Física I. Guia de Estudos P1 Poli USP

Documentos relacionados
LISTA DE EXERCÍCIOS 1

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Guilherme Brigagão)

DISCURSIVAS. Solução: (a) Com os eixos escolhidos conforme a figura, a altura instantânea da caixa a partir do instante t=0 em que começa a cair é

Lista 5 Leis de Newton

Parte 2 - PF de Física I NOME: DRE Teste 1

Aplicações de Leis de Newton

LEIS DE NEWTON DINÂMICA 3ª LEI TIPOS DE FORÇAS

LISTA DE EXERCÍCIOS PLANO INCLINADO PROF. PEDRO RIBEIRO

Resultante Centrípeta

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Guilherme Brigagão)

LISTA 1 DE EXERCÍCIOS

Segunda lei de Newton

O QUE É ESTUDADO? Matéria Conceito de massa Partícula Cinética escalar/vetorial

EXERCÍCIOS PARA PROVA ESPECÍFICA E TESTÃO 1 ANO 4 BIMESTRE

INSTITUTO GEREMÁRIO DANTAS COMPONENTE CURRICULAR: FÍSICA CIOS DE RECUPERAÇÃO FINAL

b) a intensidade da força de contato entre A e B.

LISTAGEM DE CONTEÚDOS DE FÍSICA PARA O EXAME 1 ANO / 2012

Avaliação: EXERCÍCIO ON LINE 2º Bimestre. Curso: 3ª SÉRIE TURMA: 3101 / 3102 DATA:

ESTUDO DIRIGIDO LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES 2ª ETAPA

Princípios da Dinâmica

Mecânica da Partícula 2ª lista de exercícios

MATEMÁTICA 1ª QUESTÃO. O valor do número real que satisfaz a equação =5 é. A) ln5. B) 3 ln5. C) 3+ln5. D) ln5 3. E) ln5 2ª QUESTÃO

Nome: Nº: Turma: Os exercícios a seguir foram retirados do livro Aulas de Física, volume I, da Editora Atual.

SUGESTÃO DE ESTUDOS PARA O EXAME FINAL DE FÍSICA- 1 ANO Professor Solon Wainstein SEGUE ABAIXO UMA LISTA COMPLEMENTAR DE EXERCÍCIOS

Lista 12: Rotação de corpos rígidos

Questão Valor Grau Revisão 1 a Questão 3,5 2 a Questão 3,0 3 a Questão 3,5 Total 10,0

1.(UFB - adaptado) Determine a intensidade da Força Resultante necessária para manter um trem de 5 toneladas com velocidade constante de 5 m/s.

Aluno(a): Nº. Professor: Fabrízio Gentil Série: 1 o ano Disciplina: Física Atrito e Trabalho de uma força

Revisão Leis de Newton EsPCEx 2018 Prof. Douglão

Lista de Mecânica. Cinemática. Estática e Dinâmica. t 2s ;

Exercícios de Física Movimento Harmônico Simples - MHS

Segunda Verificação de Aprendizagem (2 a V.A.) - 09/07/2014

MATEMÁTICA 1ª QUESTÃO. O domínio da função real = 2ª QUESTÃO. O valor de lim +3 1 é C) 2/3 D) 1 E) 4/3 3ª QUESTÃO B) 3 4ª QUESTÃO

Lista Recuperação Paralela I Unidade

Considerando a variação temporal do momento angular de um corpo rígido que gira ao redor de um eixo fixo, temos:

Lista 10: Dinâmica das Rotações NOME:

0.1 Trabalho e Energia Mecânica

P3 MECÂNICA NEWTONIANA A (FIS 1025) 18/11/2011

Exemplo. T 1 2g = -2a T 2 g = a. τ = I.α. T 1 T 2 g = - 3a a g = - 3a 4a = g a = g/4. τ = (T 1 T 2 )R. T 1 T 2 = Ma/2 T 1 T 2 = a.

3 Movimentos com vínculos

Leis de Newton: Dinâmica 2- Atrito e Força em Trajetória Curva.

