O PAPEL DO EDUCADOR NA PROMOÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS QUE ESTIMULEM A ACEITAÇÃO DOS CARDÁPIOS OFERECIDOS AOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL



Documentos relacionados
Hábitos saudáveis na creche

QUESTIONÁRIO DO MERENDA ESCOLAR. MERENDA ESCOLAR Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

ANÁLISE DAS LANCHEIRAS DE PRÉ-ESCOLARES¹ BOEIRA,

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

Conselho de Alimentação Escolar

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 406, DE 2005

O desafio hoje para o Pediatra e também para sociedade é cuidar das crianças que vão viver 100 anos ou mais e que precisam viver com qualidade de

PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. Eliene Ferreira de Sousa PNAE/FNDE/MEC

ACEITABILIDADE E QUALIDADE DA MERENDA ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO

A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES

*75F1D60601* COMISSÃO DE EDUCAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 4.195, DE 2012

ATIVIDADES EM NUTRIÇÃO COM A COMUNIDADE VIZINHANÇA

Faculdade de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Educação RESUMO EXPANDIDO DO PROJETO DE PESQUISA

OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS NO ENSINO SUPERIOR: OUTRAS POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA DO PROFESSOR

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

PROJETO EDUCANDO COM A HORTA: CORES AROMAS E SABORES. NEI João Machado da Silva

ESCOLA ESTADUAL JOAQUIM GONÇALVES LEDO

Entusiasmo diante da vida Uma história de fé e dedicação aos jovens

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA PRÉ-ESCOLARES DO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM VIÇOSA-MG

Projeto Curricular de Escola

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2010

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

PROJETO DE EXTENSÃO TÍTULO DO PROJETO:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 128 DE 2006

Associação Sócio-Cultural Idéia Solidária

Como mediador o educador da primeira infância tem nas suas ações o motivador de sua conduta, para tanto ele deve:

Escola: Escola Municipal Rural Sucessão dos Moraes

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

O PAPEL DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

2.5 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

IMPLANTANDO OS DEZ PASSOS DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA EDUCAÇÃO INFANTIL RELATO DE UMA EXPERIENCIA

PROJETO O AR EXISTE? PICININ, Maria Érica ericapicinin@ig.com.br. Resumo. Introdução. Objetivos

2.2 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Segurança Alimentar e Nutricional

PROJETO ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PATOS, PARAÍBA: A PROFICIÊNCIA DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE PATOS

Mostra de Projetos Projeto do LIXO ao LUXO

A PERSPECTIVA DOS PROFESSORES DA ESCOLA BÁSICA SOBRE A EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO BÁSICO: PROJETO AMBIENTE LIMPO

AVALIANDO E CONSCIENTIZANDO HÁBITOS SAUDÁVEIS NA CRECHE PÚBLICA EM CAMPINA GRANDE-PB

VII Mostra de Trabalhos ABC na Educação Científica - Mão na Massa OLHA A POMBA!!!

BRINCAR E APRENDER: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CAPACITAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS NAS COZINHAS E HORTA DAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE ARARUNA PB

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO MARIA MAZUR

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

TRANSPARÊNCIA INSTITUCIONAL PROJETO BOA SEMENTE OFICINA SEMEANDO MOVIMENTO

A Matemática no Atletismo E.E.I.Carlos Maximiliano Pereira dos Santos Sala 14 / 2ª. Sessão

Preferências alimentares individuais; Disponibilidade dos alimentos no mercado; Influência das propagandas no mercado, na televisão.

Manual de Orientações 2012 Educação Infantil e 1º Ano

Palavras Chaves: material didático, cartografia, bacias hidrográficas, lugar.

GT Base Nacional Comum Curricular da Educação Infantil

Projeto Alimentação. EMEF M BOI MIRIM III DRE Campo Limpo

Centro de Estudos Avançados em Pós Graduação e Pesquisa

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

Vigilância Alimentar Nutricional. Colocar aqui a página inicial do curso. Curso de. Vigilância. Alimentar. Nutricional

ESTADO DE GOIÁS PREFEITURA MUNICIPAL DE CAVALCANTE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PROJETO ALEITAMENTO MATERNO

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Língua estrangeira nas séries do Ensino Fundamental I: O professor está preparado para esse desafio?

Relato de experiência sobre uma formação continuada para nutricionistas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS

UM OLHAR SOBRE A ALIMENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Sandra Aparecida Machado Polon Professora Pedagogia UNICENTRO 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO ESPECIALIZAÇÃO DE MÍDIAS NA EDUCAÇÃO VÂNIA RABELO DELGADO ORIENTADOR: PAULO GUILHERMETI

1. IDENTIFICAÇÃO. Título do Projeto: Alimentação Saudável Publico Alvo: Professores e estudantes do 3º e 5º ano. Turno: vespertino

Caderno do aluno UM POR BIMESTRE: teoria, exercícios de classe, as tarefas de casa atividades complementares.

FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO CURSO DE EXTENSÃO PROJETO NOSSA ESCOLA PESQUISA SUA OPINIÃO - PÓLO RS CURSO ESCOLA E PESQUISA: UM ENCONTRO POSSÍVEL

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

LEI Nº 740, DE 03 DE NOVEMBRO DE 2009.

PROGRAMA DE BOLSA ACADÊMICA DE EXTENSÃO PBAEX / EDIÇÃO 2016 CAMPUS AMAJARI ANEXO III

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL 1. TÍTULO DO PROGRAMA AS AVENTURAS DE BILL TAMPINHA E SUA MELHOR AMIGA CORKY

CENÁRIO BRASILEIRO DO MARKETING RELACIONADO A CAUSAS Atitudes e comportamento do consumidor

EXCESSO DE PESO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MINAS GERAIS 1

Quem faz a diferença? E.E.E.I. Olímpio Catão Sala 10 - Sessão 1

PROJETO DE LEI /2009 dos Vereadores Claudio Fonseca (PPS) e Jose Police Neto (PSD) Consolida a legislação municipal sobre alimentação escolar,

Faculdade de Direito Ipatinga Núcleo de Investigação Científica e Extensão NICE Coordenadoria de Extensão. Identificação da Ação Proposta

Projeto Pedagógico Sala da Alegria. Vamos descobrir os Alimentos

EDUCAÇÃO INFANTIL E LEGISLAÇÃO: UM CONVITE AO DIÁLOGO

Sonho Planejado, Sonho Realizado

Enquadramento 02. Justificação 02. Metodologia de implementação 02. Destinatários 02. Sessões formativas 03

APLICAÇÃO DE TESTES DE ACEITABILIDADE POR NUTRICIONISTAS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DE GOIÁS

PREFEITURA DE ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SÃO ROQUE - SP DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROJETO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES EDUCAÇÃO PARA A PAZ

PROJETO ESCOLA DO SABOR

PROGRAMA ESCOLA DA INTELIGÊNCIA - Grupo III ao 5º Ano

Relatório da IES ENADE 2012 EXAME NACIONAL DE DESEMEPNHO DOS ESTUDANTES GOIÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Análise dos dados da Pesquisa de Clima Relatório

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR : MUNICIPALIZAÇÃO É FATOR DECISIVO NA EDUCAÇÃO. VELLOSO, Cleusa Bandeira de Oliveira

Como Elaborar Um Projeto de Pesquisa

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR? ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR?

05 - Como faço para acessar um curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle/UFGD.

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO E APOIO COMUNITÁRIO

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

IMPLANTANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS NA REDE ESTADUAL DE ENSINO

PROJETO DE PESQUISA MINHA CIDADE É UM MORANGO

PROGRAMA MUNICIPAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PMAE

Sumário Executivo. Amanda Reis. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

********** É uma instituição destinada ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos e faz parte da Educação Infantil. Integra as funções de cuidar e

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ENTRE CRIANÇAS

Transcrição:

O PAPEL DO EDUCADOR NA PROMOÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS QUE ESTIMULEM A ACEITAÇÃO DOS CARDÁPIOS OFERECIDOS AOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Autoras: ROSANA MONTEIRO, REGINA DE LIMA SILVA E REJANE DE LIMA SILVA Introdução A Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 consolidou o direito de viver livre da fome e da desnutrição. No Brasil, com a Constituição Federal de 1988, houve uma evolução do estado ao atender e garantir os direitos individuais dos cidadãos, e com isso, intensificou-se a preocupação com a nutrição das crianças e alimentação apropriadas a serem servidas na escola. Obrigatória na rede pública, desde creche até o ensino fundamental, a merenda escolar é servida com o intuito de suprir 15% da necessidade nutricional diária dos alunos. Contudo, no Brasil, para muitos estudantes, essa é uma única refeição balanceada e nutritiva a que eles têm acesso. A formação de bons hábitos alimentares é fundamental para o pleno desenvolvimento físico e cognitivo da criança, e a escola, como um espaço dedicado ao aprendizado, deve está atenta à qualidade da merenda e incentivar os alunos a ingerir mais alimentos naturais para que possam crescer saudáveis (PAIVA, 2006). 1 Conforme Prass (2007) entre a alimentação adequada e sua aceitação e o entendimento de que esta é a melhor opção, há uma grande distância, que deve ser diminuída pela educação nutricional. É indispensável repensar a política da alimentação escolar no país, já que, crianças e adolescentes passam boa parte de sua vida dentro da escola e nela realizam pelo menos uma refeição ao dia. Vale ressaltar que essa refeição deve conter todos os nutrientes num percentual que supra a necessidade da criança durante o período que permaneça na escola. Baseada nessas afirmações foi realizada uma pesquisa numa escola municipal de Jaboatão dos Guararapes-PE, no qual foi possível identificar à resistência dos alunos da

