Estimativa do Custo de Produção do Milho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso



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Transcrição:

153 ISSN 1679-0472 Abri, 2009 Dourados, MS Foto: Niton Pires de Araújo Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso Aceu Richetti Gessi Ceccon 1 2 Ao panejar a safra de verão, o produtor rura já está programando a safra de outono/inverno. Esta preocupação não deve estar votada somente para com os processos produtivos, mas também com as ações gerenciais e administrativas da propriedade, tais como revisão das máquinas, compra dos insumos, acompanhamento do cima e, principamente, as osciações de mercado. Sendo um tomador de decisões, mesmo que as faça intuitivamente, o produtor rura procura seecionar as mehores aternativas para cada safra que se aproxima. Visando auxiiar o produtor na apuração e avaiação dos resutados econômicos que podem ser obtidos em sua propriedade, este trabaho tem por objetivo apresentar as estimativas do custo de produção da cutura do miho safrinha em 2009. Para a eaboração destas estimativas, tomou-se como base a média dos sistemas de produção predominantes entre produtores dos Municípios de Dourados, Maracaju e Ponta Porã, em Mato Grosso do Su e Primavera do Leste, Sapeza e Sorriso, em Mato Grosso. O custo de produção é constituído pea remuneração do capita mais as despesas com insumos, operações agrícoas e outras, utiizadas no processo produtivo. As partes componentes do custo são os custos fixos e os custos variáveis. Considerou-se como custo fixo a depreciação, o seguro e os juros sobre o vaor de máquinas e equipamentos e a remuneração do capita empregado em terra (vaor de arrendamento). O vaor do arrendamento foi estimado por um período de cinco meses, considerando-se o tempo de ocupação da área pea cutura. As despesas reaizadas com fatores de produção, tais como sementes, fertiizantes, herbicidas, inseticidas, mão-de-obra, combustíveis, ubrificantes, reparos de máquinas e equipamentos constituem o custo variáve. Nas operações mecanizadas foram consideradas as despesas com mão-de-obra, combustíveis, manutenção de máquinas e equipamentos. As informações coetadas (preços dos insumos, mãode-obra, máquinas e equipamentos) no mês de dezembro de 2008 e fevereiro de 2009 foram usadas para estimar o custo de produção e o grau de importância dos componentes do custo para o conjunto dos produtores da região estudada em cada Estado. De acordo com o Pano Agrícoa e Pecuário 2008/2009, o preço mínimo do miho em vigor desde janeiro de 2009 é de 16,50 por saca de 60 kg em Mato Grosso do Su e 13,20 em Mato Grosso (BRASIL, 2008). Utiizou-se a cotação do dóar de 2,10. 1 Adm., M.Sc., Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Posta 661, 79804-970 Dourados, MS. E-mai: richetti@cpao.embrapa.br 2 Eng. Agrôn., Ph.D., Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Posta 661, 79804-970 Dourados, MS. E-mai: gessi@cpao.embrapa.br

