ESTUDO DA SECAGEM DE MAMÃO FORMOSA DESIDRATADO OSMOTICAMENTE.

Documentos relacionados
ANÁLISE DO RENDIMENTO DE FRUTOS DE CAJÁ-MANGA SUBMETIDOS AO PROCESSO DE DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA SEGUIDA DE SECAGEM EM ESTUFA

REDUÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA EM MAÇÃS FUJI COMERCIAL E INDUSTRIAL OSMO-DESIDRATADAS

MODELAGEM MATEMÁTICA DA ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE FEIJÃO DURANTE O PROCESSAMENTO DE ENLATADOS.

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE CASCAS E SEMENTES DE MAMÃO RESUMO

DECANTAÇÃO DO RESÍDUO DA LAVAGEM DE BATATAS DA LINHA DE BATATAS-FRITAS

SECAGEM DE GRÃOS. Disciplina: Armazenamento de Grãos

Revista Ciência Agronômica ISSN: Universidade Federal do Ceará Brasil

Teresa Cristina Castilho Gorayeb 1 ; Juliana Arakaki Takemoto 2 ; Yara Paula de Oliveira Nishiyama 2 ; João Cláudio Thoméo 3

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

3.1 Determinação do Teor de Ácido Ascórbico e de Ácido Cítrico no

TEOR DE UMIDADE DOS GRÃOS

Bebida constituída de frutos de açaí e café: Uma alternativa viável

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENG03108 MEDIÇÕES TÉRMICAS

FÁBRICA DE OPORTUNIDADES OFICINA SOBRE PROCESSOS PARA CONSERVAÇÃO DE FRUTAS" Parte III- PRODUÇÃO DE FRUTAS DESIDRATADAS

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICO DOS REFRIGERANTES

Escola de Engenharia de Lorena USP - Cinética Química Capítulo 05 Reações Irreversiveis a Volume Varíavel

1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE PELO MÉTODO DO AQUECIMENTO DIRETO- TÉCNICA GRAVIMÉTRICA COM EMPREGO DO CALOR

k dt = (1) Em que: U= teor de água do produto no tempo t, b.s. Ue= teor de água de equilíbrio, b.s. t= tempo em horas k = constante

OBJETIVOS: CARGA HORÁRIA MÍNIMA CRONOGRAMA:

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DA MANGABA (Hancornia speciosa) ASSISTIDA POR ULTRASSOM

Documento Explicativo

EFEITO DA DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA COMO TRATAMENTO PRELIMINAR NA SECAGEM DA MAÇÃ GALA (MALUS DOMESTICA BORK) E MAMÃO FORMOSA (CARICA PAPAYA L.

PROF. KELTON WADSON OLIMPÍADA 8º SÉRIE ASSUNTO: TRANSFORMAÇÕES DE ESTADOS DA MATÉRIA.

5ª Experiência : Dilatação Térmica

Departamento de Engenharia Civil, Materiais de Construção I 3º Ano 1º Relatório INDÍCE

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RESFRIAMENTO RADIAL EM SUCOS DILUÍDO E CONCENTRADO

VALIDAÇÃO DO MODELO DE ELETROCOAGULAÇÃO FLOTAÇÃO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL VISANDO À REMOÇÃO DE DQO, UTILIZANDO REATOR EM BATELADA.

Agroindústria Processamento Artesanal de Frutas - Compotas (limão, goiaba, manga, figo) Menu Introdução Figo Goiaba Limão Manga. 1.

Levantamento Inicial do Consumo de Energias Térmica e Elétrica na Indústria Brasileira de Revestimentos Cerâmicos

Cachaça Brasileira O orgulho nacional, agora ainda melhor

4 Avaliação Econômica

CÁLCULO DE INCERTEZA EM ENSAIO DE TRAÇÃO COM OS MÉTODOS DE GUM CLÁSSICO E DE MONTE CARLO

ME-25 MÉTODOS DE ENSAIO ENSAIO DE PENETRAÇÃO DE MATERIAIS BETUMINOSOS

CONVENCIONAL: AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE PROCESSO

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico. Sol e Frutas: Desidratação e Produção Agroecológica Familiar

A Equação 5.1 pode ser escrita também em termos de vazão Q:

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE PRÓBIÓTICOS EM DIETAS PARA BOVINOS NELORE TERMINADOS EM CONFINAMENTO INTRODUÇÃO