Educação Infantil a merenda escolar quando era servida sopa, frutas, baião de dois, papa, soja e etc... alimentos saudáveis e de alto teor nutritivo que contribuem significamente para o crescimento e desenvolvimento da criança, porém quando a escola oferece no cardápio biscoito, cachorro quente e bolo o percentual de aceitação é bastante significativo. Dessa forma o presente estudo tem por objetivo verificar aceitabilidade da merenda escolar, bem o papel do educador em promover ações educativas voltadas para aceitação dos cardápios oferecidos aos alunos da educação infantil. Referencial Teórico A ingestão de uma alimentação saudável é importante desde a infância, período em que constitui a base da formação do ser humano, uma vez que juntamente nessa na fase se formam os hábitos alimentares. A alimentação suficiente e adequada, principal necessidade do ser humano, constitui um dos direitos da criança (MASCARENHAS; SANTOS, 2006). Em 1988, esse direito foi assegurado através da alimentação escolar a todos os alunos da educação infantil e ensino fundamental por meio de programa suplementar de alimentação escolar (PNAE) oferecido pelo governo estadual, federal e municipal. Este programa tem como principal objetivo suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos, melhorando a capacidade de aprendizagem, formar bons hábitos alimentares e manter o aluno na escola (BRASIL, 2008). 2 A escola, no entanto, não deve se limitar a fornecer alimentos para crianças, mais deve conhecer as conseqüências de uma má alimentação para a faixa etária com a qual trabalha, de modo a repercutir em ações práticas que contribuem para o bom estado nutricional das crianças (CAVALCANTE et al, 2006). Considerando a importância da escola como espaço propicio à formação de hábitos alimentares saudáveis em construção da cidadania, foi publicada em 08 de maio de 2006 a portaria interministerial nº. 1010, que instituiu as diretrizes para a promoção da alimentação saudáveis nas escolas de Educação Infantil, reforçando a abordagem da promoção da saúde e da alimentação saudáveis nas atividades curriculares das escolas.( DAVANÇO et al. 2004).

Metodologia A coleta de dados foi realizada a partir de aplicação de fichas de análise e questionários. Tendo como público alvo os alunos da Educação Infantil, com faixa etária de 5 a 6 anos de idade, totalizando 52 alunos numa escola da rede municipal de Jaboatão dos Guararapes-PE. Para avaliar aceitação da alimentação, foi utilizada uma ficha para análise da qualidade sensorial da alimentação servida através da escala hedônica facial conforme estabelece Teixeira, Meinert e Barbetta (1987), que permitiu melhor compreensão por parte das crianças. De acordo com os autores cada aluno pode afirmar seu grau de prazer através das expressões faciais, acrescidas de expressões verbais, que variam entre gostei e não gostei. Para análise da aceitação foi consultado o número de respostas para cada expressão e calculada a porcentagem em cada expressão considerando o número total de alunos entrevistado. A aceitação da alimentação será definida com base na resolução/fnde/cd/nº 32 de 10 de agosto de 2006, que estabelece o índice maior ou igual a 85% como critério de aceitação para merenda escolar (BRASIL, 2006). Para obter este índice serão consideradas as expressões gostei e não gostei. Foi aplicado questionário elaborado pela Associação Brasileira de Nutrição- ASBRAN 2006 no qual possibilitou diagnosticar os motivos de aceitação ou não da alimentação escolar. Dessa forma foi possível justificar as respostas encontradas na ficha para análise da qualidade sensorial da alimentação servidas. 3 Resultados No que se refere à aceitação da alimentação escolar dos 52 alunos avaliados, 35% afirmaram gostar da alimentação oferecida e cerca de 65% alegaram que não gostam, pois justificaram a não aceitação pelo fato da merenda está associada a almoço, janta e não a lanche.

