O PROGRAMA FOME ZERO NO CONTEXTO BRASILEIRO ENQUANTO AÇÃO DE POLÍTICA SOCIAL Ana Rosa Salvalagio 1 Maria Edenice Borges Marcante Marise Wazlawosky Christmann INTRODUÇÃO: No presente artigo, destaca-se inicialmente o capitalismo, as Políticas Sociais, Proteção Social, Seguridade, Previdência e o Programa Fome Zero. Devido ao modo de produção capitalista e à exploração da mais-valia, o poder dominante concede alguns direitos aos trabalhadores através da legislação, mesmo assim são apenas concessões. Então entra em ação a Política Social, como outra forma de dominação, onde se procura amenizar os problemas ou tratá-los na individualidade ou particularidade e não na coletivamente ou universalidade. OBJETIVO: A partir de uma exploração do contexto histórico que levou a criação do Programa Fome Zero apresentamos o objetivo de compreender qual a necessidade da implementação deste Programa, bem como os resultados esperados. METODOLOGIA: Para a realização deste trabalho foram utilizadas leituras detalhadas para encontrar subsídios à argumentação. Leituras citadas nas referências bibliográficas, referente às Políticas Sociais no Brasil, Proteção Social, Programa Fome Zero, em documentos como artigos e publicações. RESULTADOS: O desemprego é intrínseco ao capitalismo, mas aumentou com a tecnologia e a máquina. O lucro do capital vem da exploração da mais-valia, onde o Estado é o guardião das taxas de lucro e para regulamentar essa relação de exploração. 1 Acadêmica da 3º série do Curso de Serviço Social da UNIOESTE campus de Toledo. Endereço: R. Nilo Cairo, nº 476, Jd. Maracanã. Toledo-PR. Cep: 85910-140. Telefone Residencial: (45) 3379-1050. Celular: (45) 9917-3291. E-mail: arolagio@hotmail.com.
O poder dominante concede alguns direitos aos trabalhadores através da legislação. Porque a partir desse momento a Questão Social deixa de ser tratada como caso de polícia e passa a ser tratada como caso de política. Assim, entra em ação a Política Social, como outra forma de dominação política, onde se procura amenizar os problemas ou tratá-los na individualidade ou particularidade e não na coletivamente ou universalidade. Neste aspecto podemos concordar com autores de que, do início do capitalismo até os dias atuais uma classe explora a outra, acumulando capital. E para que não se faça uma revolução são utilizadas Políticas Sociais para atender algumas demandas da classe trabalhadora, dos desempregados, dos desprovidos de direitos à saúde, educação, cultura, lazer, entre outros. Tarefa que cabe ao Serviço Social, atender às demandas sociais mediante a sua ética profissional procurando garantir o maior número possível de direitos. A Política Social tem como alvo à igualdade de cidadania para essa sociedade caracterizada pela desigualdade econômica na democracia liberal. No regime liberal-democrático, provém da crítica à desigualdade social. As pressões e conflitos precarizam o equilíbrio de forças entre governantes e governados, dando ênfase aos interesses econômicos em detrimento dos políticos. Entende-se que sempre houve a Proteção Social diante de necessidades básicas de sobrevivência dos indivíduos. Já no período colonial se percebia a Proteção Social que se dava através da relação senhor/escravo e de responsabilidade do senhor na forma de garantir e preservar a sua mercadoria. A expressão Seguridade Social começou a ser utilizada após a Segunda Guerra Mundial para designar o conjunto de ações governamentais na esfera da proteção social garantindo mínimos sociais através de políticas sociais. A partir de 1964, a repressão contra as classes subalternas - repressão que servia aos interesses do grande capital, garantindo uma superexploração da força de trabalho - impediu manifestações organizadas dos trabalhadores em favor dos seus direitos. A política previdenciária, e também as políticas sociais em geral foram utilizadas como fonte de troca: a extensão de alguns direitos sociais tinha como objetivo buscar legitimidade para um regime essencialmente coercitivo. Este conjunto de direitos sociais recebeu o nome de
