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Transcrição:

5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 06 a 09 de novembro de 2013, Inconfidentes/MG AVALIAÇÃO DO PERFILHAMENTO DE TOUCEIRAS DE CAPIM VETIVER (Chrysopogon zizanioides (l.) Roberty) APÓS A SEGUNDA PODA Dreice M. COSTA (1) ; Lilian V. A. PINTO (2) ; Michender W. M. PEREIRA (3) ; Lucas de F. SCHEFFER (4). RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfilhamento de touceiras de capim vetiver após a segunda poda. Após 26 meses de idade e aos 37 meses as plantas foram podadas. Os espaçamentos 1,5 x 0,45 m e 2,0 x 0,45 m possuem plantas com maior número de perfilhos. Os espaçamentos de 1,5 x 0,45 m apresentam em relação ao tratamento com 2,0 x 0,45 m maior vantagem por apresentar menor necessidade de espaço para o seu cultivo e consequentemente maior número de plantas por unidade de área. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: dreicemc@hotmail.com; 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email: lilianvap@gmail.com. 3 Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, email: michender.ambiental@gmail.com. 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais Câmpus Inconfidentes. Inconfidentes/MG, email; lucasscheffer17@gmail.com. INTRODUÇÃO O vetiver é uma gramínea de origem indiana, no entanto, por meio de diversos estudos foi comprovado que é uma espécie com grande capacidade de adaptação a condições extremas e a diversos ambientes, tais como em beira de rios e em solos argilosos, por exemplo. Sobrevive também em solos áridos ou saturados, extremamente ácidos e básicos (PEREIRA, 2006). É uma espécie de planta que apresenta diversas vantagens operacionais, além de apresentar baixo custo de implantação. Por meio da parte aérea do capim vetiver, pode-se aproveitar a gramínea para diversos usos, tais como na confecção de artesanatos com a parte aérea das plantas, alimentação animal, produção de mudas, cobertura de instalações rurais, cobertura vegetal do solo (mulch) e quando corretamente utilizada pode ser utilizada como fonte de renda extra para comunidades locais, sendo extremamente benéfica ao ambiente e a sociedade (PEREIRA, 2006 e TRUONG et al., 2008). Sabe-se também que a adição de 30% a 40% de fibras de vetiver na fabricação de papel

contribui para diminuir a quantidade de árvores cortadas, além de poder ser utilizada como fonte de energia, pois sua produtividade por área é alta e em situações ideais de cultivo, o vetiver representa um forte potencial de fonte de energia, pois seus resíduos podem ser processados para a produção de álcool (PEREIRA, 2006). Contudo, para se aproveitar estes usos é preciso que se realize o manejo do capim vetiver, mais especificamente o corte da parte aérea das plantas. Por meio desta poda surgem novos perfilhos (brotos), sendo eles a unidade básica de produção das gramíneas (COELHO et al., 2000 apud. CARDOSO, 2011), assim como da gramínea vetiver. Por meio de diversas pesquisas é possível afirmar que o capim vetiver pode causar inúmeros impactos positivos por fornecer matéria-prima para diversas atividades, desta forma, realizar pesquisas relacionadas esta gramínea, como a análise do seu desenvolvimento, por meio do perfilhamento após realização da poda das plantas. Desta forma, destaca-se dentre as operações de manejo que interferem na produtividade, o espaçamento de plantio, variável que foi avaliada neste estudo. Logo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfilhamento de touceiras de capim vetiver após a segunda poda em diferentes espaçamentos. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido em uma encosta com declividade média de 30, na fazenda-escola do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, localizada na cidade de Inconfidentes/MG. O município de Inconfidentes está localizado no sul do estado de Minas Gerais e apresenta altitude média de 855m e posição geográfica de latitude S 22 19 00 e longitude W 46 19 40. O clima da região, segundo a classificação de KOËPPEN é do tipo tropical úmido, com duas estações definidas: chuvosa (outubro a março) e seca (abril a setembro), apresentando médias anuais de 1.800 mm e 19ºC de precipitação e temperatura, respectivamente. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso, com 9 tratamentos (espaçamento de plantio do capim vetiver) e 3 repetições, conforme a pode-se observar na tabela 1. As parcelas que receberam os tratamentos apresentam 2,5 m de largura e 6,0 m de comprimento, com bordadura de 0,5 m de cada lado da parcela e está disposta em posição perpendicular a declividade do terreno (Figura 1).

Tabela 1. Espaçamentos de plantio utilizados no experimento (Fonte: Adaptada de ANDRADE et al., 2011). Figura 1. Croqui de um bloco do experimento: A) Bloco com as 9 parcelas dos diferentes espaçamentos. B) Parcela de 2,5m x 6,0m (15m 2 ), bordadura de 0,5 m nas laterais e área útil de 9m 2 (ANDRADE et al., 2011). As mudas do capim vetiver foram selecionadas e padronizadas a partir de matrizes produzidas em sacolas de polietileno de 5,5 x 19 cm fazendo uso de substrato feito com esterco bovino previamente curtido e terra de barranco. As mudas ficaram, a céu aberto, no viveiro de mudas do IFSULDEMINAS - Campus de Inconfidentes até completarem 2 meses de idade. O Plantio das mudas nas unidades amostrais foi realizado no mês de março de 2010, seguindo rigorosamente os espaçamentos pré-determinados para todas as parcelas. Para tanto, foram

