Avaliação das Perturbações das Luas de Júpiter na Trajetória de um Veículo

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Transcrição:

Trabalho apresentado no XXXVII CNMAC, S.J. dos Campos - SP, 2017. Proceeding Series of the Brazilian Society of Computational and Applied Mathematics Avaliação das Perturbações das Luas de Júpiter na Trajetória de um Veículo Natasha Camargo de Araujo 1 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São José dos Campos, SP Evandro Marconi Rocco 2 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São José dos Campos, SP Resumo. Este trabalho tem como principal objetivo analisar a perturbação que cada uma das luas galileanas Io, Europa, Ganimedes e Calisto, exerce na trajetória de um veículo espacial em órbita ao redor de Júpiter. Além disso, como Júpiter possui várias luas, este estudo considerou a perturbação de 62 luas do planeta, as quais são divididas em 6 grupos: luas galileanas, grupo Almateia, Himalaia, Ananke, Carme e Pasife. Todas estas luas foram consideradas para se ter uma ideia da influência destas perturbações na trajetória do veículo. Palavras-chave. Júpiter, Luas Galileanas, Dinâmica Orbital, Perturbações 1 Introdução As missões para Júpiter são cada vez mais frequentes, afinal Júpiter é dito como um mini sistema solar, recentemente a missão Juno da NASA chegou à Júpiter. Além disso a ESA planeja uma missão para estudar o sistema jupiteriano, principalmente 3 das luas galileanas, a missão JUICE (Jupiter Icy Moon Explorer), um panorama desta missão pode ser visto em [3]. Logo, com este cenário é de extrema importância estudar os mais diversos aspectos de uma missão para Júpiter, incluindo o estudo das perturbações das luas do planeta que é o principal objetivo deste trabalho, este assunto já foi abordado por [4], que estudou os efeitos da perturbação das luas galileanas. O estudo é feito por meio do ambiente de simulação Spacecraft Trajectory Simulator (STRS) desenvolvido por [6]. O STRS é um simulador de trajetórias orbitais, no qual foram implementadas as perturbações de todas as 62 luas de Júpiter. No STRS propagam-se as posições relativas de cada uma das luas com relação ao veículo, de maneira a considerar o efeito das perturbações gravitacionais na trajetória do veículo espacial. 2 Simulador de Trajetórias Orbitais Os resultados aqui apresentados foram obtidos através de simulações realizadas no Spacecraft Trajectory Simulator (STRS). No STRS o movimento orbital é obtido para cada 1 natashac.araujo@gmail.com 2 evandro.rocco@inpe.br DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-1 2018 SBMAC

2 passo da simulação. O simulador utiliza um sistema em malha fechada para o controle de trajetória, e a arquitetura deste pode ser vista na Figura 1. Figura 1: Arquitetura do STRS. primeiramente é dado o estado inicial que é comparado ao estado de referência, deste modo é gerado um erro, que é enviado para um controlador proporcional-integral-derivativo (PID) e gera um sinal para que o erro seja reduzido. Este sinal por sua vez é enviado para o atuador que gera um sinal e juntamente com as perturbações é inserido na dinâmica orbital e depois disso o ciclo recomeça. Este trabalho somente avalia a magnitude das perturbações, para que então sejam feitas as manobras de interesse e correções nas trajetórias, graças às alterações causadas por estas perturbações caso estas realmente sejam relevantes. É importante salientar que o simulador é capaz de propagar as trajetórias das 62 luas de Júpiter que foram aqui consideradas. 3 Grupo de Luas de Júpiter As 62 de Júpiter consideradas neste trabalho são dividas em 6 grupos, segundo [1], de acordo com suas características físicas, e também suas características orbitais (com exceção de Temisto e Carpo que possuem características únicas). Ao todo os grupos de lua somam seis, estes grupos contém as respectivas luas: Grupo Almateia: Almateia, Adrasteia, Tebe e Métis; Luas Galileanas: Io, Europa, Ganimedes e Calisto; Grupo Himalaia: Himalaia, Leda, Lisiteia e Elara; Grupo Ananke: Ananke, Euporia, Helique, Thelxinoe, Euante, Ortósia, Iocasta, Praxidique, Harpalique, Mneme, Hermipe, Tione, S/203 J3, S/2003 J15, S/2003 J18; Grupo Carme: Herse, Aitne, Cale, Taigete, Caldene, Erinome, Calicore, Calique, Euquelade, Arque, Isonoe, Pasite, S/2003 J5, S/2003 J9, S/2003 J15, S2003 J19 e S/2011 J2; DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-2 2018 SBMAC

