A PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS EM PACIENTES QUE REALIZAM FISIOTERAPIA HOSPITALAR

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Transcrição:

A PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS EM PACIENTES QUE REALIZAM FISIOTERAPIA HOSPITALAR Daniela Albano¹,Morgana Araújo², Fabiola Hermes Chesani³, Rubia Mara Giachini 4, Emmanuel Alvarenga Panizzi 5, Edilaine Kerkoski 6,Alexsandra Marinho Dias 7 1,2,3,4,5,6,7 Universidade do Vale do Itajaí/ Centro de Ciências da Saúde/ Rua Uruguai, 458 - Centro - Itajaí / SC - CEP 88302-202 - Bloco F5 Sala 207, daniella_albano@hotmail.com, morganaaraujo.sam@hotmail.com, fabiola.chesani@univali.br rubia@univali.br, pannizi@univali.br, kerkoski@univali.br, alexsandra.d@hotmail.com Resumo Atualmente existem poucos estudos sobre a prevalência das doenças de pessoas internadas que realizam fisioterapia hospitalar, frente a esta carência o estudo teve como objetivo verificar a prevalência das principais doenças que levaram ao atendimento fisioterapêutico num hospital público da região do Vale do Itajaí. Para esta análise foram utilizados como instrumento as tabelas de registro de atendimentos fisioterapêuticos realizados nos setores de clínica médica, clínica cirúrgica, clínica pediátrica e unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital público da região do Vale do Itajaí, considerados todos os registros de pacientes atendidos pela Fisioterapia correspondente ao período de fevereiro de 2015 a julho de 2016. Obtivemos como resultado desta pesquisa que a maior parte das patologias atendidas pela fisioterapia no hospital público da região do Vale do Itajaí são de origens pulmonares e ortopédicas e ainda assim se destaca a atuação precoce deste profissional contribuindo para uma redução do tempo médio de permanência no setor e para uma estabilização mais rápida do quadro clínico dos pacientes. Palavras-chave: Fisioterapia hospitalar, doenças, atendimento fisioterapêutico. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde Introdução A epidemiologia objetiva a identificação e a descrição do padrão e a frequência de eventos relacionados à saúde de uma determinada população, a fim de esclarecer as características gerais do comportamento de determinadas doenças e identificar os subgrupos populacionais mais vulneráveis (WERNECK, 2009). Para a realização de um estudo epidemiológico descritivo é necessário obter dados sobre pessoa, tempo e lugar. Esse tipo de estudo está primariamente interessado na ocorrência da doença por tempo, lugar e pessoas, tentando determinar se houve aumento ou decréscimo da doença ao longo do ano (LILIENFEL et al., 2012). Atualmente existem poucos estudos sobre a prevalência das doenças de pesssoas internadas que realizam fisioterapia hospitalar. O estudo de Vieira et al. (2016) descreveu as características sociodemográficas e o maior índice de internações hospitalares no estado da Bahia e conclui que a maior ocorrência de doença arterial coronariana foi insuficiência cardíaca na faixa etária de 70 a 79 anos, o sexo masculino teve maior morbidade hospitalar e, em relação à cor/raça observou-se homogeneidade na sua distribuição. Dentre as áreas de atuação da profissão, encontramos a fisioterapia hospitalar que ganhou grande espaço nos últimos anos, e teve maior força após a instalação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 7 de fevereiro de 2010, que regulamentou o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de todo país. Intensificou-se, então, a necessidade da presença do fisioterapeuta na terapia intensiva e, consequentemente, nos demais setores hospitalares, não somente nas O trabalho da fisioterapia nos hospitais já tem mostrado vantagens que se refletem em menores índices e tempo de intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva, menor número de complicações 1

