LEI COMPLEMENTAR Nº 929, DE 28 DE JULHO DE 2017 (Autoria do Projeto: Poder Executivo) Dispõe sobre dispositivos de captação de águas pluviais para

Documentos relacionados
Projeto de Lei Ordinária nº /2015 Autor: Vereador Marmuthe Cavalcanti

Deliberação Normativa COPAM nº., de XX de janeiro de 2010

LEI COMPLEMENTAR Nº 915, DE 11 DE OUTUBRO DE 2016 ASA SUL (REGULAMENTAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR 766 DE 19 DE JUNHO DE 2008).

2º - Para o Bioma Cerrado, deverão ser considerados os parâmetros definidos na Resolução SMA 64, de

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA

PREFEITURA MUNICIPAL NOVA VENEZA

ISABELA AMORELLI NATHÁLIA BJAIJE RAFAELA LOPES BOLETIM INFORMATIVO. Decreto regulamenta a Taxa de Permeabilidade nos Planos Diretores Locais

LEI Nº , 04 DE JANEIRO DE 2002

Decreto que regulamenta o artigo 115 do Código de Obras de Guarulhos

PREFEITURA MUNICIPAL DE JACAREÍ PALÁCIO PRESIDENTE CASTELO BRANCO JACAREÍ ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO PREFEITO

Data: 14 de novembro de A Câmara Municipal de Guaratuba, Estado do Paraná, aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

PROJETO LEI COMPLEMENTAR Nº (Autoria do Projeto: Poder Executivo)

TERMOS USADOS NOS PROJETOS DE ARQUITETURA Alinhamento: É a linha legal, traçada pelas autoridades municipais, que serve de limite entre o lote, ou

Estabelece normas para o uso racional e reaproveitamento das águas nas edificações do Estado de Pernambuco e dá outras providências.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA LEI Nº XX.XXX

LEI COMPLEMENTAR Nº 76/2017

LEI COMPLEMENTAR Nº 806, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2016.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS LAGOAS ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FELIPE. LEI Nº 797/2017 De 17 de Julho de 2017

CAPACITAÇÃO PARA FISCAIS DE OBRAS E POSTURAS MUNICIPAIS

LEI Nº 8.379/2012 JOÃO HENRIQUE TÍTULO II DAS OPERAÇÕES DE CARGA E DESCARGA TATIANA MARIA PARAÍSO ANDRÉ NASCIMENTO CURVELLO

IT 1819 R.4 - INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE PARCELAMENTO DO SOLO

Deliberação Normativa COPAM n.º 58, de 28 de Novembro de (Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" - 04/12/2002)

PHD2537 Água em Ambientes Urbanos. Profº: Dr. Kamel Zahed Filho SEMINÁRIO

Aula 5. Parcelamento do solo urbano, afastamento e alinhamento.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTANA DO RIACHO ESTADO DE MINAS GERAIS ADMINISTRAÇÃO LEI 114/1983

Novos Parâmetros para a Regularização Fundiária urbana e rural

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA LEI ESTADUAL DE PARCELAMENTO DO SOLO. Lei nº , de 22 de janeiro de 2018, revogou a Lei Estadual n 6.

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES ANEXO II FATOR DE SUSTENTABILIDADE

Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal SINJ-DF

PREFEITURA DE GOIÂNIA

PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO E DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO MATINHOS PARANÁ BRASIL 2006 LEI DA OUTORGA ONEROSA

RESIDENCIAL SANTA MONICA MEMORIAL DESCRITIVO ANEXO I

DECRETO Nº , DE 9 DE JANEIRO DE 2014.

DESENHO TÉCNICO PLANTA DE SITUAÇÃO. Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR Colegiado de Engenharia Civil Prof. Philipe do Prado Santos

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE. Professor: João Carmo

CONSULTA PARA REQUERER ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO

DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO

PROGRAMA DE MESTRADO EM DIREITO

IV - prova da quitação da taxa correspondente à análise e aprovação do processo e a respectiva contrapartida.

Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013 Edição n 1209

Seminário de Mobilidade Urbana e Acessibilidade 23/11/2016

DECRETO Nº DE 14/12/2006 DOM-CURITIBA DE 26/12/2006

Aproveito o ensejo para reiterar a Vossa Excelência meus protestos de alta estima e distinta consideração. MARCELO CRIVELLA

NORMATIVA CONCIDADE E CMMA 01/2014

LEI COMPLEMENTAR Nº DE DE DE (Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Proposta de diretrizes para elaboração de Plano Diretor de Ocupação da Área 2 do Campus de São Carlos

Grupo de Materiais de Construção Departamento de Construção Civil Universidade Federal do Paraná APROVAÇÃO DE PROJETOS - PREFEITURA

APLICANDO O CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS Arq. Fernando Mazzeo Grande

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Aproveitamento de água de chuva no meio urbano: aspectos técnicos e legais

DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 227 DE 29 DE AGOSTO DE 2018

LEI Nº DE 03 DE DEZEMBRO DE 2015

Prefeitura Municipal de São Pedro da Aldeia Estado do Rio de Janeiro Gabinete do Prefeito LEI COMPLEMENTAR Nº 34, DE 18 DE JULHO DE 2003.

Art. 1º Esta Lei Complementar dispõe sobre os Projetos Urbanísticos com Diretrizes Especiais para Unidades Autônomas PDEU.

PREFEITURA MUNICIPAL DE URUAÇU ESTADO DE GOIÁS PODER EXECUTIVO SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO CNPJ /

Controle de impactos de edificações sobre o sistema público de drenagem: Vazões pluviais e poluição difusa

Sistemas de espaços livres e forma urbana

LEI Nº 3709/92 (*) (**)

LEI MUNICIPAL N. 481, de 21 de novembro de 2018.

Prefeitura Municipal de Nova Viçosa publica:

ELEMENTOS DE ARQUITETURA E URBANISMO

155 Anexo B Legislação

RESOLUÇÃO CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES BA, Nº 21, DE 04 DE AGOSTO DE 2015.

IT-1302.R-1 - INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA REQUERIMENTO DE LICENÇAS PARA ATERROS SANITÁRIOS

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. PORTARIA CVS Nº 10, DE 5 DE AGOSTO DE 2017 DOE/SP de 16/08/2017 [Página 39]

ANEXO III PROJETOS EXECUTIVOS DE ENGENHARIA DOS LAGOS ARTIFICIAIS E DAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA DA FASE 01 DO SAPIENS PARQUE

DESENHO TÉCNICO. AULA 06 - COBERTURA Curso: Engenharia Civil Matéria: Desenho Técnico

CÓDIGO TÍTULO VERSÃO REDES DE DISTRIBUIÇÃO CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA CONDOMÍNIOS E LOTEAMENTOS FECHADOS

SANEAMENTO BÁSICO DRENAGEM URBANA. Prof. Silvana Ferreira Bicalho

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

QUADRO XV ZONA CENTRAL - ZC PARÂMETROS COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO (CA)

DESENHO TÉCNICO E ARQUITETÔNICO

Condomínio Residencial Solar da Serra PLANO DE USO E OCUPAÇÃO Apresentação do Centro Comercial. Brasília, Junho de 2018

DESENHO TÉCNICO E ARQUITETÔNICO

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARTUR NOGUEIRA

PARECER Nº, DE Relatora: Senadora LÍDICE DA MATA I RELATÓRIO

ELEMENTOS DE ARQUITETURA E URBANISMO

Art. 3º A Fundação Estadual de Meio Ambiente-Pantanal, expedirá as seguintes Licenças Ambientais:

MUNICÍPIO DA POVOAÇÃO Aviso Carlos Emílio Lopes Machado Ávila, Presidente da Câmara Municipal da Povoação: Faço Público que, em cumprimento da

LEI COMPLEMENTAR N.º 528 CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS (60 h)

LEI Nº 5.565, DE

PUBLICADO DOC 29/09/2011, PÁG 92

DECRETO Nº , DE 24 DE FEVEREIRO DE 2014.

