagá-la. Essa pessoa é o sacado, que, recebendo a ordem, pode aceitá-la ou não. Aceitando-a, apõe a sua assinatura, transformando-se, assim, em aceitante, e no dia do vencimento deverá cumprir a sua obrigação de pagar a letra. É o obrigado principal. 4) Nome do Credor: O credor, também chamado de tomador ou beneficiário, é o primeiro portador. A cambial não pode ser ao portador. 5) A Assinatura do Sacador: O sacador é a pessoa que emite a letra de câmbio, assinando a ordem nela contida para o sacado pagar. Assinando a ordem de pagamento, se vincula à letra, pois é garantia tanto da aceitação como de seu pagamento. A assinatura deve ser de próprio punho e se for pessoa jurídica, pelo seu representante legal, admite-se também procuração com poderes especiais. REQUISITOS ACIDENTAIS: São aqueles que complementam a obrigação, portanto a sua falta não altera a essencialidade do título. 1) A Época do Pagamento: A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, por isso ela pode ser: à vista, à prazo, à tempo de vista ou à tempo de data, e é isso que a diferencia da nota promissória e do cheque. Faltando esse elemento, o título é cobrado à vista. 2) Lugar do Pagamento: É a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento, e, na falta dessa indicação, será o lugar designado ao lado do nome e o lugar do domicílio do sacado. 3) A Data e o Lugar onde a Letra é Sacada: A indicação da data em que foi sacada a letra permite determinar se na ocasião o sacador tinha capacidade de se obrigar. Nas letras emitidas a prazo, a certo termo de data, necessita-se saber o dia do saque para determinar a data do vencimento. Assim, por exemplo, uma letra de câmbio sacada a sessenta dias da data, requer a menção da data do saque para que se possa calcular a do vencimento. Na letra à vista, que se vence na data da apresentação ao sacado, é essencial a designação da data do saque para se calcular o prazo de um ano, após o qual não é mais exigível. O lugar do saque, que sempre acompanha por hábito o da data, tem especial interesse para a solução de certos conflitos de leis entre países diferentes. Se não for indicado, o portador fica autorizado a colocar os elementos que melhor lhe convier (elemento chamado mandato legal ou mandato tácito). TÍTULOS DE CRÉDITO Página 27

28 Nulidade: O fato de a emissão da letra haver a assinatura de um incapaz, ou um vício de consentimento como no caso da adulteração ou falsificação de uma assinatura, seja a do sacador ou a do aceitante, não a torna nula. A lei extraiu as consequências da tese da independência das assinaturas e da autonomia das obrigações cambiárias, pois não fulmina de nulo o título sacado, por faltar-lhe um dos requisitos essenciais, que é a assinatura válida do sacador. Procuração: Na cambial não existem assinaturas inúteis. Se alguém se arrogando procurador, assinar uma letra sem que para tanto tenha mandato expresso, vincula-se pessoalmente. Analfabeto: O analfabeto não pode se obrigar na letra de câmbio, a não ser por procurador especial, em mandato lavrado em notas públicas, para maior segurança do título. A Ilicitude da Causa: A letra de câmbio é um título abstrato, que independe de sua causa. O item objeto lícito, para a validade da obrigação cambiária é, em consequência, muito relativo, a causa econômica da letra será sempre o crédito. Assim, por exemplo, uma dívida de jogo, não vicia a letra, mas apenas a relação direta entre devedor e credor, não sendo oponível ao terceiro de boa-fé. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 28

29 A OPERAÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO Noções Gerais: Figuram na letra de câmbio: a) A: sacador (também subscritor ou emitente da letra); b) B: sacado, pessoa a quem a ordem de pagamento é dirigida, recebendo em suas mãos a letra e se dispondo a cumprir a ordem nela contida, aceita-a, nela firmando sua assinatura de reconhecimento: é a aceitação ou aceite que transforma o sacado em aceitante, que passa assim a ser o obrigado principal; c) C: beneficiário da ordem de pagamento, chamado também de tomador e seu primeiro portador, é credor originário do título. A Sacador B Sacado ou Devedor Principal C Credor Suponhamos que A seja credor de B, mas por sua vez que A seja devedor de C. Se fossem proceder dentro das regras comuns de extinção da obrigação pelo pagamento, B pagaria o débito ao seu credor A, levantando o dinheiro, contando-o, conduzindo-o, e o credor iria conferi-lo e depositá-lo em seu cofre ou em Banco. Assim abonado, em seguida iria A proceder da mesma maneira levando o dinheiro para pagar o seu débito para com C, com a mesma cautela e dispêndio de tempo e serviço. Usando da letra de câmbio, todas essas cautelas e esforços seriam superados. O sacador A saca uma ordem a favor de C, seu credor, para que o devedor B a pague. O beneficiário C apresenta a letra a B e a recebe, ficando assim extinta a obrigação de B e a de A para com C. Com um título apenas foram extintas duas dívidas e satisfeitos dois créditos. Circulação: Suponhamos que C, beneficiário da ordem de pagamento, tendo obtido o aceite de B tenha que aguardar o dia do vencimento. O beneficiário C tem o crédito representado pela letra, mas teria de aguardar o vencimento do título para exigi-lo do aceitante B. Imaginemos, por sua vez, que seja ele, C, devedor, de importância igual, a D, a quem deve logo pagar; basta-lhe transmitir a letra de câmbio, endossando-a no verso (paguese a D ). O beneficiário, que era C, passa em consequência a ser endossante ou endossador, que são expressões sinônimas, e D ingressa na letra com a denominação de endossatário, e substitui C como detentor, portador, credor ou proprietário da letra. O detentor D pode, por sua vez, endossar a letra de câmbio para transmiti-la a E, tornando-se endossante, passando o novo detentor a ser o segundo endossatário. O endossatário E a endossa a F, e assim pode seguir indefinidamente a circulação do título. Essa sucessiva transmissão da letra de câmbio se chama cadeia de endossos, ou série de endossos. Direito de Regresso: No dia do vencimento, F o último endossatário da cadeia, que é o detentor do título, pode exigir de seu antecessor E o pagamento, e assim sucessivamente até o beneficiário C exigi-lo de B que é o aceitante, extinguindo-se a letra pelo pagamento. A essa inversa circulação dá-se o nome de direito de regresso. Pode também F exigi-la diretamente de B, que, pagando, desonera a todos os que se obrigaram na cadeia de endossos. Por isso se diz que os endossantes são também coobrigados. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 29