2 Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Os sistemas de cutura utiizados peos produtores podem ser considerados de médio níve tecnoógico, os quais são praticados em avouras comerciais. O sistema pantio direto é usado em todas as avouras. O miho safrinha é cutivado em sucessão à soja. As sementes de miho são de médio potencia produtivo e o espaçamento tem variado entre os tradicionais 80-90 cm e o adensado 45 cm. A semeadura é reaizada imediatamente após a coheita da soja. A produtividade varia de 50 a 80 sacos por hectare. Os coeficientes técnicos e as estimativas de custos são mostrados nas Tabeas 1 a 6, as quais refetem a tecnoogia usada nos sistemas de produção de miho safrinha praticados peos produtores de Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Nos municípios de Mato Grosso do Su, as estimativas do custo de produção, por hectare, da cutura do miho safrinha, variou entre 1.135,58 e 1.144,07 (Tabeas 1, 2 e 3). Em Mato Grosso, as estimativas as estimativas ficaram entre 1.017,77 e 1.204,95 (Tabeas 4, 5 e 6). Em Mato Grosso, em aguns municípios, os custos são mais baixos em consequência da aquisição de insumos em maiores voumes, através de compra conjunta e, em muitos casos, pea importação direta, que aém de diminuir o preço do insumo, diminui o custo do frete. A produtividade e os custos médios em cada município apontado são mostrados na Tabea 7. Verifica-se grande diferença quanto à produtividade esperada peos produtores. Esta produtividade serviu como base para a eaboração dos sistemas de produção, pois se espera que os sistemas em uso refitam o potencia produtivo desejado. Dentre as estimativas apresentadas, observa-se que o Município de Sorriso foi o que apresentou o menor custo de produção, por hectare, de 1.017,77 e o maior foi o de Sapeza ( 1.204,95). O menor custo tota médio, por saca produzida, de 14,24, é o de Maracaju, enquanto os maiores custos, tanto variáve médio ( 16,26) quanto tota médio ( 22,71) são encontrados nos pantios de miho safrinha no Município de Ponta Porã, em decorrência da baixa produtividade (Tabea 7). Os custos totais médios estimados na Tabea 7, com exceção de Dourados e Maracaju, estão acima do preço mínimo, em vigor desde janeiro de 2009, estabeecido peo Pano Agrícoa e Pecuário 2008/2009 (BRASIL, 2008). Nessas condições, para obtenção de ucro com o miho safrinha o produtor deverá vender sua produção a preços acima dos custos totais médios. Assim, o preço de mercado necessário por saca para se acançar o equiíbrio entre despesa e receita deverá ser maior que o custo tota médio. Os custos de produção da safra 2009, com base nos sistemas de produção em uso, apresentam-se eevados, estando, em média, 31,8 maiores que os da safra 2008 e 56,6 maiores que a safra 2007 (Tabea 8 e Fig. 1). Este aumento é causado, principamente, pea eevação dos preços dos fertiizantes, chegando a 53,3 entre as safrinhas de 2008 e de 2009. Custos eevados requerem, por parte dos agricutores, muita atenção. Agumas providências podem ser adotadas visando diminuir os custos sem, necessariamente, acarretar redução da produtividade, tais como reduzir ao mínimo os custos unitários de produção, por meio da diminuição da quantidade e/ou do custo dos insumos e incremento dos rendimentos por unidade de área; aumentar ao máximo a receita através da diminuição das perdas durante e após a coheita; incorporar vaor agregado, quando possíve, e reduzir os eos das cadeias de intermediação desnecessários. Na eaboração das estimativas de custo das operações agrícoas, principamente nas apicações de defensivos, foram utiizados dois equipamentos distintos: um com trator e puverizador de arrasto, com tanque de 2.000 itros, que tem custo hora máquina, média, de 42,59; o outro, com puverizador autopropeido, com tanque de 2.000 itros, com custo hora máquina de 77,93. O custo hora máquina de uma apicação com puverizador de -1 arrasto (rendimento da operação de 0,15 ha ) fica em 6,67 e com puverizador autopropeido -1 (rendimento da operação de 0,05 ha ) de 3,89. Uma apicação com puverizador autopropeido, apesar de ter custo hora máquina muito superior ao do puverizador de arrasto, fica bem mais em conta para o produtor. Apicações aéreas de defensivos agrícoas não foram constatadas nos evantamentos reaizados. Mas, em aguns casos, produtores têm-se utiizado das apicações aéreas para o controe de pragas e, atuamente, para controe de doenças da parte aérea do miho. Uma apicação aérea de inseticida, com vazão de 20 itros de cada, tem custo de 20,00 por hectare. Comparando-se com as operações reaizadas via terrestre, com puverizador de arrasto ( 6,67), ou puverizador autopropeido ( 3,89), é mais econômico a reaização de operações terrestres até a fase de pendoamento do miho. A partir desta fase, a apicação aérea é viáve, tendo em vista as perdas ocasionadas peo tombamento das pantas de miho causado pea barra de apicação dos puverizadores. O controe de pantas daninhas é um dos itens que interferem significativamente no custo de produção. Em aguns casos, o agricutor faz a dessecação da cutura da soja para antecipar a coheita, visando obter mehores preços com a oeaginosa e, consequentemente, antecipar a semeadura do miho safrinha. Desta forma, o produtor tem uma redução

Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. 3 significativa do custo de produção do miho, uma vez que o custo da dessecação recai sobre a cutura da soja. O produtor tendo área ivre de pantas daninhas poderá conduzir a cutura sem a apicação de herbicidas pré ou pós-emergentes. Mas, na presença de pantas daninhas de fohas argas, basta uma apicação de herbicida com o custo (trator + puverizador de arrasto + produto) de 35,17, em média. Usando puverizador autopropeido, 32,26. Porém, se a área for infestada com pantas daninhas de fohas estreitas e fohas argas haverá também a necessidade de apicação de graminicida, o que atera o custo de produção. O produtor que pode e deseja eevar o níve de investimento com a cutura, aém de adquirir semente com maior potencia produtivo e usar doses eevadas de fertiizantes, deve preocupar-se com a época de semeadura. Esta deve ser feita no período indicado para a cutura e em soos de boa fertiidade. O produtor deve ficar atento quanto ao período de impantação da cutura, pois à medida que avança o tempo, aumentam as probabiidades de ocorrência de adversidades cimáticas, especiamente escassez de chuvas e geadas, aumentando os riscos de cutivo. A utiização das tecnoogias de forma criteriosa resuta quase sempre em uso mais adequado de insumos e, por consequência, em menor custo de produção e menores probemas ambientais e à saúde das pessoas. O peno conhecimento do custo tota da atividade, os porcentuais de sua evoução e do custo unitário por saca produzida contribuem para mehorar a tomada de decisão e para verificar a rentabiidade do negócio.

4 Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Tabea 1. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Dourados, MS. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 297,63 141,73 25,90 Recuperação do capita Remuneração da terra 164,30 133,33 78,24 63,49 14,40 11,50 B - Custo variáve 846,44 403,06 74,10 B.1 Insumos Semente Fertiizante Herbicida dessecante Herbicida pós-emergente Inseticida 1 Inseticida 2 Inseticida 3 kg 18,00 t 0,20 3,00 3,00 0,60 0,30 0,05 9,68 1.330,00 15,00 9,00 20,00 45,50 177,00 546,74 174,24 266,00 45,00 27,00 1 13,65 8,85 260,35 82,97 126,67 21,43 12,86 5,71 6,50 4,21 47,80 15,20 23,30 3,90 2,40 B.2 Operações agrícoas 144,83 68,96 12,60 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita 0,30 0,45 77,59 43,49 43,49 146,84 38,79 13,05 19,57 73,42 18,47 6,21 9,32 34,96 3,40 1,10 1,70 6,40 B.3 Outros custos 154,87 73,75 13,70 Transporte externo Fundersu Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro agrícoa sc 70,00 sc 70,00 6,75 2,70 3,90 0,14 5,53 5,53 2,31 1 2,31 70,00 9,80 11,06 11,06 15,59 28,35 9,01 33,33 4,67 5,27 5,27 7,42 13,50 4,29 6,10 0,90 1,40 2,50 Custo tota (A + B) 1.144,07 544,79 100,00 Produtividade esperada: 4.200 kg ha -1. = hora máquina; dh = dias homem.

Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. 5 Tabea 2. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Maracaju, MS. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 264,08 125,75 23,20 Recuperação do capita Remuneração da terra 130,75 133,33 62,26 63,49 11,50 11,70 B - Custo variáve 874,99 416,67 76,80 B.1 Insumos Semente Fertiizante Herbicida dessecante Herbicida pós-emergente 1 Herbicida pós-emergente 2 Inseticida 1 Inseticida 2 Inseticida 3 B.2 Operações agrícoas kg t 18,00 0,20 2,50 3,00 0,30 0,40 0,30 9,68 1.350,00 16,00 1 65,00 15,50 16,00 45,00 562,94 174,24 270,00 40,00 31,50 19,50 6,20 8,00 13,50 126,61 268,07 82,97 128,57 19,05 15,00 9,29 2,95 3,81 6,43 60,29 49,40 15,30 23,70 3,50 2,80 1,70 11,10 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita B.3 Outros custos 0,32 0,48 0,40 75,73 42,02 42,02 137,84 37,86 13,44 20,17 55,14 185,44 18,03 6,40 9,60 26,26 88,31 3,30 1,80 4,80 16,30 Transporte externo Fundersu Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro rura sc sc 80,00 80,00 6,75 2,70 3,90 0,14 5,52 6,90 2,30 1 5,52 80,00 1 11,03 13,79 15,51 32,40 21,51 38,10 5,33 5,25 6,57 7,39 15,43 10,24 7,00 1,40 2,80 1,90 Custo tota (A + B) 1.139,07 542,42 100,00 Produtividade esperada: 4.800 kg ha -1.

6 Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Tabea 3. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Ponta Porã, MS. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 322,57 153,60 28,40 Recuperação do capita Remuneração da terra 189,24 133,33 90,11 63,49 16,70 11,70 B - Custo variáve 813,01 387,13 71,60 B.1 Insumos 498,90 237,57 43,90 Semente Fertiizante Herbicida dessecante Herbicida pós-emergente Inseticida 1 Inseticida 2 Inseticida 3 Espahante adesivo kg 20,00 t 0,15 3,00 0,30 0,05 9,68 1.330,00 15,00 9,00 26,00 45,50 177,00 5,50 193,60 199,50 30,00 27,00 2 13,65 8,85 5,50 92,19 95,00 14,29 12,86 9,90 6,50 4,21 2,62 17,00 17,60 2,60 2,40 1,80 B.2 Operações agrícoas 176,30 83,95 15,50 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita 0,67 0,32 0,48 0,67 75,16 42,27 42,27 137,50 50,36 13,53 20,29 92,12 23,98 6,44 9,66 43,87 4,40 1,80 8,10 B.3 Outros custos 137,81 65,61 12,20 Transporte externo Fundersu Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro rura sc 50,00 sc 50,00 6,75 2,70 3,90 0,14 5,40 6,75 2,25 7,50 5,40 50,00 7,00 1 13,50 15,19 20,25 21,07 23,81 3,33 5,14 6,43 7,23 9,64 10,03 4,40 0,60 1,30 1,80 1,90 Custo tota (A + B) 1.135,58 540,73 100,00 Produtividade esperada: 3.000 kg ha -1.

Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. 7 Tabea 4. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Primavera do Leste, MT. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 282,06 134,31 25,00 Recuperação do capita Remuneração da terra 152,06 130,00 72,41 61,90 13,50 11,50 B - Custo variáve 844,84 402,31 75,00 B.1 Insumos 551,93 262,82 48,90 Semente Fertiizante Herbicida dessecante 1 Herbicida dessecante 2 Herbicida pós-emergente Inseticida 1 Inseticida 2 Inseticida 3 Inseticida 4 kg t 16,00 0,20 2,50 3,00 0,05 0,10 9,68 1.350,00 16,00 13,60 10,40 14,00 16 18,40 8 154,88 270,00 40,00 10,88 3 14,00 8,05 14,72 8,20 73,75 128,57 19,05 5,18 14,86 6,67 3,83 7,01 3,90 13,70 24,00 3,50 2,80 1,30 B.2 - Operações agrícoas 130,37 62,09 11,60 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita 0,66 0,10 0,15 0,40 80,10 76,01 76,01 146,26 52,87 7,60 11,40 58,50 25,18 3,62 5,43 27,86 4,70 5,20 B.3 - Outros custos 162,54 77,40 14,50 Transporte externo Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro rura sc 75,00 6,75 2,70 3,90 5,46 6,82 5,46 9,75 5,46 75,00 10,92 13,65 15,35 26,33 21,29 35,71 5,20 6,50 7,31 12,54 10,14 6,70 1,40 2,30 1,90 Custo tota (A+B) 1.126,90 536,62 100,00 Produtividade esperada: 4.500 kg ha -1.