pulmonares e motoras, redução nas taxas de infecções e tempo de internação hospitalar (TAQUARY; ATAÍDE; VITORINO, 2013). Apesar da importância da fisioterapia no ambiente hospitalar, não há trabalhos que avaliem o perfil epidemiológico em hospitais, justificando essa pesquisa. O reconhecimento do perfil epidemiológico representa uma demanda importante para que se obtenha uma melhor adequação das práticas de saúde, bem como estabelecer uma demanda ambulatorial na rede pública para uma avaliação fidedigna dos serviços, com o objetivo de orientar todos aqueles envolvidos na gestão e planejamento em saúde. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a prevalência das principais doenças que levaram ao atendimento fisioterapêutico num hospital público da Região do Vale do Itajaí. Material e Métodos O presente estudo é de caráter observacional, retrospectivo com análise estatística descritiva. O instrumento utilizado para coleta de dados foi à tabela de registro de atendimentos fisioterapêuticos realizados nos setores de clinica médica, clinica cirúrgica, clinica pediátrica e unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital público da Região do Vale do Itajaí. Foram considerados todos os registros de pacientes atendidos pela fisioterapia correspondente ao período de fevereiro de 2015 a julho de 2016, no estágio supervisionado dos acadêmicos de fisioterapia da universidade comunitária do sul do país. Os atendimentos eram realizados de segunda a sexta-feira no período matutino (7 horas 30min até às 11 horas 55min). O mês de janeiro de 2015 e 2016 não foi estudado, pois a universidade encontrava-se em período de férias, e por ser assim não era realizado estágio neste período. A coleta dos dados para a pesquisa foi realizada no mês de agosto de 2016, onde os registros dos atendimentos estavam em planilha do Microsoft Excel 2010 e foram observados os dados relativos às doenças atendidas e o número de pacientes acometidos por estas. Os resultados serão descritos em análise percentual, sendo apresentados de forma textual e por meio de figuras. Resultados De acordo com os dados coletados em planilhas de controle foram atendidos 669 pacientes com as mais diversas patologias, totalizando 2.401 atendimentos, durante os meses de fevereiro a dezembro de 2015 e de fevereiro a julho de 2016, em todas as clínicas de atuação dentro da unidade hospitalar. Do número total de pacientes foi realizada uma divisão por áreas de atuação, resultando em seis grandes grupos denominados, doenças renais com prevalência de 2% das afecções atendidas, eventos cardíacos 4%, eventos neurológicos 17%, doenças ortopédicas e vasculares com prevalência de 19%, eventos pulmonares 19%, e as mais diversificadas afecções com 39% do número total de patologias, como é representado na figura abaixo. Figura 1- Divisão da amostra de acordo com as áreas de atuação em todas as clínicas dentro da unidade hospitalar Ao identificar uma maior prevalência de pacientes dentro dos grupos de eventos ortopédicos e vasculares, neurológicos e pulmonares, foi realizado uma análise das patologias mais frequentes dentro de cada grupo, e assim foram encontrados os seguintes resultados. 2

No grupo de eventos ortopédicos e vasculares com um número total de 125 pacientes, aproximadamente 97% apresentaram fraturas decorrentes de traumas, acidentes entre outras, e 3% amputações em decorrência de complicações vasculares, como mostra figura abaixo. Figura 2- Divisão da amostra de acordo com as patologias ortopédicas e vasculares com maior número de pacientes acometidos No grupo de eventos neurológicos com um número total de pacientes de 117, aproximadamente 81% apresentaram acidente vascular encefálico (AVE) variando entre isquêmico e hemorrágico, e 19% traumatismo crânio encefálico (TCE), como mostra figura abaixo. Figura 3- Divisão da amostra de acordo com as patologias neurológicas com maior número de pacientes acometidos No grupo de eventos pulmonares com um número total de pacientes de 125, aproximadamente 51% apresentaram pneumonia, 21% bronquiolite, 14% derrame pleural, 9% pneumotórax, 3% bronquite e 2% asma, como mostra figura abaixo. Figura 4- Divisão da amostra de acordo com as patologias pulmonares com maior número de pacientes acometidos. 3

