OFICINAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROJETO FLORIR TOLEDO COM O TEMA MEIO AMBIENTE E A JUVENTUDE NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL



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Transcrição:

OFICINAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PROJETO FLORIR TOLEDO COM O TEMA MEIO AMBIENTE E A JUVENTUDE NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Marli Renate von Borstel Roesler 1 Franciele Margarida Doré 2 Franciele Luci Barreiro 3 Andreine Aline Roos 4 1.Introdução A Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade - SEIPAS é um espaço acadêmico formativo e de capacitação na UNIOESTE, Campus de Toledo e tem por objetivo difundir estudos, pesquisas e informações dos princípios de sustentabilidade eqüitativa e desdobramentos no desenvolvimento de políticas ambientais integradas. Um espaço plural potencializado para a execução das ações extensionistas do Programa: Ação socioambiental e formação em educação ambiental da Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade SEIPAS Ano 2008-2010, às atividades do 1 Professora Adjunta do Curso de Serviço Social da UNIOESTE/Campus de Toledo. Coordenadora do Programa de Extensão: Ação socioambiental e formação em educação ambiental da Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade SEIPAS Ano 2008-2010. Pesquisadora do GEPEC/UNIOESTE. Tutora do programa de Educação Tutorial do Curso de Serviço Social PETss. Coordenadora de Projeto de Iniciação Científica PIBIC/UNIOESTE/CNPq. Email: mroesler@certto.com.br. Fone: (45) 33797000 ramal: 7115 2 Acadêmica da 4 série do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE/Campus de Toledo. Bolsista do Programa UNIOESTE/PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Projeto: Mapeamento de Programas, Projetos e Ações de Educação Ambiental voltado a Gestão das Águas no Território da Bacia do Paraná III (Aprovado pelo CEP/UNIOESTE PARECER n. 253/2008 CEP) e-mail: franhdore@gmail fone: (45) 9931-2685. 3 Acadêmica da 2º série do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE/Campus de Toledo. Bolsista do Programa de Extensão Ação Socioambiental e Formação em Educação Ambiental Ano - 2008-2010, vinculada ao Pró-Reitoria de Extensão. E-mail: franlutor@yahoo.com fone: (45) 99512898. 4 Acadêmica da 3 a série do Curso de Química Licenciatura da UNIOESTE/Campus de Toledo. Bolsista do Programa de Educação Tutorial do Curso de Química - PETq. Participante do Programa de Extensão Ação Socioambiental e Formação em Educação Ambiental Ano - 2008-2010 Email: andreine_ros@hotmail.com 1

Programa de Educação Tutorial PET do Curso de Serviço Social PETss, às atividades da disciplina: Núcleo Temático: Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental, ofertada no Curso de Serviço Social da Unioeste Campus Toledo desde 2003, demais iniciativas. Dentre elas, de apoio as atividades dos Programas de Educação Tutorial dos Cursos de Química e de Filosofia - PETq e PET Filosofia, aos acadêmicos de cursos de pós-graduação com destaque ao Curso de Especialização em Trabalho do Assistente Social e Meio Ambiente e Desenvolvimento, e de iniciativas oriundas da comunidade interna e externa. Com o início das atividades do PETss em 2009 e da participação de alunos bolsistas do PETq desde 2008, viabiliza-se mais uma vez o desenvolvimento de atividades extensionistas do Programa nos dois turnos de funcionamento do Projeto Florir Toledo, períodos matutino e vespertino, respectivamente cada um com 20 vagas, aproximadamente. 2. Objetivos Geral: Criar espaços de discussões e ações socioambientais nos quais os jovens do Projeto Florir Toledo possam questionar, propor e assumir responsabilidades na proteção do meio ambiente como sujeitos de aprendizagens e de mudanças no fomento do desenvolvimento social e econômico. Específicos: Potencializar a inserção de uma pauta de discussões que articulem a participação ativa dos jovens nas políticas sociais e ambientais, tendo como tema a transversalidade do meio ambiente e qualidade de vida da juventude; 2