8 Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Tabea 5. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Sapeza, MT. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 250,85 119,45 20,60 Recuperação do capita Remuneração da terra 162,10 88,75 77,19 42,26 13,50 7,10 B - Custo variáve 954,10 454,34 79,40 B.1 Insumos Semente Fertiizante Herbicida dessecante Herbicida pós-emergente Inseticida 1 Inseticida 2 Espahante adesivo kg t 16,00 0,30 1,50 2,50 0,10 0,60 9,68 1.450,00 14,40 10,40 85,00 18,40 6,00 663,02 154,88 435,00 21,60 26,00 8,50 11,04 6,00 315,73 73,75 207,14 10,29 12,38 4,05 5,26 2,86 55,10 12,90 36,10 1,80 2,20 0,90 B.2 - Operações agrícoas 130,52 62,15 10,90 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita 0,10 0,10 79,43 81,29 81,29 149,10 39,71 8,13 8,13 74,55 18,91 3,87 3,87 35,50 3,30 6,20 B.3 - Outros custos 160,56 76,46 13,40 Transporte externo Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro rura Custo tota (A+B) sc 80,00 6,75 2,70 3,90 6,35 7,94 2,65 8,80 2,65 80,0 12,70 15,87 17,89 23,76 10,34 1.204,95 38,10 6,05 7,56 8,52 11,31 4,92 573,79 6,60 1,10 1,30 1,50 0,90 100,00

Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. 9 Tabea 6. Custo de produção da cutura do miho safrinha, para 2009, por hectare, em Sorriso, MT. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Componentes do custo Unidade Preço unitário () Vaor () (US$) Quantidade Participação () A - Custo fixo 214,38 102,09 2 Recuperação do capita Remuneração da terra 124,38 90,00 59,23 42,86 12,20 8,80 B - Custo variáve 803,39 382,56 79,00 B.1 Insumos 567,80 270,38 55,80 Semente Fertiizante Herbicida dessecante Herbicida dessecante Herbicida pós-emergente Inseticida 1 Inseticida 2 Espahante adesivo kg T L L L L L L 13,00 0,25 0,30 3,00 0,45 9,68 1.380,00 14,40 1 9,30 15,00 4 6,00 125,84 345,00 28,80 3,36 27,90 1 18,90 6,00 59,92 164,29 13,71 1,60 13,29 5,71 9,00 2,86 12,40 33,90 2,80 0,30 2,70 1,90 0,60 B.2 - Operações agrícoas 97,21 46,29 9,60 Semeadura Apicação de herbicidas Apicação de inseticidas Coheita 0,2 0,10 0,15 0,40 76,23 76,49 76,49 147,59 19,06 7,65 11,47 59,03 9,08 3,64 5,46 28,11 1,90 1,10 5,80 B.3 - Outros custos 138,38 65,89 13,60 Transporte externo Assistência técnica Administração Juros de custeio Seguridade socia rura Seguro rura sc 0,00 7 6,75 2,70 3,90 5,32 6,65 2,22 7,70 2,22 70,00 10,64 13,30 14,99 20,79 8,66 33,33 5,07 6,33 7,14 9,90 4,12 6,90 1,30 1,50 0,90 Custo tota (A+B) Produtividade esperada: 4.200 kg ha -1. 1.017,77 484,65 100,00 Tabea 7. Custo variáve e tota médio da cutura do miho safrinha, para 2009, em Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Município Custo fixo () Custo variáve () Custo tota () Produtividade (sc ha -1 ) CVme ( sc -1 ) CTme ( sc -1 ) Dourados, MS 297,63 846,44 1.144,07 70 12,09 16,34 Maracaju, MS 264,08 874,99 1.139,07 80 10,94 14,24 Ponta Porã, MS 322,57 813,01 1.135,58 50 16,26 22,71 Primavera do Leste, MT 282,06 866,63 1.126,90 75 11,26 15,03 Sapeza, MT 250,85 979,81 1.204,95 80 11,93 15,06 Sorriso, MT 214,38 830,67 1.017,77 70 11,48 14,54

