O MARACUJÁ E SUAS PROPRIEDADES MEDICINAIS - ESTADO DA ARTE. Ana Maria Barros Biologia Molecular Animal Embrapa Cerrados



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Transcrição:

O MARACUJÁ E SUAS PROPRIEDADES MEDICINAIS - ESTADO DA ARTE Ana Maria Barros Biologia Molecular Animal Embrapa Cerrados

500 espécies no gênero Passiflora 120 espécies originadas no Brasil Muitas usadas para fins medicinais

Etno-farmacologia

Espécies com propriedades medicinais mais conhecidas Passiflora edulis Passiflora incarnata Passiflora caurelea Passiflora foetida

Passiflora incarnata Tratamento: Erisipela senil Asma Dismenorréia Veminoses Insônia Ansiedade Neuroses Hemorróidas Epilepsia Histeria Diarréia Neurastenia Queimaduras Dependência à morfina Neuralgia Usado como: Sedativo Analgésico Anti-espasmódico Narcótico (Dhawan et al., 2004).

Passiflora caerulea (origem brasileira) Introduzida na Europa no século XVII Anti-microbiano (partes aéreas) - Argentina (pneumonia) Diurético (raízes) - Ilhas Maurício Vermífugo (raízes) - Países Baixos, Índia, América do Sul e México Anti-espasmódico - Itália Combate a Insônia e distúrbios do sistema nervoso (extratos e tinturas) - Ilhas Maurício Calmante (infusão das folhas, flores e frutos/ suco da polpa) (Anesini & Perez, 1993).

(Jamir, et al, 1999 Matos, 2002; Dhawan, et al., 2004) Passiflora edulis Nas Américas Sedativo Calmante Anti-helmíntico Diurético Tônico No tratamento da: Insônia Sintomas da menopausa cólicas infantis Constipação (Frutos frescos) Hipertensão (Américas e Índia) Diarréia (Américas e Índia) Carcinomas gástricos (Ilha da Madeira)

Passiflora foetida Histeria e insônia - infusão de folhas (Nigéria) Dores de cabeça - folhas (Brasil e Índia) Erisipela e inflamações - extratos da folha pomadas e loções (Brasil) Controle da Asma. Distúrbios biliares Prevenir vômitos - frutos (Dhawan, et al., 2004

Outras espécies...

Passiflora suberosa Chá das folhas: controle da pressão arterial e diabetes Banhos com folhas cozidas: tratamento de doenças de pele. Raízes cozidas são usadas para induzir a menstruação e controlar histeria

Passiflora laurifólia Linn. Tratamento das palpitações cardíacas e distúrbios nervosos Créditos NTGB

Passiflora maliformis Linn Usado como anti-térmico Brasil

Passiflora quadrangularis Linn sedativo para dores de cabeça.

Passiflora pedunculata (brotos) Passiflora sexflora Juss (partes aéreas) Passiflora vitifolia HBK usadas contra picada de cobra

caerulea Anti-microbiano Diurético Hipertensão Vermífugo Sistema nervoso Sint. menopausa Dismenorréia Anti-espasmódico Cólicas infantis Constipação Estimulante gástricos Prevenir vômitos Distúrbios biliares Erisipela e inflamações pele Controle da Asma. edulis foetida incarnata suberosa

Anti-térmico Sedativo Neuralgia Analgésico Histeria Neurastenia Neuroses Calmante sonífero Ansiedade Insônia Efeito sobre o sistema nervoso Narcótico Tremores Dependência de morfina Antiespasmódico

Sintoma de menopausa Dismenorréia Asma Eixo psíquico neuroendôcrido diabete palpitações cardíacas controle da pressão arterial Diurético Estimulante gástricos

Anti-helmíntico Anti-bactéria Anti-fúngico Ação microbiana/ Anti-inflamatória (?) inflamações pele Erisipela

Pesquisa... Fito constituintes X Avaliação farmacológica Novos produtos Alimento Funcional Fármacos

Os estudos concentram-se nas espécies: P. incarnata P. edulis P. caerulea P. alata

Fito composição Alcalóides indólicos (passiflorina, harmina, harmanol, harmalina) Flavonóides (vitexina, isovitexina, neohesperidina, saponarina, crisina, BZF) Esteróis (β sitosterol) Lignanos (ácido caféico e ferrúlico) Cianoglicosídeos

