DEMANDA E ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: OS CURSOS PRÉ-VESTIBULARES POPULARES Nadir Zago - UFSC Introdução Em pesquisas que vimos realizando, temos nos voltado para os processos de escolarização das camadas populares e, como eixo central, a problemática das desigualdades sociais e educacionais. Nos últimos anos elegemos questões de pesquisas relacionadas à permanência no sistema de ensino de estudantes originários de meios sociais com reduzido capital econômico e cultural. Para o presente trabalho, nosso interesse voltou-se para a demanda dos egressos do ensino médio pelos cursos pré-vestibulares de caráter gratuito, também chamados comunitários ou populares. A literatura sobre esses cursos é bastante escassa uma vez que fazem parte de iniciativas recentes. As primeiras experiências surgem no Brasil na segunda metade dos anos 80 e se consolidam na década de 90. Como observa Oliveira (2001, p. 90) originam-se em um cenário econômico, jurídico, político e ético-social de ideologia neoliberal e em um momento do quadro educacional o qual, ao mesmo tempo em que indica forte expansão do ensino superior, expressa a dificuldade de acesso para grande parte da população brasileira. Segundo ainda a mesma autora, de modo geral, são experiências que contam com o envolvimento de cinco sujeitos políticos coletivos: igreja católica (através da pastoral do negro), o movimento negro (com diferentes vertentes), movimento estudantil e os movimentos sindical e comunitário (p.93). Registros de 2001 assinalam a existência de 800 núcleos de pré-vestibulares gratuitos no país e estes, apesar de suas diversidades, apresentam características comuns tais como: 1) se destinam a egressos de escolas públicas, frações ou grupos excluídos socialmente do acesso ao ensino superior; 2) têm caráter de gratuidade ou cobram uma taxa para as despesas de manutenção; 3) visam não apenas aos conteúdos exigidos no vestibular (Oliveira, 2001 e Thum, 2000). As poucas pesquisas acadêmicas a que tivemos acesso observam que se trata de cursos diferenciados do sistema tradicional de preparação para o vestibular. Como observa Thum em sua dissertação de mestrado, o significado da ação dos pré-vestibulares populares é político e educativo no sentido da pressão que podem exercer para o desenvolvimento de políticas
públicas para ampliação do acesso da classe trabalhadora à universidade e, ao mesmo tempo, de uma proposta com fins educativos voltada à organização coletiva, formação da cidadania e de consciência crítica dos problemas sociais (Thum, 2000, p.155). Não se trata, portanto, de iniciativas isoladas que buscam soluções para a problemática do acesso e da demanda da população pelo ensino superior. Os pré-vestibulares populares fazem parte de uma mobilização coletiva que vem sendo desenvolvida nos últimos anos pela democratização do ensino no país. Como observam Dourado, Catani e Oliveira (2004, p.101,102), a partir de meados dos anos 90, tornaram-se crescentes as ações e debates envolvendo a ampliação e a diversificação do sistema, evidenciados pela criação dos cursos seqüenciais e de alternativas ao vestibular aberto pela LDB (lei n. 9.394/96); pelo novo programa de crédito educativo (FIES); pela pressão exercida por grupos historicamente excluídos do ensino superior - mediante movimentos de isenção da taxa de inscrição para o vestibular e da experiência dos cursos pré-vestibulares alternativos -; e ainda pela introdução do sistema de cotas para alunos negros e outros, oriundos de escolas públicas, como nova forma de acesso à educação superior. Nessas diferentes modalidades de pressão social, nos interessamos pelos pré-vestibulares populares enquanto um projeto