30 Pluralidade de Exemplares Duplicação: A letra de câmbio pode ser duplicada, por várias vias e cópias, devendo estas ser diferençadas no contexto, por número de ordem ou pela ressalva, das que se extraviarem. Paga uma das vias da letra esse pagamento libera as demais. O sacado fica, porém, responsável por todas as vias que tenham o seu aceite e lhe não haja sido restituídas. Cópias: Admite-se que o portador de uma letra tire cópias dela para segurança em caso de extravio do título original. A cópia e espécie diferente da duplicata de letra de câmbio, a cópia é tirada pelo portador, enquanto que a duplicata o é pelo sacador; a cópia não permite ao portador exigir do sacado o pagamento da letra ao contrário da duplicata. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 30

31 NOTA PROMISSÓRIA CONCEITO : Nota Promissória é o título de crédito que representa uma promessa de pagamento NOTA PROMISSÓRIA Noções Iniciais: A nota promissória é uma promessa direta de pagamento do devedor ao credor. Integra o direito cambiário, pois é uma espécie de cambial. Constitui compromisso escrito e solene, pelo qual alguém se obriga a pagar a outrem certa soma em dinheiro. O emitente é o obrigado principal. A nota promissória é, portanto, um título de crédito literal e abstrato, pelo qual o emitente se obriga, para com o beneficiário ou portador declarado no texto, a lhe pagar, ou à sua ordem, certa soma em dinheiro. É por definição legal uma promessa de pagamento. Nota Promissória e Letra de Câmbio: Difere a nota promissória da letra de câmbio. A nota promissória é uma promessa de pagamento, enquanto a letra de câmbio é uma ordem de pagamento. Nesta figuram três pessoas: o sacador que emite a letra dando ordem ao sacado, para este pagar a soma indicada ao beneficiário ou tomador. Na nota promissória a relação cambiária se estabelece apenas entre duas pessoas: o emitente, devedor, que promete o pagamento ao beneficiário, que é o credor. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 31

32 Aplicação dos Preceitos da Letra de Câmbio: Como título cambiário a nota promissória segue a disciplina da letra de câmbio, não só legal como doutrinariamente. A lei é expressa ao determinar que lhe são aplicáveis, na parte em que não sejam contrárias à sua natureza, as disposições relativas às letras de câmbio e concernentes ao endosso, aval, vencimento, pagamento, direito de ação por falta de pagamento, pagamento por intervenção, cópias, alterações, prescrição, dias feriados, contagem de prazo e interdição de dias de perdão. A disciplina jurídica, portanto, é a mesma. Requisitos Essenciais: Título literal e formal, como título de crédito cambiário, a nota promissória tem seus elementos determinados, tal como a letra de câmbio, pela lei. São requisitos essenciais, sem o que o título não será cambiário, os seguintes: denominação = Nota Promissória soma de dinheiro a pagar e espécie de moeda nome do beneficiário (credor) assinatura do emitente (devedor) data de emissão (se não tiver o portador pode preencher) local da emissão (se não tiver = domicílio do emitente) data do vencimento( se não tiver = à vista) local do pagamento ( se não tiver = domicílio do emitente) PRESCRIÇÃO : 3 (três) anos = contra o emitente e seu avalista 1 (um) ano = contra o endossante 6 (seis) meses = endossante contra endossante OBS.: protesto deve ser tirado em 3 dias do vencimento (art. 32 do Decr. 2044/1908) decadência contra coobrigados. JURISPRUDÊNCIA Quem emite nota promissória em branco celebra o que se costuma chamar de contrato de preenchimento. (RT. 270/350) SÚMULA n. 387 do STF : A cambial emitida e aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 32

33 CONCEITO : O cheque é o título de crédito que representa um saque de dinheiro contra depósito em estabelecimento bancário. O cheque é o título de crédito que representa uma ordem de pagamento à vista, a favor próprio ou de terceiros. CHEQUE PARTICIPANTES : emitente = possuidor de saldo bancário (depósito) sacado = banco depositário favorecido = a quem é dada a ordem de saque REQUISITOS : (modelo obrigatório pelo Banco Central) denominação = Cheque soma de dinheiro a pagar em algarismo e por extenso assinatura do emitente nome do favorecido local onde deve ser pago nome de quem deve pagar (banco) FORMAS ao portador (até o limite estabelecido pelo Banco Central) nominativo à ordem (pode ser endossado) não à ordem (não pode ser endossado) TIPOS cruzado = em branco em preto (cheque escritural) marcado = data certa de pagamento (só o banco pode) de viagem = traveller check administrativo = o banco emite contra si próprio PRESCRIÇÃO execução = 30 (trinta) dias para a apresentação 120 dias em outra praça 6 (seis) meses da apresentação ação ordinária = 5 (cinco) anos contra emitente 1 (um) ano contra endossante internacional = 8 (oito) dias no país para apresentação 20 (vinte) dias em país do mesmo continente 70 (setenta) dias em outro continente TÍTULOS DE CRÉDITO Página 33

34 CHEQUE NOÇÕES GERAIS Ordem à Vista: O cheque é também, como a letra de câmbio, uma ordem de pagamento, mas à vista, sendo esta a sua característica mais importante. Mesmo que a data lançada no documento seja futura, o banco, tendo o cheque sob sua vista deverá pagá-lo. Funcionamento: Uma pessoa (emitente), tendo fundos em poder de um estabelecimento bancário, emite (saca) uma ordem para que tal banco (sacado) pague uma determinada quantia a uma outra pessoa (beneficiário ou tomador). Rigor Cambiário: O cheque é provido de rigor cambiário na sua forma, no seu conteúdo na sua execução judicial. Com efeito, o cheque contém requisitos essenciais que o individualizam; as obrigações dele decorrentes devem ser expressamente da sua causa originária. O emissor, os endossantes e avalistas, que porventura nele figurem, assumem para com o portador ou possuidor a obrigação cambial. Obrigação Autônoma e Independente: A lei, caracterizando o cheque como obrigação autônoma e independente, o conceitua como um título de crédito, dúvida que alguns autores argúem. É sem dúvida, visceralmente, um instrumento de pagamento, na sua forma mais simples. Mas ele também toma a feição de título de crédito, quando se apresenta com endosso e aval, pondo-se em circulação em relação a terceiros. Aí, então, ele assume a feição de título de crédito, de natureza cambial. Os institutos da cambial são, então a ele aplicados. A assinatura de pessoa capaz cria obrigações para o signatário, mesmo que o cheque contenha assinatura de pessoas incapazes de se obrigarem por cheque, ou assinaturas falsas, por pessoas fictícias, ou assinaturas que, por qualquer outra razão, não poderiam obrigar as pessoas que assinaram o cheque, ou em nome das quais ele foi assinado. A isso leva a independência das assinaturas. Histórico: O cheque teve suas raízes na Idade Média, com o aparecimento e prosperidade dos bancos de depósitos, que se encarregavam com maior segurança da guarda dos valores comerciais. Foi na Inglaterra, contudo, a partir do século XVII, que o cheque tomou impulso, a ponto de vulgarmente imaginar-se tenha sido um título criado pelo gênio mercantil dos ingleses, nos tempos modernos. A partir daquela época passou a acentuar-se o seu uso, como cheque-mandato, equiparado e confundindo mesmo com letra de câmbio sacada contra banqueiros, substituindo a circulação da moeda. Na França, todavia, destacou-se da letra de câmbio, tomando configuração própria, onde foi definido e regulamentado. Hoje o cheque se tornou o mais utilizado de todos os títulos de crédito. TÍTULOS DE CRÉDITO Página 34

