ALERTA EPIDEMIOLÓGICO

Documentos relacionados
Módulo: Nível Superior Dezembro/2014 GVDATA

Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Rio de Janeiro 01/01/2007 a 07/11/2017

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA PARAÍBA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

Unir forças para não expandir

Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das Doenças relacionadas à pobreza 2018

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE - DF HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA M CALAZAR GERMANO DA SILVA DE SOUZA R 2

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 06 Profº Ricardo Dalla Zanna

Vigilância da Leishmaniose Visceral. (calazar, esplenomegalia tropical, febre Dundun)

Universidade de São Paulo -USP. Leishmanioses. Luciana Benevides. Ribeirão Preto- 2013

Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 001/2015

CAPACITAÇÃO AGENTE COMUNITÁRIOS

SITUAÇÃO ATUAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ

Vigilância Epidemiológica das Doenças Negligenciadas e das Doenças relacionadas à pobreza 2017

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS E DAS DOENÇAS RELACIONADAS À POBREZA 2018

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NA MACRORREGIÃO DO CARIRI, CEARÁ

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Nº 01/2018 DIVEP/SUVISA/SESAB

ARTIGO ORIGINAL. Resumo INTRODUÇÃO. Waneska Alexandra Alves 1. anteriormente de caráter rural, se expandiu para zonas urbanas,

Gênero Leishmania. século XIX a febre negra ou Kala-azar era temida na Índia. doença semelhante matava crianças no Mediterrâneo

Leishmaniose. Família: Trypanosomatidae (da mesma família que o Trypanosoma cruzi, causador de Chagas).

REGINA LUNARDI ROCHA. Departamento de Pediatria FM/UFMG Serviço DIP-HC/UFMG

TÍTULO: OCORRÊNCIA DE LEISHMANIA SP DETECTADA POR PCR EM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA PARTICULAR DE SP

Orientações para Notificação / Investigação de casos suspeitos de Sarampo (CID 10: B05)

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

LEISHMANIOSE HUMANA E CANINA

AVALIAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA CIDADE DE IMPERATRIZ, MARANHÃO. Natã Silva dos Santos 1 Graduando em Enfermagem

ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO NORDESTE

MORTALIDADE E LETALIDADE POR LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Manejo de casos suspeitos de Febre Maculosa. Outubro de 2018

PROJETO TURMINHA DA SAÚDE. Ronaldo Kroeff Daghlawi. São Luís-MA

NOTA TÉCNICA FEBRE AMARELA SESA/ES 02/2017. Assunto: Informações e procedimentos para a vigilância de Febre Amarela no Espírito Santo.

INFECÇÃO SIMULTÂNEA POR Leishmania chagasi E Ehrlichia canis EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS EM SÃO LUÍS, MARANHÃO, BRASIL

INFORME TÉCNICO 001/2016

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 001/2019

OFÍCIO CIRCULAR nº. 014/09. Goiânia, 11 de abril de Ilmo(a). Senhor(a) Supervisor(a) de Ações Básicas Administrações Regionais de Saúde

Diário Oficial Imprensa Nacional Nº 52 DOU de 16/03/17 Seção 1 p.62 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL BRASÍLIA - DF MINISTÉRIO DA SAÚDE GABINETE DO MINIS

Investigação epidemiológica de doenças transmitidas pela fêmea do Aedes aegypti: dengue, chikungunya e zika. Deborah Bunn Inácio

A VIGILÂNCIA NO CONTEXTO DA SAÚDE. Herlon Guimarães Diretor da DUVAS

Manual de Vigilância e Controle das Leishmanioses

INFORME TÉCNICO PARA MÉDICOS VETERINÁRIOS LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA

14/06/12. Esta palestra não poderá ser reproduzida sem a referência do autor

Vacinação contra Febre Amarela em Santa Catarina. Arieli Schiessl Fialho

NOVO CONCEITO. Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO!

Boletim Epidemiológico

DISTRIBUIÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE, ESTADO DE SÃO PAULO.

SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 01/2015

BIOLOGIA. Qualidade de Vida das Populações Humanas. Principais doenças endêmicas no Brasil. Prof. ª Daniele Duó.

Palavras-chaves: Doença cutânea, mosquito-palha, doenças tropicais, Leishmania.

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE

LEISHMANIOSE CANINA (continuação...)

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Situação epidemiológica da Influenza Pandêmica (H1N1), no Pará, semanas epidemiológicas 1 a 43 de 2009.