Estimular que os jovens do Projeto Florir Toledo se tornem centros efetivos de atenção nas atividades educativas socioambientais, trazendo seus conhecimentos, sentimentos, crenças, contradições, para suscitar diálogos entre gerações; Estimular a participação dos acadêmicos em atividades extensionistas multi, inter e transdisciplinares e interprofissionais de setores e programas da universidade e da sociedade. 3. Metodologia Através das Oficinas de Educação Ambiental: Meio Ambiente e Juventude no Desenvolvimento Sustentável espera-se criar espaços ou novos espaços interativos e alternativos que envolvam os jovens adolescentes em processos educativos, sociais e culturais plurais e em conhecimentos sobre ciência, tecnologia, cultura, artes, filosofia, ética, dentre outros, e que venham os motivar a participação ativa na construção de um mundo melhor, eqüitativo, democrático. Conhecimentos que possam repercutir positivamente na promoção da qualidade de vida da juventude, dos demais segmentos populacionais e gerações, e da sustentabilidade do Planeta Terra. Tomando-se como referências nas discussões das oficinas temas do texto da Agenda 21 Global, das 8 (oito) Metas do Milênio (ONU), das Deliberações das Conferências Nacionais de Meio Ambiente e Infanto-Juvenis, da Política Nacional de Educação Ambiental, do ECA, da Carta da Terra, do Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente, dentre outros documentos e textos representativos. O texto da Agenda 21 Global capítulo 25 destaca: é preciso que a juventude de todas as partes do mundo participe ativamente de tomadas decisões no que se refere à proteção do meio ambiente e fomento do desenvolvimento social e econômico. As decisões tomadas pelos jovens afetam sua vida atual e repercutem no seu futuro. Além de sua contribuição intelectual e sua grande capacidade de mobilizar, os jovens trazem perspectivas que devem 3

ser levadas em consideração nos projetos societários de desenvolvimento sustentável (IPARDES, 2001, p. 205). Os jovens não desejam mais serem chamados apenas de protagonistas ou protagonistas sociais pelos produtores de projetos: desejam sua inserção na pauta de discussão e execução dos projetos; se mobilizam e promovem encontros de juventude e meio ambiente, inserem-se nas políticas públicas dentre elas as sociais e ambientais, desejam construir e constroem projetos próprios. Não querem ser apenas ser receptores o famoso público alvo, como enfatiza Rachel Trajber, ao introduzir reflexos sobre Juventude Ambientalista e o Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente, descritas no texto Agenda 21 e Juventude, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente, maio 2008. (BRASIL, MMA, 2008, p. 2). A juventude, ou melhor, juventudes, já que estas são plurais e diversificadas, representam no mundo cerca de 30 por cento da população, um indicativo importante para motivarmos sua participação ativa na tomada de decisões no que se refere a proteção do meio ambiente, pois estas afetam sua vida atual e tem repercussões no seu futuro. Além de sua contribuição intelectual e sua grande capacidade de mobilizar, os jovens trazem perspectivas que devem ser levadas em consideração nas políticas públicas e no processo de desenvolvimento social e econômico conforme discorre o texto da Agenda XXI, capítulo 25 que trata da infância e da juventude no desenvolvimento sustentável (IPARDES, 2001, p. 205). A justificativa das ações socioambientais da SEIPAS ora apoiando também as atividades do Programa PET do Curso de Serviço Social, que conta com outros colaboradores na sua aproximação a temática Agenda 21, juventude e meio ambiente dá-se na relevância e contemporaneidade do debate e conquistas desencadeadas nas Conferências Nacionais de Meio Ambiente e Infanto-Juvenil, como ferramentas de intervenções socioambientais no Brasil. Na importância dessas discussões se traduzirem em práticas cotidianas no planejamento das políticas ambientais e em oportunidades de diálogos e ações reais com as comunidades, dentre elas, da juventude através de Oficinas de Educação Ambiental com os jovens do Projeto Florir Toledo, Toledo-Paraná. Em especial, relacionadas às 4

possibilidades de conhecimento e troca de saberes por parte dos participantes no exercício do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à saudável qualidade de vida, como defende a atual Constituição Brasileira de 1988. Pondera-se para reflexão que a maior participação dos jovens adolescentes de ambos os sexos em atividades focadas nos princípios da educação ambiental crítica e emancipadora, pode contribuir para a ampliação de oportunidades formativas integrais para a juventude, ou juventudes, quanto a sua co-responsabilidade em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável como introduz a Agenda 21 Global. O envolvimento ativo dos adolescentes/jovens com a temática juventude, meio ambiente e desenvolvimento sustentável pode levá-los a uma maior aproximação destes na tomada de decisões sobre o meio ambiente em que vivem e o processo de desenvolvimento que desejam para suas necessidades (sociais, culturais, produtivas, tecnológicas, ambientais), já que o meio ambiente é entendido como o conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cercam os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciados por eles. (ROESLER, 2007, p.286). Segundo o texto da Política Nacional do Meio Ambiente, artigo 3º., a definição de Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. (DIAS, 2001, p. 17). Sendo indispensável à sua sustentação a totalidade dos recursos naturais, incluindo-se o solo, o clima, os recursos hídricos, o ar, os nutrientes e outros organismos e elementos a sua sustentabilidade. O meio ambiente não é assim constituído apenas do meio físico e biológico. É também constituído pelo meio sócio-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem e pela mulher. As ações da SEIPAS e do PETss estão centradas no processo de discussão e reconstrução social por meio da transformação da realidade socioambiental e do conhecimento de diferentes ordens produtivas, tecnológicas e culturais e de identidades étnicas, que não escapam à questão do poder e à produção 5

