CUSTOS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA. Boa rentabilidade da soja deve impulsionar área semeada

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Transcrição:

CUSTOS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA Os dados e análises deste relatório são de autoria de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, e fazem parte do projeto Ativos do Campo Grãos, desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Boa rentabilidade da soja deve impulsionar área semeada Junho de 2013 Durante o período de compra de insumos para o plantio das novas safras de soja e milho verão (2013/14), a análise da rentabilidade no período de compras de insumos é um bom indicativo das áreas que serão semeadas com cada produto, visto que ambos são plantados em períodos semelhantes. Até o final de abril, conforme levantamentos do Cepea, cerca de metade dos insumos que serão utilizados no plantio já havia sido negociada nas principais regiões produtoras do Cerrado. Segundo dados do Cepea, com a sinalização de melhor rentabilidade da soja, a área plantada deve aumentar na próxima temporada. Com base nos preços de insumos agrícolas e das sacas de 60 kg de milho e soja entre fevereiro e abril deste ano, o Cepea realizou uma simulação para comparar a rentabilidade da soja e do milho safra verão em Rio Verde e Uberaba. Em ambos os casos, com a análise do custo operacional e receita bruta, foi verificado que as duas culturas apresentam receita líquida positiva, ou seja, geram receita suficiente para pagar os desembolsos com a atividade. Para compará-las, foi realizado o estudo do retorno por Real investido, que analisa o retorno financeiro sobre o desembolso do produtor para o estabelecimento da cultura. Em Rio Verde, o plantio da soja foi mais vantajoso em comparação com o milho verão retorno de R$ 1,91 para cada Real investido. Quanto ao milho, o retorno seria de R$ 1,84. Na região mineira de Uberaba, a cultura da soja também se mostrou mais rentável que o milho, com retorno de R$ 1,68 para cada Real investido, enquanto o cereal teve retorno de R$ 1,31. Esse cenário favorável à soja no período de aquisição de insumos coincide com as expectativas do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), que apontam área semeada com soja na safra 2013/14 de 28,25 milhões de hectares no Brasil, 2% maior que a anterior. O Departamento também aponta que a área plantada com milho deve ter redução de 300 mil hectares na próxima temporada, mas não faz distinção entre primeira e segunda safra. Porém, o produtor também deve considerar outros aspectos na decisão de plantio, como potencial agronômico da área, rotação de culturas, redução de riscos com a diversificação da atividade, potencial comercial e logístico da região e vocação da propriedade.

R$/ha Esses resultados reforçam, inclusive, um movimento verificado nos últimos anos nessas regiões, que é o aumento de área plantada com soja em detrimento do milho verão. No caso do milho em Rio Verde, a opção de muitos produtores tem sido semeá-lo na forma de segunda safra em sucessão à soja. Outro ponto que reforça a ideia de que deve haver aumento de área de soja na próxima temporada é o que foi verificado na safra 2012/13. Segundo informações do Cepea, entre março e junho de 2012, período em que se concentraram cerca de 80% das compras de insumos para aquela safra, o retorno da soja era aproximadamente 40% superior ao do milho nas principais regiões produtoras do Cerrado. Naquele período, os preços da oleaginosa estavam em alta devido a quebras de safra do Sul do Brasil, Argentina e Paraguai, além da seca que derrubava as expectativas de produção norteamericana naquele momento. A melhor rentabilidade da soja frente à do milho foi percebida no campo. Na safra 2012/13, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área plantada com soja no Brasil teve aumento de 10,7% (2,7 milhões de hectares) na comparação com a anterior. Por outro lado, a área com milho verão diminuiu 9%, ou 680 mil hectares, no mesmo período. R$4.500 R$4.000 R$3.500 R$3.000 R$2.500 R$2.000 R$1.500 R$1.000 R$500 Soja Milho Soja Milho Rio Verde Uberaba CO RB Figura 1. Custo operacional (CO) e receita bruta (RB) da soja e milho verão, em R$/ha, em Rio Verde (GO) e Uberaba (MG) preços médios de insumos e de venda de grãos de fevereiro/13 a abril/13

R$1,91 R$1,68 R$1,31 R$1,84 rrco R$003 R$002 R$002 R$001 R$001 Rio Verde Uberaba Soja Milho Verão Figura 2. Retorno por Real investido no custo operacional da soja e milho verão, em R$/ha, em Rio Verde (GO) e Uberaba (MG) preços de insumos e de venda de grãos de fevereiro/13 a abril/13 Gasto com herbicidas pode diminuir rentabilidade na safra 13/14 Segundo levantamento feito por pesquisadores do Cepea, com a finalidade de avaliar impactos dos gastos com herbicidas nas lavouras de soja RR (resistentes ao glifosato) no Sul do País, os custos para o produtor aumentaram e podem afetar a rentabilidade na safra de verão 2013/14, em comparação com a anterior. Isso ocorre, pois não se considerou alterações tecnológicas, uma vez que foram mantidos os mesmos coeficientes e ingredientes ativos da temporada passada, levando em conta apenas a variação nos preços dos defensivos utilizados no controle de plantas daninhas. Essa simulação considerou preços dos herbicidas e da saca de 60 kg de soja entre fevereiro e abril de 2012 e 2013, e coeficientes e dados de aplicações coletados por meio de painéis com técnicos agrícolas e produtores das regiões estudadas. Os custos mais elevados foram registrados em Guarapuava (PR), onde foram considerados, por hectare, 3 l de glifosato + 0,4 l de cletodim na dessecação e mais 3,8 l de glifosato em pós-emergência. O gasto com herbicidas nessa região em 2012 era de R$ 77,25/ha ou 1,60 sc de soja/ha, considerando o preço médio da saca de soja entre fevereiro/12 e abril/12 de R$ 48,34/sc. No mesmo período de 2013, mesmo com a saca de soja a R$ 54,15/sc (12% superior), a relação de troca subiu para 2,03 sc/ha com desembolso de R$ 110,04/ha. Em Londrina (PR), as aplicações realizadas por hectare foram de 2,5 l de glifosato + 0,41 l de 2,4-D na dessecação e 2,5 l de glifosato em pós-emergência. O gasto com herbicidas foi o equivalente a R$ 57,86/ha ou 1,08 sc/ha aos preços de 2013. Em 2012, o desembolso era de R$ 37,08/ha ou 0,77 sc/ha. Considerando a média entre fevereiro e abril desse ano, os preços dos principais herbicidas utilizados nas lavouras de grãos no Sul do Brasil chegaram a apresentar alta de mais de 50% frente aos do mesmo mês de 2012, em termos nominais. Os produtos à

jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 R$/l R$/ha e R$/sc sc/ha base de glifosato, ativo mais importante na cultura da soja geneticamente modificada (RR), foram os que apresentaram as elevações mais significativas. De acordo com dados do Cepea, o preço do glifosato 480 genérico em Guarapuava era de R$ 6,17/l na média de fevereiro a abril de 2012, chegando a R$ 10,48/l nesse mesmo período em 2013, aumento nominal de 69,9%. Em Londrina, a alta foi de 61,4%, com o herbicida passando de R$ 6,51/l para R$ 10,51/l. Segundo agentes, a valorização está atrelada à restrição de produção do insumo chinês, ocasionada por novas políticas ambientais chinesas, mais rígidas em relação ao produto. R$120 R$100 R$080 R$060 R$040 R$020 fev-abr/12 fev-abr/13 fev-abr/12 fev-abr/13 Guarapuava Londrina Herbicidas Soja Rel. Troca 003 002 002 001 001 000 Figura 3. Desembolso com herbicidas (R$/ha), preço da soja (R$/sc. 60 kg) e relação de troca (sc. 60 kg de soja/ha) para compra de herbicidas em Guarapuava (PR) e Londrina (PR) preços de insumos e de venda da soja médios de fevereiro/13 a abril/13. R$11,00 R$10,50 R$10,00 R$9,50 R$9,00 R$8,50 R$8,00 R$7,50 R$7,00 R$6,50 R$6,00 Londrina Guarapuava

Figura 4. Série de preços (R$/l) do glifosato 480 em Londrina (PR) e Guarapuava (PR) de janeiro/12 a abril/13. Seca e ataque de Helicoverpa prejudicam safra 2012/13 de soja no Oeste da Bahia A colheita de soja foi finalizada em abril, no Oeste Baiano, com produtividade média abaixo das 40 sc/ha e resultados parciais negativos para o sojicultor. Durante o desenvolvimento das lavouras, as condições climáticas foram desfavoráveis, sendo registrados dois veranicos e déficit hídrico em fases críticas de desenvolvimento das lavouras. O clima seco favoreceu um ataque excessivo de lagartas, com destaque para a Helicoverpa spp, gerando quebras significativas na produção da oleaginosa na região baiana. Segundo agentes colaboradores do Cepea, a baixa produtividade gerou, inclusive, dificuldade para que alguns sojicultores cumprissem os contratos de venda antecipada. Esse cenário causou redução na receita bruta obtida com a venda da produção de soja e aumento nos gastos dos produtores com inseticidas para controle de pragas. Nesse contexto, pesquisadores do Cepea constataram que o custo operacional (desembolso) do sojicultor do Oeste da Bahia, na safra 2012/13, foi de R$ 1.569,53/ha, dos quais R$ 116,81/ha foram resultado das pulverizações extras de inseticidas (considerando operação mecânica, mão de obra e inseticidas). A receita bruta, considerando a produtividade de 40 sc/ha, seria de R$ 1.989,20/ha, levando em conta a venda da produção no período de colheita (fevereiro/13 a abril/13). Assim, o produtor da região conseguiria saldar seu desembolso com resultado financeiro positivo, ou seja, receita líquida operacional de R$ 419,67/ha. Por outro lado, considerando a depreciação de máquinas, implementos e benfeitorias e o custo de oportunidade e uso do capital imobilizado e da terra (arrendamento), o Custo Total seria de R$ 2.124,34/ha. Nesse caso, o resultado da safra 2012/13 na região teria resultado econômico negativo. A receita líquida total (receita bruta menos custo total) seria de -R$ 135,14/ha. Cabe ressaltar que, de acordo com agentes de mercado, houve áreas que sequer foram colhidas em decorrência das perdas verificadas o que agravaria a análise. Além disso, o produtor do Oeste da Bahia ainda deve colher o milho e o algodão, que também foram afetados pelo clima e pelas pragas, para então avaliar o resultado final da safra 2012/13. A metodologia incluiu coeficientes técnicos coletados junto a produtores, técnicos e consultores na região analisada. Foram consideradas as compras de insumos de março a junho de 2012, quando segundo agentes de mercado, cerca de 80% das negociações haviam sido efetuadas. Para as aplicações extras de inseticidas, a fim de controlar as lagartas, considerou-se a aquisição na forma de repique com a safra em andamento (entre novembro/12 e janeiro/13). Segundo agentes consultados pelo Cepea, foram realizadas, em média, duas pulverizações além do planejado com uso em cada uma delas de 0,05 l/ha do ingrediente ativo Clorantraniliprole, mais 2 l/ha de Metomil.