A PRÁTICA DA REGÊNCIA DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: EMPREGO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS

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Transcrição:

A PRÁTICA DA REGÊNCIA DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO II: EMPREGO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS Pôster Didática, Práticas de Ensino e Estágio Camila Aline Romano 1 Ueslene Maria Ferreira Pontes 2 Resumo: Nos cursos de licenciatura, o período do Estágio Supervisionado é tomado como um ponto de articulação da relação teórico-prática. O Estágio geralmente é concebido a partir de um projeto, o qual busca manter um diálogo entre Universidade e escola-campo. Sob essa ótica, o Projeto de Estágio do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás, UnU Iporá, prevê para os acadêmicos do 4º ano as etapas de Regência e também Intervenção Escolar. O presente trabalho é o relato de uma experiência vivenciada durante a regência em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, com os tópicos relativos à sexualidade, no eixo temático Corpo Humano e Saúde. Considerando que recursos didáticos podem favorecer a aprendizagem dos conteúdos científicos, e que as metodologias empregadas em sala de aula são eficientes para desenvolver a motivação nos alunos, foi desenvolvido um jogo didático, abrangendo questões relacionadas ao conteúdo como forma de atividade assimilativa. O jogo Jovens na trilha consistiu em uma trilha formada por questões a serem respondidas pelos alunos. A atividade foi desenvolvida em grupo de quatro indivíduos, com o intuito de se trabalhar também a socialização. No decorrer do jogo, foi possível notar que os alunos apresentaram pouca dificuldade em responder às questões inferidas. As dúvidas eram em maior parte relacionadas à nomenclatura científica. Durante o jogo também foi possível recapitular alguns aspectos que ainda não estavam bem elucidados a alguns alunos. O emprego do jogo também possibilitou observar quais as dificuldades dos alunos frente ao conteúdo, tornando-se também instrumento avaliativo. Palavras-chave: Aprendizagem. Jogo Didático. Ensino de Ciências. 1. Introdução O Estágio Supervisionado nos cursos de Licenciatura se desenvolve como proposta para associação entre teoria e prática, integrando o acadêmico à realidade profissional porvindoura (PIMENTA; LIMA, 2008). Nesse sentido, o processo educativo constitui o ponto onde essa relação se firma, compondo uma prática fundamental para a formação docente (DELIZOICOV et al, 2011). Faz parte deste processo, a busca reflexiva por elementos que possam nortear o desenvolvimento desta relação (BARREIRO; GEBRAN, 2006). 1 Universidade Estadual de Goiás Unidade universitária de Iporá (k.mila.xf@hotmail.com); 2 Universidade Estadual de Goiás Unidade universitária de Iporá (uesleneferreira@hotmail.com);

