Sumário Panorama...4...6 Expediente Diretoria Executiva ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado Presidente: Armando Laudorio Diretor Vice-Presidente: Gerson Salomão Maranhão da Fonseca Diretores: Carlos Eduardo de Freitas Brescia; José Carlos de Mattos; José Carlos de Salles Garcez; Fernando Akira Ota; Luiz Carlos Meinert. Secretário Executivo: Augusto S. Salomon Coordenador Jurídico: Antônio Luis de M. Ferreira Coordenador Técnico: Gustavo Galiazzi Produção e Editoração Gás Brasil Mídia Editorial www.gasbrasil.com.br 02
A UNIÃO DO GÁS NATURAL MOVIMENTANDO O BRASIL 03
Panorama VOLUME OU PREÇO? EIS A QUESTÃO. Com a quebra do equilíbrio entre oferta e demanda ocorrida em outubro de 2007, ocasião em que a Petrobras restringiu o fornecimento de gás para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em razão da necessidade de abastecimento das térmicas, o mercado passou a sentir os efeitos de uma escalada dos preços de custo do gás natural. A idéia básica, e até acadêmica, foi de inibir o consumo do mercado não-térmico através de sucessivos aumentos de preço no city gate. Isto posto, o plano da Petrobras, do ponto de vista empresarial, começou a surtir o efeito desejado e ainda teve a colaboração da crise econômica mundial, que fez com que o mercado de gás começasse a experimentar, de forma inusitada, uma redução de seu consumo no segmento que sempre lastreou os investimentos: o mercado não-térmico. O clima também colaborou com esta decisão de inibir o consumo, uma vez que os índices pluviométricos de lá para cá resultaram nos níveis atuais dos reservatórios de água substancialmente acima do esperado. Desta forma, e como conseqüência, os despachos térmicos passaram a ficar remotos, ou seja, a probabilidade de despacho térmico movido a gás natural verificado em 2008 não se repetiu em 2009. E, ao que indica, assim permanecerá durante o ano de 2010. Restou à Petrobras, de maneira correta do ponto de vista empresarial, reduzir a importação do gás boliviano aos níveis do take or pay, bem como reduzir a produção nacional. Como conseqüência, os níveis de queima ultrapassaram os níveis técnicos aceitáveis saindo da casa dos 4 milhões para uma média de 10 milhões m³ por dia, chegando a picos de 13 milhões de m³ por dia. Do ponto de vista político, a situação apresentou-se insustentável, uma vez que o mercado como um todo vem solicitando às autoridades competentes que reflitam sobre a falta de competitividade do gás natural ocasionada pelo crescente aumento de preços no city gate. Simultaneamente, o Brasil constata e vê crescer uma quantidade extraordinariamente relevante na queima equivalente a quase uma vez e meia o consumo não-térmico de todo o estado do Rio de Janeiro, que é o maior produtor de gás do país. Qual é, na realidade, o problema? O volume para eventual despacho prioritário das termelétricas está salvaguardado, uma vez que a Petrobras vem disponibilizando 22 milhões m³/dia ao mercado não-térmico através de seus leilões. Todavia, a forma pela qual esses leilões vêm sendo realizados, de acordo com o regulamento elaborado pela própria Petrobras, visa em tese a colocação desse volume com descontos, porém o volume de referência (VR) estipulado acaba por impedir, por concepção, que esse mesmo volume consiga ser absorvido pelo mercado. Torna-se impossível colocar 22 milhões m³ por dia adicionais em um mercado que está consumindo 37 milhões m³ por dia, porque o VR não permite. Por outro lado, o mercado quer redução no preço de custo do city gate. Ora, se queremos preservar o volume das termelétricas não precisamos necessariamente fazer um leilão. Quando um produto está com oferta superior à demanda, o que se costuma fazer é uma liquidação, mesmo que por tempo