NOME: N CADERNO DE REC. PARALELA DE FÍSICA I - TURMA PROFº FABIANO 2º BIMESTRE

3ª Ficha de Avaliação de Conhecimentos Turma: 11ºA. Física e Química A - 11ºAno

Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação da Energia

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

Aplicações Leis Newton Básico Resoluções:

Questões. Exercícios e Problemas

5 Forças em Dinâmica. 1 Princípio da inércia (primeira lei de Newton) 2 Princípio fundamental da Dinâmica (segunda lei de Newton)

Dinâmica Circular Força Centrípeta

Física 1. 2 a prova 02/07/2016. Atenção: Leia as recomendações antes de fazer a prova.

FÍSICA - 3 o ANO MÓDULO 06 PLANO INCLINADO

Qual o valor máximo da força F que se poderá aplicar a um dos blocos, na mesma direção do fio, sem romper o fio?

Capítulo 5 - Aplicações das leis de Newton. Hoje reconhecemos 4 forças da natureza. São elas (em ordem crescente de

DINÂMICA APLICADA. Livro Texto adotado: Dinâmica: Mecânica para Engenheiros R.C. Hibbeler.

GABARITO DA AFE02 FÍSICA 2ª SÉRIE 2016

GOIÂNIA, / / ALUNO(a): LISTA DE EXERCÍCIOS DE FÍSICA 3 BI - L1

Equipe de Física. Física. Movimento Circular

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Arthur Vieira)

a) Represente as demais forças que atuam na caixa e escreva quem exerce cada uma dessas forças. b) Calcule o módulo dessas forças.

INSTITUTO GEREMARIO DANTAS COMPONENTE CURRICULAR: FÍSICA

Lista 5: Trabalho e Energia

Bacharelado Engenharia Civil

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Guilherme Brigagão)

Questão 1. Questão 2. Questão 3

PROVA G1 FIS /08/2008 MECÂNICA NEWTONIANA

A força resultante sobre um corpo é igual ao produto da massa do corpo pela aceleração do corpo. Em termo de equação temos

Lista de exercícios 4 Mecânica Geral III

META 2 CINEMÁTICA VETORIAL

Prova P1 Física para Engenharia II, turma set. 2014

Leis de Newton. Algumas aplicações das leis de Newton

Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas Prof. Robson Preparação para a 2ª Fase 1ª lista de Exercícios GABARITO

As leis de Newton e suas aplicações

Trabalho e Energia. = g sen. 2 Para = 0, temos: a g 0. onde L é o comprimento do pêndulo, logo a afirmativa é CORRETA.

FORÇA e INTERAÇÕES. Forças de contacto Quando uma força envolve o contacto direto entre dois corpos

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS 3º Teste sumativo de FQA 14. Dez Versão 1

XXVII CPRA LISTA DE EXERCÍCIOS FÍSICA (DINÂMICA)

Fís. Leonardo Gomes (Arthur Ferreira Vieira)

FORÇA e INTERAÇÕES. Forças de contacto Quando uma força envolve o contacto direto entre dois corpos

Força direção magnitude magnitude

COLÉGIO SHALOM Ensino Médio 1 Ano Prof.º: Wesley Disciplina Física Aluno (a):. No.

Fís. Semana. Leonardo Gomes (Guilherme Brigagão)

Lista de Exercícios de Física

LECTURE NOTES PROF. CRISTIANO. Leis de Newton. Isaac Newton. Prof. Cristiano Oliveira Ed. Basilio Jafet sala 202

Lista de Exercícios para a P1-2014

Halliday & Resnick Fundamentos de Física

Série IV - Momento Angular (Resoluções Sucintas)

Instituto Politécnico de Tomar Escola Superior de Tecnologia de Tomar ÁREA INTERDEPARTAMENTAL DE FÍSICA

FQA Ficha 9 Exercícios variados

5ª LISTA DE EXERCÍCIOS

2ª LISTA DE EXERCÍCIOS - MECÂNICA B - PME ABRIL DE 2010

As figuras acima mostram as linhas de indução de um campo magnético uniforme B r

1ª Prova de Física I - FCM0101

Capítulo 11 Rotações e Momento Angular

Cinemática do ponto material (PM)