O Estágio pode ser desenvolvido sob forma de projetos, permitindo o delineamento das atividades a serem desenvolvidas pelos estagiários, de modo que não ocorram de maneira desconexa, para que eles obtenham um melhor aproveitamento das mesmas (KENSKI, 2009). Nesta perspectiva como é desenvolvida a prática docente relacionada ao estágio no Ensino de Ciências? Conforme há em Bizzo (2009), o método aplicado a este têm apresentado uma tendência crescente quanto a sua importância. No Brasil, ele passou por modificações significativas ao longo da sua história, sobretudo quanto aos seus objetivos (NASCIMENTO et al, 2010). Conforme as mudanças sociais sofridas a partir da década de 1950, o ensino passou a ser empregado para a formação de cientistas, para que o país pudesse acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico, de modo que, aos anos 60, o método científico foi incorporado ao Currículo (KRASILCHIC, 1988). Após a década de 1980 a realidade do ensino sugeria a necessidade de novas mudanças, por ter sido notado o desinteresse dos alunos pelas Ciências e pelas profissões a elas associadas (NASCIMENTO et al, 2010). Esse período foi marcado pela inclusão de ideias relacionadas a correntes educativas diferentes (BORGES e LIMA, 2007) como as cognitivistas, por exemplo, que somente então tiveram influência expressiva (NASCIMENTO, et al, 2010). Novas perspectivas foram surgindo, culminando com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), pelo Ministério da Educação, em 1998 (BORGES; LIMA, 2007). Entretanto, na conformação social atual, há a necessidade de formar pessoas com aptidão para atuar no mercado de trabalho (BORGES e LIMA, 2007). Esse intento apresenta características advindas da década de 90, onde a educação seria responsável por sustentar a competitividade do país (GIRON, 2008). Dessa forma, entende-se que os conteúdos, e as metodologias de ensino, sejam repensados (BORGES; LIMA, 2007). Em estudo feito com estagiários em período de regência, foi obtido que as metodologias empregadas em sala estão relacionadas à motivação dos alunos com relação ao conteúdo apresentado (ROMANO; PONTES, 2012). Quanto à aprendizagem, sabe-se que ela deve aparecer dotada de significância, visto que o conteúdo é assimilado mais fácil e duradouramente quando lhe é significante (PIUS et al, 2009). Ainda, o aspecto afetivo também precisa ser considerado, pois emoções positivas são fatores que ampliam a qualidade da aprendizagem nas ciências (SENICIATO; CAVASSAN, 2008). Entre as alternativas metodológicas para o ensino de ciências estão os jogos didáticos. Está disposto em Silva (et al, 2012) que estes facilitam o ensinoaprendizagem por propiciar uma ambiente prazeroso e construtivo para os alunos, tratando-se

de uma abordagem lúdica, na qual os alunos são capazes de desenvolver habilidades como resolução de problemas e assimilação conceitual. Os jogos permitem que a aprendizagem ocorra por uma didática diferente dos meios pedagógicos convencionais, não tendo uma finalidade em si mesmo, mas sendo um caminho lúdico para o ensino de conteúdos de difícil aprendizagem (ZANON, et al, 2008). Eles são uma alternativa para a construção do conhecimento pelo aluno através da socialização de conhecimentos prévios e sua utilização para a construção de conhecimentos novos e mais elaborados (CAMPOS, et al, 2003, p. 48.). Partindo deste pressuposto, o presente trabalho relata a experiência do emprego do jogo didático para o Ensino de Ciências, com o conteúdo relativo à Sexualidade. A prática realizada teve por objetivo, propor uma abordagem diferenciada dos conteúdos com o intuito de revisar os temas abordados no decorrer das aulas expositivas. 2. Percurso metodológico A atividade foi desenvolvida com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II, de uma escola da rede estadual de ensino, durante o período de regência do Estágio Supervisionado do Curso de Ciências Biológicas, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Iporá. O jogo Jovens na trilha foi elaborado a partir das disposições do conteúdo relacionado à Sexualidade e Reprodução Humana, prescritos no Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás. Para compor o jogo foi desenvolvida uma trilha simples e enumerada. Para cada número foram elaboradas 29 cartas com questões relativas ao conteúdo, que deveriam ser respondida pelos jogadores. Compunham o jogo também, um dado para a quantificação das casas a serem percorridas, e quatro pinos de cores diferentes. Os alunos foram organizados em grupos de quatro para cada tabuleiro. Toda a atividade foi monitorada pelo estagiário regente. 3. Deduções pós realização da atividade Através da realização do jogo foi possível perceber que as dificuldades dos alunos estavam relacionadas à nomenclatura específica das ciências, como por exemplo, os nomes de