ATOS CAMBIÁRIOS. PAGAMENTO forma usual de extinção de obrigação cambial

ATOS CAMBIÁRIOS. PAGAMENTO forma usual de extinção de obrigação cambial ATOS CAMBIÁRIOS ATOS CAMBIÁRIOS VENCIMENTO data em que o título se torna exigível PAGAMENTO forma usual de extinção de obrigação cambial PROTESTO ato extrajudicial pelo qual o credor prova a falta de aceite

Leia mais

VENCIMENTO PROTESTO EMISSÃO (SAQUE) ATOS EXCLUSIVOS ENDOSSO AVAL

VENCIMENTO PROTESTO EMISSÃO (SAQUE) ATOS EXCLUSIVOS ENDOSSO AVAL ATOS CAMBIÁRIOS VENCIMENTO ATOS COMUNS PAGAMENTO PROTESTO EMISSÃO (SAQUE) ATOS EXCLUSIVOS ACEITE ENDOSSO AVAL VENCIMENTO data em que o título se torna exigível PAGAMENTO forma usual de extinção de obrigação

Leia mais

Teoria Geral dos Títulos de Crédito

Teoria Geral dos Títulos de Crédito DIREITO COMERCIAL 14 Teoria Geral dos Títulos de Crédito Introdução Noções Gerais Noções Iniciais: Uma obrigação em dinheiro, pode ser representada por um documento que lhe dê crédito. O crédito importa

Leia mais

Primeira Letra de Câmbio sacada em Medina del Campo Espanha em 1495

Primeira Letra de Câmbio sacada em Medina del Campo Espanha em 1495 LETRA DE CÂMBIO CONCEITO Letra de Câmbio é o título de crédito que representa uma ordem de pagamento de alguém (sacador) contra outrem (sacado) a favor de um terceiro (tomador). HISTÓRIA Origem provável:

Leia mais

O CÓDIGO CIVIL E OS TÍTULOS DE CRÉDITO

O CÓDIGO CIVIL E OS TÍTULOS DE CRÉDITO O CÓDIGO CIVIL E OS TÍTULOS DE CRÉDITO Código Civil: Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. (confusão estabelecida) As divergências

Leia mais

TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 1 Conceito Segundo Cesare Vivante: documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. 2 Princípios Cartularidade Literalidade Autonomia

Leia mais

Curso de Legislação Societária. Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani - silviabertani.com -

Curso de Legislação Societária. Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani - silviabertani.com - Curso de Legislação Societária TÍTULOS DE CRÉDITO Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC- ND Título de crédito documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele

Leia mais

Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Aula 6 Os títulos de crédito no Código Civil

Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Aula 6 Os títulos de crédito no Código Civil Teoria Geral dos Títulos de Crédito Aula 6 Os títulos de crédito no Código Civil Uniformização do direito cambiário (conveções de Genebra) Direito uniforme princípios gerais Unificação cooperação internacional

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO. Aula 09 Planejamento Empresarial Através de Títulos de Crédito

PÓS GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO. Aula 09 Planejamento Empresarial Através de Títulos de Crédito PÓS GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO Aula 09 Planejamento Empresarial Através de Títulos de Crédito Professor Doutor: Rogério Martir Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, Advogado Especializado

Leia mais

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XII Notas Promissórias e Duplicatas

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XII Notas Promissórias e Duplicatas Instituições de Direito Público e Privado Parte XII Notas Promissórias e Duplicatas 1. Títulos de Crédito Conceito e Generalidades Título de Crédito é um documento necessário para o exercício do direito

Leia mais

Literalidade: a obrigação representada pelo título de crédito restringe-se àquilo que estiver nele escrito (não valem convenções em apartado);

Literalidade: a obrigação representada pelo título de crédito restringe-se àquilo que estiver nele escrito (não valem convenções em apartado); Resumo Aula-tema 04: Títulos de crédito Título de crédito é um documento necessário ao exercício de direito literal e autônomo nele contido. Trata-se de conceito inspirado na clássica concepção do italiano

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1

DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1 DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1 Título de crédito É o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produzindo efeitos quando preenchidos

Leia mais

TÍTULOS DE CRÉDITO TEORIA GERAL

TÍTULOS DE CRÉDITO TEORIA GERAL TÍTULOS DE CRÉDITO TEORIA GERAL Armindo de Castro Júnior E-mail: armindocastro@uol.com.br Homepage: www.armindo.com.br Facebook: Armindo Castro Celular: (65) 99352-9229 Noção de Crédito VENDA A PRAZO:

Leia mais

DIREITO COMERCIAL II TÍTULOS DE CRÉDITO: literal e autônomo nele mencionado.(vivante) CRÉDITO = alargamento da troca.