Processamento de bacalhau salgado seco

ESTUDO DA DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DA FRUTA DA PALMA (FIGO DA ÍNDIA)

Ajuste dos Parâmetros de um Controlador PI em uma Coluna de Destilação Binária

LIMPEZA E PREPARAÇÃO DE VIDRARIAS PARA ANÁLISE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Inclusão de bagaço de cana de açúcar na alimentação de cabras lactantes: desempenho produtivo

IX Congresso Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria 09 a 12 de novembro de 2014 Serra Negra SP - Brasil

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) de Corte da Embrapa Milho e Sorgo

CINÉTICA DE DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DA BANANA PACOVAN EM DIFERENTES TEMPERATURAS RESUMO

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Quando juntamos duas espécies químicas diferentes e, não houver reação química entre elas, isto é, não houver formação de nova(s) espécie(s), teremos

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO MCC2001 AULA 6 (parte 1)

Universidade Federal do Paraná Departamento de Zootecnia Centro de Pesquisa em Forragicultura (CPFOR)

Preparação e padronização de uma solução 0,10 mol/l de ácido clorídrico

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

EQUAÇÕES DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL, DETERMINADAS POR REGRESSÃO LINEAR E REGRESSÃO POTENCIAL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS GERADOS NA EMBRAPA RORAIMA

2 Materiais e Métodos

SOLIDIFICAÇÃO/ESTABILIZAÇÃO DE LODO GALVÂNICO EM BLOCOS DE CONCRETO PARA PAVIMENTAÇÃO (PAVERS)

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( )

Lista de Exercícios Espectrometria de Absorção Molecular ALGUNS EXERCÍCIOS SÃO DE AUTORIA PRÓPRIA. OS DEMAIS SÃO ADAPTADOS DE LIVROS CITADOS ABAIXO.

ATIVIDADES EXTRA CLASSE

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ALUNA LENAMIRIA CRUZ

MODELAGEM MATEMÁTICA NA ANÁLISE DE SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE FRANGO DE CORTE RESUMO

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO ITINERANTE PARA DESCASCAMENTO DE FRUTOS DE MAMONA DA CULTIVAR BRS PARAGUAÇU

ALVES 1,1, Paulo Roberto Rodrigues BATISTA 1,2, Jacinto de Luna SOUZA 1,3, Mileny dos Santos

Informações Gerais. O que é Water Transfer Printing?

AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM

DESENVOLVIMENTO DE COMPOSIÇÃO DE CONCRETO PERMEÁVEL COM AGREGADOS ORIUNDOS DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DE CAMPINAS

Obtenção de benzeno a partir do gás natural utilizando catalisadores Fe-Mo/ZSM-5

Estudo da Viabilidade Técnica e Econômica do Calcário Britado na Substituição Parcial do Agregado Miúdo para Produção de Argamassas de Cimento

Prova Resolvida. múltiplos de 7: 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63, 70, 77, 84, 91, 98

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MATEMÁTICA 4 a LISTA DE EXERCÍCIOS GBQ12 Professor: Ednaldo Carvalho Guimarães AMOSTRAGEM

Efeito Osmótico de Soluções de Concentração Diferente na Membrana de um Ovo de Codorniz

CALIBRAÇÃO DE UM TERMOPAR DE COBRE CONSTANTAN

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Controle da qualidade em uma fábrica de sorvetes de pequeno porte

RECOMENDAÇÕES DA ANVISA PARA ALTERAÇÕES PÓS-REGISTRO DE MEDICAMENTOS:

Proposta de Nota Técnica Cgcre. Verificação intermediária das balanças utilizadas por laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos

CINÉTICA DE SECAGEM DE RESÍDUOS DE Artocarpus heterophyllus Lam

VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UM CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND DO TIPO CPII-Z-32 PREPARADO COM ADIÇÃO DE UM RESÍDUO CERÂMICO

DISTRIBUIÇÃO DE WEIBULL CONCEITOS BÁSICOS APLICAÇÕES

Física e Química A. Actividade Prático-Laboratorial 1.3 Salto para a piscina

PINTURA À BASE DE CAL COM SEIVA BRUTA DO PSEUDOCAULE DA BANANEIRA

Separação de Misturas

Ponto de Corte do Milho para Silagem

Eficiência Energética Chocolates Garoto

6 Construção de Cenários

Aspectos da secagem convectiva de papel artesanal

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

FÍSICA. Sempre que for necessário, utilize g= 10m/s 2

INTRODUÇÃO À DIETÉTICA

O fluxograma da Figura 4 apresenta, de forma resumida, a metodologia adotada no desenvolvimento neste trabalho.

