O DIREITO AMBIENTAL DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O MERCADO DE CARBONO UNESP-S.J do Rio Preto RAFAEL AZEREDO DE OLIVEIRA
Mudanças Climáticas e Aquecimento Global
FORMAÇÃO DO IPCC Criado pela ONU Organização Meteorológica Mundial (OMM) Os estudos sobre aquecimento global são feitos há 180 anos 1998 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) Credenciado como a mais alta autoridade científica do mundo sobre aquecimento global Função: Avaliar o estado de conhecimento sobre o problema do clima, suas conseqüências e a melhor forma de lidar com ele Composto por 2.500 cientistas (atmosféricos, oceanógrafos, especialistas em gelo, economistas, sociólogos e outros especialistas)
RELATÓRIOS DO IPCC Ao longo de sua história o IPCC publicou 4 relatórios 1º: 1990 2º: 1995 3º: 2001 - Recomendou para a Assembléia Geral da ONU, a adoção de uma Convenção Sobre Mudanças Climáticas - Na ECO 92, foi assinada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC). Base científica utilizada para a criação, dois anos depois, do Protocolo de Kyoto Atribuiu a maior parte do aquecimento global dos últimos 50 anos, com provavelmente 66 % de certeza, à emissão de gases que causam o efeito estufa. 4º : 2007 1º Parte 2º Parte 3º Parte inequívoco o aquecimento do sistema climático mundial/maior parte do aquecimento muito provavelmente, à interferência antrópica do homem na natureza (mais de 90% de certeza) Tratou do Impacto das mudanças climáticas sobre o mundo, das formas de se adaptarem a ele e aos pontos de vulnerabilidade Estratégias e tecnologias destinadas a combater o aquecimento global
ACORDOS INTERNACIONAIS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (CQNUMC) FORMAÇÃO início na RIO-92 ratificada por 186 países OBJETIVO a estabilização das concentrações de GEE na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica e perigosa no sistema climático PRINCÍPIO RESPONSABILIDADE COMUM, PORÉM DIFERENCIADA Anexo I Não Anexo I AS CONFERÊNCIAS DAS PARTES COP As partes se reuniram 15 vezes até o final de 2009 decisões coletivas e consensuais ajustando a CQNUMC com base no desenvolvimento científico tecnológico e às novas condições políticas
O PROTOCOLO DE KYOTO FORMAÇÃO OBJETIVO Assinado na COP 3-1997, na cidade de Kyoto, Japão Ratificado pelo Brasil DL nº 144, de 20 de junho de 2002 Entrou em vigor em 2005 Compromissos concretos de limitação de GEE, (art.3, parágrafo I) Países desenvolvidos (anexo I): redução de emissões de GEE em 5,2% em relação aos níveis de 1990. A redução deve ser realizada entre o período de 2008 a 2012.
O Mercado de Carbono e o MDL
Os Regimes de Mercado de Crédito de Carbono Não Kyoto (Non-Kyoto Compliance): ( Austrália, Estados Unidos, Holanda, Noruega, Reino Unido e União Europeia) Esquema de negociação de Emissões da União Européia (EU Emission Trade Scheme) Bolsa de Chicago (Chicago Climate Exchange- CCX): Objetivo é gerar incentivo financeiro à redução de GEE. Kyoto: É o comércio de Certificados de Emisões Reduzidas (CERs), negociados por meio de mecanismos de flexibilização, sob regras definidas no Protocolo de Kyoto.
Mecanismos de Flexibilização do Protocolo de Kyoto Implementação Conjunta - IC: Anexo I projeto certificado- Anexo I Comércio Internacional de Emissões CIE: Anexo I reduzido as emissões abaixo de suas metas Anexo I O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL Não Anexo I Projeto Certificado-Anexo I Países em Desenvolvimento Países Desenvolvidos
Objetivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) O MDL, é regulamentado pela COP 7 (Acordo de Marrakesh), e está previsto no artigo 12 do Protocolo de Kyoto. viabilizam a cooperação internacional Objetivo: Auxiliar os países em desenvolvimento a alcançar o desenvolvimento sustentável e contribuir para estabilizar as emissões de GEE investimento nos países em desenvolvimento entrada de capital externo nos países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas É um mecanismo internacional de apoio financeiro quando analisamos os CER s, e não-financeiros, e sim ecológicos, quando analisados, a redução de GEE
Dióxido de carbono (CO2) Metano (CH4) Óxido nitroso (N2O) Hidrofluorcarbono s (HFCs) Perfluorcarbonos (PFCs) Hexafluoreto de enxofre (SF6)
Requisitos de Elegibilidade para os projetos de MDL Art. 12.5 (Protocolo de Kyoto) Participação voluntária: livre iniciativa de seus proponentes, inexistindo qualquer imposição judicial, legal ou regulamentar. Demonstração da opção de reduzir os GEE, por livre e espontânea vontade das partes. Reduções de emissões que sejam adicionais as que ocorreriam na ausência da atividade certificada de projeto. Benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo relacionados com a mitigação da mudança do clima. Por isso é obrigatório a verificação e certificação, ficando demonstrado que ocorreu a redução de quantidade certa de GEE expressa em toneladas.