DIREITO COMERCIAL II TÍTULOS DE CRÉDITO: literal e autônomo nele mencionado.(vivante) CRÉDITO = alargamento da troca. TÍTULOS DE CRÉDITO: CRÉDITO = alargamento da troca. Venda a prazo Empréstimo Documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado.(vivante) joao@joaopereira.com.br TÍTULO

Leia mais

Do saque, ou seja, da emissão da letra de câmbio, decorre o surgimento de três situações jurídicas distintas:

Do saque, ou seja, da emissão da letra de câmbio, decorre o surgimento de três situações jurídicas distintas: Direito Empresarial II 6º Semestre CURSO: DIREITO LETRA DE CÂMBIO HISTÓRICO DA LETRA DE CÂMBIO A Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento. Do saque, ou seja, da emissão da letra de câmbio, decorre o surgimento

Leia mais

Letra de Câmbio, Duplicata, Cheque e Nota Promissória. José Rodrigo Dorneles Vieira

Letra de Câmbio, Duplicata, Cheque e Nota Promissória. José Rodrigo Dorneles Vieira Letra de Câmbio, Duplicata, Cheque e Nota Promissória José Rodrigo Dorneles Vieira jrodrigo@portoweb.com.br Cesare Vivante: Documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado.

Leia mais

NOTA PROMISSÓRIA 11.1 NOÇÃO

NOTA PROMISSÓRIA 11.1 NOÇÃO 11 NOTA 11.1 NOÇÃO Enquanto a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, porque através dela o signatário (sacador) do título requisita a uma pessoa (sacado) o pagamento de uma soma, a nota promissória

Leia mais

LETRA DE CÂMBIO. Armindo de Castro Júnior

LETRA DE CÂMBIO. Armindo de Castro Júnior Armindo de Castro Júnior E-mail: armindocastro@uol.com.br Facebook: Armindo Castro Homepage: www.armindo.com.br Celular/WhattsApp: (65) 99352-9229 HISTÓRICO Período Italiano Idade Média Câmbio Trajectício

Leia mais

CONTABILIDADE GERAL. Balanço Patrimonial. Títulos. Prof. Cláudio Alves

CONTABILIDADE GERAL. Balanço Patrimonial. Títulos. Prof. Cláudio Alves CONTABILIDADE GERAL Balanço Patrimonial Títulos Prof. Cláudio Alves As operações com títulos de crédito vieram facilitar a ocorrência de operações comerciais. Pode-se dizer que houve um enorme avanço nas

Leia mais

f ÅâÄtwÉ W Üx àé VÉÅxÜv tä `öüv t cxä áátü

f ÅâÄtwÉ W Üx àé VÉÅxÜv tä `öüv t cxä áátü 1 QUESTÕES SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO II 1. Como se opera a circulação das letras de câmbio? R.: Após o aceite do sacado, o beneficiário teria de, em tese, aguardar a data do vencimento para receber

Leia mais

DUPLICATA Lei n /68. Título de crédito causal, facultativamente emitido pelo vendedor com base em fatura representativa de compra e venda

DUPLICATA Lei n /68. Título de crédito causal, facultativamente emitido pelo vendedor com base em fatura representativa de compra e venda DUPLICATA Lei n. 5.474/68 Título de crédito causal, facultativamente emitido pelo vendedor com base em fatura representativa de compra e venda Estrutura Clássica SACADOR SACADO Emitido pelo credor ou

Leia mais

Direito Empresarial

Direito Empresarial www.uniestudos.com.br Direito Empresarial Helder Goes Professor de Direito Empresarial do Universo de Estudos Advogado e Consultor Jurídico Graduado em Direito pela Universidade Tiradentes Especialista

Leia mais

Caderno de Exercícios de Direito Empresarial III (Títulos de Crédito) Prof.: Alberto José do Patrocínio

Caderno de Exercícios de Direito Empresarial III (Títulos de Crédito) Prof.: Alberto José do Patrocínio Caderno de Exercícios de Direito Empresarial III (Títulos de Crédito) Prof.: Alberto José do Patrocínio Estudo n.º 1. 1) Classifique crédito quanto a sua utilização. 2) Porque podemos dizer que título

Leia mais

UNIDADE 5 NOTA PROMISSÓRIA

UNIDADE 5 NOTA PROMISSÓRIA UNIDADE 5 NOTA PROMISSÓRIA Profª Roberta C. de M. Siqueira Direito Empresarial III ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante

Leia mais

CONCEITO O ARTIGO 887 DO CCB: CONTIDO DOCUMENTO NECESSÁRIO PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO LITERAL E AUTÔNOMO NELE MENCIONADO (VIVANTE)

CONCEITO O ARTIGO 887 DO CCB: CONTIDO DOCUMENTO NECESSÁRIO PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO LITERAL E AUTÔNOMO NELE MENCIONADO (VIVANTE) O ARTIGO 887 DO CCB: CONTIDO DOCUMENTO NECESSÁRIO PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO LITERAL E AUTÔNOMO NELE MENCIONADO (VIVANTE) CARACTERÍSTICAS CARTULARIDADE a necessidade de exibição LITERALIDADE vale pelo

Leia mais

PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 1 ASPECTOS CONCEITUAIS 1 Crédito 2 Título 3 Outros títulos 4 Cambiaridade 5 Emissão e seus efeitos 5.1 Princípio da incorporação 6 Obrigações representáveis

Leia mais

Letra de Câmbio. Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de Decreto nº , de 25 de janeiro de Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Letra de Câmbio. Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de Decreto nº , de 25 de janeiro de Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Letra de Câmbio Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de 1.908 Decreto nº 57.663, de 25 de janeiro de 1966 Histórico A letra de câmbio surgiu na Itália, nas corporações de mercadores e nos mercados e feiras

Leia mais

DIREITO COMERCIAL II. Professor LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA DIREITO COMERCIAL II TÍTULOS DE CRÉDITO

DIREITO COMERCIAL II. Professor LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA DIREITO COMERCIAL II TÍTULOS DE CRÉDITO 1 DIREITO COMERCIAL II Professor LUIZ GONZAGA MODESTO DE PAULA modesto@pucsp.br 2 TÍTULOS DE CRÉDITO 3 P R O G R A M A 4 AULA 1 CONCEITO DE CRÉDITO CONCEITO TRADICIONAL DE TÍTULO DE CRÉDITO NOVO CONCEITO

Leia mais

Sumário NOTA DO AUTOR PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Sumário NOTA DO AUTOR PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO Sumário NOTA DO AUTOR PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 1 ASPECTOS CONCEITUAIS 1 Crédito 2 Título 3 Outros títulos 4 Cambiaridade 5 Emissão e seus efeitos 5.1 Princípio da incorporação 6

Leia mais

Direito Empresarial II. Foed Saliba Smaka Jr. Curso de Direito ISEPE Guaratuba 2015/2

