APTE : MARIA DE JESUS SILVA ADV/PROC : MOISÉS CASTELO DE MENDONÇA APDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM: 4ª VARA FEDERAL DO CEARÁ JUIZ FEDERAL JOSÉ VIDAL SILVA NETO RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI RELATOR PARA ACÓRDÃO: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGÉRIO FIALHO MOREIRA VOTO CONDUTOR O art. 143 da Lei nº 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº 9.063, de 14.06.95, assegura ao trabalhador rural enquadrado como segurado obrigatório, na forma da alínea a do inciso I, ou do inciso IV, ou VII do art. 11 desta Lei, a aposentadoria por idade, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício. Para que o trabalhador se enquadre como segurado especial, é necessário que demonstre o exercício de suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. No tocante à condição de Trabalhadora Rural, consta nos autos documentos que, apesar de não provarem por si mesmos o alegado na peça vestibular, enquadram-se como requisito exigido no art. 55, 3º, cumulado com o art. 106, parág. único, da Lei 8.213/91, que, segundo o egrégio STJ, traz um rol de documentos meramente exemplificativos: PEVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. PLURALIDADE DE AUTORES. RURÍCOLAS. 1. (...). 2. O rol de documentos hábeis à comprovação do exercício de atividade rural, inscrito no art, 106 de Lei 8.213/91, é meramente exemplificativo, e não taxativo, sendo admissíveis, portanto, outros documentos além dos previstos no mencionado dispositivo. (REsp. 612.222-PB, Quinta Turma, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 07.06.04, p. 277). Modelo em branco somente voto e acórdão Des. Fed. Rogério Fialho Moreira p. 1/5
Esse início de prova material consiste na certidão de casamento, onde consta a profissão do esposo da autora como lavrador (fl. 09), carteira de identificação de sócio do sindicato dos trabalhadores rurais de Caucaia-CE (fl 12), ITR em nome do proprietário da terra em que a autora laborava (fl. 13). Em relação à prova do período de carência exigido pelo art. 143 da Lei 8.213/91, segundo a multiplicidade de precedentes do egrégio SJT, não é necessário que os documentos coincidam exatamente com o tempo da atividade rural a ser comprovado; devendo, a prova testemunhal, estender sua eficácia probatória ao tempo da carência: RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. VALORAÇÃO DE PROVA. PROVA MATERIAL. DESNECESSIDADE A QUE SE REFIRA AO PERÍODO DE CARÊNCIA APENAS SE EXISTENTE PROVA TESTEMUNHAL RELATIVAMENTE AO PERÍODO. 1. ( ). 2. É prescindível que o início de prova matéria abranja necessariamente o número de meses idêntico à carência do benefício no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, dês que a prova testemunhal amplie a sua eficácia probatória ao tempo de carência, vale dizer, desde que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de carência. (REsp. 494.361-CE, Sexta Turma, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJU 10.05.04, p. 354). Isso posto, dou provimento ao apelo da autora, para determinar a concessão do benefício de aposentadoria por idade de trabalhador rural no valor de um salário mínimo, assegurando o pagamento de parcelas em atraso, desde o ajuizamento da ação, devidamente corrigidas e com juros de mora à razão de 1% ao mês, incidindo a partir da citação, nos termos da Súmula n 204 do STJ, condenando-se o INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor da condenação, devendo a incidência dos honorários advocatícios ser limitada às parcelas vencidas nos termos da Súmula n 111 do STJ. É como voto. Recife, 13 de novembro de 2008 Des. Federal ROGÉRIO FIALHO MOREIRA Modelo em branco somente voto e acórdão Des. Fed. Rogério Fialho Moreira p. 2/5
Relator para acórdão Modelo em branco somente voto e acórdão Des. Fed. Rogério Fialho Moreira p. 3/5
APTE : MARIA DE JESUS SILVA ADV/PROC : MOISÉS CASTELO DE MENDONÇA APDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI RELATOR PARA ACÓRDÃO: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGÉRIO FIALHO MOREIRA ORIGEM: 4ª VARA FEDERAL DO CEARÁ JUIZ FEDERAL JOSÉ VIDAL SILVA NETO EMENTA PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE DE TRABALHADOR RURAL. COMPROVAÇÃO DO PERÍODO DE CARÊNCIA E DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. 1. O art. 143 da Lei nº 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº 9.063, de 14.06.95, assegura ao trabalhador rural enquadrado como segurado obrigatório, na forma da alínea a do inciso I, ou do inciso IV, ou VII do art. 11 desta Lei, a aposentadoria por idade, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício. 2. É meramente exemplificativo o rol de documentos constante do art. 106, parág. único, da Lei 8.213/91, daí se poder aceitar qualquer outro indício de prova material, revelador da realidade e típicos da cultura rural. Neste caso, a certidão de casamento, onde consta a profissão do esposo da autora como agricultor, a carteira de identificação de sócio do sindicato dos trabalhadores rurais de Caucaia-CE, o ITR em nome do proprietário da terra em que a autora laborava demonstram, satisfatoriamente, a qualidade de Trabalhadora Rural da autora, em regime de economia familiar. 3. Apelação provida para determinar a concessão do benefício aposentadoria rural no valor de um salário Modelo em branco somente voto e acórdão Des. Fed. Rogério Fialho Moreira p. 4/5
mínimo, assegurando o pagamento de parcelas em atraso, desde o ajuizamento da ação, devidamente corrigidas e com juros de mora à razão de 1% ao mês, incidindo a partir da citação, nos termos da Súmula n 204 do STJ, condenando-se o INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor da condenação, devendo a incidência dos honorários advocatícios ser limitada às parcelas vencidas nos termos da Súmula n 111 do STJ. Vistos, etc. ACÓRDÃO Decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por maioria de votos, dar provimento à apelação, nos termos do voto condutor, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Recife, 13 de novembro de 2008 Des. Federal ROGÉRIO FIALHO MOREIRA Relator para acórdão Modelo em branco somente voto e acórdão Des. Fed. Rogério Fialho Moreira p. 5/5