Discussão Neste estudo os grupos mais atendidos pela fisioterapia foram: doenças renais (2%), eventos cardíacos (4%), eventos neurológicos (17%), doenças ortopédicas e vasculares (19%), eventos pulmonares (19%), e outras afecções (39%). No estudo realizado por Conceição et al. (2014), onde foram analisados o perfil epidemiológico de pacientes atendidos pela fisioterapia no hospital Universitário de Sergipe, foram evidenciados diferentes resultados quando comparados com o presente estudo. Desta maneira foram encontrados os seguintes resultados: relacionados às doenças oncológicas (22%) dos atendimentos fisioterapêuticos, doenças infecto-contagiosas (20%), doenças respiratórias (10%), doenças ortopédicas (6%), doenças neurológicas (5%), doenças cardiovasculares (4%) dentre outras que se diferem nas mais diversas patologias. Em comparação aos estudos supracitados, observamos que o perfil patológico se difere de uma população estudada em relação à outra, onde esta diferença esta pautada em relação às incidências patológicas de cada região e as características das populações que ali residem. Ainda assim, podemos destacar que em ambos os estudos há uma grande parcela de pacientes atendidos por doenças pulmonares, sendo esta uma atuação muito comum da fisioterapia no contexto hospitalar. A fisioterapia neste contexto se destada por atuar na prevenção e no tratamento das doenças respiratórias utilizando diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em âmbito ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva, com o objetivo de melhorar a função pulmonar, através da desobstrução brônquica, da expansão das vias aéreas colapsadas e no equilíbrio da relação ventilação/perfusão; diminuindo assim o tempo de hospitalização, diminuindo o risco de infecções, melhora nas trocas gasosas entre a membrana alvéolo-capilar, tornando o quadro clinico do paciente mais estável (ALVES, 2015). Em outra pesquisa realizada por Taquary et al. (2013), em um hospital público de Goiás, as doenças respiratórias foram também a patologia mais frequente (29,5%), atendidas pela fisioterapia, atentando-se assim a este grande público a fisioterapia respiratória não se restringe apenas ao olhar sobre o sistema respiratório, que para um bom funcionamento é necessário um olhar integral sobre os sistemas que auxiliam seu funcionamento incluindo assim o sistema cardiovascular, neurológico e musculo-esquelético (PINHEIRO, 2014). Destaca-se também neste contexto a relevante atuação da fisioterapia nas doenças neurológicas e ortopédicas, onde tanto neste presente estudo quanto no que está sendo comparado, houve um maior destaque para as doenças neurológicas quando comparados com as doenças ortopédicas. Em uma análise comparativa pode se observar que no presente estudo as incidências das doenças neurológicas e ortopédicas foram maiores quando comparadas com as incidências no estado do Sergipe o que se pode observar também através da análise dos dados do DATASUS (2016), com dados relativos ao mês de julho do ano de 2016 onde foram registrados 854 internações e 624 atendimentos de urgências relacionados às doenças neurológicas no estado de Santa Catarina comparados com 68 casos de internações e 54 atendimentos de emergências relacionados às doenças neurológicas no estado de Sergipe, o que explica a diferença estatística dos dados das pesquisas. Já as doenças ortopédicas foram registradas com 1.217 internações e 521 atendimentos de emergências no estado de Santa Catarina e 90 casos de internações e 40 de emergências no estado de Sergipe. No âmbito hospitalar, a fisioterapia neurológica é um serviço indispensável para reorganização cortical e consequente reaprendizado motor, muitos autores ressaltam que o tratamento precoce é benéfico, e tem o intuito de prevenir alterações musculoesqueléticas secundárias, como atrofia e dor, além de evitar movimentos compensatórios exagerados (VALENTE et al., 2006). A fisioterapia ortopédica também se constitui de grande relevância no contexto hospitalar de acordo com Santos, Araújo e Filone (2015), a fisioterapia desenvolve independência funcional no paciente submetido a cirurgias ortopédicas ainda na fase hospitalar, diminuindo a incidência de complicações relacionadas aos procedimentos realizados e até mesmo diminuindo indiretamente os riscos de infecções, uma vez que diminui o tempo de internação destes pacientes. Em relação às outras afecções, a fisioterapia além de diminuir o tempo de internação hospitalar, auxilia no tratamento e evita determinadas sequelas decorrentes das patologias ou até mesmo do período de acamamento. A literatura relata que o repouso prolongado no leito promove diminuição da capacidade funcional, do tônus muscular e da volemia, inadaptabilidade às mudanças posturais (hipotensão postural) e aumento das respostas da frequência cardíaca aos esforços, da pressão arterial e da ansiedade, por estes motivos a fisioterapia precoce no ambiente hospitalar é de grande relevância, pois é neste 4

cenário que iremos atuar evitando os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito, melhorando o condicionamento cardiorrespiratório e também trabalharemos na prevenção das diversas complicações que podem existir (HISS et al, 2012). A atuação do fisioterapeuta no ambiente hospitalar vem aumentando sistemática e gradualmente nas últimas décadas, o que possibilita um avanço na área científica e leva um maior esclarecimento sobre o papel deste profissional (ALVES, 2015). Conclusão Este estudo concluiu que a maior parte das patologias atendidas pela fisioterapia no hospital público da Região do Vale do Itajaí incluindo assim todos os setores (clinica médica, cirúrgica, pediátrica e UTI) são de origens pulmonares e ortopédicas. Referências ALVES, A. N. A importância da atuação do fisioterapeuta no ambiente hospitalar. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 16, n. 6, 2015. CONCEIÇÃO, L.S.R, et al. Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pela fisioterapia do hospital da universidade federal de Sergipe. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente, Aracaju, v.3, n.1, p. 29 38. Outubro, 2014. COVATI, F.R. et al. O efeito da fisioterapia respiratória em um paciente DPOC. Revista FisiSenectus, v. 1, p. 121, 2013. DATASUS/ Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Disponivél em < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/nruf.def > Acessado em 01 Agosto 2016. DOS SANTOS N.M.; DE ARAUJO, M.A.; FILONI,E. Frequência de pacientes submetidos á fisioterapia hospitalar e ambulatorial de pós-operatorio de patologias ortopédicas. Vita et Sanitas, v. 8, n. 8, p. 162-184, 2015. GONÇALVES, A.C.S. Perfil clínico dos pacientes atendidos pelo serviço de fisioterapia na unidade de urgência e emergência de um hospital público de Minas Gerais. ASSOBRAFIR Ciência. v.5, n.3,p.55-62, 2014. HISS, M.D.B.S et al. Segurança da intervenção fisioterápica precoce após o infarto agudo do miocárdio. Fisioterapia Movimento. 2012 jan/mar; 25(1):153-63. LILIENFELD, A.M.; LILIENFELD, D.E. Foundations of epidemiology. New York: University Press; 1980. PINHEIRO, Gisele Braga. Introdução à fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014, 134p. TAQUARY, S.A.S., ATAÍDE D.S., VITORINO P.V.O. Perfil clínico e atuação fisioterapêutica em pacientes atendidos na emergência pediátrica de um hospital público de Goiás. Fisioterapia Pesquisa 2013;20(3):262-7. VALENTE, S.C.F. et al. Resultados da fisioterapia hospitalar na função do membro superior comprometido após acidente vascular encefálico. Revista Neurociências, v. 14, n. 3, p. 122-126, 2006. 5

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