Direito Empresarial II. Foed Saliba Smaka Jr. Curso de Direito ISEPE Guaratuba 2015/2 Direito Empresarial II Foed Saliba Smaka Jr. Curso de Direito ISEPE Guaratuba 2015/2 Títulos de Crédito Aula 31 20/11/2015 Endosso: Utilidade: Títulos de Crédito são em regra nominais à ordem; Indicam

Leia mais

Apresentação para pagamento da letra à vista sem designação de prazo (art. 21 do

Apresentação para pagamento da letra à vista sem designação de prazo (art. 21 do PRINCIPAIS PRAZOS NOS DECRETOS N os 2.044, DE 31-12-1908 (Lei da Letra de Câmbio e da Nota Promissória) E 57.663, DE 24-1-1966 (Lei Uniforme em Matéria de Letras de Câmbio e Notas Promissórias) Ação por

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1

DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1 DIREITO EMPRESARIAL CADU WITTER TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE 1 Título de crédito É o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produzindo efeitos quando preenchidos

Leia mais

Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo / 2017 Aula: Endosso (Parte I) / Aula 35 Professor: Priscilla Menezes Monitora: Kelly Silva Aula 35

Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo / 2017 Aula: Endosso (Parte I) / Aula 35 Professor: Priscilla Menezes Monitora: Kelly Silva Aula 35 Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo / 2017 Aula: (Parte I) / Aula 35 Professor: Priscilla Menezes Monitora: Kelly Silva Aula 35 ENDOSSO é a maneira tradicional pelo qual os títulos de crédito

Leia mais

TÍTULOS DE CRÉDITO. Freitas Bastos Editora (81) S731t

TÍTULOS DE CRÉDITO. Freitas Bastos Editora (81) S731t CARLOS GUSTAVO DE SOUZA Advogado Militante no Direito Comercial e Tributário; Especialista em Direito Processual Civil - Centro Universitário - UNI-FMU - SP; Mestrando em Direito Empresarial e Tributação

Leia mais

CURSO Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará Nº 04. Títulos de Crédito

CURSO Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará Nº 04. Títulos de Crédito CURSO Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará Nº 04 DATA 05/07/2016 DISCIPLINA Empresarial PROFESSOR José Humberto Souto Júnior MONITOR Thaís da Mata AULA 04 - Títulos de Crédito (Cheque, Duplicata

Leia mais

Os Títulos de Crédito I

Os Títulos de Crédito I DIREITO COMERCIAL 15 Os Títulos de Crédito I A Letra de Câmbio Noções Gerais Noções Iniciais: A letra de câmbio é uma ordem de pagamento que alguém dirige a outrem para pagar a terceiro, importa numa relação

Leia mais

Direito aplicado à logística

Direito aplicado à logística 6.4 LETRA DE CÂMBIO 6.4.1 Caracterização Eis um modelo de letra de câmbio: Regulada pela Lei nº 57.663/66 e parcialmente pelo Decreto nº 2.044/08 (Lei Uniforme), é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo

Leia mais

TÍTULOS DE CRÉDITO ENDOSSO

TÍTULOS DE CRÉDITO ENDOSSO TÍTULOS DE CRÉDITO Armindo de Castro Júnior E-mail: armindocastro@uol.com.br Homepage: www.armindo.com.br Facebook: Armindo Castro Celular - WhatsApp: (65) 99352-9229 CONCEITO: forma de transmissão dos

Leia mais

Sumário PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Sumário PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO PARTE GERAL TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 1 ASPECTOS CONCEITUAIS... 3 1 Crédito... 3 2 Título... 4 3 Outros títulos... 5 4 Cambiaridade... 7 5 Emissão e seus efeitos... 9 5.1 Princípio da incorporação...

Leia mais

Cheque administrativo ou cheque bancário ou cheque tesouraria (art.9º, III)

Cheque administrativo ou cheque bancário ou cheque tesouraria (art.9º, III) 1 Títulos de Crédito Sala 207 UNIP Títulos de Crédito VIII 29 de outubro Modalidades de Cheque Cheque visado (art.7º) - é o cheque em que o banco sacado a pedido do emitente ou do portador legitimado,

Leia mais

Conceito. Características literalidade é válido somente por aquilo que nele estiver. Princípios

Conceito. Características literalidade é válido somente por aquilo que nele estiver. Princípios Conceito documento formal com força executiva, representativo de dívi líqui e certa, sem qualquer dúvi, cuja circulação está desvincula do negócio que deu origem ao título. Características literalide é

Leia mais

TÍTULOS DE CRÉDITO ENDOSSO

TÍTULOS DE CRÉDITO ENDOSSO TÍTULOS DE CRÉDITO Armindo de Castro Júnior E-mail: armindocastro@uol.com.br Homepage: www.armindo.com.br Facebook: Armindo Castro Celular - WhatsApp: (65) 99352-9229 CONCEITO: forma de transmissão dos

Leia mais

HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO

HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO DUPLICATA HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 (art. 219) = exigia a emissão de FATURA na venda mercantil a prazo que era emitida em 2 vias: uma ficava com o vendedor e outra

Leia mais

1) Julgue o item seguinte, a respeito dos contratos.

1) Julgue o item seguinte, a respeito dos contratos. 1) Julgue o item seguinte, a respeito dos contratos. Contrato é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas para constituir, regular, anular ou extinguir, entre elas, uma relação jurídico-patrimonial.

Leia mais

Caio de Oliveira Desiderio

Caio de Oliveira Desiderio Caio de Oliveira Desiderio Fatura Documento descritivo da compra e venda mercantil ou da prestação de serviços que contém a indicação da quantidade, qualidade e preço do produto ou serviço. É obrigatória

Leia mais

HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO

HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO DUPLICATA HISTÓRIA TÍTULO ESSENCIALMENTE BRASILEIRO CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 (art. 219) = exigia a emissão de fatura na venda mercantil a prazo 1914 - Lei Orçamentária n. 1919 criou o imposto sobre vendas

Leia mais

UNIDADE 2 LETRA DE CÂMBIO

UNIDADE 2 LETRA DE CÂMBIO UNIDADE 2 LETRA DE CÂMBIO Profª Roberta C. de M. Siqueira Direito Empresarial III ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante

Leia mais

DIREITO COMERCIAL ESQUEMAS DAS AULAS CAPÍTULO III PARTE I CAPÍTULO III - TÍTULOS DE CRÉDITO III

DIREITO COMERCIAL ESQUEMAS DAS AULAS CAPÍTULO III PARTE I CAPÍTULO III - TÍTULOS DE CRÉDITO III Docente: Pedro Dias Venâncio Gabinete: 3 Grupo: Direito Endereço electrónico: pvenancio@ipca.pt PARTE I CAPÍTULO III III - TÍTULOS DE CRÉDITO 1.Conceito, função e características 2. Letra de câmbio 3.

