O DIAGNÓSTICO DE CONHECIMENTOS DE BIOLOGIA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO REGULAR E ESPECIAL

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Transcrição:

O DIAGNÓSTICO DE CONHECIMENTOS DE BIOLOGIA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO REGULAR E ESPECIAL Resumo MENEZES, Raquel Vizzotto de PUCPR Ravime6@hotmail.com NOGUEIRA, Bárbara Gabriele de Souza PUCPR barbaragsnogueira@gmail.com GONÇALVES, Guilherme Machado PUCPR Guilhermemg40@hotmail.com COSTA, Reginaldo Rodrigues da PUCPR reginaldo.costa@pucpr.br Eixo Temático: Práticas e Estágios nas Licenciaturas Agência Financiadora: Capes O diagnóstico comparativo dos alunos do 2º ano do ensino médio regular e especial (deficiência intelectual - DI) consistiu em um levantamento de dados, a partir da aplicação de testes sobre os reinos dos seres vivos admitidos e trabalhados na rede pública estadual de ensino de Curitiba PR. O objetivo da pesquisa foi identificar as dificuldades na aprendizagem dos alunos do ensino médio que freqüentam o ensino regular e especial e seus possíveis condicionantes. Se pensarmos no ensino médio regular, independente do aspecto comparativo, 51% de acertos é um índice baixo para sua condição de aprendizagem. Neste sentido, proporcionalmente, há uma defasagem maior no médio em relação ao seu potencial de aprendizagem, uma vez que não possuem diagnósticos de dificuldades específicas. Os DI, tendo esta condição, buscam o conhecimento e, proporcionalmente, se superam. O estudo mostrou que as dificuldades encontradas pelos alunos com deficiência intelectual, não decorre somente, de sua condição, mas, de certa forma na organização curricular dos conteúdos, visto que os alunos do ensino médio regular apresentam dificuldades semelhantes, conforme a análise quantitativa dos dados. Sobre o aspecto qualitativo, considerando o aspecto inicial deste estudo, o diagnóstico mostrou o que deve ser considerado no planejamento das ações do Projeto PIBID-PUCPR em Biologia, visando uma aprendizagem dos alunos envolvidos e também uma experiência baseada em situações reais de ensino para futuros professores de Biologia. Palavras-chave: Domínio dos conteúdos. Ensino médio regular. Deficiência intelectual. Biologia. Currículo. Introdução

12707 O diagnóstico comparativo aplicados aos alunos do 2º ano do ensino médio regular e especial (deficiência intelectual - DI) consistiu em um levantamento de dados, a partir da aplicação de testes sobre os reinos dos seres vivos ainda admitidos e trabalhados na rede pública estadual de ensino de Curitiba PR. O levantamento dos dados foi realizado no Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto- IEPPEP, localizado na região central de Curitiba PR. Esta Instituição foi uma das selecionadas pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) que visa o contato dos acadêmicos com a rotina escolar. O objetivo da pesquisa foi identificar as dificuldades na aprendizagem dos alunos do ensino médio que freqüentam o ensino regular e especial e seus possíveis condicionantes. Sendo assim, antes de qualquer contato didático pedagógico, explorando conteúdos específicos, houve a necessidade de levantar informações sobre conhecimentos que os alunos já possuíam e quais ainda precisavam ser trabalhados. Por ser uma instituição de caráter inclusivo, atende turmas regulares e especiais, o que instigou a pesquisa com uma turma de alunos do ensino regular e uma turma de alunos com deficiência intelectual, em relação ao domínio dos conteúdos referentes aos reinos dos seres vivos. O contato com diversas realidades dentro do espaço escolar possibilita aos profissionais e demais pessoas que atuam com os alunos uma visão mais ampla da diversidade em que vivencia diariamente, levando-os a reflexão sobre as adaptações de cada realidade no espaço escolar. Os conteúdos de biologia no ensino médio são extensos e representam uma síntese de tudo que o aluno vinha estudando em todos os seus anos de ensino fundamental. Muitos dos estudantes estão preocupados com a repercussão externa de seu trabalho, que se estendem desde as notas que vão tirar, as notas dos exames, interesse em atender as demandas até agradar o professor. Memorizam fatos, informações de forma desconexa apenas para atender as mínimas exigências escolares ou para um sentimento prático profissional numa visão atomística do problema. O conceito de biologia como ciência só aparece em 50% dos programas curriculares, há uma falta no que se refere ao campo científico biológico e sua produção. O currículos tradicionais não apontam os motivos de produção da área, não identificam o problemas que foram responsáveis por gerarem conhecimentos, bem como não estabelecem relações entre o campo científico e as necessidades da sociedade atual. A relação entre ciência tecnologia e

