16 TÍTULO: COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO CATETER DE HICKMAN EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO) CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): JULIANA TEIXEIRA DA SILVA, BRUNA ESTELA SOARES DA COSTA, GLACIELLY RODRIGUES LOPES, JOSÉ CARLOS SANTOS SILVA ORIENTADOR(ES): PROFª. DRA. ROSE MEIRE IMANICHI FUGITA
1.RESUMO Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de Descrever as complicações tardias e cuidados preventivos de enfermagem relacionados ao cateter de Hickman em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). Os resultados abordam as complicações como infecção, obstrução do cateter, ruptura do cateter, embolia aérea e trombose e as ações de enfermagem preventivas. 2.INTRODUÇÃO O transplante de medula óssea (TMO) é um procedimento médico muito complexo, que vem sendo utilizado frequentemente nas duas últimas décadas no tratamento de uma série de enfermidades graves. Envolve a infusão intravenosa de células-tronco e visa basicamente reverter aplasias medulares decorrentes de doenças hematológicas (DORO, 2000). Oferece uma maior possibilidade de recuperação para os pacientes portadores de tumores sólidos, leucemias, anemias, linfomas, hemoglobinopatias e outras enfermidades potencialmente letais, de modo que pode ser considerado um dos maiores avanços da medicina moderna (PERES; SANTOS, 2006). Ao se submeter ao TMO é necessário que seja feito uma passagem de um cateter venoso central (CVC) de longa permanência no paciente, permitindo um acesso prolongado ao sistema vascular. Todo o tratamento é feito através desse dispositivo, nesse caso o cateter de Hickman é o mais indicado. Este tem a capacidade de infundir com mais segurança a medula óssea e por dispensar a punção percutânea no paciente submetido ao transplante (PIRES; ALBUQUERQUE, 2005). Embora estejam sujeitos a algumas complicações, o uso de cateteres venosos centrais tem se mostrado uma ótima alternativa para diversos tratamentos, especialmente em caso de pacientes internados em unidades de terapia intensiva, tendo sua necessidade aumentada conforme o maior a gravidade da doença. Neste cenário, torna-se importante que a equipe de enfermagem envolvida no processo de cuidado à pacientes submetidos ao uso deste dispositivo, estejam habilitados para o manejo adequado do cateter,
utilizando estratégias que possibilitem a minimização e prevenção destas complicações. 3. OBJETIVO Descrever as complicações tardias e cuidados preventivos de enfermagem relacionados ao cateter de Hickman em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). 4. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, através das bases de dados SciELO e LILACS, utilizando artigos publicados no período de 1998 à 2016. As palavraschave utilizadas foram: cateterismo venoso central; cateter de Hickman; transplante de medula óssea; cuidados de enfermagem; complicações com cateter de Hickman. 5. DESENVOLVIMENTO O cateter de Hickman tem sido usado com muita frequência no ambiente hospitalar, sua utilização serve para diversas finalidades. Sendo indicado principalmente para pacientes que necessitam do seu uso por tempo prolongado, como é o caso dos pacientes submetidos ao TMO. No entanto, o manuseio inadequado do mesmo pode trazer complicações importantes, implicando no tratamento destes pacientes (PEREIRA et al., 2013). Essas complicações muitas vezes estão relacionadas ao estado clínico do individuo, por se tratar de pacientes imunodeprimidos, em razão da patologia de base, assim, também pelo fato desse tipo de dispositivo possuir um nível elevado de dificuldade para ser inserido e removido, além de sua permanência requerer cuidados específicos da equipe de enfermagem (CUNHA; LEITE, 2008). Faz-se necessário que, a equipe de enfermagem responsável pelo manuseio deste dispositivo, possua aptidão e adequado conhecimento teórico-prático sobre os equipamentos envolvidos neste procedimento e, saiba relacionar as possíveis complicações decorrentes do uso deste dispositivo, tendo em vista uma assistência que ofereça maior qualidade e segurança para o paciente (CUNHA; LEITE, 2008). 6. RESULTADOS PRELIMINARES