hormônios e órgãos do corpo. Nos últimos, foi notado que as dificuldades consistiam em relacionar o nome comum à sua terminologia técnica. Durante a realização da dinâmica também foi possível fazer algumas inferências. A primeira delas é com ralação ao aprendizado dos alunos sob dois aspectos. O avaliativo, pelo qual, é possível fazer algumas deduções qualitativas sobre a assimilação do conteúdo. Durante a prática é possível perceber se os alunos conseguiram abstrair a essência do mesmo, visualizada na capacidade de solucionar problemas e responder a questionamentos sem menores dificuldades. Depois, o professor pode ter uma visão melhor de qual é a dificuldade dos alunos frente ao conteúdo. Considerando que no jogo estavam dispostas questões relacionadas a toda a temática, foi possível perceber em qual aspecto do conteúdo os alunos apresentaram maior dificuldade para chegar à resposta. O outro aspecto é a possibilidade de se trabalhar individualmente com as dificuldades de cada aluno. 4. Considerações finais Mediante a realização da prática, pode se considerar que a aplicação de jogos didáticos consiste em uma metodologia eficiente para o Ensino de Ciências, mostrou-se também oportuno para fazer um diagnóstico das dificuldades dos alunos a respeito do conteúdo trabalhado, seja em nível de turma, ou a nível individual. Foi possível constatar, como afirmam Silva (et al, 2012), Campos (et al, 2002) e Zanon (et al, 2008), que o jogo propicia o aprendizado por meio do lúdico, em um ambiente de motivação e socialização, tanto com os colegas quanto com o professor. Referências BARREIRO, I. M. F.; GEBRAN, R. A. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006. BIZZO, N. M. V. Metodologia e prática de ensino de ciências: A aproximação do estudante de magistério das aulas de Ciências no 1º grau. PICONEZ, S. C. (org.) A prática de ensino e o estágio supervisionado. 17ª Ed. Campinas: 2009. p. 75-87. BORGES, R. M. R; LIMA, V. M. R; Tendências contemporâneas do ensino de Biologia no Brasil. REEC. Vol. 6 Nº 1, 2007. p. 165-175. CAMPOS, L. M. L; BORTOLOTO, T. M.; FELICIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos

para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. Cadernos dos Núcleos de Ensino. 2002. p. 47-60. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/pdfne2002/aproducaodejogos.pdf>. Acesso em: mai. 2013. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNANBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. 4ª Ed São Paulo: Cortez, 2011. GIRON, G. R; Políticas Públicas, Educação e Neoliberalismo: O que isso tem a ver com cidadania. Revista de Educação PUC-Campinas, n. 24, p. 17-26, 2008. KENSKI, V. M. A vivência escolar dos estagiários e a prática de pesquisa em estágios supervisionados. PICONEZ, S. C. (org.) A prática de ensino e o estágio supervisionado. 17ª Ed. Campinas: 2009. p. 39-51. KRASILCHIK, M; Ensino de ciências e a formação do cidadão. Em Aberto, Brasília, ano 7, n. 40, out./dez. 1988. Disponível em: < http://www.emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewfile/672/599>. Acesso em: mai. 2012. NASCIMENTO, F.; FERNANDES, H. L.; MENDONÇA, V. M. O ensino de ciências no Brasil: história, formação de professores e desafios atuais. Revista HISTEDBR, n.39, 2010. p. 225-249. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L.; Estágio e Docência. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2008. PIUS, F. R; ROSA, E. J; PRIMON, C. S. F; Ensino de biologia. I Jornada de Iniciação Científica e Tecnológica da Uniban, [S.I.:s.n], 2008. Disponível em < http://186.211.65.115/pesquisa/iniciacao_cientifica/pdf/ciencias_humanas/educacao/ensino_b iologia.pdf>. Acesso em: mai. 2012. ROMANO, C. A.; PONTES, U. M. F. A prática do estágio supervisionado: uma questão metodológica da formação de profissionais do ensino de Ciências. Anais do IV ENEBIO, Goiânia, set. 2012. SENICIATO, T; CAVASSAN, O; Afetividade, motivação e construção de conhecimento científico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais. Ciências & Cognição. 2008; Vol. 13 (3): 120-136. SILVA, T. N.; SILVA, L. P.; FREITAS, J.; SANTOS, F. C.; DANTAS, S. M. M. M. Ferramenta didática alternativa para a aprendizagem de anatomia e fisiologia humana: Jogo na trilha da anatomia e fisiologia humana. Anais do IV ENEBIO, Goiânia, set. 2012. ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C.; Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciência & Cognição. Vol. 13, 2008. p. 72-81.