CUIDADOS NA COLHEITA E PÓS- COLHEITA DE LARANJAS E TANGERINAS

Eixo Temático ET Energia ESTUDO DA TERMOFLUIDODINÂMICA DE UM SECADOR SOLAR DE EXPOSIÇÃO DIRETA: MODELAGEM E SIMULAÇÃO

FICHA TÉCNICA - MASSA LEVE -

4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido

Análise sensorial de diferentes formulações de Smoothie

5 Resultados. 1 Os resultados apresentados foram obtidos com 1 rodada do simulador.

5. Limitações: A argamassa Matrix Assentamento Estrutural não deve ser utilizada para assentamento de blocos silicocalcário;

Transcrição:

ESTUDO DA SECAGEM DE MAMÃO FORMOSA DESIDRATADO OSMOTICAMENTE. Anastácia Maria Mikaella Campos NOBREGA 1, Maria Elita Martins DUARTE 2, Renata Duarte ALMEIDA 3, Suellton Rodrigues ANDRÉ 4. 1 Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB. E- mail: anastaciamikaella@gmail.com. Telefone: (83)99908890. 2 Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande UFCG, Campina Grande- PB. E-mail: elita@deag.ufcg.edu.br. Telefone: (83) 21011552. 3 Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande UFCG, Campina Grande- PB. E-mail: renatinhadual@hotmail.com. Telefone: (83) 88147764. 4 Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Campina Grande UFCG, Campina Grande- PB. E-mail: suelltonrodrigueandre@gmail.com. Telefone: (83) 88775391. RESUMO Este trabalho teve como objetivo processar mamão (Carica papaya. L) da variedade formosa, avaliando o efeito da desidratação osmótica como tratamento preliminar da secagem convectiva para obtenção de mamão passa. A desidratação osmótica foi realizada em soluções de sacarose de 40 e 50 Brix, submetidas à secagem em secador vertical de fluxo continuo de leite fixo na temperatura de 55 C. Os dados foram tratados segundo os modelos matemáticos de Henderson e Pabis, Page e Verna. Concluiu-se que: durante a desidratação osmótica as velocidades de perda de água e ganho de sólidos foram maiores nas primeiras 4 horas, e nas condições estudadas o ganho de sólidos pode ser bem representados por uma equação exponencial de crescimento do tipo Y = a + bt c, com coeficiente de determinação de 96,59 %. Todos os modelos utilizados para representar os dados de secagem de mamão formosa o fazem satisfatorios. PALAVRAS CHAVE: Carica papaya L, sacarose, temperatura. 1 INTRODUÇÃO Os mamões da variedade Formosa são especialmente apreciados pela qualidade de sua polpa, mas um dos fatores limitante ao seu consumo é o tamanho da fruta, que chega a atingir 30 cm de comprimento e cerca de 2 kg, exigindo o preparo da fruta para o seu consumo. Assim, o processamento dos mamões da variedade Formosa, previamente a sua comercialização, pode viabilizar o consumo da fruta, melhorando seu aproveitamento e agregando valor a cultura. Um processo de conservação que pode ser aplicado a frutas mantendo sua integridade estrutural, nutricional e funcional é a desidratação osmótica, capaz de remover parte da água por imersão do alimento em uma solução hipertônica, simultaneamente à formulação

direta da fruta processada por incorporação de aditivos à solução desidratante. A desidratação osmótica juntamente com a secagem convectiva é um processo que permite a obtenção de frutas com melhor estabilidade de cor e textura e aumento da vida de prateleira, em relação ao produto seco convencionalmente e armazenado em temperatura ambiente. A secagem precedida de tratamento osmótico é uma técnica comumente utilizada na industrialização de alimentos com o intuito de reduzir a água disponível para os microrganismos e reações químicas; é apontada como alternativa econômica e segura para a conservação de produtos alimentícios, resultando também em melhorias nas características sensoriais e nutritivas. Propõe-se com esta pesquisa, processar mamão (Caricapapaya L.) da variedade formosa, avaliando o efeito da desidratação osmótica como tratamento preliminar na cinética de secagem para obtenção de mamão passa. 2 METODOLOGIA Esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola no Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande PB. Foi utilizado nesta pesquisa, mamão (Caricapapaya L.) da variedade formosa (Figura 2), adquiridos na Empresa de Abastecimento e Serviços Agrícolas da Paraíba (EMPASA). Figura 2- Mamão Formosa.