coletivo inserido em um contexto histórico e social da educação brasileira. Faz parte ainda dos objetivos desse trabalho a demanda social desses cursos: características sociais e familiares, antecedentes escolares e relacionados ao vestibular. Para realizar tal caracterização, analisamos a totalidade de fichas (971) de inscrição dos candidatos à seleção ao Pré-Vestibular Cidadania de Florianópolis - SC, referentes aos anos 2003 e 2004 em que este curso obteve um total de 552 e 419 inscrições respectivamente. O que descrevemos é parte da problematização e da metodologia de um projeto mais amplo denominado Pré-vestibulares para estudantes de baixa renda: limites e possibilidades, que contou com apoio do CNPq. A expansão do Ensino Médio e superior e a demanda pela ampliação do capital escolar Nos últimos anos é notória a intensificação da demanda pelo ensino superior em decorrência da expansão do ensino em todos os níveis e das transformações da sociedade brasileira e do mercado de trabalho com profundas repercussões no desemprego, sobretudo entre os jovens. Podemos levantar ainda a hipótese de que os cursos preparatórios para o vestibular que mencionamos, em número crescente no país, tenham igualmente contribuído para aumentar a
demanda e também o acesso daqueles que historicamente tenham permanecido à margem do sistema de ensino. Como observa Sampaio, as mudanças no ensino superior não se limitaram à expansão das matrículas. Houve também uma transformação na composição da população estudantil, seja do setor público ou privado, novas instituições e carreiras foram criadas para dar conta da demanda crescente por escolaridade superior. O novo contingente estudantil que chega à universidade já não apresenta a homogeneidade de antigamente (2000, p.251). Observa ainda a autora: a pressão por ensino superior, que deflagrou a expansão do sistema nos anos 70, partiu de diferentes segmentos da sociedade: mulheres que já não se satisfaziam com a formação de nível secundário, jovens oriundos de famílias sem tradição em formação superior, pessoas mais velhas e já inseridas no mercado de trabalho que buscavam melhor qualificação profissional, entre outros (Sampaio apud Schwartzman, 2000, p. 251). Nas últimas décadas, o crescimento do número de estudantes que concluem anualmente o ensino médio foi de 250 %. Segundo dados do INEP, em 1980, cerca de 540 mil alunos concluíram a educação básica e, em 2002, essa terminalidade atingiu 1,9 milhão de alunos. (Mancebo, 2004, p. 79, 80). Essa expansão ampliou a demanda pelo ensino superior e intensificou a relação candidato/vaga, sobretudo na universidade pública. A pressão exercida por esses estudantes sobre a educação superior já se faz sentir desde 1995 (Dourado, Catani e Oliveira, 2004, p. 102). Os dados que seguem sobre a progressão da matricula no ensino superior fornecem um exemplo dessa observação. O número de matriculados passa de 44 mil em 1950 para 1,6 milhão em 1995 e 2,3 milhões no início de 2000, dos quais 1,32 milhão estavam no sistema privado, 410 mil nas instituições públicas federais e 400 mil nas universidades estaduais públicas (Trindade, 2002, p.26). Em 2003, são 3.887.771 estudantes matriculados e, desse total, 2.750.652 (70%) em instituições privadas. O setor privado detém a maior parte dos alunos matriculados e dos estabelecimentos de ensino (88,9 %) (INEP, Censo 2003). Dados recentes indicam que, pela 1ª vez, o número de vagas oferecidas no ensino superior foi maior que o número de alunos concluintes do ensino médio. Foram abertas, em 2003, dois milhões de vagas contra 1,9 milhão de concluintes nesse mesmo nível em 2002 (http://www.inep.gov.br/imprensa/notícias/censo/superior/news04).
