PALAVRAS-CHAVE: financiamento da cultura; Lei de Incentivo do Estado do Rio de Janeiro; análise de resultados.

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Transcrição:

INCENTIVANDO A CULTURA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA NOVA REGULAMENTAÇÃO PARA UMA NOVA VISÃO DA CULTURA Mariana Várzea RESUMO: O presente trabalho visa refletir acerca da reestruturação da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Um processo que contou com a sociedade civil para discutir novos parâmetros acerca do financiamento do campo da cultura no Estado do Rio de Janeiro. PALAVRAS-CHAVE: financiamento da cultura; Lei de Incentivo do Estado do Rio de Janeiro; análise de resultados. INTRODUÇÃO Realizar, hoje, a inscrição de um projeto na Lei de Incentivo, utilizando o sistema on-line da Secretaria de Cultura, de uma forma prática e rápida, supõe uma história de modificações diversas, que continuam a ser realizadas com base nas sugestões e dificuldades que nos são encaminhadas. Em 008, a Secretaria de Estado de Cultura passou por uma série de reestruturações, dentre as quais a formação da nova equipe de gestão da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. Já se conhecia a importância deste mecanismo enquanto um grande promotor da Cultura em nosso Estado, ainda que o mesmo necessitasse de maior agilidade, controle dos recursos disponíveis e transparência em todas as suas etapas. Para a realização dessas transformações, convocamos os agentes de cultura do Rio de Janeiro, patrocinadores e a sociedade em geral, para que, juntos, criássemos uma legislação que atendesse às necessidades do nosso tempo. Recebemos muitas e valiosas contribuições, tanto nos encontros realizados quanto por meio digital, através do canal que abrimos em nosso sítio eletrônico. O trabalho foi intenso. Muitos avanços e retrocessos marcaram esse tempo em que buscávamos uma solução para os problemas que já conhecíamos, e os que vieram se apresentando, na convivência com a legislação que vigorava até então. Buscando não Mestre em História Social da Cultura

desaquecer o mercado, lançamos resoluções a partir das diversas contribuições recebidas Resoluções N 0 e 3, as quais foram responsáveis por um número recorde de inscrições e de utilização da renúncia fiscal. Durante este processo, foram instaurados mecanismos que imprimiram maior dinamismo e qualidade aos mecanismos de inscrição e avaliação de projetos, bem como de concessão de benefício fiscal. As inscrições passaram a ser on-line; estabeleceramse tetos diferenciados, mais adequados às singularidades dos projetos; as avaliações passaram a ser mais criteriosas; o encaminhamento de documentação, mais objetivo; as publicações no Diário Oficial, tanto de aprovação dos projetos, quanto de concessão de benefício fiscal, tornaram-se mais explícitas, e as prestações de contas passaram a sofrer maior controle, o que permitiu o uso mais consciente dos recursos da renúncia fiscal. Como resultado deste processo, em de fevereiro de 00 o Decreto 4.9 foi publicado. Ele representa a consolidação das propostas lançadas pela Resolução n 0/009 e pela Resolução 3/009 além de trazer à Lei de Incentivo um olhar mais objetivo e atual em relação à cadeia produtiva da área da cultura. Em 00, a Lei de Incentivo à Cultura publicou dois editais de inscrição de projetos, totalizando 54 inscrições, o que significou a ampliação de 56,56% do número de projetos cadastrados e avaliados pela SUPLEI, comparados aos dados relativos a 009. Neste mesmo ano, a comunicação com o proponente foi apurada através de encontros de apresentação da nova regulamentação e da utilização do sítio eletrônico da SEC como o principal meio de difusão de informações referentes à Lei de Incentivo à Cultura. A relação com os patrocinadores que utilizam a Lei de Incentivo também foi estreitada em 00. Para a formação do Cadastro de Patrocinadores instituído pelo Decreto 4.9/00, a SUPLEI realizou encontros com as principais companhias que investem na área da cultura através da Lei de Incentivo, para as quais apresentou os novos procedimentos de Concessão do Benefício Fiscal, bem como o processo de cadastramento ao qual os patrocinadores se submeteram. O resultado foi a sistematização das informações sobre esses patrocinadores, divulgando os contatos dessas empresas para a sociedade civil.