10 Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Tabea 8. Evoução do custo de produção do miho safrinha no período de 2007 a 2009, em Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS. Município 2007 (/ha) 2008 (/ha) 2009 (/ha) 2008/2007 () 2009/2007 () 2009/2008 () Dourados 732,06 881,93 1.144,07 20,5 56,30 29,70 Maracaju 772,41 897,83 1.139,07 16,2 47,50 26,90 Ponta Porã 731,46 877,43 1.135,58 20,0 55,20 29,40 Primavera do Leste 715,44 805,66 1.148,69 12,6 57,50 39,90 Sapeza 749,73 923,59 1.230,66 23,2 6 3 Sorriso 620,35 748,81 1.045,05 20,7 64,10 35,90 Média 720,24 855,88 1.140,52 18,9 56,60 31,80 Fonte: Richetti (2007); Richetti (2008). Fig. 1. Evoução do custo de produção do miho safrinha no período de 2007 a 2009, em Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Embrapa Agropecuária Oeste. Dourados, MS.

Estimativa do Custo de Produção do Miho Safrinha 2009, para Mato Grosso do Su e Mato Grosso. 11 Referências BRASIL. Ministério da Agricutura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Poítica Agricoa. Pano agrícoa e pecuário 2008/2009: síntese das medidas. Brasíia, DF, 2008. 36 p. RICHETTI, A. Estimativa de custo de produção de miho safrinha, para 2007, em Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006. (Embrapa Agropecuária Oeste. Comunicado técnico, 128). Disponíve em: <http://www.cpao.embrapa.br/pubicacoes/ficha.php?tipo=cot&num=128&ano=2006>. Acesso em 14 nov. 2008. RICHETTI, A. Estimativa do custo de produção do miho safrinha 2008, em Mato Grosso do Su e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2007. (Embrapa Agropecuária Oeste. Comunicado técnico, 139). Disponíve em: <http://www.cpao.embrapa.br/pubicacoes/ficha.php?tipo=cot&num=139&ano=2007>. Acesso em 14 nov. 2008. Comunicado Técnico, 153 Embrapa Agropecuária Oeste Endereço: BR 163, km 253,6 - Caixa Posta 661 79804-970 Dourados, MS Fone: (67) 3416-9700 Fax: (67) 3416-9721 E-mai: sac@cpao.embrapa.br 1ª edição (2009): onine Comitê de Pubicações Expediente Presidente: Guiherme Lafourcade Asmus Secretário-Executivo: Caudio Lazzarotto Membros: Eucides Maranho, Fábio Martins Mercante, Gessi Ceccon, Hamiton Hisano, Karina Neoob de Carvaho Castro, Oscar Fontão de Lima Fiho e Sivia Mara Beoni. Membros supentes: Caros Lasaro Pereira de Meo e Caros Ricardo Fietz. Supervisão editoria: Eiete do Nascimento Ferreira Revisão de texto: Eiete do Nascimento Ferreira Editoração eetrônica: Eiete do Nascimento Ferreira Normaização bibiográfica: Ei de Lourdes Vasconceos.