RESUMOS COM RESULTADOS ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)

Nota Informativa 06/10/2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 011/2014

Aprimorando em Medicina Veterinária, Fundação Educacional de Ituverava Faculdade Dr. Francisco Maeda (FAFRAM),

NOTA DE ALERTA SARAMPO

Doenças Infecciosas e Transmissão de Doenças: Conceitos Básicos

TÍTULO DA PRÁTICA: CÓDIGO DA PRÁTICA:

NOTA INFORMATIVA Nº 92, DE 2017/SVS/MS

ESTRATÉGIA DE ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE EBOLA. Versão 1 14 de agosto de 2014

#$%&'()*%+&$,-%&.$/)0

PORTARIA Nº. 5, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2006.

Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de São Paulo: Situação Epidemiológica

MALÁRIA. Agentes etiológicos (Protozoários) Plasmodium vivax Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale

SALA DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA EM SAÚDE DOS IMIGRANTES

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

NOTA TÉCNICA Nº01/2015 SUVIGE/CPS/SESAP/RN. Assunto: Nota Técnica sobre Doença não esclarecida com exantema

Figura 1. Levantamento da fauna anofélica, Santa Catarina, 1997 a 2004.

Medico Vet..: HAYANNE K. N. MAGALHÃES Idade...: 11 Ano(s) CRMV...: 2588 Data da conclusão do laudo.:05/08/2019

A CARACTERIZAÇÃO DA LEISHMANIOSE: o contexto norte mineiro

LEISHMANIOSES 31/08/2015. Leishmanioses: etiologia. Leishmanioses: distribuição mundial

Nota Técnica 03/2017 CIEVS/GEEPI/GVSI. Assunto: Fluxo Assistencial de Pessoa com Suspeita de Febre Amarela na Rede SUS-BH

Audiência Pública 17/08/2015. Projeto de Lei 1.738/2011

Leishmaniose Visceral

ASSOCIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NO EXAME CITOLÓGICO DE PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA DE LINFONODO COM O PERFIL CLÍNICO DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL.

Mortes de macacos e a prevenção da febre amarela no Brasil, 2007 e 2008.

Informe Epidemiológico nº Leishmaniose Visceral Humana, com ênfase na detecção dos casos Semana Epidemiológica 1 a 20/2017 (01/01 a 20/05/2017)

Análise Clínica No Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 Prop...: RAIMUNDO JURACY CAMPOS FERRO Especie...: CANINA Fone...: 0

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

TRYPANOSOMA EVANSI EM EQUINOS

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

HEPATITES VIRAIS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM IDOSOS: BRASIL, NORDESTE E PARAÍBA

Trypanosoma cruzi Doença de Chagas

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM IDOSOS NO NORDESTE NO BRASIL

Ministério da Saúde confirma segundo caso de febre do Nilo no país

Guia de Serviços Atualizado em 30/04/2019

SCIH NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS COMPULSÓRIAS

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO LEPTOSPIROSE Nº 001/2018

Risco da transmissão da Doença de Chagas por via oral

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2019

1º EM BIOLOGIA PROFESSOR JOÃO C5, 8 H19, 29, 30 PROTOZOOSES. Biologia Professor João

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE EM HUMANOS E CÃES NO MUNICÍPIO DE MINEIROS GOIÁS

Leishmaniose visceral: Complexidade na relação Homemanimal-vetor-ambiente

Transcrição:

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Gerência de Vigilância Epidemiológica - Diretoria de Vigilância em Saúde SMS Florianópolis, SC 13 de dezembro de 2017 Leishmaniose Visceral Humana Em 08/12/2017 foi confirmado mais um caso de Leishmaniose Visceral Humana (LVH) em Florianópolis. A investigação epidemiológica confirmou tratar-se de caso autóctone, provavelmente adquirido no Bairro Rio Tavares, embora a paciente transitasse também em outras áreas com risco reconhecido de transmissão (Lagoa da Conceição e Itacorubi). Com este, já são três casos autóctones registrados no município desde agosto de 2017, quando foi registrado o primeiro caso autóctone da doença. Os locais de provável infecção dos dois casos anteriores foram os Bairros Saco dos Limões e Pantanal. A Leishmaniose Visceral Humana, também conhecida como Calazar ou Esplenomegalia Tropical, é uma antropozoonose, ou seja, uma doença transmitida entre animais e humanos. É uma doença crônica e sistêmica, e quando não tratada pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos (GVS, 2017). ETIOLOGIA E TRANSMISSÃO O agente etiológico é o protozoário tripanosomatídeos do gênero Leishmania. Na área urbana e periurbana, o cão é a principal fonte de infecção, embora outros animais estejam ocasionalmente envolvidos. A doença canina tem precedido os casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente que no homem. A transmissão se dá pela picada de um inseto do gênero Lutzomyia, popularmente chamado de mosquito-palha, contaminado pela Leishmania. O mosquito, frequente em áreas de mata, coloca seus ovos em matéria orgânica em decomposição e, por isso, locais com fezes de animais, cascas ou restos de vegetais e folhas podem ser favoráveis para a ocorrência desse inseto. A transmissão não ocorre diretamente de pessoa a pessoa nem de cães para pessoas, sendo necessárias as presenças de um reservatório animal e do vetor para a ocorrência da doença. Fig 1 - Ciclo de Transmissão da LVH. Fonte: http://www.tvbarretos.tv.br/wp-content/uploads/2013/08/leishmaniose.jpg, acesso em 13/12/2017. 1