Fito-constituintes de espécies do gênero Passiflora Espécie Fito-constituinte Passifora actinia Hooker Isovitexin, (Santos et al. (2003) Passiflora adenopoda Moc. & Glicosídeos cianogênicos linamarina, lotaustraliana (Spencer e Sesse al., 1986). Passiflora ambigua Linn. Flavonóide saponarina (Ulubelen et al., 1982b). Passiflora apetala Linn. Glicosídeo cianogênico Passibiflorina (Olafsdottir et al., 1997). Passiflora biflora Domb. O- e C-glicosilflavonas; 4 -O-rhamnosilswertisina, luteolina-7-o neohesperidosídeo juntamente com suertisina, suertiajaponina 4 -O-rhamnosil-suertiajaponina, 2 -O-rhamnosilisoorientina e 2 -O-ramnosilisovitexina (McCormick and Mabry, 1983) glicosídeos cianogênicos passibiflorina e epipassibiflorina (Spencer e Seigler, 1985a). Passiflora bryonioides H.B.K Derivados flavona saponaretina, vitexina, apigenina-7 monoglicosídeo e dois kaempferol-3-biosídeos (Poethke et al. 1970). Alcalóide harman (Poethke et al., 1970). Passiflora caerulea Linn. Uma flavona chrisina (Speroni et al., 1996), glicosídeo cianogênico sulfato tetrafillina B-4-sulfato e epitetrafillina B-4-sulfato (Seigler et al., 1982) Passiflora calcarata Mast. Passiflorina (Bombardelli et al., 1975) Passiflora capsularis Lam. Passicapsina; Biglicosídeo cianogênico 4-bi-vinosiltetrafillina B (Fischer et al., 1982) Passiflora coactilis Linn. C-glicosil flavonas 4 -O-glicosil-2 -O-rhamnosil orientina, 4 O-glicosil-2 -O-rhamnosil-vitexina, vitexina, 4 -O glicosilvitexina, isovitexina, isoorientina, 4 -O-glicosil orientina 2 -O-rhamnosil orientina, scoparina, 2 -O-rhamnosil scoparina e 8-C-glicosil-diosmetina (Escobar et al., 1983) Passiflora coccinea Aubl. Glicosídeo cianogênico passicoccina (Spencer e Seigler, 1985b) Passiflora cochinchinensis Flavonóides naringina e apigenina-7-o-glicosídeo; Amino Spreng. ácidos; Carboidratos (Ma et al., 1982) Passiflora colinvauxii Linn. Glicosídeo cianogênico passibiflorina (Adsersen et al., 1993) Passiflora coriacea Fuss. Glicosídeo cianogênico barterina (Olafsdottir et al., 1989 a b) Passiflora cyanea Mast. C-glicosil flavonóide 2 -xylosilvitexina e coumarina esculetina (Ulubelen et al., 1981) Passiflora foetida Linn. Flavonóides pachipodol, 7,4 -dimetoxiapigenina, ermanina, 4,7 O-dimetil-naringenina, 3,5-dihidroxi-4,7-dimetoxi flavanona (Echeverri e Suarez, 1985; Echeverri e Suarez, 1989). C-glicosi flavonóides chrisoeriol, apigenina, isovitexina, vitexina, 2 xilosilvitexina, luteolina-7-β-d-glicosídeo, kaempfero (Ulubelen et al., 1982c); Cianohidrina glicosídeos tetrafillina A tetrafillina B, tetrafillina B sulfato, deidaclina, volkenina (Andersen et al., 1993); Ácidos graxos ácido linoléico e ácido linolênico (Hasan et al., 1980); alpha-pirones chamada passifloricinas (Echeverri et al., 2001) Passiflora indecora H.B.K Glicosídeo cianogênico passibiflorina (Olafsdottir et al., 1997) Passiflora laurifolia Linn. Ácido Pantotênico, ácido ascórbico (CSIR, 1966b) Vitamina C (Suntornsik, et al., 2002) Passiflora lechenaultii DC Passiflorina (Bombardelli et al., 1975) Passiflora lutea Linn. Glicosídeos cianogênicos linamarina, lotaustralina e passibiflorina (Spencer e Seigler, 1985a) Passiflora menispermifolia Flavonóides vitexina, orientina, 6-hidroxi luteolina 6,7-dimeti H.B.K. éter e luteolina-7-β-d-glicosídeo; Coumarina esculetina (Ulubelen et al.., 1981) Passiflora molliseria DC Ácido ascórbico (Uzcategui, 1985) Aproximadamente 50 espécies trabalhadas Passiflora mollissima Bayley Passiflorina; Constituintes voláteis: 30 hidrocarbonetos alcanos alcenos, aromáticos e terpenos; 4 aldeídos; 11 cetonas; 36 alcóois; 4 lactonas, 5 ácidos graxos; 47 ésters (Froehlich et al. 1989) Passiflora morifolia Mast. Glicosídeo cianohidrina linamarina (Olafsdottir et al., 1992) Passiflora oerstedii Mast. Flavonóide C-glicosil 2 -xilosilvitexina; Esteróis β-sitosterol e seu 3-β-D-glicosídeo; Açúcares glicose, frutose, galactos (Ulubelen et al., 1981) Passiflora palmeri Linn. Flavonóides quercetina-7, 3 -dimetil éter, isoscoparina isovitexina, apigenina-7-glicosídeo, vitexina, chrisoeriol isoscutellareina-8-metil éter, quercetina, isorhamnetina, luteolina isoorientina, luteolina-7-glícosídeo, selagina, 6-metox kaempferol, vicenina-2, 2 -O-glicosil vitexina, 2 -O-rhamnosil vitexina e uma flavona tricetina 4-metil éter (Ulubelen et al. 1984) Passiflora pavonis Mast. Flavonas C-glicosil isovitexina, isoorientina, isoorientina-4 -β-d glicosídeo, luteolina-7- β -D-glicosídeo (McCormick e Mabry 1981) Passiflora pendens Linn. Linamarina, lotaustraliana, linustatina e neolinustatina (Spence Diferenças na composição entre as espécies Passiflora pittieri et al., 1986) Flovonóides C-glicosil isovitexina, 2 -xilosil vitexina, uma mistura de vicenina-2, schaftosídeo e isoschaftosídeo, luteolina 7-O-glicosídeo e ácido clorgênico (Ulubelen et al., 1982a) Passiflora platyloba Fuss. C-glicosídeos vitexina, isovitexina, isomollupentina (6-C arabinosil-apigenina), isovitexina-7-rhamnosilglucosídeo e isomollupentina-7-rhamnosilglicosídeo (Ayanoglu et al., 1982) Passiflora quadrangularis Linn. Passiflorina (Bombardelli et al., 1975); Triterpeno glicosídeo quadrangulosídeo (Orsini et al., 1986), ácido oleanólico 3 sophorosídeo (Orsini et al., 1987) Monoterpenóides: (2E)-2,6 dimetil-2,5 ácido heptadienóico, (2E)-2,6 dimetil-2,5 hepta ácido dienóico- β -D-glicopiranosil éster, (5E)-2,6-dimetil-5,7 octadieno-2,3-diol e (3E)-3,7 dimetil-3-octeno-1,2,6,7-tetro (Osorio et al., 2000) Passiflora racemosa Brot. Éster de sulfato de tetrafillina B (Jaroszewski e Fog, 1989)