de sentidos civilizatórios para as estratégias do saber ambiental (ROESLER, 2007, p. 117). A problemática ambiental tem sido explicada sob esse ponto de vista a partir de uma diversidade de perspectivas ideológicas: por um lado entendida como resultado da pressão exercida pelo crescimento da população sobre os limitados recursos do planeta; por outro, vista como efeito da acumulação de capital e da maximização da taxa de lucros em curto prazo, que estimulam padrões tecnológicos de usos e ritmos de exploração da natureza, bem como suas formas de consumo. Isto não é, ideologicamente neutro, nem alheio aos interesses econômicos, sociais, políticos e culturais no contexto da questão ambiental. É possível analisá-la em sua gênese intrínseca no processo histórico da humanidade dominado pela expansão do modo de produção material e tecnológica numa ordem econômica mundial marcada pelas desigualdades entre nações e classes sociais na esfera pública. As mudanças globais em sistemas sócio-ambientais para as condições de sustentabilidade do planeta passam a subsidiar e motivar a internalização de bases ecológicas e de princípios jurídicos, políticos e sociais no alcance da gestão dos recursos naturais na relação sociedade-natureza sustentável. Segundo Cíntia Maria Afonso (2000, p. 13), ao discorrer em seu livro sobre sustentabilidade como caminho ou utopia, o alcance da sustentabilidade requer estratégias de planejamento de longo prazo, o que vai de encontro com o neoliberalismo predominante em nossos tempos, e à crescente desregulamentação da economia. Ponderando-se que, invariavelmente, as estratégias de mercado buscam lucros cada vez maiores e em curtos espaços de tempo. Emerge daí uma difícil tarefa: como compatibilizar as políticas de curto prazo, que lidam com problemas emergenciais, dentre eles, os ambientais e sociais, com as necessárias políticas de longo prazo, freqüentemente colocadas em segundo plano. A necessidade de redistribuição de renda aparece como um dos objetivos na busca da sustentabilidade, e que também pretende o acesso eqüitativo aos bens produzidos e aos recursos ambientais. 6

No relatório Nosso Futuro Comum publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU em 1987, e transcrito por Afonso apud Roesler et al (2008, p. 3), o entendimento de sustentabilidade é caracterizado como um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de garantir e atender às demandas e aspirações humanas sem por em risco a sobrevivência das demais espécies formas de vida. O processo de transformação implica em modificar vários aspectos da vida social e econômica, dentre eles o entendimento crítico e propositivo ao conceito de desenvolvimento sustentável no contexto das políticas públicas. Um processo de desenvolvimento que atende com os recursos ambientais às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras terem acesso aos mesmos recursos as suas necessidades. Segundo ponderações levantadas pela Comissão que organizou o Relatório Nosso Futuro Comum, publicado pela ONU em 1987, a sustentabilidade implica em que: todos tenham suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar seu desejo de uma vida melhor; os padrões de consumo sejam mantidos dentro do limite de interferência que o meio natural pode suportar; as necessidades humanas sejam atendidas de modo igualitário, assegurando a todos as mesmas oportunidades; a evolução demográfica esteja em equilíbrio com o potencial produtivo dos ecossistemas; os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra atmosfera, águas, solos e seres vivos não sejam degradados ; o acesso eqüitativo aos recursos ameaçados seja garantido, reorientando-se os avanços tecnológicos no sentido de aliviar as pressões de sobre-utilização dos recursos; os recursos renováveis sejam usados dentro dos limites que permitam sua regeneração natural; 7