RESOLUÇÃO Nº, DE 28 DE JUNHO DE 2018

PROJETO DE LEI - LEGISLATIVO Nº 0006/2015, DE 06/02/2015.

o í DE u,r*x DE 2014.

CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM Nº 148 DE 30 DE ABRIL DE 2010

LEI Nº 6400, DE 05 DE MARÇO DE 2013.

Estabelece critérios e procedimentos gerais para proteção e conservação das águas subterrâneas no território brasileiro.

PREFEITURA MUNICIPAL DE INDIANÓPOLIS ESTADO DE MINAS GERAIS. Lei Municipal nº 1.195, de 30 de junho de 1997

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

MUNICÍPIO DE S. JOÃO DA MADEIRA

ELEMENTOS DE ARQUITETURA E URBANISMO

Lei Federal n /17 Novo Marco Legal

LEI Nº 200, DE

Legislações voltadas ao uso racional e à conservação da água

Transcrição:

LEI COMPLEMENTAR Nº 929, DE 28 DE JULHO DE 2017 (Autoria do Projeto: Poder Executivo) Dispõe sobre dispositivos de captação de águas pluviais para fins de retenção, aproveitamento e recarga artificial de aquíferos em unidades imobiliárias e empreendimentos localizados no Distrito Federal e dá outras providências. O Governador do Distrito Federal, faço saber que a Câmara Legislativa do Distrito Federal decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece diretrizes para o uso de dispositivos destinados à infiltração artificial de águas pluviais para a recarga de aquíferos e para sua retenção e seu aproveitamento com vistas a assegurar, no máximo, a vazão de pré-desenvolvimento na saída do lote urbano ou da projeção. Art. 2º Para efeitos desta Lei Complementar, as seguintes expressões ficam assim definidas: I - conforto higrotérmico: sensação de bem-estar do ser humano em relação às condições de umidade e de temperatura do ambiente; II - infiltração natural: introdução de águas pluviais no solo sem intervenção humana ou facilitação por práticas conservacionistas, compreendida como uma variável do ciclo hidrológico; III - período de retorno: intervalo de tempo, medido em anos, em que uma determinada precipitação pluviométrica deve ser igualada ou superada pelo menos uma vez, também denominado período de recorrência; IV - permeabilidade do solo: capacidade do solo de absorver água e outros fluidos; V - recarga artificial: medidas de intervenção humana planejada destinadas a induzir a introdução de águas pluviais no subsolo; VI - retenção ou retardo de águas pluviais: redução da descarga máxima do escoamento superficial e consequente amortização da vazão de pico desse escoamento por meio de dispositivos de reservação, infiltração ou evapotranspiração; VII - taxa de permeabilidade: percentual da área do lote destinada à absorção das águas pluviais diretamente pelo solo, com o objetivo de atendimento ao disposto no art. 3º; VIII - teto verde: área de cobertura do edifício com plantio de forração vegetal, em subleito de terra ou material orgânico, com pelo menos 30 centímetros de espessura; IX - vazão de pré-desenvolvimento: vazão estimada de escoamento superficial calculada considerando a situação natural de cobertura do solo. Art. 3º São objetivos da área do lote correspondente à taxa de permeabilidade, na forma desta Lei Complementar:

I - propiciar a infiltração de águas pluviais; II - contribuir para o conforto higrotérmico; III - contribuir com a evapotranspiração e com a redução de ilhas de calor; IV - favorecer a qualidade do ar; V - propiciar o retardo de escoamento superficial de águas pluviais e reduzir alagamentos; VI - contribuir para a paisagem e a qualidade do espaço urbano. 1º As disposições desta Lei Complementar relativas à taxa de permeabilidade são também aplicáveis quando a legislação correlata tratar de área verde, taxa de área verde ou taxa mínima de área verde, em vez de taxa de permeabilidade 2º Nos casos em que a legislação utilize os conceitos área verde, taxa de área verde ou taxa mínima de área verde, constatada a impossibilidade de aplicação dos valores máximos dos parâmetros da norma específica para o lote, em cumprimento aos objetivos desta Lei Complementar, fica autorizado o atendimento do caput, I, nos termos do disposto no art. 6º. Art. 4º As taxas de permeabilidade definidas pela legislação pertinente podem ser atendidas parcialmente, até o limite de 40% das taxas originais, por meio da instalação de sistema de infiltração artificial de águas pluviais, nos casos em que o coeficiente de aproveitamento do lote seja maior do que 1,0. 1º A faculdade prevista no caput fica condicionada: I - ao pleno atendimento das disposições do art. 3º, de II a VI; II - ao atendimento do volume mínimo que seria infiltrado com a taxa de permeabilidade original, quando somadas a infiltração artificial e a infiltração natural; III - ao plantio de no mínimo um indivíduo arbóreo de médio a grande porte a cada 100 metros quadrados ou fração de área não impermeabilizada, preferencialmente, de espécies nativas do cerrado. 2º Nos casos de comprovada ineficácia do sistema de infiltração artificial, por meio de laudo técnico, fica mantida a possibilidade prevista no caput, atendidas as demais disposições deste artigo e a obrigação de instalação de dispositivo de retenção. 3º O percentual estabelecido no caput pode ser acrescido de 1% a cada 50 metros quadrados de teto verde, limitado a 10%, consideradas as frações. 4º A instalação do sistema de infiltração de águas pluviais em lotes com coeficiente de aproveitamento máximo superior a 3,0 possibilita o acréscimo de outros 40% ao limite previsto no caput, mantida a opção referida no 3º.

5º Para os casos previstos no 4º, o interessado deve apresentar justificativa técnica ao órgão ambiental para anuência, que tem o prazo de 30 dias para análise. 6º O decurso do prazo de análise sem manifestação conclusiva implica anuência tácita do órgão ambiental em relação à possibilidade prevista no 4º. 7º O indeferimento de pedido do acréscimo referido no 4º deve ser acompanhado de justificativa técnica. Art. 5º As licenças de obras iniciais de edificação ou os alvarás de construção para lotes ou projeções, no Distrito Federal, com área igual ou superior a 600 metros quadrados, públicos ou privados, ficam condicionados à previsão de instalação de dispositivos de recarga artificial e de retenção de águas pluviais, nos termos desta Lei Complementar. 1º O sistema que utilize os dispositivos a que se refere o caput deve garantir no máximo a vazão de pré-desenvolvimento na saída do lote ou da projeção de 24,4 litros por segundo por hectare. 2º A vazão de pré-desenvolvimento a que se refere o 1º pode ser revista por órgão competente. 3º A instalação dos dispositivos de retenção de águas pluviais dentro dos lotes ou das projeções é opcional nos casos dos loteamentos que possuam dispositivos de retenção coletivos instalados. 4º Os sistemas de recarga artificial de águas pluviais devem observar as tecnologias adequadas às condições pedológicas, geológicas e geotécnicas apresentadas no lote ou na projeção. 5º Os sistemas a que se refere o caput, a serem instalados em cada lote ou projeção, devem ter suas dimensões e sua localização indicadas no respectivo projeto arquitetônico para fins de aprovação. 6º Para o licenciamento da obra ou a emissão do alvará de construção, é necessária a apresentação do projeto específico, do registro de responsabilidade técnica e, quando se tratar de sistema de recarga artificial, do laudo de sondagem e do ensaio de permeabilidade do solo. 7º A instalação dos dispositivos referidos no caput é condição necessária à concessão da Carta de Habite-se. 8º A impossibilidade de instalação de sistema de infiltração artificial de aquíferos deve ser justificada por meio de laudo técnico no âmbito do processo de licenciamento da obra. 9º Os dispositivos a que se refere o caput podem estar localizados nos recuos obrigatórios e nas áreas destinadas ao cumprimento da taxa de permeabilidade. 10. Para os lotes isolados com taxa de ocupação de 100%, as projeções e os lotes com permissão normativa de ocupação de 100% em subsolo, o dispositivo de recarga de aquífero é opcional, ficando obrigatória a instalação de dispositivo de retenção de águas pluviais.