Em relação se os alunos comem toda refeição servida na escola 19% alegaram que comem, enquanto 81% não comem pelo fato do sabor e aspectos da preparação não agradar. Algumas afirmações de alunos demonstram que este tende a limitar a alimentação escolar a uma merenda e não a uma refeição. As frases descritas a seguir refletem essa idéia. Não gosto de sopa, porque já como obrigada no jantar e não gosto. Gostaria de comer no lanche, coxinha, cachorro quente, biscoito, chocolate e pizza ; Arroz, feijão e carne são para comer em casa e não na escola. Estudos como o de Muniz e Carvalho (2007) analisando o programa nacional de alimentação escolar em escola municipal da Paraíba os alunos utilizaram as seguintes expressões verbais: Só não como a merenda quando é comida de panela, porque eu acho que essas comidas não devem ser oferecidas em um lanche. 4 Eu queria que a merenda da minha escola deveria ter mais coisa como: biscoito, pipos, chocolate e eu queria que na merenda da minha escola fosse servido pipos, hambúrguer, pizza, coxinha, cachorro quente, churrasco e lanches. Concordando com o presente estudo. Os alimentos mais nutritivos como sopa, canja, arroz com salsicha alcançaram percentuais de rejeição de 77% e 23% de aceitação pelos alunos, já o biscoito com iorgute 96% de aceitabilidade, enquanto cachorro quente 100%. Devido ao fato das crianças estarem crescendo e desenvolvendo ossos, dentes, músculos e sangue, elas precisam de alimentos mais nutritivos em proporção ao seu peso (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002). Na presente pesquisa, alimentos como biscoitos com iorgute e cachorro quente foram citados como os mais prediletos entre os escolares. O oposto foi observado para as preparações composta de sopa, canja e arroz com salsicha.

A partir dos resultados obtidos é de grande importância que o educador desenvolva ações na sala de aula que incentive as crianças aceitar alimentação oferecida na escola, uma vez que é nesta fase que os bons hábitos alimentares estão em construção. Conclusão Com base nos resultados obtidos conclui-se que os alimentos mais nutritivos, têm menos aceitação pelos alunos da educação infantil. O ambiente escolar é um importante local para a formação de bons hábitos alimentares e a educação nutricional. Por proporcionar um ambiente favorável à vivência de saberes e sabores, o educador pode e deve favorecer a construção de uma relação saudável da criança com o alimento, através de atividades recreativas incluindo canções, histórias, desenhos, teatro de fantoches e brincadeiras, como também a implantação de hortas escolares e cozinhas experimentais. 5 Referências: ASBRAN. Associação Brasileira de Nutrição. Projeto: Pesquisa Nacional do Consumo Alimentar e Perfil Nutricional de Escolares, Modelos de Gestão e de Controle Social do PNAE. Manual de instruções para coleta de dados e preenchimento dos formulários. São Paulo. 2006 BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Alimentação Escolar. Brasília, DF. Fev. 2008. Disponível em: HTTP://www.fnde.gov.br/alimentação_escolar.html. Acesso em: 20 ago. 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. RESOLUÇÃO/FNDE/CD/Nº. 32 DE 10 DE AGOSTO DE 2006. Disponível em: http://ftp.fnde.gov.br/web/resolucoes_2006/res032_10082006.pdf Acesso em: 18 ago 2008.

CARVALHO, A.L.; MUNIZ, V.M. Programa nacional de alimentação escolar em município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do programa. Revista de Nutrição. Campinas, v.20, n.3, mai/jun.2007. CAVALCANTE, A.A.M.; TINÔCO, A.L.A.; COTTA, R.M.M., et al. Consumo alimentar e estado nutricional de crianças atendidas em serviços públicos de saúde do município de Viçosa, Minas gerais. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n.3, mai/jun. 2006. DAVANÇO, G.M; TADDEI, J.A.A.C; GAGLIONE, C.P. Conhecimentos, atitudes e práticas de professores de ciclo básico, expostos e não expostos a curso de educação nutricional. Revista de Nutrição. V. 17, n. 2, 2004. MAHAN, LK; ESCOTT STUP, S K. Alimento, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 10ª edição, 1.179 p., 2002. MASCARENHAS, J. M. O.; SANTOS, J. C. dos. Avaliação da composição nutricional dos cardápios e custos da alimentação escolar da rede municipal de conceição do Jacuípe/BA. Revista Sitientibus. N.35, p75-90. 2006. 6 PRASS, F.S; MOREIRA, T.R; OLIVEIRA, V.R. Contribuição do programa nacional de alimentação escolar sobre a condição nutricional crianças em idade escolar. Higiene Alimentar. Rio grande do Sul, v.21, n. 149, p. 22-23, 2007. TEIXEIRA, E.; MEINERT, E. M.; BARBETTA, P. A. Análise Sensorial de Alimentos. Florianópolis: Editora da UFSC. 1987. 180p. PAIVA, E.S. Cuidado com a merenda. Revista Projetos Escolares Educação Infantil. Ano. 3, n.26, 2006.