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Transcrição:

PONTOS IMPORTANTES DA REFORMA TRABALHISTA Preparamos uma seleção dos pontos mais relevantes da Reforma para que possa entender melhor o que foi alterado e que, sem dúvida alguma, afetará a rotina de Sindicatos, empregadores e trabalhadores em todo o país. A partir da aprovação do texto, então: 1) O exercício de atividades particulares no local de trabalho, como por exemplo, práticas religiosas, descanso e estudo, não é mais considerado tempo a disposição do trabalhador; 2) A simples existência de sócios em comum não basta para o reconhecimento de grupos econômicos. Para que sejam considerados grupos econômicos é necessário que haja uma demonstração de comunhão de interesses e ação coordenada entre as empresas; 3) A prescrição intercorrente passa a ser admitida no processo do trabalho com prazo de dois anos; 4) No regime de trabalho em tempo parcial será possível a realização de até 6 horas extras semanais; 5) A Jornada 12 36 poderá ser ajustada por acordo individual e coletivo; 6) A prestação habitual de horas extras não descaracteriza o acordo de compensação de jornada ou banco de horas; 7) A não concessão ou concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implicará o pagamento apenas do período suprimido, e não da hora cheia como previa a súmula 437 do Tribunal Superior do Trabalho; 8) As férias poderão ser usufruídas em até 3 períodos; 9) Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo licita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados a atividade desempenhada; 10) O intervalo para almoço poderá ser reduzido em até 30 min por negociação coletiva; 11) O tempo de deslocamento, em qualquer meio de transporte, para o local de trabalho não é mais considerado tempo a disposição do empregador; 12) A contribuição sindical deixa de ser obrigatória; 1

13) Havendo autorização por atestado médico que garanta ausência de risco, mulheres grávidas ou lactantes poderão trabalhar em ambientes considerados insalubres; 14) Não pagamento de horas extras em home office; 15) Havendo consenso, o contrato de trabalho poderá ter fim, desde que ocorra pagamento de metade do aviso-prévio e metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Esta mesma medida também prevê que o trabalhador tenha acesso a 80% do valor depositado pelo empregador em sua conta do FGTS. PONTOS ALTERADOS PELA MEDIDA PROVISÓRIA (MP) 808/2017 Após uma avalanche de mudanças em julho, com a Lei 13.467, a edição extra do Diário Oficial de 14/11 publicou o texto da aguardada Medida Provisória (MP) sobre regras trabalhistas: a MP 808/2017. Pela MP foram feitas mudanças pontuais, em especial nos institutos recém-criados, como o trabalho intermitente, a representação dos empregados (comissão de entendimento direto), autônomo exclusivo etc. Seguem abaixo os nove principais pontos alterados: Vigência da Reforma Trabalhista x contratos de trabalho vigentes: previsão expressa de que as regras da reforma trabalhista aplicam-se integralmente aos contratos de trabalho vigentes (mesmo àqueles celebrados antes da reforma). Prorrogação em atividade insalubre: para que ACT/CCT dispense a inspeção prévia, foi imposta como condição a observância integral às normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do MTb, facultando-se a contratação de perícia. Remuneração: diversas alterações no art. 457 da CLT, em especial quanto à ajuda de custo (limite de até 50% da remuneração mensal) e aos prêmios (no máximo 2 vezes ao ano). 2

Gestantes e Lactantes em atividades insalubres: aumento da proteção para gestantes. Elas serão automaticamente afastadas de atividades insalubres, exceto, no caso de insalubridade em grau médio ou mínimo, quando a empregada voluntariamente, apresentar atestado médico que autorize sua permanência naquelas atividades. Em grau máximo, fica impedida de exercer atividades nesses locais. Além disso, extingue o direito à percepção do adicional, quando houver o afastamento. Jornada de 12 por 36 horas: a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso pode ser estabelecida apenas por meio de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. O acordo individual por escrito fica restrito aos profissionais e empresas do setor de saúde. Trabalho intermitente: feitos diversos ajustes nas regras deste regime, incluindo cálculos rescisórios, prazo para pagamento da remuneração, aviso prévio, férias, licença-maternidade etc. Danos morais: ampliação da lista (que tem a pretensão de ser exaustiva) dos bens jurídicos expressamente tutelados (art. 223-C) e mudança na base de cálculo para as indenizações (passou a ser o teto do RGPS). Autônomo: proibição da cláusula de exclusividade no contrato de prestação de serviços do autônomo, mas não condena a prestação de serviços a apenas um tomador de serviços. O autônomo poderá prestar serviços para diversos contratantes e poderá recusar a realização de atividades demandadas pelo contratante; Representação dos empregados: deixa claro que a comissão de entendimento direito não substitui a função dos sindicatos na defesa dos interesses da categoria ou nas negociações coletivas. 3

ATUAÇÃO DO SINDICATO CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO A Convenção Coletiva de Trabalho, ou CCT, reúne as regras trabalhistas que foram acordadas entre o sindicato laboral e o sindicato patronal. Com a reforma trabalhista, a CCT não é mais sobrepujada à CLT, o que dá maior poder aos acordos entre sindicatos laborais e patronais. Entenda mais sobre a importância da CLT e quais os pontos que podem ser decididos. CONFIRA O QUE PODE SER NEGOCIADO: - Banco de horas e compensação de jornada; - Adoção da jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, somente para o setor de saúde; - Compensação individual de feriado; - No trabalho intermitente, devem ser acordados entre as partes a possibilidade e o percentual de multa a pagar, se houver falta do trabalhador; - No trabalho intermitente, o contrato de trabalho deve informar, de acordo com acerto individual, o prazo de pagamento das horas trabalhadas; - Conversão do contrato para teletrabalho ou parcial (no caso de teletrabalho ou home office, a decisão de retorno do trabalhador para exercer as atividades na empresa é unilateral e deve ser comunicada com 15 de antecedência); - Parcelamento de férias em até três períodos; - Reembolso de despesas operacionais do teletrabalho (internet, luz, telefone, tinta de impressora, entre outras); - Mulher lactante tem o direito de tirar 30 minutos, duas vezes por dia, para amamentação. SAIBA O QUE NÃO PODE SER NEGOCIADO: - Normas de identificação profissional; - Valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); - Seguro-desemprego, em caso de demissão involuntária; - Salário mínimo; - Valor nominal do 13 salário; - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; - Proteção do salário na forma de lei; - Salário família (para quem tem filhos de até 14 anos); - Repouso semanal remunerado; - Remuneração da hora extra superior, no mínimo, em 50 % à do normal; 4

- Número de dias de férias devidas ao empregado; - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; - Licença-maternidade com duração mínima de 120 dias; - Licença-paternidade de cinco dias úteis ou corridos; - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo de, no mínimo, 30 dias, nos termos da lei; - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; - Adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres ou perigosas; - Aposentadoria; - Normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Situação antes da nova lei: A CLT previa que a contribuição sindical era obrigatória para empregados toda categoria profissional e empregadores toda categoria econômica (arts. 545, 578, 579, 582, 583, 587, 602 da CLT). O que diz a nova lei: Dispõe que as contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas e recolhidas, desde que prévia e expressamente autorizadas. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos. Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em que requererem às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, mantidas as mesmas importâncias atuais: a remuneração de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração, e, para os empregadores, o proporcional ao capital social da firma ou empresa (arts. 545, 578, 579, 582, 583, 587, 602 da CLT). 5