6.1 COMPLICAÇÕES TARDIAS COM CATETER DE HICKMAN Infecção - É a complicação mais grave associada ao cateter, devido à flora endógena da pele do paciente ser rica em microrganismo (OLIVEIRA, 2005). Obstrução do cateter É a oclusão do cateter, pode ocorrer por trombos ou pelo mau posicionamento da ponta do cateter na parede da veia, ou pelas diversas misturas de medicamentos/soluções incompatíveis introduzidas, podendo desenvolver precipitações no interior do lúmen (PIRES; ALBUQUERQUE, 2005). Ruptura do cateter - Dá-se quando ocorre à ruptura durante o uso, deve ser fechada imediatamente de forma estéril e por um profissional apto a executar tal procedimento. Ocorre pela fixação e manuseio inadequado do dispositivo (COSTA, 2011). Embolia aérea - É um bloqueio aéreo intracardíaco na válvula pulmonar que impede a ejeção de sangue do ventrículo esquerdo do coração, é causada principalmente pela entrada de ar no cateter (GONÇALVEZ, 2005). Trombose - É a formação de um coágulo sanguíneo em uma parte especifica do vaso. Causando obstrução na passagem de sangue, resultando na perda de pulso e palidez nas extremidades (GOMELLA, 2006). 6.2 CUIDADOS PREVENTIVOS Higienização das mãos - É a principal medida para a prevenção das infecções relacionadas aos cateteres. É necessário que seja feita uma lavagem das mãos com agua, sabão e álcool gel antes e após o manuseio, a fim de se evitar possíveis infecções (ANDRES et al, 2005). Uso de técnica asséptica na inserção - Durante a passagem do cateter deve-se utilizar barreira máxima que envolve o uso de luvas estéreis, avental estéril, campo amplo estéril cobrindo todo o paciente, gorro para a inserção de cateteres arteriais e centrais (SILVEIRA, 2005). Cuidado com o curativo - O curativo é realizado pelo enfermeiro, diariamente após o banho ou mais frequentemente, caso seja necessário. Nos primeiros três dias após o implante do cateter, orienta-se ocluir o local durante o banho. Nesse tipo de cateter a troca do curativo deve ser feita cada sete dias (SILVEIRA; GALVÃO, 2010).
Heparinização - Nesse caso usa-se de 2 a 3 ml de solução de heparina, contendo 300 unidades, em cada via. Caso o cateter não esteja sendo utilizado, deve-se trocar a heparina a cada sete dias (BONASSA, 2002). 7. FONTES CONSULTADAS ALMEIDA, M. H. Factibilidade do uso do cateter tipo Hickman em uma enfermaria geral de hematologia. 110 f. Dissertação (Mestrado em Clínica M) - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. CASTRO, C. G. GREGIANIN, L. J. BRUNETTO, A. L. Transplante de medula óssea e transplante de sangue de cordão umbilical em pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, Porto Alegre, 2001. DORO MP. Avaliação funcional dos adolescentes que se submetem a TMO [dissertação]. Curitiba: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná; 2000. GARCEZ, R.M. As melhores práticas de enfermagem: Procedimentos baseados em evidências. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. PEREIRA A.Z.J. et al. Permanência do cateter de Hickman em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas alogênico: Estudo retrospectivo. Revista Brasileira de Cancerologia, 2013. PERES, R. S.; SANTOS, M. A. Relações entre a personalidade dos pacientes e a sobrevivência após o transplante de medula óssea. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n2/v11n2a12 - Acesso em 03/05/2016 às 23h25min. SILVEIRA, R. C. P. GALVÃO, C. M. O cuidado de enfermagem e o cateter de Hickman: a busca de evidências. 2005 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-21002005000300008 Acesso em 01/05/2016 ás 14h00min.