Fonte: própria (2012). Os frutos foram selecionados manualmente, verificando o estado geral de conservação dos frutos, maturação, tamanho, ausência de danos causados por choques ou insetos. Lavados em água corrente, para retirar o excesso de sujidades, colocados em água clorada (50ppm/10 minutos); depois de lavados foram secas a temperatura ambiente. Após serem higienizados e secos, os frutos foram descascados manualmente, utilizando uma faca inoxidável, cortadas em forma de palito com aproximadamente 2 cm de comprimento, 1 cm de largura, 1 cm de espessura com auxilio de um cortador de alumínio (Figura 3) o qual possuía uma haste de aplicação da força que promove o corte das amostras. Figura 3-Cortador em lamina de alumínio. Fonte: própria (2012). Para a preparação da solução osmótica, utilizou-se açúcar cristal granulado (sacarose) que foi dissolvido em água destilada até que o teor de sólidos solúveis totais desejados para a solução fosse alcançado (40 e 50 Brix). A concentração das soluções foi verificada por meio de um refratômetro manual (Atago HSR-500 2350) A quantidade de solução foi calculada para manter a proporção fruto/solução de 1:4. Os frutos foram imersos nas soluções de sacarose (40 e 50 Brix), e mantidos em uma B.O.D (Biochemical Oxygen Demand) a temperatura de 30ºC. Acompanhou-se a perda de água, perda de massa e ganho de sólidos periodicamente, totalizando 8 horas de osmose. Durante a desidratação osmótica três amostras foram identificadas para a realização do acompanhamento da perda de água e peso do mamão. Essas

amostras foram subtraídas da solução e colocadas em um papel absorvente para retirada do excesso, pesadas com o auxílio de uma balança semi-analítica e devolvidas ao recipiente com solução. Tais pesagens foram realizadas em diferentes intervalos de tempo e após cada uma elas, pequenas alíquotas de mamão foram coletadas para a determinação do teor de água. O ganho de sólidos foi acompanhado, determinando a matéria seca nos mesmos intervalos de tempo que se realizava a perda de água e massa. Em cada intervalo de tempo foram retiradas três amostras para determinação da matéria seca utilizando-se a estufa a 105 C ± 3 C, por 24 horas, de acordo com (IAL, 2008). Utilizaram-se os valores obtidos nestas determinações para calcular, durante o processo, a perda percentual de água, a perda percentual de peso e o ganho de sólidos do produto conforme as Equações 1, 2 e 3, respectivamente. (1) (2) (3) Onde: P A P 0 = Perda de água, em % (p/p) = Peso do fruto no tempo t = 0, em gramas Uo = Teor de água do fruto no tempo t = 0 Pt = Peso do fruto tratado no tempo t, em gramas Ut = Teor de água do fruto tratado no tempo t P P (%) = Perda de peso, em % (p/p) G s MS t MS 0 = Ganho de sólidos, em % (p/p); = Massa da matéria seca no tempo t, em gramas; = Massa da matéria seca no tempo t = 0 em gramas.

Após a desidratação osmótica as fatias de mamão foram retiradas da solução e levadas ao secador vertical de fluxo continuo de leite fixo, para a realização da secagem convectiva nas temperaturas de 55 C, até que atingissem o equilíbrio. O final da cinética foi determinado quando o peso atingiu o seu teor de água de equilíbrio, o qual foi determinado quando havia pesagens consecutivas iguais. A cinética de secagem convectiva foi acompanhada através da perda de peso em relação ao tempo, e para isso, utilizou-se uma balança semi-analítica. Os dados experimentais da cinética de secagem foram tratados utilizando o programa STATISTICA 8.0, em que foram ajustados os modelos matemáticos de Henderson e Pabis, Page e Verna representados, respectivamente, pelas Equações 4, 5, e 6. A Razão de Umidade (RX) foi calculada atraves da Equação 7. Em que: (4) (5) (6) (7) Onde: RX =Razão de umidade (Adimensional) X e X b.s X b.s (inicial) t = Teor de água de equilíbrio em base seca = Teor de água em base seca = Teor de água inicial em base seca =Tempo (min) a, b; k e n; K 1 = constantes do modelo Para expressar o modelo que melhor representou o processo de secagem utilizou-se o coeficiente de determinação (R²) e o DQM (Desvio Quadrático Médio), calculado pela Equação (8).