Embora o sistema de ensino superior estivesse aberto à iniciativa privada desde a reforma educacional de 1931 (Sampaio, 2000, p.44), foi nos anos 70, em pleno regime militar e com uma política de favorecimento da expansão do setor privado (Sampaio, apud Cunha p. 69) que ocorreu uma expansão rápida e caótica, estimulada pela demanda reprimida por educação superior (Trindade, 2002, p.26). Para Sampaio essa expansão se faz já em meados dos anos 60 quando o setor, com maior intensidade e velocidade que o setor público, respondeu a duas demandas que se completam: a demanda da clientela estudantil por ensino superior e a demanda do mercado ocupacional por pessoas portadoras de ensino superior, cuja emergência desse mercado vincula-se a processos mais amplos de modernização da sociedade brasileira, entre os quais se destacam a ampliação do atendimento dos níveis educacionais anteriores ao universitário, a urbanização e a industrialização do país (Sampaio, apud Shwartzman, p. 20). Nos anos 90, fenômenos como a desarticulação do setor público, ascensão das políticas neoliberais e progressiva privatização de empresas estatais e serviços públicos, tiveram conseqüência imediata sobre a diminuição dos investimentos públicos em educação em todos os níveis. Para a compreensão das políticas de privatização para a educação não se pode ainda desconsiderar que elas estão atreladas a organismos financeiros internacionais, ou seja, fazem parte de um processo internacional mais amplo (Mancebo, p 88). O ensino superior brasileiro atende uma parcela reduzida da população jovem e mantém seu caráter elitista. Com a expansão que verificamos nas últimas décadas o ensino superior no País não pode ser classificado como um sistema de massa no sentido de ter universalizado o acesso ao terceiro grau. As transformações ocorridas tocaram somente de leve no problema da democratização da educação (Sampaio, 2000, p.252). Comparações internacionais mostram que enquanto o Brasil conta com 9% da população jovem de 18 a 24 anos no ensino superior, o Chile e Argentina registram 27% e 39% respectivamente. Se a comparação for com países do primeiro mundo do continente americano, a diferença é ainda maior: o Canadá registra 62% de estudantes que chegam à universidade e os Estados Unidos, 80%. (UOL/Educação em 4/04/2005). Dimensionar quantitativamente o fenômeno da privatização torna-se um indicador importante na problemática do acesso e permanência da população de baixa renda. As políticas de expansão adotadas no Brasil não favoreceram o acesso e permanência no ensino de grande massa da população jovem que procura ampliar seu nível de formação escolar.
Com as transformações sociais sofridas ao longo das décadas, o exame de admissão ao ensino superior sofreu modificações e de avaliativo tornou-se eliminatório. Os candidatos provenientes sobretudo das escolas públicas do ensino fundamental e médio são obrigados a competir por uma vaga no ensino superior de maneira desvantajosa, entre outros motivos pelas lacunas deixadas por uma escolaridade de qualidade desigual. Não podendo custear os cursinhos pré-vestibulares convencionais para ampliar as chances no vestibular, é crescente o número de jovens originários de escolas públicas que passam a recorrer aos cursos pré-vestibulares também chamados populares (Thum, 2000). Se de um lado observamos um crescimento crescente da rede privada em detrimento do ensino publico superior, são as universidades públicas as mais procuradas pela população e as razões são relacionadas tanto ao seu caráter de gratuidade quanto à reputação de que se revestem como modelo de excelência na produção e difusão do conhecimento. Na parte que segue procuramos apresentar dados sobre uma parcela da população de origem popular que depende da instituição pública para prolongar seus estudos. Caracterização dos inscritos ao Pré-vestibular da Cidadania Nesta parte apresentamos alguns dados da pesquisa que realizamos sobre as características sociais, econômicas e culturais dos estudantes inscritos a concorrer uma vaga no curso Pré-vestibular da Cidadania, de caráter gratuito, promovido pelo Centro de Educação e Evangelização Popular de Florianópolis SC e voltado aos estudantes provenientes de escolas públicas. O material foi sistematizado