Passiflora incarnata Flavanóide: Isovitexina (Menghini et al., 1993) Passiflora alata pequenas quantidades isovitexina (Ulubelen et al.., 1982) Passiflora edulis Glicosídeos como a Passiflorina e flavanóides glicosídeos (Mareck et al., 1991)

Farmacologia

Passiflora incarnata Efeito em animais de laboratório Aoyagi et al., 1974: Controlador da ansiedade/ sedativo. Anti-convulsivo Efeito atribuído a presença dos compostos: Maltol (derivado γ-benzo propriônico)/ Etil-maltol

Passiflora incarnata Speroni e Minghetti, 1988 80 a 160 mg/ kg extrato etanólico prolongaram significativamente o tempo de sono dos camundongos Efeito anti-convulsivo

Passiflora incarnata Zanoli e colaboradores (2000) o efeito contra ansiedade e sedativo - Flavanóide crisina

Passiflora incarnata Soulimani e colaboradores (1997) Não conseguiram demonstrar efeito contra ansiedade e sedativo... Dhawan et al. (2001) Erros na classificação...

Passiflora incarnata Dhawan et al. (2001): Passiflora incarnata X Passiflora edulis Com efeito Sem efeito sobre o sistema nervoso

Passiflora incarnata Efeito contra ansiedade Dhawan et al. (2001) 1) Folhas 2) Meristemas 3) Flores 4) Raízes

Passiflora incarnata Dhawan et al. (2003) Extratos metanóicos da folha: Princípios anti-espasmódico Ligação receptores β-adrenérgicos Ação anti-asmática?