determinado. Como conceber um leilão para um produto que está sobrando? Onde está o risco do vendedor? O mercado consumidor, conhecedor das regras sobre compra e venda, propôs a aquisição de todo o volume excedente com desconte de 40%, abatendo do volume de contrato de longo prazo, ou seja, eliminando a figura do VR. Desta forma, o custo médio ponderado no city gate cairia de forma relevante e esse benefício estaria sendo absorvido por todos os consumidores. O volume para as térmicas estaria salvaguardado, já que a Petrobras tem condições de, a cada mês, adequar o sexto mês do leilão de forma compatível com suas próprias percepções sobre o despacho térmico. A Petrobras estaria devolvendo ao mercado consumidor a rentabilidade perdida. A forma como os leilões hoje estão sendo realizados (opção esta absolutamente louvável, uma vez que pior seria se não houvesse) acabam por acomodar somente um terço do volume ofertado, porque o VR não permite. E não permite com o objetivo de diminuir muito pouco o custo médio ponderado no city gate, salvaguardando a 04
rentabilidade transferida do mercado consumidor. A proposta do mercado consumidor altera esse impasse e define, com êxito, a consagração da venda dos 22 milhões colocados à disposição (que é o objetivo da própria Petrobras). A Petrobras e o mercado consumidor querem que os 22 milhões m³ por dia tenham desconto. A diferença está no VR, uma vez que a proposta da Petrobras só consegue este desconto em 1/3 do volume ofertado e a proposta do mercado consumidor conseguiria esse desconto na totalidade do volume ofertado. Portanto, é preciso definir antes o que se quer. Acreditamos que as sucessivas experiências estejam demonstrando uma convergência de posições entre a Petrobras e o mercado consumidor. Volume ou preço? Eis a questão! Participe e opine. Vamos em frente! Armando Laudorio Presidente 05
ESTATÍSTICAS E MERCADO 06
Consumo Janeiro Reação do Mercado de Gás Natural Dados da ABEGÁS mostram alta de 7,80 % no consumo de gás natural no início de 2010. O consumo médio diário de gás natural registrado no mês de janeiro atingiu 36,7 milhões de metros cúbicos em todo o país, de acordo com dados consolidados da ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado. Depois de constantes quedas em 2009, o consumo de gás natural no primeiro mês de 2010 apresentou alta de 7,80% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Desconsiderando-se o consumo das termoelétricas, o crescimento seria ainda maior: 22,75%. O aumento é explicado pela reação do segmento industrial, que saltou da média de 18,7 milhões de metros cúbicos comercializados por dia no mês de janeiro de 2009 para a média de 24 milhões de metros cúbicos comercializados por dia no primeiro mês deste ano. Expressivos também foram os saltos - de 2009 para 2010 - de 69,74% no consumo de gás natural pelo setor de co-geração (de 1,7 a 2,9 milhões de metros cúbicos por dia); e de 9,65% pelo comércio (de 553,5 a 606,9 mil m³/dia). Em contrapartida, o uso de gás natural em automóveis caiu 5,60% de um ano ao outro, bem como em residência (-10,16%) e térmicas (-61,39%). Quando comparado janeiro com o mês anterior (dezembro), o consumo mantevese estável: pouco mais de 36 milhões de metros cúbicos por dia. Os números são animadores, já que o mês de janeiro é, em geral, marcado por uma retração sazonal ocasionada pelo período de férias e um menor acionamento das térmicas. As companhias continuaram investindo em infra-estrutura para disponibilizar o Gás Natural em todas as regiões do país: a rede de distribuição de gás natural aumentou 7,80%, de 16.919,95 km em janeiro de 2009 para 18.164,41 km em janeiro de 2010. A região Sudeste continua sendo a região que mais consome gás natural no país, com 25,8 milhões de metros cúbicos consumidos por dia em janeiro. Na seqüência, estão as regiões Nordeste com 6,7 milhões m³/dia e Sul com 3,6 milhões. Já as Regiões Centro-Oeste e Norte consumiram, respectivamente, 181,5 mil m³/ dia e 2,5 mil m³/dia. 07