3 Grupo Pasife: S/2003 J23, Aoede, Caliroe, Euridome, Coré, Cliene, S/2003 J4, Hegemone, Esponde, Autonoe, Megaclite e Sinope. 4 Perturbações Orbitais As perturbações orbitais de todos os grupos de luas de Júpiter são tratadas como perturbações devido a um terceiro corpo. A função potêncial gravitacional segundo [2] é dada pela Eq. 1. ( ) [ ] µ F r n = 1 + Pn r r cosψ. (1) As acelerações perturbadoras devido a presença do terceiro corpo são dadas pelas Eq. 2, Eq. 3 e Eq. 4 de acordo com [8] e [5]: 5 Resultados n=2 r 1 r 2 r 1 = Gm 2 r 1 r 2 3 + Gm r 3 r 1 3 r 3 r 1 3 (2) r 2 r 3 r 2 = Gm 3 r 2 r 3 3 + Gm r 1 r 2 1 r 1 r 2 3 (3) r 3 r 1 r 3 = Gm 1 r 3 r 1 3 + Gm r 2 r 3 2 r 2 r 3 3 (4) Para a simulação aqui apresentada o veículo possui um semi eixo maior de 500.000 km, que é um semi eixo maior entre o de Io (421.800 km) e Europa(671.100 km). Isto foi feito para que o veículo ficasse entre duas luas galileanas, o que em uma missão seria de grande interesse para coleta de dados científicos. O tempo de simulação utilizado foi de 115 dias terrestres, o passo de 300 segundos e o número de órbitas realizadas foi 50. os outros parâmetros orbitais do veículo podem ser vistos na Tabela 1. Tabela 1: Parâmetros orbitais do veículo. Excentricidade 0,0451 Inclinação (graus) 5 Ascensão reta do nodo ascendente (graus) 45 Argumento do periapside (graus) 45 Anomalia média (graus) 0 Nas Figuras 2 (a) à 2 (d) pode-se observar o incremento de velocidade devido às luas Galileanas. Já os gráficos da variação da distância entre cada lua galileana e o veículo podem ser observadas nas Figuras 3 (a) à 3 (d). DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-3 2018 SBMAC

4 (a) Incremento de velocidade perturbaçãao de Io. (b) Incremento de velocidade devido a perturbaçãao de Europa. (c) Incremento de velocidade devido a perturbaçãao de Ganimedes. (d) Incremento de velocidade devido a perturbaçãao de Calisto. Figura 2: Incremento de velocidade devido a cada uma das luas galileanas. (a) Variação da distância entre o veículo e Io. (b) Variação da distância entre o veículo e Europa. (c) Variação da distância entre o veículo e Ganimedes. (d) Variação da distância entre o veículo e Calisto. Figura 3: Variação da distância entre o veículo e cada uma das luas galileanas. Nas Figuras 2 (a) à 2 (d) do incremento de velocidade, observa-se que a lua que mais perturba a trajetória do veículo é Io. Em todos estes gráficos de incremento de velocidade pode-se perceber a presença de picos, se compararmos essas figuras aos gráficos da variação DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-4 2018 SBMAC

5 de distância entre cada lua galileana e o veículo, da Figura 3 (a) até a Figura 3, nota-se que estes picos ocorrem em momentos de máxima aproximação entre as luas galileanas e o veículo, logo a lua que o veículo consegue se aproximar mais é Io, na Figura 2 (a) de Io nota-se que o nível de perturbação devido a esta lua é grande, as demais apresentam uma perturbação menor, porém que não devem ser desconsideradas, principalmente quando se analisa os momentos de pico. Nas Figuras 3 (a) à 3 (f) estão contidos os gráficos de incremento de velocidade devido a cada um dos 6 grupos de luas de Júpiter. (a) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo das luas galileanas. (b) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo Almateia. (c) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo Himalaia. (d) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo Carme. (e) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo Ananke. (f) Incremento de velocidade devido a perturbação do grupo Pasife. Figura 4: Incremento de velocidade devido a cada uma dos grupos de luas de Júpiter. Observando da Figura 3 (a) à Figura 3 (f) vemos que o grupo que mais perturba o veículo é o das luas galileanas, algo que já era esperado, afinal estas luas possuem uma grande massa. Quanto aos outros grupos a perturbação foi menor, pois além da massa destas ser bem menor, com relação às luas galileanas, estes grupos de luas já se encontram a uma distância bem maior do veículo o que resulta em perturbações menores. DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-5 2018 SBMAC

6 6 Conclusão Analisando todos os gráficos podemos ver que não seria possível planejar uma missão à Júpiter e não levar em conta a perturbação das luas galileanas, afinal estas apresentam uma perturbação muito grande na trajetória do veículo, logo o erro na trajetória seria muito grande caso estas perturbações fossem desconsideradas. Quanto aos outros grupos de luas, da análise feita anteriormente percebe-se que a magnitude da perturbação destes é bem menor, porém como as missões em geral duram vários anos a perturbação destas luas ao longo do tempo poderia causar um desvio indesejável na trajetória, fazendo até mesmo que o veículo colidisse com alguma das luas. 7 Agradecimentos Ao INPE pela oportunidade de desenvolver este trabalho, e à CAPES pelo auxílio financeiro. Referências [1] G. F. Chaple. Guide to the Universe: Outer Planets. ABC-CLIO, Vol. 3, 2009. [2] V. A. Chobotov. Orbital Mechanics. [S.l.]: American Institute of Aeronautics and Astronautics, 2002. [3] O. Grasset, M. K. Dougherty, A. Coustenis, E. J. Bunce, C. Erd, D. Titov, M. Blanc, et al. JUpiter ICy moons Explorer (JUICE): an ESA mission to orbit Ganymede and to characterise the Jupiter system, Planetary and Space Science, 78:1-21, 2013. [4] B. Kaufman. Effects of the Galilean moons on Jupiter flyby trajectories, AIAA Journal, 8:1208-1213, 1970. [5] A. F. B. A. Prado and H. K. Kuga. Fundamentos de Tecnologia Espacial. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 2001. [6] E. M. Rocco. Perturbed orbital motion with a PID control system for the trajectory. In XIV Colóquio Brasileiro de Dinâmica Orbital, Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil, 2008. [7] E. M. Rocco. Controle de trajetória com propulsão contínua para missões do tipo dragfree. In Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, São Luís, Maranhão, Brasil, 2012. [8] V. Szebehely. 1967. Theory of orbits. Academic Press Inc, 1967. DOI: 10.5540/03.2018.006.01.0330 010330-6 2018 SBMAC