SÃO ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS DA NOVA REGULAMENTAÇÃO DA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA: POLITICA CULTURAL Através dos recursos da renúncia fiscal, busca-se implementar uma política cultural para o Estado do Rio de Janeiro direcionada para a valorização das diversas expressões culturais e seus criadores, ampliação de acesso aos bens de cultura produzidos no estado, preservação e uso sustentável do patrimônio fluminense, e formação e aperfeiçoamento de profissionais das diversas áreas culturais. DEMOCRATIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Um dos aspectos inovadores do novo decreto refere-se ao estímulo à regionalização da cultura produzida no interior do estado, promovendo, também, o intercâmbio cultural de profissionais da cultura, em âmbito estadual e nacional. PATROCINADOR E CONTRAPARTIDAS O Decreto nº 4.9/00 estabelece contrapartidas de 0%, 40% e 60% conforme o maior interesse econômico do patrocinador com o projeto patrocinado. A diferenciação visa a um critério mais justo do teto de contrapartida. ÁREAS CULTURAIS, LINHAS E TETOS ORÇAMENTÁRIOS Pelo decreto anterior, havia previsão de apenas dois tetos, não considerando as diferentes áreas culturais e suas peculiaridades. A nova legislação disponibiliza vários níveis de tetos de custo, o que facilita a organização de orçamento mais próximo da necessidade do projeto. INSCRIÇÃO ON-LINE O sistema de inscrição on-line é uma das grandes contribuições da nova legislação, agilizando os processos de inscrição, avaliação e aprovação de projetos culturais. AVALIAÇÃO Os projetos inscritos passam por três etapas de avaliação: Enquadramento Prévio, voltado para a verificação objetiva dos requisitos básicos para o enquadramento do projeto; Parecer Técnico, de responsabilidade das áreas técnicas da SEC, tem como objetivo pontuar os projetos segundo critérios que refletem a singularidade das áreas culturais, e avaliação pela Comissão de Aprovação de Projetos (CAP), que tem a competência de selecionar e aprovar os projetos culturais. Após a avaliação final, os resultados são publicados em DOERJ e no sítio eletrônico da SEC.

CONCESSÃO A nova legislação permitiu que o processo de concessão de benefício fiscal se tornasse mais transparente, possibilitando, ainda, o acompanhamento do uso dos recursos da Renúncia Fiscal, que pode ser verificado pelas publicações no sítio da Imprensa Oficial ou no sítio da Secretaria de Estado de Cultura. PRESTAÇÃO DE CONTAS No sentido de promover maior credibilidade quanto ao uso dos recursos fiscais, foi criada uma coordenação específica para avaliação das contas de cada projeto. Após a avaliação, os resultados são lançados no sítio da SEC. COMUNICAÇÃO E ACOMPANHAMENTO A partir da inscrição do projeto até sua finalização, a Superintendência da Lei de Incentivo mantém contato com os proponentes dos projetos no sentido de orientá-los a cumprir as determinações da legislação em vigor. SERVIÇO SEC/SUPLEI A Secretaria de Estado de Cultura disponibiliza em seu sítio eletrônico um espaço permanente de contato com o público, além de realizar atendimento presencial, diariamente, de segunda a sexta-feira, de 9 às 8 horas. LEI DE INCENTIVO 00 UM PANORAMA DA NOVA ATUAÇÃO Histórico Conforme demonstrado pelo gráfico abaixo, em 00 a Lei de Incentivo dispôs do mais significativo montante de renúncia desde os anos anteriores:

É interessante observar que, embora o montante total de renúncia fiscal da Lei Estadual de Incentivo tenha aumentado, a quantidade de projetos que conseguiram captar recursos foi inferior aos últimos anos de exercício do mecanismo. INSCRIÇÕES E AVALIAÇÃO DE PROJETOS Em 00, a Lei de Incentivo à Cultura contou com dois editais de abertura de inscrições: Edital 0/ 00 Período de Inscrições: de 3 de março de 00 a de maio de 00; Edital 0/ 00 Período de Inscrições: de 09 de setembro de 00 a 30 de novembro de 00. ANÁLISE DE DADOS Cadastro de proponentes Em 00, 64 proponentes apresentaram projetos à Lei de Incentivo, dos quais 7% declararam nunca ter realizado projetos culturais através do mecanismo estadual de incentivo à cultura, conforme demonstrado pelo gráfico abaixo. Percebe-se, então, que a implantação do protocolo de inscrição online de projetos permitiu a inclusão de novos produtores culturais. 348 8% 96 7% Nunca realizou projeto(s) através da Lei de Incentivo - RJ Já realizou projeto(s) através da Lei de Incentivo - RJ Histórico do Proponente com a Lei de Incentivo Através do cadastro de proponentes, pode-se observar que a produção cultural fluminense está estabelecida juridicamente, o que aponta para a profissionalização da cadeia produtiva da área da cultura no Estado, conforme demonstrado pelo gráfico abaixo:

4 9% Pessoa Jurídica Pessoa Física 03 8% Perfil de Proponente 00 Quanto à territorialidade e à distribuição de recursos pelo interior do Estado, identifica-se um grande desafio pela frente: com uma maioria massiva de proponentes domiciliados na capital, a inserção da Lei de Incentivo em outras áreas do Estado ainda é incipiente, já que são poucas as propostas apresentadas por outros municípios que não a capital, conforme se observa através do gráfico abaixo: 04 6% Rio de Janeiro - Capital Outros Municípios do Estado 060 84% Proveniência de Proponente 00 ANÁLISE DA DEMANDA POR RECURSOS Em 00, a Lei de Incentivo à Cultura recebeu o maior número de projetos inscritos desde seu primeiro ano de criação. Ao todo, foram 54 projetos inscritos em diversas áreas da cultura, das quais predominam historicamente a área de Música, com 4,4% dos projetos inscritos, seguida de Artes Cênicas, com 3,34% dos projetos

inscritos, e Audiovisual, com 5,5% de projetos inscritos. Percebe-se, também, o aumento da demanda da área de Moda e Design, que possui um papel importante na consolidação da economia criativa em nosso Estado. Esta concentração de inscrições nas áreas de Música e Artes Cênicas demonstra que a demanda de recursos da Lei de Incentivo está voltada para o apoio às políticas e ações eventuais, tornando-se necessário incentivar produtores e patrocinadores a investir conhecimento e recursos em projetos culturais de caráter permanente, efetivo potencial de transformação do cenário cultural do Estado. ANÁLISE DE DEMANDA - PROJETOS INSCRITOS 00 Moda e Design 0 0,79% Artes Cênicas 593 3,34% Patrimônio Cultural 53,09% Artes Visuais Artes 49 Integradas 9,80% 85,% Música 66 4,4% Audiovisual 394 5,5% Literatura 3 5,9% Culturas Populares 54,3% Diversidade Cultural 0,08% Equipamentos Culturais 56,0% Gastronomia 7 0,67% Informação e Documentação 70,75% Projetos Inscritos Proporções por Área Cultural CONCESSÃO DO BENEFÍCIO FISCAL Concessão por Área Cultural Em 00, as áreas de Música, Artes Integradas e Patrimônio Cultural tiveram destaque entre as áreas mais contempladas pelos recursos da Lei de Incentivo.

CONCESSÃO POR ÁREA CULTURAL INFORMAÇÃO E LITERATURA; 4; DOCUMENTAÇÃO 4,95% ; 7;,47% GASTRONOMIA; ; 0,7% CULTURAS POPULARES; 6;,% ; 66; 3,3% PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL; 7;,47% ARTES CÊNICAS; 45; 5,90% AUDIOVISUAL; 33;,66% ARTES VISUAIS; 39; 3,78% Concessão por Área Cultural Número de Projetos Realizados LITERATURA.5.840,7 3% INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO.6.936,09 3% GASTRONOMIA 543.999,00 % CULTURAS POPULARES.37.678,7 % ARTES VISUAIS 6.669.56,8 9% 6.689.045,84 % AUDIOVISUAL 9.703.667,0 3% ARTES INTEGRADAS 4.85.3,3 0% PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL.930.93,53 6% ARTES CÊNICAS 8.30.486,05 % Concessão por Área Cultural Total de Recursos Concedidos Concessão por Perfil de Proponente Como consequência de um processo de inscrições no qual predomina a proponência por pessoa jurídica, a concessão de benefício fiscal em 00 também acompanhou esta tendência, conforme gráfico abaixo:

6% PESSOA FÍSICA R$ 4.58.06,7 PESSOA JURÍDICA R$ 69.843.99,57 94% TOTAL R$ 74.44.36,9 Concessão por Perfil de Proponente Concessão por Região do Estado A Região Metropolitana do Rio de Janeiro concentrou 8,48% do total dos recursos de incentivo fiscal do Estado, recebendo o valor equivalente a R$ R$ 60.640.838,90. Já a soma das demais regiões atingiu somente 8,5% do total, ou seja, R$ 3.783.487,39. Este é um dado relevante que a aponta para a urgente necessidade de formação de gestores e produtores culturais em nosso Estado. NORTE R$ 7.800,00 SERRANA 0,37% R$.73.4,00,33% CIRCULAÇÃO EM OUTROS ESTADOS R$ 80.000,00 0,% METROPOLITA NA R$ 60.640.838,90 8,48% BAIXADA LITORÂNEA R$.966.893,67,64% MÉDIO PARAÍBA R$ 5.70.350,53 7,67% Concessão por Região do Estado MAIORES PATROCINADORES EM 00 CENTRO SUL R$.705.0,9 3,63% COSTA VERDE R$.36.000,00,77%