e analisado em programa Excel e, como já observamos, tem como base dados referentes aos anos de 2003 e 2004. Selecionamos parte dos dados, dentre eles um certo número de características pessoais e familiares. Entre os inscritos, predomina o sexo feminino, com 68% de candidatas (376) em 2003 e 58% em 2004 (245). São majoritariamente de cor branca, 83% (459) em 2003 e 82% (342) em 2004; e solteiros 81% (448) em 2003 e 89% (371) em 2004. Podemos verificar que os inscritos fazem parte de uma população jovem: 46% (254) em 2003 e 48% (201) em 2004 tinham entre 16 e 20 anos, realidade que se refletiu sobre os índices dos inscritos que ainda residem com os pais: 59% (321) em 2003 e 62% (257) em 2004. São estudantes que conciliam suas atividades escolares com as atividades profissionais, pois encontramos em 2003 e 2004 um índice de 59% de inscritos (328 em 2003 e 248 em 2004)
que exerciam atividade remunerada. Entre os que trabalhavam no momento da inscrição no curso, a renda estava assim distribuída: 25% (83) em 2003 e 17% (42) em 2004 tinham renda até 1 SM; de 1 até 2 SM era a faixa de renda da maioria dos inscritos: 64% (208) em 2003 e 71% (175) em 2004. Muito menos representativos são os índices daqueles que detinham uma renda acima desses níveis salariais: 7% (24) em 2003 e 10% (25) em 2004. Em relação às atividades exercidas pelos inscritos temos, em maior número, ocupações ligadas ao comércio (23% em 2003 e 26 % em 2004), escritório (11% e 15 % respectivamente), serviços gerais, limpeza e jardinagem (13% e 8%), prestação de serviços em recepção e atendimento (8% e 9 %). Outras funções não identificadas correspondem a 9% em 2003 e 14% em 2004. Em menores proporções, encontram-se inscritos dedicados a diversas atividades, tais como: prestação de serviços na alimentação, na construção civil, de manutenção, mecânica para automóveis, de metalurgia, indústria e produção em geral, segurança, comunicação como carteiro e telefonista, áreas de formação técnica, voluntariado, atividade agrícola e pesca, autônomo, artesã, do lar, na educação, saúde, estagiários, serviços de estética, moda e vestuário, office-boy/girl, transporte, serviços bancários, funcionalismo público. Se considerarmos os dados relativos à renda familiar dos inscritos, identificaremos que, no geral, esses grupos inscritos em 2003 e 2004 correspondem à população de baixa renda. Com até 1 salário mínimo, temos 6% dos inscritos (32) em 2003 e 4% (15) em 2004. Com renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos, estão 49% dos inscritos (269) em 2003 e 57% (236) em 2004. Acima desse nível salarial, mas na faixa de 3 até 5 SM, incluíam-se 19% dos candidatos (106) de 2003 e 22% (93) de 2004. Acima dessa faixa, se inscreveram 6% (34) em 2003 e 5% (23) em 2004. 20% dos inscritos em 2003 e 12% em 2004 não informaram a renda da família. Foi interesse da pesquisa levantar igualmente um perfil do histórico escolar. Majoritariamente, os inscritos que se apresentaram nos anos de 2003 e 2004 para uma vaga no pré-vestibular gratuito, são provenientes do ensino fundamental público, representando 96% do total (530 e 401 respectivamente). Assim como no ensino fundamental, a grande maioria dos candidatos realizou o ensino médio na rede pública: 76% (419) em 2003 e 82% (343) em 2004. No entanto, os índices de formação de nível médio, na rede particular, são mais elevados se comparados à realização do ensino fundamental nessa rede de ensino: 19% (104) em 2003 e 14% (60) em 2004, sendo que desses dois últimos grupos 50 e 26 inscritos, respectivamente, tinham bolsa de estudo para cursar o ensino médio na rede particular. Tiveram essa formação alternada