11. Excetuam-se do disposto neste artigo as edificações residenciais inseridas em Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, nos termos da Lei federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, e em Áreas de Regularização de Interesse Social - ARIS, nos termos do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal. Art. 6º Nos casos de projeções, de lotes com taxa de ocupação igual a 100% de ou lotes com permissão normativa de ocupação de 100% em subsolo, pode-se utilizar área pública para a implantação de dispositivos de retardo, infiltração e aproveitamento de águas pluviais, respeitadas as condições estabelecidas nesta Lei Complementar e na legislação específica. Art. 7º Os dispositivos de retardo ou retenção previstos nesta Lei Complementar podem ser associados ao sistema de aproveitamento de águas pluviais, nas seguintes hipóteses: I - lavagem de pisos, calçadas e veículos; II - irrigação de jardins; III - espelhos d'água, fontes e outros usos ornamentais; IV - outros usos, conforme legislação específica. 1º O sistema de aproveitamento de águas pluviais deve ser totalmente independente dos sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgoto. 2º As águas de que trata o caput não podem ser utilizadas para consumo humano. Art. 8º Os projetos e as obras para dispositivos de retardo, infiltração e aproveitamento de águas pluviais estão condicionados à responsabilidade técnica específica, incluída a responsabilidade pelos impactos na segurança e na estabilidade das construções vizinhas, no que concerne a aspectos geotécnicos que venham a ser afetados por essas obras. Art. 9º Os dispositivos de retardo, infiltração e aproveitamento de águas pluviais devem permitir a manutenção e a inspeção, ficando o proprietário ou o subrogado obrigado a manter o seu funcionamento nas condições projetadas e aprovadas pelos órgãos competentes. Art. 10. As águas pluviais que caiam sobre pisos de garagens e estacionamentos podem ser objeto de infiltração artificial e de reaproveitamento, desde que tenham sistema de tratamento autorizado pelo órgão ambiental, conforme legislação específica. Art. 11. Os dispositivos de retardo e infiltração de águas pluviais devem ser dimensionados, em projeto, para um período de retorno de chuva de no mínimo 10 anos. Art. 12. Os dispositivos de retenção e infiltração devem constituir base de dados integrada à Infraestrutura de Dados Espaciais do Distrito Federal - IDE/DF.

Art. 13. Aplica-se o estabelecido nesta Lei Complementar aos empreendimentos passíveis de regularização edilícia ou fundiária, ressalvada a impossibilidade técnica de adequação à norma, devidamente justificada. Art. 14. Fica facultada a aplicação das disposições desta Lei Complementar para os novos licenciamentos de projetos de modificação e de obras de modificação, com ou sem acréscimo de área. Art. 15. Os processos em andamento nos órgãos e nas entidades do Distrito Federal antes da publicação desta Lei Complementar são submetidos ao disposto nesta Lei Complementar, salvo se o empreendedor optar pela incidência do disposto na legislação anterior no prazo de até 180 dias a contar da data de sua publicação. Art. 16. (V E T A D O). Art. 17. Ficam convalidados os atos administrativos praticados com base no disposto no Decreto nº 35.363, de 24 de abril de 2014. Art. 18. Ficam revogadas a Lei nº 3.677, de 13 de outubro de 2005; a Lei nº 3.793, de 2 de fevereiro de 2006; a Lei nº 4.671, de 10 de novembro de 2011; e as demais disposições em contrário. Art. 19. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 28 de julho de 2017 129º da República e 58º de Brasília RODRIGO ROLLEMBERG