TELEMAR PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL ARTES INTEGRADAS 9,09% ARTES VISUAIS 8 3,4% AUDIOVISUAL 3 9,0% CULTURAS POPULARES 0,83% INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO 4 3% ARTES CÊNICAS 35 8,93% 3 0,74% LITERATURA 6 4,96% LIGHT PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL CULTURAS POPULARES 3,3% AUDIOVISUAL 3,3% LITERATURA 5 7,8% INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃ O,56% ARTES VISUAIS 4 6,5% 3 35,94% ARTES INTEGRADAS 3 35,94% PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL,56% ARTES CÊNICAS 3 4,69%

PETRÓLEO BRASILEIRO S.A - PETROBRAS PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL 33,33% ARTES CÊNICAS 6,67% ARTES INTEGRADAS 6,67% 6,67% ARTES VISUAIS 6,67% AMBEV PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL ARTES INTEGRADAS 4 3,53% 64,7% CULTURAS POPULARES 5,88% ARTES VISUAIS 5,88%

CEG PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL ARTES VISUAIS 3,33% ARTES INTEGRADAS 73,33% CULTURAS POPULARES 6,67% ARTES CÊNICAS 6,67% EMBRATEL PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL 33,33% ARTES INTEGRADAS 6,67% 3 50,00%

CLARO PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL AUDIOVISUAL 4 57,4% INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO 4,9% ARTES CÊNICAS 8,57% AMPLA PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTU 33,33% ARTES INTEGRADAS 4 66,67%

TIM PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURAL 33,33% ARTES INTEGRADAS 66,67% LONDRINA BEBIDAS PROJETOS PATROCINADOS POR ÁREA CULTURA PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL 8,57% 5 7,43%

RESULTADO0S Reconhecendo a importância da Parceria: A plena utilização da logomarca da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, bem como dos patrocinadores e empresas produtoras, confirmam o reconhecimento da importância da comunicação da parceria na produção e realização de projetos culturais no estado. Público: Considerando a média de público dos projetos patrocinados nas áreas de Artes Cênicas, Artes Visuais, Artes Integradas e Música, atingimos o público estimado em no mínimo.8 milhão de pessoas, sem contar com projetos de grande alcance público, que superaram a faixa de 500 mil pessoas cada um, tais como o Réveillon de Copacabana, Feira da Providência, Comida de Boteco, os filmes Tropa de Elite, de Pernas pro Ar e Muita Calma Nessa Hora. Acesso aos produtos patrocinados: Retorno de 00% da cota de produtos/convites dos projetos patrocinados, alcançando uma média de 5.000 convites disponibilizados para o Governo e parceiros, 4 títulos entre livros, CDs e DVDs, que totalizaram encaminhamento de 3.59 exemplares enviados a Biblioteca Pública Estadual e distribuição na rede de bibliotecas do estado. CONSIDERAÇÕES FINAIS O ano de 00 testemunhou significativas transformações em relação aos procedimentos da Lei de Incentivo à Cultura. Depois do processo participativo de elaboração da nova regulamentação da Lei, temos como prova de satisfação dos novos processos o expressivo número de proponentes e projetos inscritos no primeiro ano de vigência do Decreto 4.9/0. O acompanhamento dos projetos aprovados também foi responsável por resultados muito relevantes: a relação entre a SEC e os proponentes da Lei de Incentivo se deu de forma mais estreita e transparente, a realização da maioria dos projetos atendeu às exigências da SEC e o uso correto da logomarca da Lei de Incentivo foi compreendido e assimilado pelos proponentes, que se sentiram mais seguros em poder contar com a supervisão da SEC durante todo o processo de realização de seu projeto.

Consideramos que foi pavimentado um caminho de parceria, que tem como meta a continuidade dos aprimoramentos dos processos relativos à Lei de Incentivo, de modo a alcançar um modelo de gestão isonômico, ágil, transparente e de acordo com a atual produção cultural fluminense.