os recursos não-renováveis sejam utilizados de modo racional, com ênfase na reciclagem e no uso eficiente, de modo que não se esgotem antes de haver substitutos adequados; os impactos negativos sobre a qualidade do ar, da água e dos demais elementos naturais sejam minimizados, a fim de manter a integridade global dos sistemas (CMMAD. 1991, p. 46 apud, AFONSO, p. 12). O profundo processo de transformação da vida social e econômica em curso, manifestado em seus aspectos positivos e negativos a proteção dos recursos naturais, suas condições de sustentabilidade e quase impossibilidade de reversão do crítico panorama do agravamento das questões ambientais, porém não impossível pela ação consciente e comprometida de todas as gerações, e em especial da juventude que representa cerca de 30% da população mundial. Torna-se evidente a necessidade de modificações de atitudes e posturas éticas e políticas dos indivíduos e dos sistemas que regulam modos de vida e usos dos recursos naturais, em defesa das necessidades humanas e dos demais seres vivos, seja na esfera das decisões internacionais, quanto nacionais, regionais e locais, e que envolvem políticas e decisões coletivas de proteção do meio ambiente e de desenvolvimento. Nas últimas décadas, o mundo sofreu processos mais acelerados de transformações do modo de vida das populações, na defesa de seus direitos e de modos produtivos econômicos e de organizações diferenciadas das sociedades. Impactos e demandas aceleradas e por vezes insustentáveis deflagrados por homens e mulheres, e que repercutiram num futuro seguro e saudável à juventude. Como descreve Diogo Damasceno Pires, do Coletivo Jovem GO, no texto sob o título: Juventude e Meio Ambiente Conexões Possíveis, na publicação Agenda 21 e Juventude organizada pelo Ministério do meio Ambiente em 2008: Muitos são os sonhos e desafios que permeiam o imaginário da juventude, ou melhor, das juventudes, já que estas são plurais e diversificadas, cada qual carregando consigo sonhos, anseios, aspirações, angustias e 8

esperanças. Ser jovem é ter vontade de fazer mais, é energia. É estado de espírito e respeito à diversidade, pois a juventude, na sua pluralidade, tem diversas tribos. Ser jovem é antes de tudo a tentativa de compreender o mundo a nossa volta. É nessa tentativa que surgem jovens mais preocupados com a vida do planeta e com disposição para transforma-lo (BRASIL, MMA, 2008, p. 17). O que inclui um meio ambiente de qualidade, melhores padrões de vida e acesso à educação, ao emprego. Essas questões estão presentes no propósito e justificativa das oficinas de educação ambiental a serem novamente realizadas com os jovens adolescentes, de ambos os sexos, do Projeto Florir Toledo, coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Toledo. 4. Resultados As Oficinas de Educação Ambiental são implementadas de forma dinâmica, interativa com a realidade local e participativa com os jovens adolescentes do Projeto Florir Toledo, e de recursos acessíveis à equipe de acadêmicos, docentes e demais colaboradores do Projeto. Com exposição de temas, estudos dirigidos, debates, visitas, e outras metodológicas apropriadas para a melhor assimilação dos conteúdos e motivação dos participantes, considerando que os Coletivos Jovens envolvidos com temas ambientais, orientam suas ações por três princípios: Jovem educa jovem; Jovem escolhe jovem, Uma geração aprende com a outra. As atividades formativas em educação ambiental com jovens adolescentes são desenvolvidas na sede do Projeto Florir Toledo, semanalmente, nas terças-feiras das 13h30 min às 15h00 min (1h30 min. semanais) para o termo vespertino, e nas segundas - feiras min das 09h30 min às 11h00 min (1h30 min. semanais) para o turno matutino. Podendo estas ser executadas em outros locais mediante autorização dos setores responsáveis pela coordenação do Projeto Florir Toledo. Sendo projetadas inicialmente aos jovens adolescentes participantes do Projeto Florir Toledo, contudo não limitadas e podem ser executadas com outros grupos de jovens. 9

