Palavras-chave: fixador externo, mandíbula, osteossíntese, fraturas Keywords: external fixation, mandible, osteosynthesis, fractures

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1 FIXADOR ESQUELÉTICO EXTERNO NO TRATAMENTO DE FRATURA MANDIBULAR EM CÃO RELATO DE CASO EXTERNAL SKELETAL FIXATION IN THE TREATMENT OF MANDIBULAR FRACTURE IN DOG CASE REPORT Alinne Rezende de SOUZA 1 ; Daniel Oliveira RIBEIRO 2 ; Gustavo de Oliveira Lima Carneiro de ALBUQUERQUE 2 ; Fernanda SIMON 2 ; Débora Luíza DALZOCHIO 3 ; Leonardo Augusto Lopes MUZZI 4. ; Wanessa Triless NUNES¹. 1 Estudante de graduação de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras, alinnerezendedesouza@gmail.com 2 Médico Veterinário Residente Setor de Cirurgia Veterinária/DMV/UFLA 3 Médica Veterinária Residente Setor de Diagnóstico por Imagem Veterinária/DMV/UFLA 4 Professor Associado Orientador Setor de Cirurgia Veterinária/DMV/UFLA Resumo: As fraturas de mandíbula geralmente resultam de lesões traumáticas na região da cabeça, ou ainda de periodontite grave ou de neoplasias, exigindo diagnóstico e tratamento imediatos. O método apropriado para o tratamento das fraturas mandibulares é determinado com base no escore de avaliação e localização da fratura e deve atender alguns fatores, tais como o alinhamento oclusal, estabilidade óssea adequada, ausência de danos em tecidos moles e duros, a preservação da dentição e um retorno imediato da função. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de fratura de mandíbula em um cão tratado cirurgicamente pela a utilização de um fixador esquelético externo, cujo procedimento de osteossíntese foi realizado no Hospital Veterinário da UFLA, em um cão de cinco meses de idade sem raça definida. O FEE promoveu adequada estabilização da fratura e houve completa consolidação da fratura aos 56 dias após a intervenção cirúrgica. Palavras-chave: fixador externo, mandíbula, osteossíntese, fraturas Keywords: external fixation, mandible, osteosynthesis, fractures Introdução: Fraturas maxilares e mandibulares podem resultar de traumas, periodontite grave ou de neoplasias (FOSSUM, 2005). As fraturas mandibulares representam cerca de 3% de todas as fraturas em cães e 15% das que ocorrem em gatos Anais do 38º CBA, 2017 - p.2277

2 (PIERMATTEI & FLO, 1997). É comum na rotina clínica veterinária a ocorrência de cães com histórico de politraumatismo. Na maioria das vezes, as fraturas mandibulares encontram-se abertas e contaminadas (BOUDRIEAU, 2004; LEGENDRE, 2005; LOPES et al, 2005). A mandíbula apresenta algumas particularidades quando comparada aos outros ossos longos do animal que devem ser consideradas para a osteossíntese. A presença dos dentes e suas raízes, a necessidade da preservação da oclusão dentária e seu escasso revestimento muscular devem ser considerados previamente à escolha do melhor método de tratamento (LEGENDRE, 2005). O tipo de intervenção cirúrgica a ser adotada nas fraturas mandibulares varia muito em função do escore de avaliação e da localização e extensão da fratura. O ideal é o estabelecimento funcional, aliado a uma perfeita oclusão dos dentes, evitando sempre atingir as raízes dentárias com o implante inserido no procedimento cirúrgico. Dentre os métodos de fixação de fraturas do corpo mandibular destacamse o uso de fixadores esqueléticos externos (FEE), pinos e fios metálicos, resina acrílica e placas ósseas (MARRETTA, 1998; LEGENDRE, 2005; VERSTRAETE, 2007). O uso do FEE é apropriado para fraturas sem continuidade, múltiplas, bilaterais e instáveis. O fixador externo pode ser utilizado com redução cirúrgica fechada ou minimamente aberta no local da fratura e tem seu uso indicado em fraturas mandibulares expostas e infeccionadas (PIERMATTEI & FLO, 1997). Descrição do Caso: Um cão macho com cinco meses de idade e sem raça definida foi levado ao Hospital Veterinário da UFLA com histórico de atropelamento cinco dias prévios à consulta, perda progressiva de tônus mandibular e persistência da cavidade oral em posição aberta, cursando com odor fétido. Ao exame físico não foi detectado sinal de trauma craniano ou medular. Ao exame radiográfico foi diagnosticada uma fratura completa do ramo mandibular no antímero esquerdo, adjacente ao alvéolo do dente canino com descolamento do fragmento caudal da mandíbula fraturada para o interior da boca. Após realizar exames pré-anestésicos, o animal foi encaminhado para a cirurgia de osteossíntese mandibular. Realizou-se sondagem por faringoscopia e optou-se pela utilização de um FEE no qual os pinos de fixação foram colocados percutaneamente através do corpo mandibular, entre os dentes e com orientação mais ventral possível, evitando assim atingir as raízes dentárias. Anais do 38º CBA, 2017 - p.2278