Física I - AV 1 (parte 2) 2º período de Eng. Civil Prof. Dr. Luciano Soares Pedroso Data: / /2014 valor: 10 pontos Aluno (a) Turma

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Instituto de Física Lista de exercícios para a P2 - Física 1

Sala de Estudos FÍSICA - Lucas 2 trimestre Ensino Médio 3º ano classe: Prof.LUCAS Nome: nº Sala de Estudos Força Elástica e Trabalho Mecânico

QUESTÃO 16 QUESTÃO 17 PROVA DE FÍSICA II

FÍSICA - 1 o ANO MÓDULO 08 FORÇAS PARTICULARES, POLIAS, ELEVADORES E PLANO INCLINADO REVISÃO

Transcrição:

Física I Guia de Estudos P1 Poli USP

1. Introdução: Vetores Olar! Primeiramente, boa sorte na semana de provas! Essa primeira prova de física é a que tem mais conteúdo parecido com o que é visto no ensino médio. Então, grande parte do que foi aprendido pode e deve ser usado nessa prova sem problemas. Uma das atenções que se deve ter na hora da prova é com a notação vetorial. Isso é uma das maiores mudanças na hora de apresentar uma resposta. Lembrese, uma grandeza vetorial é a que precisa de direção, sentido e intensidade. Então, se a gente quisesse expressar a força (F ) de, por exemplo, como seria? Veja algumas tentativas e erros abaixo: Notação F = F = F = Está certo? ERRADO INCOMPLETO CORRETO Provavelmente algumas dúvidas devem vir dessa tabela. Por que colocar umas barrinhas de módulo torna a notação escalar correta, mas incompleta? E o que diabos é esse? A notação de módulo do vetor, na física, significa intensidade da grandeza vetorial física. Ela é sempre acompanhada de um número e unidade de medida. Por mais que o módulo descreva uma parte importante do vetor, ele não expressa sua direção e sentido. Por isso, essa notação não é a mais completa. 1

Quanto a esse, fórmulas, conteúdos e as novidades da física do ensino médio para a faculdade veremos nas páginas seguintes desse resumo. Bora lá? 2. Sistemas de Coordenadas e Versores Você deve ter percebido que ainda não começamos a falar de física, né? É porque essa primeira parte é importante fazer sempre que trabalharmos com grandezas vetoriais nos exercícios. Um dos passos iniciais mais importantes é verificar se há um sistema de coordenadas descrito no exercício. Caso não haja, é importante que você adote o seu próprio. Ok, mas o que é um sistema de coordenadas? É um recurso matemático usado para localizar objetos no espaço. Uma das mais conhecidas é a coordenada cartesiana. Ela é usada principalmente para movimentos retilíneos. Para adotar um sistema de coordenadas cartesianos, é preciso: 1- Escolher um ponto no espaço para ser a origem. Geralmente, colocamos a origem no centro do corpo no início do movimento estudado. 2- Adotar dois versores e ortogonais entre si (representado pelos eixos x e y no desenho). É importante que um deles seja paralelo à direção do movimento. Um versor é um vetor com módulo 1 ( = ). Eles são (literalmente) nossa base para escrever qualquer vetor no plano. 2

Vamos pegar o exemplo de um corpo no plano inclinado abaixo: O primeiro passo é escolher a origem. Como dito, costumamos escolher no centro do corpo no início do movimento: Agora, precisamos adotar os versores. Para isso, um deles deve ser paralelo ao movimento. Assumindo que esse bloco anda no plano, colocaremos o versor (representado pelo eixo x) paralelo ao plano, e o versor (representado pelo eixo y), nosso sistema de coordenadas teria a seguinte cara: 3