Comercialização de Gás Natural no Brasil Comercialização Histórica de Gás Natural no Brasil - 1998 a 2010 e Comparativo de Janeiro de 2010 em relação ao mesmo período de 2009 em milhões de m³/dia Fonte: ABEGÁS 08
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Comercialização de Gás por Região Acumulada por Região Janeiro em Mil de m³/dia Industrial - Janeiro em Mil de m³/dia Automotivo - Janeiro em Mil de m³/dia Residencial - Janeiro em Mil de m³/dia Comercial - Janeiro em Mil de m³/dia Geração Elétrica - Janeiro em Mil de m³/dia Cogeração - Dezembro em Mil de m³/dia GNC e Outros - Dezembro em Mil de m³/dia 10
Competitividade Para a composição do Estudo de Competitividade do Gás Natural foram consideradas as seguintes premissas: Preços: Como fonte de consulta foram utilizadas as estruturas tarifárias das distribuidoras analisadas; Critérios: Foram utilizadas como base de levantamento duas distribuidoras, respeitando os maiores volumes comercializados nos seguintes segmentos: Residencial, Comercial, Automotivo e Industrial; Geração Térmica: Este segmento não foi analisado neste estudo, devido às diferentes condições comerciais de fornecimento dos energéticos; Apresentação: Os números utilizados como base de avaliação por região seguiram os seguintes critérios de análise: Gráficos em R$/MMBtu; Gráfico R$ preços médios. 11
Industrial - Preço s/ ICMS Industrial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias Óleo Combustível A1: Preço Distribuidoras GLP: ANP e Preço Distribuidoras Preço Médios nas Refinarias + Frete Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Industrial) Lenha e Carvão: AMS - Associação Mineira de Silvicultura - Preços Médios Poder Calorífico GN: 9.400 kcal/m³ OC A1: 10.100 kcal/kg GLP: 11.175 kcal/kg E.E.: 860.000 kcal/mwh Lenha: 3.300 kcal/kg Carvão 7.500 kcal/kg Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 12
Residencial - Preço s/ ICMS Residencial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias GLP: ANP Preço Médios - Revenda P13 Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Residencial) Poder Calorífico: GN: 9.400 kcal/m³ GLP: 11.175 kcal/kg E.E.: 860.000 kcal/mwh Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 13
Comercial - Preço s/ ICMS Comercial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias GLP: ANP Preço Médios nas Refinarias + Frete Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Comercial, Serviços e Outras) Poder Calorífico: GN: 9.400 kcal/m³ GLP: 11.175 kcal/kg E.E.: 860.000 kcal/mwh Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 14
Automotivo - Preço s/ ICMS Automotivo - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: ANP - Preço Revenda Álcool: ANP - Preço Revenda Diesel: ANP - Preço Revenda Gasolina: ANP - Preço Revenda Poder Calorífico: GNV: 9.400 kcal/m³ Álcool: 6.400 kcal/l Diesel: 10.200 kcal/l Gasolina: 11.100 kcal/l Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 15
Automotivo - Variação de Preços x Conversões 16
Energia 17
Energia Geração de Energia: Térmica a Gás Geração de Energia: Hidráulica Fonte: ONS Fonte: ONS Comparativo Geração de Energia Térmica a Gás em Mwmed 2009 2010 % Janeiro 2.161,18 1.563,39-27,66% Fonte: ONS Comparativo Geração de Energia Hidráulica em Mwmed 2009 2010 % Janeiro 44.931,36 50.519,52 12,44% Fonte: ONS Níveis dos Reservatórios Energia Armazenada por Região em Janeiro/2010 REGIÃO JANEIRO N 89,36% NE 71,48% SE/CO 77,05% S 96,30% Fonte: ONS 18
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