Leia mais

Há mais de 13 classificações, mas só estudaremos as 4 principais utilizadas pela doutrina. Quais sejam:

Há mais de 13 classificações, mas só estudaremos as 4 principais utilizadas pela doutrina. Quais sejam: Classificação Há mais de 13 classificações, mas só estudaremos as 4 principais utilizadas pela doutrina. Quais sejam: a) Quanto a forma de transferência ou circulação; b) Quanto ao modelo; c) Quanto à

Leia mais

2) Com relação às sociedades personificadas e não personificadas, assinale a

2) Com relação às sociedades personificadas e não personificadas, assinale a SIMULADO - MARATONA 1) Assinale a alternativa INCORRETA : a) a empresa tem natureza jurídica de sujeito de direito; b) a empresa é a atividade econômica organizada para a produção; ou circulação de bens

Leia mais

Direito Empresarial. Aula 13. Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

Direito Empresarial. Aula 13. Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Direito Empresarial Aula 13 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho Este material é parte integrante da disciplina oferecida pela UNINOVE. O acesso às atividades, conteúdos multimídia

Leia mais

Aula de 16/03/15. a) Total; b) Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio).

Aula de 16/03/15. a) Total; b) Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio). Aula de 16/03/15 14. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE CONTRATUAL - Espécies: a) Total; b) Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio). Todas as duas hipóteses podem ocorrer de forma judicial ou extrajudicial.

Leia mais

Curso Resultado. Decreto 2.044, de 31 de dezembro de Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais.

Curso Resultado. Decreto 2.044, de 31 de dezembro de Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais. Decreto 2.044, de 31 de dezembro de 1908 Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais. TITULO I - DA LETRA DE CÂMBIO CAPITULO I - DO SAQUE Art. 1º A letra de câmbio é uma

Leia mais

Direito Empresarial EXTENSIVO Professora: Priscilla Menezes. om.br

Direito Empresarial EXTENSIVO Professora: Priscilla Menezes.   om.br Direito Empresarial EXTENSIVO Professora: Priscilla Menezes www.masterjuris.c om.br Art. 1º, Lei n. 9.492/97. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação

Leia mais

Duplicata Aulas 30 a 32

Duplicata Aulas 30 a 32 Duplicata Aulas 30 a 32 1. NORMATIZAÇÃO: O regime cambial das duplicatas é norteado pela Lei 5.474/68 (doravante, LD, e a menção de artigo sem a indicação da Lei, significará referência à LD). Decreto-lei

Leia mais

Títulos de Crédito Direito Empresarial

Títulos de Crédito Direito Empresarial RESUMO Títulos de Crédito Direito Empresarial 1 Índice Título de Crédito... 4 Conceito... 4 Definição Clássica de Vivante:... 4 Princípios... 4 Princípio da Cartularidade... 4 Princípio da Literalidade:...

Leia mais

ÍNDICE SISTEMÁTICO LETRAS DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA. Parte I O Crédito e os Títulos de Crédito

ÍNDICE SISTEMÁTICO LETRAS DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA. Parte I O Crédito e os Títulos de Crédito ÍNDICE SISTEMÁTICO LETRAS DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA Parte I O Crédito e os Títulos de Crédito Capítulo I Dos títulos de crédito em geral 1. O crédito e a circulação dos direitos de crédito 1.1 Os títulos

Leia mais

Aula 06. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.)

Aula 06. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.) Turma e Ano: Empresarial B (2015) Matéria/Data: Aval (cont.). Títulos em espécie: Letra de câmbio (08/09/15) Professora: Carolina Lima Monitora: Márcia Beatriz Aula 06 Aval: ATOS CAMBIÁRIOS (cont.) Recapitulando:

Leia mais

Aspectos Jurídicos dos Títulos de Crédito. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Aspectos Jurídicos dos Títulos de Crédito. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda Aspectos Jurídicos dos Títulos de Crédito Crédito A palavra crédito é derivada do latim "Creditum", Credere que significa, coisa emprestada, empréstimo, dívida, depositar confiança em, confiar em, dar

Leia mais

HISTÓRIA Origem provável: Século XII Templários SEC. XII - Feira de Champagne

HISTÓRIA Origem provável: Século XII Templários SEC. XII - Feira de Champagne LETRA DE CÂMBIO CONCEITO Letra de Câmbio é o título de crédito que representa uma ordem de pagamento de alguém (sacador) contra outrem (sacado) a favor de um terceiro (tomador). HISTÓRIA Origem provável:

Leia mais

LETRA DE CÂMBIO 10.1 ORIGEM

LETRA DE CÂMBIO 10.1 ORIGEM 10 LETRA DE CÂMBIO 10.1 ORIGEM A letra de câmbio, praticamente, começou a se formar na Itália, no século XIV. Para não transportar dinheiro de uma cidade para outra, estando uma pessoa sujeita à emboscada

Leia mais

Cédula de crédito bancário

Cédula de crédito bancário Noções gerais CCB serve para qualquer tipo de operação financeira, não fica restrita à atividades produtivas, como as cédulas de crédito tradicionais (rural, industrial, exportação) Legislação aplicável

Leia mais

DUPLICATA MERCANTIL. Partes: Com efeito, se alguém efetua a venda a prazo, pode emitir uma duplicata O vendedor será o adquirente. Natureza Jurídica:

DUPLICATA MERCANTIL. Partes: Com efeito, se alguém efetua a venda a prazo, pode emitir uma duplicata O vendedor será o adquirente. Natureza Jurídica: DUPLICATA MERCANTIL A DUPLICATA MERCANTIL É TITULO DE CRÉDITO CRIADO PELO DIREITO BRASILEIRO. A emissão da duplicata foi disciplina pela Lei 5474/68 O termo duplicata não pode ser interpretado ao Pé da

Leia mais

Amas as leis, entretanto, regulamentam a letra de câmbio, fazendo extensão para a norta promissória.