3. Notação Vetorial Além de localizar objetos no espaço, o sistema de coordenadas nos ajuda a expressar grandezas vetoriais. Isso vem dos dois versores que adotamos, que podem escrever qualquer vetor no espaço. Nesse caso, suponha um vetor v de módulo m/ : Nesse caso vamos ter três elementos importantes para escrever nosso vetor: 1- O módulo, indicando a intensidade do vetor; 2- A direção, representada pelo versor; 3- O sentido, sento representado pelo sinal. Este será positivo caso aponte no mesmo sentido do versor, e negativo caso o sentido seja oposto. No nosso exemplo, o vetor v de módulo aponta na mesma direção e sentido de, sendo então: v = m/ Em outro exemplo, com o vetor de mesmo módulo: 4

Agora, o vetor v de módulo 5 aponta na mesma direção de, mas com sentido oposto, sendo então: v = m/ E por fim, em um caso que esse vetor não aponta para nenhum dos dois versores: Nesse caso, vamos precisar fazer uma decomposição do vetor em vetores paralelos aos versores: O vetor v pode ser escrito como: 5

v = v + v Ficando: v = v + v Já que a componente em x aponta em sentido contrário a e a componente em y aponta no mesmo sentido de. Por fim, usando a geometria, temos: v = [ cos θ + sin θ ] m/ Ufa, acho que de vetores basta. Vamos agora praticar o crossover épico do que sabemos do ensino médio com o nosso novo conhecimento de vetores. Exercício 1 Vetores em Dinâmica P1 2017 Um livro de massa está conectado por um fio de massa desprezível à uma caneca de massa m c, conforme a figura abaixo. É dado um empurrão ligeiro no livro e ele passa a se movimentar com velocidade inicial v i, na direção indicada na figura, sobre o plano inclinado. 6

Sabendo-se que o coeficiente de atrito cinético é μ c, responda o que se pede, colocando suas respostas em função das grandezas v i,, m c, g (que corresponde à aceleração da gravidade), θ e μ c : a. Defina um sistema de coordenadas apropriado para o problema e desenhe um diagrama das forças que atuam sobre o livro no instante em que ele começa a se movimentar. b. Determine o vetor aceleração do livro, utilizando como referência o sistema de coordenadas definido no item anterior. c. Determine o vetor deslocamento do livro, considerando sua posição final como a posição mais alta atingida pelo livro. 4. Cinemática Vetorial Abram alas para a física, finalmente! Agora vamos falar de cinemática, que estuda o movimento de um corpo sem considerar suas causas. As fórmulas de movimento uniforme e movimento uniformemente variado irão aparecer e devem ser usadas (como visto no item c. do exercício anterior). Mas agora temos uma novidade. Para descrever o movimento em um plano, usamos o que chamamos de vetor posição ( ). Sabendo a forma como ele varia no tempo, também conseguimos calcular velocidade e aceleração. Mas antes, o que é o vetor posição? Para isso, imagine um sistema de coordenadas já definido e um ponto que fica se mexendo no espaço. 7

O vetor posição é um vetor que liga a origem ao objeto estudado. Ou seja: Esse vetor pode ser escrito através das coordenadas p, p do ponto : = p + p 8

O mais interessante é quando a gente possui a equação do espaço pelo tempo das coordenadas. Assim, podemos escrever o vetor posição em função do tempo. = + E definir o vetor velocidade do corpo estudado, como sendo a derivada do vetor posição no tempo: v = Para derivar esse vetor no tempo, derivamos as coordenadas no tempo: v = + O vetor aceleração é a derivada de v no tempo: a = v Os tipos mais comuns de função que costumam aparecer em problemas são os polinômios. Então, para esse primeiro momento, saiba bem como derivar polinômio. 5. Vetores Relativos É comum aparecer o conceito de alguns vetores relativos em exercícios. 9

Eles basicamente são uma mudança de referencial. Para isso, imagine dois objetos 1 e 2 se mexendo por aí no espaço. Queremos saber que tipo de movimento o objeto 2 faz na visão de 1. Para isso, transformamos o objeto 1 em origem móvel, mantemos os versores e criamos o vetor posição de 2 relativo a 1 ( ). Este vetor é definido como: 10