entre o público e o privado: 5% (27) em 2003 e 4% (16) em 2004. Ainda em relação ao ensino médio, a maioria dos candidatos freqüentou cursos de formação geral (64% (356) em 2003 e 75% (314) em 2004) e em menor número profissionalizante (19% (105) dos inscritos em 2003 e 10% (43) em 2004). Também é significativo o número daqueles que concluíram esse nível de ensino em cursos supletivos (16% (86) em 2003 e 14% (57) em 2004). A demanda pelo pré-vestibular popular não é originária apenas dos recém egressos do ensino médio uma vez que: a) dos 552 que se inscreveram para o pré-vestibular em 2003, 32% (174) haviam concluído em 2002 ou 2003; 35% (191) haviam concluído há 2 ou 3 anos; 14% (79) há 4 ou 5 anos e 22% (102) há mais de 5 anos e, desse grupo, 22 candidatos haviam concluído o EM em anos anteriores a 1990, isto é, há 14 anos ou mais. Seis não informaram; b) dos 419 candidatos de 2004, 31% (131) haviam concluído recentemente o EM, ou seja, em 2003 ou no ano do curso em 2004; 26% (144) haviam concluído há 2 ou 3 anos; 9% (38) há 4 anos; 11% (46) há 5 ou 6 anos e 12 % (52) há mais de 7 anos e, desse grupo, 10 haviam concluído o EM em anos anteriores a 1990, isto é, há 13 anos ou mais. Oito não informaram. Os candidatos inscritos, na sua grande maioria, estavam cursando pela primeira vez o pré-vestibular: 84% (461) em 2003 e 76% (317) em 2004. Aqueles que já haviam realizado o curso pré-vestibular, 14% (78) em 2003 e 24% (102) em 2004, declararam os seguintes locais de realização: 1) em 2003: 24 em curso gratuito, 42 em curso privado, 9 em curso privado com bolsa integral ou parcial e 3 não informaram; 2) em 2004: 58 em curso gratuito, 35 em curso privado, 7 em curso privado com bolsa integral ou parcial e 2 não informaram. No entanto, quando se trata da realização do exame vestibular, é significativo o número daqueles que já o fizeram: 59% (328) em 2003 e 66% (275) em 2004. Cabe aqui destacar que desse número, 90% (295) em 2003 e 83% (228) em 2004 realizaram de uma a duas vezes e 10% (33) em 2003 e 17% (47) em 2004, de 3 a mais vezes. Se considerarmos o ano de realização do 1 vestibular teremos o seguinte quadro: entre 2000 e 2004, haviam realizado o 1 vestibular 73% ou 242 dos inscritos em 2003 e 80% ou 222 em 2004. Os demais o fizeram anteriormente ao ano de 2000, correspondendo assim a um período de 5 ou mais anos de diferença entre o primeiro vestibular e a inscrição no curso pré-vestibular preparatório para o exame. Os cursos pré-vestibulares populares constituem-se, como vimos no início deste trabalho, em iniciativas voltadas para a democratização do ensino. Há uma forte demanda por cursos dessa
natureza pelas razões estruturais já apresentadas (urbanização, transformações do mercado de trabalho, desemprego, expansão e privatização do ensino superior) e pela intensificação da concorrência nas instituições públicas de ensino superior. A expansão do ensino, nos moldes como vem se realizando, não tem favorecido aqueles que não podem custear uma formação em instituições privadas. A análise das características sociais, econômicas e culturais do público que reivindica um lugar nos cursos pré-vestibulares para aumentar suas chances nos concorridos vestibulares, especialmente públicos, mostra a outra faceta da exclusão. Por um lado, as condições econômicas não possibilitam arcar com os custos da mensalidade no ensino privado, ainda que existam políticas de financiamento estudantil e concessão de bolsas. Por outro lado, a realização do vestibular sem êxito após a conclusão do ensino médio, revela que a formação durante a escolaridade básica ainda não desenvolve as competências requisitadas na disputa por uma vaga ao ensino superior público. Iniciativas de setores organizados da sociedade buscam amenizar as diferenças escolares - observamos amenizar - pois estariam longe ainda de garantir a aproximação efetiva das chances de acesso. Apesar desse limite, reafirmamos nossa hipótese de que os cursos preparatórios para o vestibular que mencionamos estejam contribuindo para aumentar a demanda e também o acesso ao ensino superior. Referências bibliográficas DOURADO, L.F.; CATANI, A.M.; OLIVEIRA, J.F (2004). Políticas públicas e reforma da educação superior no Brasil: impasses e perspectivas. Pro-Posições, v.15, n.3, p.91-115. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS INEP - Censo de Educação Superior 2003. Brasília, 2003. MANCEBO, D. (2004). Universidade para todos: a privatização em questão. Pro-Posições, v.15, n.3, p.75-90. OLIVEIRA, Elizabeth S. (2001). Movimentos dos pré-vestibulares urbanos: novas demandas dos trabalhadores por educação? Dissertação de Mestrado em Educação. Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Niterói RJ, 155 p. SAMPAIO, Helena (2000). Ensino superior no Brasil. O setor privado. São Paulo: Hucitec/FAPESP.
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