Seguridade Social, visando as ações articuladas para garantir direitos nas áreas de previdência social, saúde e assistência social. O princípio central da Seguridade Social expresso na Constituição de 1988 passou a ser a universalização dos direitos sociais, incorporando antigas demandas das classes trabalhadoras. O Programa Fome Zero foi elaborado pelo Instituto de Cidadania em 2001, sob a coordenação de José Graziano da Silva, com participação de ONGS, de Institutos de pesquisa, sindicatos, organizações populares, movimentos sociais e especialistas vinculados à segurança alimentar no país. Foi criado no âmbito das estratégias governamentais de enfrentamento à pobreza. Utilizam-se das chamadas políticas estruturais voltadas à redistribuição de renda, crescimento da produção, geração de empregos, reforma agrária, entre outros e das políticas compensatórias. Alimentação é direito humano básico que deve ser assegurado pelo Estado, dessa forma é que se propõe tal Programa, com o objetivo de implantação de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional. A população beneficiária do Programa Fome Zero é caracterizada pela população em estado de carência alimentar ou é atendida em forma de prevenção a essa condição.uma das causas e também uma das mais evidentes, principalmente no caso da população brasileira, quanto à pobreza e consequentemente da falta do acesso a alimentos é a má distribuição de renda. Isso exige ação conjunta de nossos governantes, envolvendo as demais políticas como as vinculações às áreas econômicas, sociais e culturais, com esforços exigidos dos órgãos gestores das três esferas governamentais e da sociedade organizada. Dentro das ações do Programa Fome Zero, são postos em prática o Programa Cartão Alimentação, Ações Emergenciais como a distribuição de alimentação aos integrantes do movimento dos Sem-Terra, distribuição de alimentos às comunidades indígenas e aos quilombolas. Também atua na esfera do Programa Específico de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, onde incentiva a produção e o consumo de leite, e é de onde o governo adquire leite para o Programa do Leite, desenvolvido pelo Governo Federal. Também se amplia a Merenda Escolar dobrando o seu valor per capita. O Programa
Bolsa-Alimentação atende a Política Específica de Nutrição Materno Infantil, unificado no Programa Bolsa Família em outubro de 2003. CONCLUSÃO: Para concluir o presente artigo, houve a compreensão de que o poder dominante concede alguns direitos aos trabalhadores através da legislação. Mesmo assim são apenas concessões. Então entra em ação a Política Social, como outra forma de dominação, onde se procura amenizar os problemas ou tratá-los na individualidade ou particularidade e não na coletivamente ou universalidade. O programa Fome Zero foi criado no âmbito das estratégias governamentais de enfrentamento à pobreza. Para obter resultados positivos são utilizadas as chamadas políticas estruturais voltadas à redistribuição de renda, crescimento da produção, geração de empregos, reforma agrária, entre outros e também das políticas compensatórias. Percebe-se que a população beneficiária do Programa Fome Zero é caracterizada pela população em estado de carência alimentar ou é atendida em forma de prevenção a essa condição. Concordamos com alguns autores quando afirmam que o Programa Fome Zero é consistente e bem elaborado no que se refere a sua concepção, na Segurança Alimentar e Nutricional. Inclusive quando ressaltam que ainda existem lacunas na relação entre o emergencial e o estrutural, mesmo que este seja um dos aspectos relevantes e inovadores do Programa, no que se refere à Seguridade Social, proposto na Constituição Federal de 1988. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABRANCHES, S. H. Política Social e combate à Pobreza A teoria da Prática. 4ª ed. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998. IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social Ensaios críticos. 4ª edição, Cortez, São Paulo, 1997. NETTO, J. P. Ditadura e Serviço Social: Uma análise do Serviço Social no Brasil pós- 64. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.
SILVA, M. O. S, YAZBEK, M. C., & GIOVANNI, G. D. A Política Brasileira no Século XXI A prevalência dos programas de transferência de renda. São Paulo: Cortez, 2004. VIEIRA, E. Democracia e Política Social. São Paulo: Cortez, 1992. (Coleção polêmicas do nosso tempo; v. 49).