= Analogamente, para o vetor velocidade relativa: v = v v = E também para o vetor aceleração relativa: a = a a = v Ufa! Enfim, algumas derivadas tiveram que aparecer. No início elas parecem meio medonhas e tals, mas são praticamente inofensivas. Exercício 2 Cinemática Vetorial P1 2015 (Adaptada) Duas partículas estão restritas a mover-se no plano. O movimento destas partículas é descrita pelas funções = + +, = +, = + e = +, onde a posição é medida em metros e o tempo em segundos. Considere a direção na horizontal e na vertical a. Determine os vetores posição e de cara partícula e o vetor posição relativa b. Para =, faça um esquema no plano cartesiano dos vetores posição e e do vetor posição relativa. Determine a distância entre as partículas. c. Determine o(s) tempo(s) t para o(s) qual(is) as duas partículas colidem. d. Determine a velocidade relativa v no(s) instante(s) no(s) qual(is) as partículas colidem. 11

Exercício 3 Vetores Relativos P1 2017R Um carro desce livremente por uma ladeira íngreme, com inclinação de, sem atrito. O motorista vê uma esfera cair livremente. Qual a aceleração relativa da esfera, no referencial do motorista, em termos da aceleração gravitacional? Dica: aceleração da esfera no referencial da ladeira a e = g Dado: sin = cos = / a. g g b. g + g c. g d. g g + g e. g + g 12

5. Balística Ou, como muitos conhecem, lançamento oblíquo. É basicamente um movimento composto por uma componente horizontal em movimento uniforme e uma componente vertical sofrendo a aceleração da gravidade. O mais importante nesse tipo de exercício é lembrar: 1- Que o tempo de subida é igual ao tempo de queda; 2- No topo, a velocidade vertical é nula; Assim, com esses pequenos lembretes, conseguimos deduzir algumas fórmulas, como o tempo de voo (T), a altura máxima (H) e o alcance horizontal (D). Para uma partícula lançada a velocidade v, a um ângulo θ com a horizontal em um local com gravidade g, temos: T = v sin θ g H = v sin θ g 13

D = v sin θ cos θ g Exercício 4 Balística P1 2017R Um jogador de futebol quer lançar a bola para ele mesmo, de forma que ela encubra os adversários e ele a recupere mais à frente. Considerando que a altura máxima do lançamento é de 5 m, e a velocidade máxima do jogador é de 8 m/s, que distância ele vai percorrer até recuperar a bola? a. m b. m c. m d. m e. m 6. Movimento Circular No movimento circular, temos alguns análogos. O ângulo θ, por exemplo, é parecido com a posição, por exemplo. Enquanto é a distância relativa à origem, θ é o ângulo de um objeto em relação a um eixo de referência. 14

E da mesma forma, temos análogos para a velocidade e aceleração, sendo eles a velocidade angular ω : ω = θ A aceleração angular α : α = ω Sendo também necessário saber como derivar nesses casos. Mais uma vez, em geral, pede-se derivadas de polinômios. Mas, no movimento circular não é só isso. Temos também a expressão geral da aceleração em coordenadas polares. Essas coordenadas são um pouco diferentes das cartesianas e serão estudadas melhor em Cálculo III. O mais importante é saber dos versores dessas coordenadas, o θ e r. Um deles aponta na direção radial ( r), ou seja, aponta do centro para fora da circunferência, enquanto o outro aponta na direção tangencial ( θ), que é ortogonal ao r e aponta para o sentido anti-horário: 15

Dito isso, podemos afirmar que a aceleração possuirá uma componente tangencial (tan) e outra centrípeta (cp), do tipo: a = αr θ ta ω R r cp Exercício 5 Cinemática do Movimento Circular P1 2017 (Adaptado) Uma partícula descreve uma trajetória circular de raio m, com uma posição angular variando de acordo com a expressão θ =, com θ medido em radianos e em segundos. A aceleração da partícula no instante =, em termos dos versores polares θ e r (ou θ e ) é: Escolha uma alternativa: a. θ r b. θ c. θ 16

d. e. r 7. Dinâmica De todos os conteúdos, é o que mais se parece com o ensino médio. A mecânica estudada no curso é a Newtoniana, possuindo as seguintes leis: 1ª Lei: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele 2ª Lei: F = ma 3ª Lei: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos. Dessa forma, entende-se que força é a ação de algum agente externo sobre um corpo ou sistema que pode mudar seu movimento em direção, sentido e intensidade. As forças mais importantes são: Peso: Força que um planeta, com aceleração da gravidade g, aplica em um corpo. Tem fórmula = mg; Normal: É a força de reação que uma superfície aplica sobre um corpo. Sua direção é sempre perpendicular à superfície (por isso o nome normal); 17