3 Foram inseridos quatro pinos unilaterais e um pino transversal bilateral mais rostral, cujas extremidades foram dobradas paralelas à pele para fixação com uma barra acrílica. Após avaliar a adequada oclusão dentária, o acrílico foi moldado sobre os pinos de fixação em torno das regiões lateral direita, rostral e rostro-lateral esquerda da mandíbula para formar uma barra conectora. Foi realizada a radiografia no pósoperatório imediato para avaliar a posição do FEE, a oclusão dentária e para assegurar a integridade das raízes dentárias. Durante o pós-operatório o animal ficou internado com analgesia, anti-inflamatórios e antibióticos. Com 48 horas após a cirurgia, o animal já ingeria ração previamente amolecida. Com 14 dias de pósoperatório, já se observava intensa formação de tecido cicatricial de granulação envolvendo a região da fratura. O FEE foi removido após completa consolidação da fratura aos 56 dias após a realização da intervenção cirúrgica. Discussão: Os FEE podem ser adequadamente utilizados para estabilizar fraturas do corpo mandibular, se houver tecido ósseo suficiente para reter os pinos de fixação (JOHNSON, 2008). É considerado um excelente método de estabilização de fraturas mandibulares, pois proporcionam rápida estabilidade pela neutralização das forças de tensão, compressão e rotação do ramo horizontal (RIJO, et al, 2007). Quando a consolidação estiver completa, a remoção dos fixadores é um procedimento relativamente simples, mas deve ser realizado mediante anestesia geral (CANAPP, 2004). No caso em questão, o fixador foi retirado aos 56 dias de pós-operatório, quando já havia sinais radiográficos de completa reparação óssea. Algumas complicações são atribuídas mais aos pacientes do que à própria fratura, por exemplo, os pacientes jovens podem ser mais complicados de serem tratados, pois possuem alguns dentes decíduos que ainda não foram trocados, e os dentes permanentes inclusos frequentemente estão situados na linha de fratura (MARRETA, 2003). O animal em questão era um filhote de cinco meses de idade e não houve complicações referentes aos dentes decíduos ou permanentes. Por outro lado, os pacientes geriátricos, por sua vez, apresentam uma série de complicações como consolidação lenta e os ossos que restaram podem sofrer de doença periodontal avançada (MARRETA, 2003). No pós-operatório imediato há necessidade de atenção especial na alimentação do animal, devendo ser fornecidos alimentos líquidos ou pastosos para Anais do 38º CBA, 2017 - p.2279

4 não comprometer a estabilidade do sistema de fixação óssea. Pode haver necessidade de aplicação de colar elizabetano, para que o paciente não interfira com o FEE, entretanto, comumente esse tipo de dispositivo poderá ser removido após o desaparecimento da inflamação. Por ser um local contaminado, é apropriada a instauração de antibioticoterapia sistêmica e limpeza local, reduzindo a incidência de infecções (VERSTRAETE, 2007). Conclusão: As fraturas mandibulares devem ser adequadamente reduzidas e fixadas com um método que proporcione estabilidade ao local fraturado. O FEE promoveu adequada fixação do corpo mandibular, possibilitando o uso precoce da mandíbula e a correta consolidação da fratura. Destaca-se também a importância do correto manejo e dos cuidados com o paciente no pós-operatório. Referências: BOUDRIEAU, R. J. Miniplate reconstruction of severely comminuted maxillary fractures in two dogs. Veterinary Surgery, Davis, v. 33, n. 2, p. 154-163, 2004. CANAPP, S. O. External fracture fixation. Clinical tecniques in Small Animal Practice, Philadelphia, v. 32, p. 114-119, 2004. FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais, 4.ed. São Paulo: Roca, 2005. 1640p. JOHNSON, A. L. Tratamento de fraturas específicas. In : FOSSUM, T.W. Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Elsevier, 2005. p.1106-1212. LEGENDRE, L. Maxillofacial Fracture Repairs. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, Philadelphia v. 35, n. 4, p. 985-1008, 2005. LOPES, F.; GIOSO, M.A.; FERRO, D.G.; LEONROMAN, M.A.; VENTURINI, M.A.F.A. Oral fractures in dogs of Brazil - a retrospective study. In: Journal of Veterinary Dentistry, v. 22, n. 2, p. 86-90, 2005. MARRETTA S. M. Maxillofacial fracture complications. In: Proceedings of the 17th Annual Veterinary Dental Forum. Nashville (TN): Annual Veterinary Dental Forum; 2003. p. 85 7. Anais do 38º CBA, 2017 - p.2280

5 MARRETTA, S. M. Maxillofacial surgery. Veterinary Clinics of North America. Small Animal Practice, Philadelphia, v. 28, n. 5, p. 1285-1295, 1998. PRADO, T.D., SILVA, L. A. F., MARIANO, K.P., RODRIGUES, L. F., MENESES, T. D., ROZA, M. R. Técnicas de imobilização de mandíbulas de cães e gatos: Revisão de literatura; Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação. Curitiba. v. 9, n. 31, p. 600-605,. 2011. PIERMATTEI, D.L., FLO, J.L. Brinker Piermattei and Flo`s Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. 3 ed. Philadelphia: Saunders, 1997. Cap. 20: Fractures and luxations of the mandible and maxila p. 659-675 RAHAL, S.C., FRANCISCONE, P.F., IWABE, S., SOARES, F.P. Métodos de fixação de fraturas mandibulares em cães: Resistencia mecânica à compressão. Ciência Rural, Santa Maria, v. 28, n. 3, p. 431-434, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s010384781998000300013 Capturado em 19 Fevereiro 2017. RIJO, R. C.; FALCÃO, M. V. C.; SANTOS JUNIOR, J. C. B.; SILVA; S. A.; SOIBELMAN, D.; RAMOS, C. V. R. Osteossíntese do ramo horizontal da mandíbula com aparelho de fixação esquelética externa de resina acrílica em um acabra (Capra Hircus). Acta Scientiae Veterinariae, v. 35, p. 1395-1396, 2007. ROUSH, J. K. Management of fractures in small animals. Veterinary Clinics Small Animal Practice, v. 35, p. 1137-1154, 2005. VERSTRAETE, F. J. M. Fraturas maxilofaciais. In: SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Manole, 2007. p. 2190-2207. Anais do 38º CBA, 2017 - p.2281