(8) Onde: RX exp = Razão de umidade obtida experimentalmente RX pré N = Razão de umidade predita pelo modelo matemático = Número de observações ao longo da cinética de secagem. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Desidratação Osmótica Nas Figuras 4 e 5 encontram-se os dados da perda de água, ganho de sólidos e perda de massa, respectivamente, obtidos da cinética de desidratação osmótica a 30 o C para as soluções de sacarose a 40 e 50 o Brix. Na Figura 4 para perda de água, observa-se que os produto submetido à desidratação osmótica na solução de 50 o Brix perde água mais rapidamente do que aqueles produtos submetidos à solução de 40 o Brix. Estes fatos também foram observados por PESSOA (2011), estudando goiabas desidratadas osmoticamente em diferentes estados de maturação. Sendo bem representada por uma equação exponencial do tipo y= a+bexp(t c ), com coeficientes de determinação maiores que 98%. Já para perda de massa as soluções de sacarose a 40 e 50 o Brix correram paralelamente, acontecendo maior perda de massa nas amostras submetidas a 50 o Brix. Este fato foi relatado por MIZRAHI et al. (2001) e EL-AQUAR et al.(2003),em desidratação osmótica de mamão.podendo ainda ser bem representado por uma equação do tipo y= 1+aexp(bt c ), com coeficientes de determinação maiores que 97%. Na figura 5 percebe-se que o comportamento obtido para ganho de sólidos é semelhante ao comportamento da perda de água, para as duas soluções, sendo

esse ganho maior para as amostras de mamão submetidas à desidratação osmótica a 50 o Brix. Os dados de ganho de sólidos foram melhor representados por uma equação exponencial de crescimento do tipo Y = a + bt c, com coeficiente de determinação de 96,59% para a curva de ganho de sólidos a 50 o Brix e 98,72% para o ganho de sólido a 40 o Brix. Figura 4- Perda de água e massa obtida da cinética de desidratação osmótica a 30 o C para as soluções de sacarose a 40 e 50 o Brix Perda de água (gramas) 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,2 Perda de Água Perda de água a 50 0 Brix P.A.= -0,147 + 0,12138 exp(t 0,150227 ) R 2 = 99,46% Perda de água a 40 0 Brix P.A = -0,12232+07213exp(t 0,167338 ) R 2 = 98,43 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Tempo (minutos) Perda de Massa (gramas) 4,0 3,6 3,2 2,8 2,4 2,0 1,6 1,2 0,8 Perda de Massa Perda de massa em xarope a 40 0 Brix P.M.=1+ 2,32644exp(-0781t 0,624781 ) R 2 =97,61 Perda de massa em xarope a 50 0 Brix y=1+1,84538exp(-0872t0,678102) R 2 =98,67% 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 Tempo, t (minutos) Figuras 5- Ganho de sólidos obtido da cinética de desidratação osmótica a 30 o C para as soluções de sacarose a 40 e 50 o Brix. 0,5 Ganho de Sólidos Ganho de Sólidos, GS (Gramas) 0,3 0,2 Ganho de sólidos a 40 0 Brix 0,1 GS=-0462+73441t 0,266488 R 2 =96,59% Ganho de sólidos a 50 Brix GS = 0,211513 + 000535 t1,32984 R 2 =98,72% 0 100 200 300 400 500 Tempo (minutos) Fonte: própria (2012). 3.2 Secagem Convectiva