Ciclo de um Projeto MDL Consultor/ Proponente DOE DNA UNFCCC PDD - Project Design Document Descrição, Linha de Base, Plano Monitoração 1-4 meses Validação Auditar PDD & documentação suporte 2-3 meses Carta de Aprovação do Brasil Aceitar Redução de Emissões & PDD 4-5 meses Registro CDM - 3-4 meses Operação e Monitoração Verificação Emissão das RCEs Operação do projeto, monitorar redução de emissões 12 meses Certificar dados monitorados conforme plano 2 meses 1 mes Repetir periodicamente durante período de crédito Consultor/ Proponente DOE UNFCCC
POTENCIAL DE AQUECIMENTO GLOBAL DOS GEE 1 tonelada de CO2 = 1CER s (Crédito de Carbono) 1 tonelada de Metano = 21 CER s (Crédito de Carbono) OBS: Julho de 2008, 1 CER s = 27,51 EUROS. Hoje= 15 EUROS Previsão: 2008 e 2012 = 30 ou 40 euros.
Número de atividades de projeto no sistema do MDL - março de 2010 Os dados utilizados nestas estatísticas foram obtidos no site do Ministério da Ciência e Tecnologia: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/30318.html>, que tiveram como última compilação, em 2 de outubro de 2009, o site da CQNUMC: <www.unfccc.int>.
Número de atividades de projeto no sistema do MDL - março de 2010 Os dados utilizados nestas estatísticas foram obtidos no site do Ministério da Ciência e Tecnologia: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/30318.html>, que tiveram como última compilação, em 6 de março de 2010, o site da CQNUMC: <www.unfccc.int>. Acesso em 20 de março de 2008
Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) Projetos de MDL Floresta
EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL 1º Geração (décadas de 70/80): Enfoque na Poluição Chaminés, poluição industrial Cubatão/São Paulo Política Nacional de Meio Ambiente / formas de controle da poluição e de acidentes/ problemas gerados pelos lixões 2º Geração (1992): Enfoque na Fauna e na Flora mantida preocupação com a poluição / proteção dos elementos bióticos, uma visão de tutela da fauna e da flora /visão holística 3º Geração (século XXI): Enfoque Mudanças Climáticas com o acréscimo das duas gerações anteriores,/protocolo Kyoto, Último relatório do IPCC (Antropocentrismo-Biocentrismo) OBS: e irá moldar o Direito como um todo interno e internacional. O Direito Ambiental se tornara mais difícil tendo em vista o impacto das Mudanças Climáticas
DIREITO AMBIENTAL DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS TRATADOS INTERNACIONAIS, LEIS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS PRÍNCIPIOS PRÓPRIOS DECISÕES JUDICIAIS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Ciência da Mudança Climática Devido á grande quantidade de pesquisa científica efetuadas nos últimos anos, hoje se considera a Ciência da Mudança Climática como uma nova disciplina, que dispõe inclusive de conceitos e metodologias próprios. Alguns termos dessa nova ciência começam a circular fora da comunidade de especialistas e da literatura técnica, principalmente após a repercussão do AR4 do IPCC.* * Sergio Cortizo Conceito Jurídico de Mudanças Climáticas Mudança de clima que possa ser direta ou indiretamente atribuída a atividade humana e que altere a composição da atmosfera mundial e que se some aquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis.
Legislação sobre Mudanças Climáticas no Brasil Política Nacional Sobre Mudanças do Clima (Lei nº 3535/08) Política Estadual Sobre Mudanças Climáticas SP (Lei 13.798/09) 1.fomento para reduções de emissões de GEE; 2.ampliação do prazo de renovação de licenças ambientais; 3.priorização e menores taxas de juros em financiamentos públicos; 4.incentivos fiscais. 5.certificação de conformidade; Política de Mudança do Clima do Município de São Paulo SP (Lei 14.933/09)
DECISÕES JUDICIAIS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS J.F da 1ª Vara Federal de Araraquara/SP José Maurício Lourenço Vara Federal de Jacarezinho/PR Mauro Spalding 16 de março 2009 09 de abril de 2007. SUSPENDEU A QUEIMADA DE CANA-DE- AÇUCAR conjuntura atual das mudanças climáticas, o Protocolo de Kyoto e o último relatório do IPCC O IBAMA foi apontado para cuidar do licenciamento ambiental dessas atividades, com exigência do EIA/Rima, que deve considerar as emissões de CO2 emitidas pela queima da palha da cana- de açúcar
Responsabilidade pelos danos relacionados as Mudanças Climáticas A responsabilidade do Estado pelos danos causados às pessoas atingidas pelos desastres ambientais ocasionados pelas Mudanças Climáticas. Tiago Fensterseifer A imputação da responsabilidade civil por danos ambientais associados as mudanças climáticas. Annelise Monteiro Stleingleder vila esquimó de Kivalina 20 empresas, incluindo a Exxon e a Shell US$ 400 milhões Volkswagen -15 milhões de toneladas de CO2, o que equivale a uma vez e meia o total de emissões do Quênia
ENCHENTES e MUDANÇAS CLIMÁTICAS consenso dos cientistas Vítimas Atingidas omissão perante estes fatos faz com que o Estado concorra na responsabilidade CF 1º do art. 225: uma série de medidas protetivas do ambiente, um dever geral de proteção ambiental do Estado- mudanças climáticas e o dever de agir sob a ótica da prevenção e da precaução obrigação do Estado, em criar mecanismos de prevenção e adaptação para minimizar as causas e os danos causados pelas catástrofes Para afastar o nexo causal, deverá o ente estatal demonstrar que cumpriu com os seus deveres de proteção ambiental de modo suficiente, não tendo, portanto, de forma omissiva ou comissiva, contribuído para a ocorrência do evento danoso
Obrigado! www.gueda.org Rafael Azeredo de Oliveira Fone/Fax: 17-33539864 Cel: 17-91556178 e-mail: raoliveira23@yahoo.com.br Azeredo & Cartapatti Advocacia Ambiental