Síntese das atividades desenvolvidas em 2008 no Projeto Florir Toledo: Oficinas de Educação Ambiental realizadas no período matutino: 28 horas, com 20 jovens: Dia 26/08/2008- Apresentação do Projeto Dia 02/09/2008- Agenda 21 e o Meio Ambiente Dia 09/09/2008- Agricultura Sustentável Dia 16/09/2008- Conhecendo o outro Dia 23/09/2008- Conhecendo as flores Dia 30/09/2008- Água: uma grande preocupação Dia 07/10/2008- Compostagem Dia 14/10/2008- Dinâmica de convivência Dia 21/10/2008- Separação do Lixo Dia 28/10/2008- Documentário: Expedição Floriano (Filmado no interior do Parque Nacional do Iguaçu) Dia 04/11/2008- Entendendo o Meio Ambiente Dia 11/11/2008- Cartazes sobre o Meio Ambiente Dia 18/11/2008- Biodiversidade Dia 02/12/2008- Encerramento e avaliação das atividades. Oficinas realizadas no período vespertino: 48 horas, com 20 jovens : Dia 20/05/2008 - Apresentação do Projeto Vai ter para todo mundo? Dias 03, 05 e 10/06/2008 Fome Mundial e Participação nas atividades da Unioeste na Semana do Meio Ambiente Dia17/06/2008 - Carta da Terra Dia 24/06/2008 - Os quatro princípios da Carta da Terra Dia 01/07/2008 - Conhecendo a si próprio Dia 24/07/2008 - A água Dias 29/07/2008 à 12/08/2008 - Como economizar água Dias 19 e 26/08/2008 - Biodiversidade Dias 02 e 09/09/2008 Mapeamento do Projeto Florir Toledo Dia 23/09/2008- Socialização e valores pessoais Dia 30/09/2008 - Cidadania e Direitos Humanos Dia 07/10/2008 e 14/10/2008. - ECA Estatuto da Criança e Adolescente Dia 04/11/2008 - Documentário: Expedição Floriano ( Filmado no interior do Parque Nacional do Iguaçu) Dia 11/11/2008 - Coleta Seletiva Dia 18/11/2008 - Compostagem Dia 25/11/2008 - Doenças Sexualmente Transmissíveis e Diga NÃO as drogas Dia 02/12/2008 - Encerramento e avaliação das atividades (TOLEDO. 2008). 10

5. Considerações Finais Avalia-se como positiva a execução das ações formativas em educação ambiental coordenadas pela Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade SEIPAS, com jovens adolescentes Projeto Florir Toledo. Os resultados podem ser percebidos e avaliados pelo tempo de permanência com os integrantes do projeto social e do interesse que os mesmos vem demonstrando ao longo a execução das oficinas. Os temas discutidos nas oficinas educativas aproximaram-se aos objetivos definidos e as expectativas dos participantes, centram-se nas diretrizes da Agenda 21, nas políticas ambientais e propósitos levantados pelo Ministério do Meio Ambiente quanto ao envolvimento da Juventude nas questões ambientais. Acredita-se que de certa forma iniciou-se uma caminhada de formação de educadores ambientais populares com reflexão teórica, saberes plurais e aprendizados singulares de modo a interagir com os jovens como protagonistas, atuando no sentido crítico e transformador da educação ambiental informal em ações extensionistas e executadas em conformidade com a missão da Unioeste. Uma formação para a compreensão da magnitude dos problemas ambientais atuais e do saber ambiental necessário à compreensão do direito a vida a todas as suas formas - humana e não humana e na defesa do meio ambiente e do Planeta Terra. 6. Referências AFONSO, Cíntia Maria. Sustentabilidade:caminhos ou utopia? São Paulo: Annablume: 2006. BRASIL. II Conferência Nacional de Meio Ambiente. Brasília: dez/2005. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 e Juventude. Brasília: MMA-SAIC- DCRS, maio, 2008. 11

CONFERËNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS. Agenda 21 Global. Curitiba: IPARDES, 2001 CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum. 2º ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. DIAS, Bráulio F. de Souza. Demandas governamentais de monitoramento da diversidade biológica brasileira. In: Garay, Irene, Dias, Bráulio F.S. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis, Rj: Vozes, 2001. ROESLER. Marli Renate von Borstel. Gestão Ambiental e Sustentabilidade: a dinâmica da Hidrelétrica Binacional de Itaipu nos Municípios Lindeiros. Cascavel: EDUNIOESTE, 2007. TOLEDO. Ação socioambiental e formação em educação ambiental da Sala de Estudos e Informações em Políticas Ambientais e Sustentabilidade SEIPAS Ano 2008-2010. Roesler, Marli Renate von Borstel (Coordenadora). UNIOESTE/Curso de Serviço Social/CCSA: Toledo, 2008. TOLEDO. Oficinas de Educação Ambiental no Projeto Florir Toledo: Meio Ambiente e a Juventude no Desenvolvimento Sustentável (períodos: vespertino e matutino). ROESLER, Marli Renate von Borstel (Coordenadora). UNIOESTE/Curso de Serviço Social/CCSA: Toledo, 2009. 12