Passiflora incarnata Dhawan et al. (2003) Extratos metanóicos da folha: Anti-ansiedade impede a dependência à morfina benzoflavanóide (BZF) nicotina, canabinóide, libido álcool espermatozóides diazepan

Passiflora incarnata Princípio ativo contra ansiedade Aoyagi et al., 1974: Maltol (derivado γ-benzo propriônico) Zanoli e colaboradores (2000) Flavanóide crisina Dhawan et al. (2003) Benzoflavanóide (BZF)

Passiflora incarnata Anti-convulsivo Aoyagi et al., 1974: Etil-maltol (principalmente) Maltol (derivado γ-benzo propriônico)

Passiflora edulis Erros na classificação??? Passiflora incarnata X Passiflora edulis Com efeito Sem efeito sobre o sistema nervoso

Do et al. (1983) Passiflora edulis Ação sobre o sistema nervoso: - prolongam o efeito de barbitúricos e o sono induzido pela morfina em camundongos Maluf et al. (1991) - depressão do sistema nervoso central não específico em camundongos, ratos e humanos saudáveis.

Passiflora edulis Efeito anti-fúngico (Qureshi et al., 1997) Microsporum gypseum, Chrysosporium tropicum e Trichophyton terrestre

Passiflora caerulea Wolfman et al., 1994: Extratos foliares (camundongos) anti-convulsivo anti-ansiedade 1 mg de Crisina mostrou-se equivalente a 6 mg de Diazepam (sem o efeito miorelaxante) Medina et al. (1990) receptores benzodiazepínicos do sistema nervoso central e periférico

Passiflora alata Oga et al., 1984: Extrato das folhas: potente efeito analgésico (camundongo) prolongou o sono induzido por pentabarbital Petri et al. 2001: Extrato das folhas: efeito contra a ansiedade

Passiflora actinia (nativa do Brasil) Santos, et al. 2003: Composição semelhante à Passiflora incarnata Santos, et al. 2005: Efeito sedativo e cataléptico

Uso do maracujá como alimento funcional

Alimentos funcionais: Alimentos que além de nutrir, trazem benefícios a mais para a saúde...

Espécies comerciais de maracujá: São ricas em vitaminas (A e C), carotenóides, alcalóides, flavanóides; sais minerais (Casimir, et al., 1981, Suntornsuk et al., 2002, Dhawan, et al., 2004) Compostos com papel funcional em outros alimentos

Conhecimento popular utiliza o suco e o fruto do maracujá: - Como tranqüilizante - No combate à insônia; - No controle de tremores em idosos;

Comprovação científica do potencial funcional: Chau e Huang (2005) Passiflora edulis Hamster com dieta rica em colesterol: 5% de fibras de sementes de maracujá - a) diminuiu os níveis séricos dos triglicerídeos, colesterol, colesterol do fígado; b) e aumentou os níveis totais de lipídeos, colesterol e ácidos biliares nas fezes

Em Araujo & Lopes, 2005 Efeito da farinha de casca em animais de laboratório: - controle do peso - compensação da diabetes

Araujo & Lopes, 2005 Para o alimento ser comercializado como funcional: - confirmação da funcionalidade em HUMANOS Forma consumo Dosagem - Determinação da segurança alimentar.

Efeitos tóxicos

Passiflora adenopoda HCN no pericarpo arilo nas frutas verdes, meristema primário, pecíolo, brácteas. (Saenz e Nassar, 1972).

Maluf et al. 1991: Passiflora edulis - pode gerar distúrbios hepáticos e toxidade pancreática em animais e humanos. Giavina et al., 1997: alergia ocupacional (Passiflora alata) Fischer, et al., 2000: náuseas, taquicardia ventricular após automedicação com Passiflora incarnata US Pharmacist, 2001: desencoraja o uso de P. incarnata por lactantes

Environmental Toxicological Newsletter (1983) (Univ. Califórnia) Classifica o maracujá como tóxico pela presença dos alcalóides passiflorina e harmina. Em Dhawan et al. 2004 Proibição do consumo prolongado de extratos de P. incarnata - (Austrália 1998) - alcalóides do tipo harmana.

FDA americana (revisto por Dhawan et al. 2004): Medicações multicomponente (contendo Passiflora) 15 casos de intoxicação 1 óbito (Gow et al., 2003) Passiflora - considerada segura e não responsável pelos malefícios

Conclusão Espécies de maracujás são conhecidas no mundo inteiro por diversas propriedades medicinais. Variações qualitativas e quantitativas nos alcalóides, flavanóides, fenóis, cianoglicosídeos, poderiam justificar as propriedades medicinais diferenciadas.

Conclusão Passiflora incarnata mostrou-se a mais eficiente contra a ansiedade dentre as espécies estudadas. Passiflora edulis apresentou efeito antifúngico e a Passiflora tetrandra propriedades bactericidas.

Conclusão São poucos os estudos em humanos sobre as propriedades medicinais e funcionais das espécies de Passiflora. O gênero Passiflora apresenta imenso potencial para a geração de novos fármacos e uso funcional.