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E COMPLICAÇÕES A Leishmanione pode apresentar-se de três formas a depender do parasita envolvido: a Leishmaniose Tegumentar, mais comum e menos grave, a Leishmaniose Mucocutânea e a Leishmaniose Visceral, forma mais grave da doença e objeto deste alerta. O período de incubação no homem é de 10 dias a 24 meses, com média entre 2 e 6 meses. Crianças e idosos são mais suscetíveis. Manifesta-se clinicamente por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia, hepatoesplenomegalia e anemia, entre outras. A grande maioria das pessoas contaminadas não desenvolverá a doença, exceto quando apresentarem algum déficit imunológico. Entre as complicações, destacam-se otite média aguda, piodermites e infecções dos tratos urinário e respiratório. Caso não haja tratamento adequado, o paciente poderá desenvolver um quadro séptico com evolução fatal. As hemorragias são geralmente secundárias à plaquetopenia, sendo a epistaxe e a gengivorragia as mais encontradas. A hemorragia digestiva e a icterícia, quando presentes, indicam gravidade do caso. ATENÇÃO!!! Em pacientes co-infectados com HIV, a forma clínica tende a ser mais grave, as complicações mais frequentes e a mortalidade, maior! Diante de um caso humano suspeito de LVH recomenda-se oferecer o teste rápido para HIV independente da idade. DIAGNÓSTICO: A pronta notificação dos casos suspeitos é necessária para acionamento das investigações epidemiológicas e ambientais cabíveis. Além disso, a investigação de todos os casos notificados passa a ser acompanhada pela Gerência de Vigilância Epidemiológica até que o diagnóstico final seja definido, conforme quadro abaixo: CRITÉRIOS PARA CONFIRMAÇÃO DE CASOS EM HUMANOS Critério clínico laboratorial: a confirmação do caso clinicamente suspeito deverá preencher no mínimo UM dos seguintes critérios: -Teste imunocromatográfico (teste rápido IT-Leish ) reagente; -Encontro do parasito no exame parasitológico direto ou em cultura (diante da necessidade da realização desses exames, entrar em contato com o LACEN para orientações antes da coleta); -Reação de imunofluorescência reativa (RIFI) com título de 1:80 ou mais, desde que excluídos outros diagnósticos. Critério clínico epidemiológico: paciente clinicamente suspeito, residente ou procedente de área com transmissão de LV, sem confirmação laboratorial, mas com resposta favorável à prova terapêutica. *nova definição de caso no município de Florianópolis orientada pela Nota Técnica Conjunta de Leishmaniose Visceral Humana Nº03/SMS/DVS/GVE/2017 O diagnóstico laboratorial da Leishmaniose Visceral é realizado pelo laboratório de referência LACEN SC (Laboratório Central de Saúde Pública) e baseia-se em exames imunológicos e parasitológicos: - Imunológicos: Imunocromatografia e imunofluorescência indireta - através de amostra de sangue (soro) que deve ser coletada em tubo sem anticoagulante com gel separador, aguardar 30 minutos em temperatura ambiente e enviar o tubo ao LACEN na posição vertical sob refrigeração (2 a 8º C). - Parasitológico: É feito pelo encontro de formas amastigotas do parasito, em material biológico obtido preferencialmente da medula óssea por ser um procedimento mais seguro, do linfonodo ou do baço. Vide Manual de coleta, acondicionamento e transporte de amostras biológicas: http://lacen.saude.sc.gov.br/arquivos/mct01.pdf 2