12708 sociedade aparece ainda menos, indicando a falta de análise das implicações sociais do desenvolvimento científico e tecnológico, tão presente por sua importância nos currículos das disciplinas científicas (Krasilchik, 2008). A biologia apresentada nas escolas de ensino médio e fundamental, ainda hoje se mostra ultrapassada sem uma renovação de conteúdos que engrandeça o mesmo. A Biologia, além das funções que já desempenha no currículo escolar, deve passar a ter outra, preparando os jovens para enfrentar e resolver problemas. De acordo com Krasilchik, com essa concepção, os objetivos do ensino de biologia são: aprender conceitos básicos, analisar o processo de investigação científica e analisar as implicações sociais da ciência e da tecnologia. O domínio dos conteúdos nesta fase indicará, muitas vezes, a competência futura do aluno na universidade ou na vida profissional. Conhecer as dificuldades e as áreas da biologia de maior envolvimento dos alunos possibilita um planejamento mais adequado das aulas dos professores que atuam nesta etapa de ensino. Segundo Krasilchik (2008), o ensino médio ainda é feito de forma descritiva com excesso de terminologia sem vinculação com a análise do funcionamento das estruturas. Contribui bastante para reforçar um ensino teórico, enciclopédico, que estimula a passividade, o exame vestibular que exige conhecimentos fragmentários e irrelevantes. Alunos especiais inclusos na escola que freqüentam o ensino médio possuem os mesmos direitos dos demais, inclusive, é relevante identificar os seus conhecimentos na biologia e os condicionantes das diferenças ou especificidades em relação à aprendizagem. Marco teórico A formação biológica contribui para que o aluno seja capaz de compreender as explicações atualizadas e os avanços científicos e tecnológicos da sociedade. Para isso o conhecimento dos seres vivos é primordial. Esses conhecimentos também devem contribuir para que o aluno, como cidadão, saiba utilizar o que sabe para a tomada de decisões de interesse individual e coletivo, no contexto de um quadro ético de responsabilidade e respeito que leve em conta o papel do homem na biosfera (KRASILCHIK, 2008). Neste sentido, segundo Krasilchik a biologia, além da função que já desempenha no currículo escolar, deve passar a ter outra, preparando os jovens para enfrentar e resolver

12709 problemas, alguns dos quais com nítidos componentes biológicos, como o aumento da produtividade agrícola, a preservação do ambiente, etc. (2008, p. 20). Para o estudo é importante entender um pouco sobre a atual definição para a pessoa que tem deficiência, antes chamada mental. Segundo Pan (2008), a partir de janeiro de 2007, a American Association on Intellectual and Developmental Disibilites (AAIDD) modificou a expressão deficiência mental (DM) para deficiência intelectual (DI). Essa nova denominação visa enfatizar a diferença na habilidade intelectual o que não impede o indivíduo de ser um cidadão e de ter direitos à educação de qualidade no mesmo espaço que outras pessoas aprendem escola formal. Neste sentido, compreender as características da pessoa com DI favorece o trabalho pedagógico no espaço regular de ensino. A pesquisa teve um caráter qualitativo por meio da elaboração e aplicação de testespadrão com questões objetivas de múltipla escolha envolvendo conteúdos apresentados na grade curricular do 2 ano do ensino médio. O olhar qualitativo ficou focado na análise das respostas das questões realizadas. Foram aplicados em duas turmas, sendo uma do ensino médio regular e outra em uma turma de alunos com deficiência intelectual e que apresentam certo grau de dificuldade de aprendizagem. Resultados Os gráficos se referem ao número de acertos pelos alunos nos testes aplicados. Fig. 1: Resultados DI Fig. 2: Resultados ensino médio Observa-se que os alunos DI apresentam maior domínio nos assuntos referentes à fisiologia humana e animais. Isso se deve a forma de trabalho dos professores de biologia e outras áreas. Ou seja, há uma preocupação maior em situá-los na sua condição de deficiência