Amas as leis, entretanto, regulamentam a letra de câmbio, fazendo extensão para a norta promissória. Letra de Câmbio Conceito A letra de câmbio é o protótipo dos títulos de crédito, o primeiro a ser criado, tendo derivado dela todos os demais. Modernamente, não é um título muito popular, mas elitista,

Leia mais

Aula 03 ATOS CAMBIÁRIOS 1

Aula 03 ATOS CAMBIÁRIOS 1 Turma e Ano: Empresarial B (2015) Matéria/Data: Atos Cambiários: Noções Gerais. Prazos (25/08/15) Professora: Carolina Lima Monitora: Márcia Beatriz Aula 03 ATOS CAMBIÁRIOS 1 Para explicar a sistemática

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Títulos em espécie Parte 1. Profª. Estefânia Rossignoli

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Títulos em espécie Parte 1. Profª. Estefânia Rossignoli DIREITO EMPRESARIAL Títulos de Crédito Títulos em espécie Parte 1 Profª. Estefânia Rossignoli - São quatro os principais títulos existentes: letra de câmbio, nota promissória, duplicata e cheque. - É o

Leia mais

DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais.

DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais. DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908. Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais. O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: Faço saber que o Congresso

Leia mais

Direito Empresarial Dr. José Rodrigo

Direito Empresarial Dr. José Rodrigo 1 1. Considera-se estabelecimento empresarial: Títulos de crédito a) Todo complexo de bens organizado, usado pelo empresário, ou sociedade empresária, para o exercício da sua atividade. b) Todo complexo

Leia mais

f ÅâÄtwÉ g àâäéá wx VÜ w àé `öüv t cxä áátü PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO I

f ÅâÄtwÉ g àâäéá wx VÜ w àé `öüv t cxä áátü PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO I PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TÍTULO DE CRÉDITO TOMO I 1 01- Qual a conseqüência imediata do aceite dado pelo sacado? 02- Em qual local deve ser dado o aceite? 03- É necessária aposição de data no aceita?

Leia mais

Aula 05. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.)

Aula 05. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.) Turma e Ano: Empresarial B (2015) Matéria/Data: Atos Cambiários em espécie: endosso, aval, protesto (01/09/15) Professora: Carolina Lima Monitora: Márcia Beatriz Aula 05 Atos em espécie ATOS CAMBIÁRIOS

Leia mais

Saque, Aceite, Endosso, Aval, Fiança e Pagamento

Saque, Aceite, Endosso, Aval, Fiança e Pagamento Saque, Aceite, Endosso, Aval, Fiança e Pagamento SAQUE Trata-se de ato cambiário a partir do qual um título de crédito é emitido quando o sacador o assina para ser submetido ao sacado, se chama assinatura,

Leia mais

Súmulas - STF e STJ Direito Empresarial

Súmulas - STF e STJ Direito Empresarial 1 CONTRATOS BANCÁRIOS Súmula 530 STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente contratada por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento

Leia mais

Requisitos essenciais - são requisitos de validade (art.1º) para ação de execução (esses requisitos não pode faltar, mas existe as exceções)

Requisitos essenciais - são requisitos de validade (art.1º) para ação de execução (esses requisitos não pode faltar, mas existe as exceções) 1 Títulos de Crédito Sala 207 UNIP Títulos de Crédito VII 19 de outubro Lei do cheque nº 7357/85 Cheque - ordem de pagamento a vista Partes - emitente ou passador Sacador - devedor - titular da conta bancária

Leia mais

Aula 44. Duplicata (parte I) Observação: os títulos de crédito podem ser classificados em abstratos ou causais.

Aula 44. Duplicata (parte I) Observação: os títulos de crédito podem ser classificados em abstratos ou causais. Página1 Curso/Disciplina: Direito Empresarial Objetivo Aula: Direito Empresarial Objetivo - 44 Professor (a): Priscila Menezes Monitor (a): Caroline Gama Aula 44 Duplicata (parte I) 1. Conceito É um título

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 3. Profª. Estefânia Rossignoli

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 3. Profª. Estefânia Rossignoli DIREITO EMPRESARIAL Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 3 Profª. Estefânia Rossignoli - Um dos elementos para se ter um título de crédito é a confiança. Isto porque o credor confia que irá

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 1. Profª. Estefânia Rossignoli

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 1. Profª. Estefânia Rossignoli DIREITO EMPRESARIAL Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 1 Profª. Estefânia Rossignoli - Os títulos de crédito, para atenderem aos seus objetivos, possuem institutos que lhe são próprios e

Leia mais

MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL

MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL Benigno Cavalcante MANUAL DE DIREITO EMPRESARIAL Sumário Apresentação... 17 Abreviatura... 21 CAPÍTULO I HISTÓRIA DO DIREITO COMERCIAL 1. O Surgimento do Direito Comercial... 25 1.2. Evolução do Direito

Leia mais

Sumário. Nota do Autor, xix

Sumário. Nota do Autor, xix Sumário Nota do Autor, xix 1 Empresa, 1 I Empreender, I 2 Noções históricas, 2 3 Teoria da empresa, 4 4 Registro, 9 4.1 Redesim, II 4.2 Usos e práticas mercantis, 15 4.3 Empresário rural, 16 5 Firma individual,

Leia mais

O protesto é um direito do credor decorrente do descumprimento, pelo devedor, da obrigação de lhe pagar determinada quantia em dinheiro.

O protesto é um direito do credor decorrente do descumprimento, pelo devedor, da obrigação de lhe pagar determinada quantia em dinheiro. O protesto é um direito do credor decorrente do descumprimento, pelo devedor, da obrigação de lhe pagar determinada quantia em dinheiro. O que é o protesto? É o ato pelo qual se prova a inadimplência

Leia mais

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 5. Profª. Estefânia Rossignoli

DIREITO EMPRESARIAL. Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 5. Profª. Estefânia Rossignoli DIREITO EMPRESARIAL Títulos de Crédito Endosso, aval e protesto Parte 5 Profª. Estefânia Rossignoli - Para que se possam exercer os direitos inerentes ao título de crédito, será preciso que se comprove

Leia mais

Principal função: circulação de Riqueza

Principal função: circulação de Riqueza Principal função: circulação de Riqueza Código Civil (art.887 a 926) LUG Dec. 57.663/66 (letra de câmbio e nota promissória e é lei subsidiária para a duplicata) e as reservas Dec 2.044/1908 Lei 5.474/68