Diagnóstico diferencial: Enterobacteriose, malária, brucelose, febre tifóide, esquistossomose hepatoesplênica, Doença de Chagas, linfoma, mieloma múltiplo, anemia falciforme, toxoplasmose, entre outras. TRATAMENTO: Após o uso do quadro de escores, vide http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/analise_de_dados/gvs3-onlines.pdf, as opções terapêuticas são: Antimoniato de N-metilglucamina, Anfotericina B e Anfotericina B lipossomal. Além das medidas de suporte. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS: A Leishmaniose Visceral vem se tornando um importante problema de saúde pública nos últimos anos em várias partes do mundo, com aproximadamente 30 mil casos e 20 mil mortes identificados anualmente. Fatores como a urbanização desorganizada, desmatamento e invasões de zonas de matas por ocupações domiciliares e convivência de animais domésticos próxima a áreas habitadas pelo vetor estão entre os fatores associados ao aumento do número de casos em humanos. Aproximadamente 90% dos casos mundiais concentram-se em 07 países, entre eles o Brasil. Fig.2 - Leishmaniose Visceral no Mundo, 2013. Fonte: http://gamapserver.who.int/maplibrary/files/maps/leishmaniasis_2013_vl.png?ua=1 No país, a maior parte dos casos está concentrada nas regiões Norte e Nordeste e a doença está estável, com indicativo de queda discreta nos últimos 10 anos. Entretanto, na Região Sul a situação epidemiológica atual é alarmante, com número crescente de casos. Em Florianópolis, casos caninos de LV têm sido identificados desde 2010. Até o momento, já foram identificados 398 cães positivos para a doença, cuja distribuição pode ser vista nas figuras abaixo. Desta forma, alertamos os profissionais de saúde para que fiquem atentos à possibilidade de aparecimento de novos casos em humanos e comuniquem imediatamente à Gerência de Vigilância Epidemiológica de Florianópolis a ocorrência de qualquer caso suspeito. 3

Fig 3. Casos caninos na Região Norte. Fig 4. Casos caninos nas Regiões Centro e Continente. Fig 5. Casos caninos na Região Sul. 4

Fig 6. Casos caninos na Região Leste. NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DEVE SER NOTIFICADO COMO CASO SUSPEITO DE LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA* Todo indivíduo de qualquer idade procedente de qualquer área de transmissão, incluindo Florianópolis, com UM DOS seguintes quadros: -Febre persistente há 07 dias sem outro diagnóstico clínico evidente; -Febre de qualquer duração associada à esplenomegalia; -Febre de qualquer duração associada à hepatomegalia; A LVH é uma doença de notificação compulsória e imediata no município de Florianópolis. Na identificação de caso suspeito, o profissional deverá entrar em contato imediatamente com a Gerência de Vigilância Epidemiológica através do fluxo: Dias úteis: Centros de Saúde, CAPS, Policlínicas e UPAs das 8 às 17 horas, com as equipes de Vigilâncias Epidemiológicas Descentralizadas correspondentes ao seu distrito; Demais horários e demais estabelecimentos de saúde, a qualquer hora, pelos seguintes contatos: 3212-3922 / 3212-3907 / 99985-2710. Referências: 1) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume 3/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. 1. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 2) WHO. Control of the leishmaniasis: report of a meeting of the WHO Expert Committee on the Control of Leishmaniases, Geneva, 22-26 March 2010. 3) Florianópolis. Secretaria Municipal de Saúde. Diretoria de Vigilância em Saúde. Gerência de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica Conjunta de Leishmaniose Visceral Humana n3/sms/dvs/gve/lacen-sc/dive. Acesso em 12/12/2017: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/02_10_2017_16.15.25.87248ebf4061d5b632f2fbce2f7e7b6c.pdf Elaboração: Ana Cristina Vidor, Ana Paula Kliass Machado, Caroline Andrade Machado, Cíntia Magali da Silva, Denise Berto da Silva, Jaqueline Pereira, Monich Melo Cardoso, Priscilla Valler, Taina Barbie do Espírito Santo Martins, Renatha Veber Fonseca, Valdete da Silva Sant Anna. Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis Diretoria de Vigilância em Saúde Gerência de Vigilância Epidemiológica Av. Henrique da Silva Fontes, 6100 - Trindade e-mail: veflorianopolis@gmail.com (48) 3212-3910 - 3212-3907 - 99985-2710 (plantão) 5