Atrito: É uma força de resistência ao movimento que aparece devido à rugosidade dos materiais. Tem o estágio estático, que possui módulo máximo de F at = μ e e tem o estágio cinético, possuindo módulo F at = μ c de mesma direção da superfície de contato e sentido oposto à velocidade; Resistência do ar: É uma força de resistência ao movimento que aparece devido à atmosfera. Ela só aparece quando o corpo se mexe no meio que há o fluído, e possui mesma direção da velocidade, mas sentido oposto; Tração: Força que uma corda aplica nas extremidades quando tensionada. Para fios ideais (massa desprezível e inextensível), as forças nas extremidades são nulas; Molas: Possui força restauradora que faz com que a mola volte ao seu estado normal. Possui módulo F e = k l (Lei de Hooke). Estratégia em Exercícios de Dinâmica: 1- Faça o diagrama de forças; 2- Defina um sistema de coordenadas; 3- Aplique a 2ª Lei de Newton para cada corpo no sistema; 4- Interpretar o movimento e aplicar as condições de contorno (chão rígido). Exercício 6 Aplicação das Leis de Newton P1 2015 A figura abaixo representa dois blocos 1 e 2, de massa m = kg e m = kg, respectivamente, em contato e apoiados sobre uma superfície 18

lisa sem atrito. Uma força F = é aplicada ao bloco 1 empurrando todo o conjunto. Assinale a alternativa que contém a magnitude (módulo) das forças de contato exercidas pelo bloco 1 sobre o bloco 2 (F ) e pelo bloco 2 sobre o bloco 1 (F ). Escolha uma alternativa: a. F = e F = b. F = e F = c. F = e F = d. F = e F = e. F = e F = Exercício 7 Polias e Grandezas Físicas P1 2015 A figura abaixo mostra um esquema de polias ideais que sustentam os blocos 1 e 2 de massas m e m. Sabe-se que o bloco de massa m movimenta-se para cima com velocidade v constante. Sobre as grandezas físicas associadas a esse sistema, podemos afirmar: 19

Escolha uma alternativa: a. T > T b. T > m g c. a = a = e m > m d. v > v e. m = m Exercício 8 - Plano Inclinado e Polias P1 2014 Considere o sistema com plano inclinado envolvendo polias esquematizado na figura abaixo. Não considere atrito. Assuma também que a massa das polias e dos fios são desprezíveis em comparação às massas m e m dos blocos 1 e 2, respectivamente. Além disso, os fios não se esticam ou se deformam, em geral. Note que a polia que sustenta o bloco 2 está conectada ao fio ligado ao bloco 1 e, assim, essa polia não está fixa. 20

a. Esboce o diagrama das forças envolvidas, escreva a relação entre as diferentes tensões nos fios, e expresse a Segunda Lei de Newton para cada caso. b. Demonstre a relação entre a aceleração a do bloco 1 e a aceleração a do bloco 2. c. Encontre o valor do ângulo α no qual a muda de sinal. d. Obtenha a expressão geral para a e. Calcule o valor a nos limites e. 21

Gabarito: 1. a. Sugestão: b. a = Mg μ c c s θ+si θ + c g M+ c c. = v i M+ c Mg μ c c s θ+si θ + c g 2. a. = [ + + + ], = [ + + + ], = [ + + ] b. 22

= c. Apenas t = 1 s d. v = [ + ] 3. Alternativa a. 4. Alternativa a. 5. Alternativa a. 6. Alternativa b. 7. Alternativa e. 8. a. 23

T m g sin α = m a m g T = m a T T = b. a = a c. α = arcsin d. a = m si α g m 4m m + e. Quando : a = g sin α. Quando : a = g 24