12710 tendo um trabalho direcionado à consciência do corpo e seu funcionamento. Já no caso dos animais, por tratar-se de seres vivos que apresentam maior movimentação e que os alunos possuem maior contato, acabam sendo motivo de maior envolvimento e interesse em conhecer. No ensino médio regular houve um maior equilíbrio no domínio dos conhecimentos porque sua capacidade de abstração está mais preservada e possuem maior facilidade. Em relação ao domínio científico dos conhecimentos percebe-se que o médio regular apresenta mais facilidade, conforme gráficos abaixo: Fig. 3: Resultados DI Fig. 4: Resultados ensino médio O ensino médio regular possui um maior domínio de conhecimentos. Entretanto, considera-se que o conhecimento possibilitado aos DI pelos professores apresenta certo direcionamento em função de sua capacidade de abstração, promovendo a diferença acima observada. Se pensarmos no ensino médio regular, independente do aspecto comparativo, 51% de acertos é um índice baixo para sua condição de aprendizagem. Neste sentido, proporcionalmente, há uma defasagem maior no médio em relação ao seu potencial de

12711 aprendizagem, uma vez que não possuem diagnósticos de dificuldades específicas. Os DI, tendo esta condição, buscam o conhecimento e, proporcionalmente, se superam. Um aspecto pertinente ao trabalho desenvolvido se refere aos conteúdos contidos no diagnóstico aplicado. Talvez fosse inadequado fazer uma comparação quantitativa de resultados acerca de erros e acertos numa avaliação. Mas, o que se pretende é refletir sobre o que e quando determinados conteúdos são bordados no ensino médio na disciplina de Biologia. O currículo de Biologia, geralmente, segue uma tendência tradicional de distribuição de conteúdos. É muito comum, nos livros didáticos, observarmos uma organização histórica dos temas: 1º ano citologia, fisiologia; 2º zoologia, botânica; 3º ano genética e evolução. Observa-se uma cristalização dessas visões a respeito do que se ensina, verifica-se que alguns conteúdos poderiam ser deslocados para as séries seguintes devido aos conhecimentos necessários provenientes de outras áreas, como por exemplo, a química. Os temas sobre citologia poderiam ser mais entendidos se o mecanismo e dinâmica celular fossem abordados na 2ª série ou até mesmo na 3ª série do ensino médio, uma que a química a partir dos conhecimentos de ligações químicas, estruturas moleculares, lipídios e proteínas, etc., poderiam contribuir com o entendimento e funcionamento das membranas celulares (ZANON, BINSFELD, SANGIOGO, POLACZISKI e NASCIMENTO, 2008). O que o diagnóstico mostra, é que as dificuldades existem em relação aos conhecimentos de biologia, independentemente se os alunos são do ensino regular ou com deficiência intelectual. Visto que seus resultados são similares quando são distribuídos pelos ramos que compõem a ciência Biologia. Para finalizar, é importante ressaltar que a organização de um currículo deve ser aquela que proponha transformações sociais e que possa proporcionar a inclusão na sociedade de todos os indivíduos por meio dos saberes adquiridos no processo de ensino e aprendizagem. Essa organização é feita pelo professor, sujeito que toma decisões a partir da realidade que lhe é apresentada. E diante dos resultados obtidos é que os futuros professores participantes do Projeto PIBID-PUCPR irão organizar sua práticas pedagógica vislumbrando a aprendizagem de todos os alunos participantes, sejam os do ensino regular ou dos que apresentam deficiência intelectual. REFERÊNCIAS

12712 KRASILCHIK, Myriam. Práticas do Ensino de Biologia. 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. PAN, Miriam. O direito à diferença: uma reflexão sobre a deficiência intelectual e educação inclusiva. Curitiba: IBPEX, 2008. ZANON, L. B., BINSFELD, S. C., SANGIOGO, F. A., POLACZISKI, A. P., NASCIMENTO, E. B. Recontextualização pedagógico de conceitos/conteúdos de Ciências em uma prática interdisciplinar e contextualizada no ensino médio. In: GALIAZZI, M. C. AUTL, M. MORAES, R. MANCUSO, R. Aprender em rede na educação em ciências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008