abertas covas cilíndricas de 0,10 m de profundidade e 0,15 m de diâmetro, com auxilio de cavadeira. Após 26 meses de idade (maio de 2012) e novamente aos 37 meses (abril de 2013) a parte área das plantas foi podada a cerca de 15 cm do solo, utilizando-se uma roçadeira mecânica. A avaliação do perfilhamento das plantas de vetiver consistiu na contagem dos perfilhos, que foi realizada após 30 dias de sua poda e em seguida fez-se as demais mensurações a cada 60 dias, totalizando 3 avaliações do perfilhamento. Posteriormente, após 30 dias da segunda poda realizou-se uma nova avaliação. Comparou-se as avaliações da primeira com a segunda poda, logo os dados médios do perfilhamento do capim vetiver nos diferentes períodos de avaliação foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, usando-se o programa SISVAR 4.3 (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante das avaliações, analisou-se que aos 30 dias após a segunda poda não houve diferença estatística significativa no perfilhamento do capim vetiver entre os diferentes tratamentos se comparando com a primeira poda. Entretanto, os espaçamentos 1,5 x 0,30 m (tratamento 5), 1,5 x 0,45 m (tratamento 6), 2,0 x 0,15 m (tratamento 7) e 2,0 x 0,45 m (tratamento 9) apresentaram maior perfilhamento na segunda poda, conforme descrito na tabela 2. Truong et al. (2008) afirmam que a poda regular pode garantir um crescimento assegurado e perfilhamento do capim e assim, assegurar uma densa e eficaz cobertura de plantas. Entretanto, por meio desta pesquisa, pode-se afirmar que as podas periódicas não influenciam significativamente no perfilhamento do capim vetiver, conforme afirmado também por Pereira (2006). Por meio da matéria seca do capim vetiver, a gramínea pode ser utilizada na fabricação de esteiras, divisórias, como cobertura de construções rurais rústicas e para a cobertura do solo, como palhada (CASTRO; RAMOS, 2002 citados por, MANOEL et al., 2013), fornecendo ainda matéria prima à confecção de artesanatos, atividade com grande potencial gerador de trabalho e renda de diversas comunidades que vivem dessa cultura.

Tabela 2. Dados do perfilhamento do capim vetiver após a primeira e segunda poda. Letras minúsculas comparam o número de perfilhos do capim vetiver plantados em diferentes espaçamentos dentro de cada período de avaliação após a primeira e segunda podas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (Fonte: Arquivos pessoais). No que fere a produção de matéria seca, Manoel et al. (2013) afirmam que os tratamentos também não influenciaram neste aspecto. Entretanto, para a realização destas diversas atividades que necessitam do corte da parte aérea do vetiver, por meio deste estudo, recomenda-se o uso dos espaçamentos 1,5 x 0,45 m e 2,0 x 0,45 m, pois os mesmos apresentaram maior número de perfilhos nos diferentes tratamentos em relação aos dois períodos da poda. CONCLUSÕES Os espaçamentos 1,5 x 0,45 m e 2,0 x 0,45 m possuem plantas com maior número de perfilhos e consequentemente possuem plantas mais vigoras, que possivelmente irão apresentar melhores resultados em termos do uso secundário do capim vetiver, ou seja, o uso do mesmo para fornecimento de matéria prima para confecção de artesanatos, alimentação animal, cobertura do solo, cobertura de instalações rurais, entre outras utilidades desta gramínea. O tratamento com espaçamentos de 1,5 x 0,45 m apresenta em relação ao tratamento com 2,0 x 0,45 m maior vantagem por apresentar menor necessidade de

espaço para o seu cultivo e consequentemente maior número de plantas por unidade de área, tornando-o economicamente mais viável. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo apoio financeiro através da concessão de bolsa PIBIC e BIC Júnior e ao IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes e seus servidores por todo apoio de infraestrutura e mão de obra. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, L. L.; PINTO, L. V.; PEREIRA, M. W. M.; SOUZA, R. X. Avaliação da sobrevivência do capim vetiver (Vetiveria zizaniodes) em raízes nuas e produzidas em saquinhos de polietileno plantadas em diferentes espaçamentos. Agrogeoambiental, v.3, n.2, p.57-64, 2011. CARDOSO, C. H. S. C. Desenvolvimento me um protocolo para micro propagação de vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty), 2011. 52p. (Relatório de Conclusão) - Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: Reunião anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria, 45., 2000, São Carlos. Anais. São Carlos, SP: UFSCar, 2000. p.255-258. MANOEL, D. S.; PINTO, L. V. A.; SOUZA, R. X.; NETO,O. F. O; PEREIRA, M. W. M. P.. Produção de biomassa da gramínea vetiver (Chrysopogon zizanioides(l.) Roberty) em diferentes espaçamentos após 420 dias do plantio. Revista Agrogeoambiental, Pouso Alegre, Edição Especial n. 1, p. 31-34, ago. 2013. PEREIRA, A. R. O uso do Vetiver na estabilização de taludes e encostas. Boletim Técnico, n. 03. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2006. Disponível em: http://www.deflor.com.br/portugues/pdf/boletim3.pdf. Acesso em: 28 de fevereiro de 2013. TRUONG, P.; VAN, T. V.; PINNER, E. Sistema de aplicação vetiver: Manual de referência técnica. 2ª ed. Vietnam, 2008. 116p.