Na Figura 6, encontra-se as curvas de secagem experimentais e preditas de mamão formosa com pré-tratamento osmótico a 40 e 50 Brix desidratado na temperatura 55 C, com ajuste dos modelos matemático de Henderson e Pabis, Page e Verna. Figura 6 - Curvas de secagem às temperaturas de 55ºC do mamão formosa, previamente desidratado a 40 e 50 ºBrix, com ajuste dos dados experimentais pelo modelo matemático de Henderson e Pabis (a), Page (b) e Verna (c), por regressão não linear. Henderson e Pabis Page Razão de Umidade(adimensional) 1,0 0,8 0,6 0,2 Dados experimentais (40 Brix) Dados preditos (40 Brix) Dados experimentais (50 Brix) Dados preditos (50 Brix) Razão de Umidade (adimensional) 1,0 0,8 0,6 0,2 Dados Experimentais(40 Brix) Dados preditos (40 Brix) Dados Experimentais(50 Brix) Dados preditos (50 Brix) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Tempo (minutos) (a) Razão de Umidade(adimensional) 1,0 0,8 0,6 0,2 Verna Dados experimentais (40 Brix) Dados Preditos (40 Brix) Dados experimentais (50 Brix) Dados Preditos (50 Brix) Tempo (minutos) (b) (c) Fonte: própria (2012). 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Tempo (minutos) O ajuste do modelo de Henderson e Pabis aos dados experimentais do mamão foi satisfatório, considerando-se os valores de coeficiente de determinação

(R 2 ) encontra-se acima de 98,588% e DQM inferior a 329. O modelo de Page ajusta bem aos dados da cinética de secagem, fato que pode ser comprovado verificando-se, não apenas as curvas, mas também o coeficiente de determinação R², o qual se apresenta superior a 99,953% e DQM menores que 060. Para o modelo de Verna, percebe-se que todas as curvas apresentam coeficientes de determinação superiores a 99,972%, que está dentro dos valores aceitáveis. Os valores de DQM inferior a 046. Os modelos avaliados tiveram ajuste satisfatório aos dados experimentais da secagem convectiva, fato este confirmado através dos valores dos coeficientes de determinação (R 2 ) e dos valores do desvio quadrático médio (DQM), mostrados na Tabela 1. Tabela 1 - Parâmetros de ajuste do modelo de Henderson e Pabis (a e k), Page (k e n) e Verna (a, k, k 1 ), coeficiente de determinação (R²) e desvio quadrático médio (DQM) para o mamão formosa com pré-secagem osmótica a 40 e 50ºBrix e secagem nas temperaturas de 55 C. Modelo Bri x Parâmetros k n a k 1 R 2 (%) DQM (%) Henderson 40 17190 0,921271 98,610 324 e Pabis 50 16026 0,916626 98,588 329 Page 40 50 58434 56678 0,720949 0,717070 99,953 99,967 060 050 Verna 40 50 53260 55680 54389 2002 09969 09771 99,975 99,972 044 046 Fonte: própria (2012). Considerando os valores dos coeficientes de determinação (R 2 ) e dos valores do desvio quadrático médio (DQM), dentre os três modelos matemáticos aplicados, aquele que apresentou melhor ajuste aos dados experimentais, foi o modelo de

Page com um coeficiente de determinação próximo a 100% e DQM próximo de zero, apesar dos outros modelos também apresentar ajuste considerável. 4 CONCLUSÃO Durante a desidratação osmótica de palitos de mamão formosa, as velocidades de perda de água e ganho de sólidos foram maiores nas primeiras 4 horas de desidratação, em ambas as concentrações de sacarose utilizadas. Quanto maior a concentração de sacarose no xarope mais eficiente se torna a desidratação osmótica e consequentemente a secagem convectiva posterior. O modelo que melhor representou o fenômeno de secagem convectiva a 55 C para o mamão formosa desidratado osmoticamente em xaropes de sacarose com 40 e 50 Brix foi o modelo de Page. REFERÊNCIAS EL-AQUAR, A. A.; MURR, F. E. X. Estudo e modelagem de cinética de desidratação osmótica do mamão formosa (Carica papaya L.). Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas, v. 23, nº. 1, p. 67-75 jan./abr. 2003. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. Normas analíticas do instituto Adolfo Lutz. São Paulo. v.1, 2008. 1020p. MIZRAHI, S.; EICHLER, S.; RAMON, O. Osmotic dehydration phenomena in gel systems. Journal of Food Engineering, Oxford, v. 49, n. 1, p. 87-96, 2001. PESSOA, T. Desidratação osmótica seguida de secagem de goiaba para obtenção de passas. 2011. 135f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Campina Grande-PB.