Leia mais

CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO

CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO CONCEITO DE CRÉDITO ETIMOLOGIA: CRÉDITO = confiança (credere) NOÇÃO ECONÔMICA: crédito significa a troca de um bem presente por um bem futuro NOÇÃO COMUM: CONFIANÇA, CRENÇA,

Leia mais

Aula 07. LETRA DE CÂMBIO (cont.) A letra de câmbio tem as seguintes espécies de vencimento (data para pagamento):

Aula 07. LETRA DE CÂMBIO (cont.) A letra de câmbio tem as seguintes espécies de vencimento (data para pagamento): Turma e Ano: Empresarial B (2015) Matéria/Data: Letra de Câmbio: vencimento. Nota Promissória: sujeitos e vencimento (15/09/15) Professora: Carolina Lima Monitora: Márcia Beatriz Aula 07 LETRA DE CÂMBIO

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908. Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações Cambiais. (1) O Presidente

Leia mais

SIMULADO 1 A QUESTÃO 2 A QUESTÃO

SIMULADO 1 A QUESTÃO 2 A QUESTÃO SIMULADO 1 A QUESTÃO Maria José emitiu cheque em 20.11.02, na cidade de Divinópolis/MG, contra Banco do Dinheiro S/A, estabelecido em São Paulo/SP, pré-datado para 20.01.03, nominal a João Antônio, com

Leia mais

Sumário. Parte I Teoria Geral da Empresa

Sumário. Parte I Teoria Geral da Empresa Sumário Parte I Teoria Geral da Empresa 1 Introdução ao Direito de Empresa 1.1 Considerações gerais 1.2 Escorço histórico: do direito comercial ao direito de empresa 1.3 Fontes do direito comercial 1.4

Leia mais

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XIII Letra de Câmbio e Cheque

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XIII Letra de Câmbio e Cheque Instituições de Direito Público e Privado Parte XIII Letra de Câmbio e Cheque 1. Letra de Câmbio Conceito e Generalidades Letra de Câmbio A Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento, sacada por um credor

Leia mais

Capítulo 1 Teoria Geral do Direito de Empresa

Capítulo 1 Teoria Geral do Direito de Empresa SUMÁRIO Capítulo 1 Teoria Geral do Direito de Empresa... 17 1. Origens do Direito Empresarial.... 17 2. Autonomia do Direito Empresarial... 20 3. Fontes do Direito Empresarial... 21 4. Do Direito de Empresa...

Leia mais

Cheque Aulas 22 a 24

Cheque Aulas 22 a 24 Cheque Aulas 22 a 24 1. NORMATIZAÇÃO: Lei 7.357/85 que absorveu as regras contidas na Lei Uniforme sobre Cheques. Resoluções do Banco Central do Brasil, tomadas por deliberação do Conselho Monetário Nacional,

Leia mais

TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL

TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL Sumário Capítulo 1 TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL... 17 1.1. Conceito e nomenclatura... 17 1.2. Origem: o Direito Mercantil... 17 1.3. Evolução histórica: do Direito Comercial ao Direito Empresarial...

Leia mais

AÇÃO DE ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULO AO PORTADOR

AÇÃO DE ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULO AO PORTADOR AÇÃO DE ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULO AO PORTADOR 1 I) INTRODUÇÃO a) Conceito de TÍTULO DE CRÉDITO b) Características dos títulos de crédito: Cartularidade Literalidade Autonomia 2 c)títulos de Crédito

Leia mais

AULA DE TÍTULOS DE CRÉDITO OAB 1º FASE. Profª. Rebeca Eckstein

AULA DE TÍTULOS DE CRÉDITO OAB 1º FASE. Profª. Rebeca Eckstein AULA DE TÍTULOS DE CRÉDITO OAB 1º FASE Profª. Rebeca Eckstein rebecaeckstein@gmail.com http://www.facebook.com/rebecaeckstein LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Legislação Especial: Letra de Câmbio e Nota promissória

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos 1 de 10 22/09/2016 16:45 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908. Define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as Operações

Leia mais

Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS. Direito Empresarial. Títulos Crédito. Volume

Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS. Direito Empresarial. Títulos Crédito. Volume Volume Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Empresarial 2 Títulos de Crédito www.rodrigoandrade.pro.br Versão 1.3 2017.2 Rodrigo Andrade www.rodrigoandrade.pro.br www.direitolevadoaserio.com.br ROTEIRO

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ESTE DOCUMENTO NÃO SUBSTITUI O ORIGINAL Catálogo de Graduação 06 da UFV 0 Programa Analítico de Disciplina DIR3 Direito Empresarial - Direito Cambiário e Departamento de Direito - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Número de créditos:

Leia mais

PARECER Nº 169, DE 2018 PLEN/SF

PARECER Nº 169, DE 2018 PLEN/SF SENADO FEDERAL PARECER Nº 169, DE 2018 PLEN/SF Redação final do Projeto de Lei da Câmara nº 73, de 2018 (nº 9.327, de 2017, na Casa de origem). A Comissão Diretora, em Plenário, apresenta a redação final

Leia mais

Aula 04. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.)

Aula 04. ATOS CAMBIÁRIOS (cont.) Turma e Ano: Empresarial B (2015) Matéria/Data: Prazos. Atos Cambiários em espécie. Endosso (01/09/15) Professora: Carolina Lima Monitora: Márcia Beatriz Aula 04 ATOS CAMBIÁRIOS (cont.) Prazos No caso

Leia mais

DIREITO CAMBIÁRIO UNIDADE 1 - TÍTULOS DE CRÉDITO NOÇÕES GERAIS

DIREITO CAMBIÁRIO UNIDADE 1 - TÍTULOS DE CRÉDITO NOÇÕES GERAIS DIREITO CAMBIÁRIO UNIDADE 1 - TÍTULOS DE CRÉDITO NOÇÕES GERAIS Profª Roberta C. de M. Siqueira Direito Empresarial III ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado

Leia mais

Institutos de Direito Aula - Garantias

Institutos de Direito Aula - Garantias Institutos de Direito Aula - Garantias CAMILA VILLARD DURAN CAMILADURAN@USP.BR Garantias! Conceito e classificação! Garantias reais e pessoais 1% Garantias! Conceito! Direitos e obrigações acessórios (em

Leia mais

Constituição das Sociedades Contratuais

Constituição das Sociedades Contratuais Constituição das Sociedades Contratuais Quanto à Responsabilidade dos Sócios: Sociedade de Responsabilidade Ilimitada todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações, o patrimônio dos sócios

Leia mais