Recomendações para as Empresas Transportadoras de Medicamentos (Produtos Farmacêuticos) Estudo da NTC juntamente com a empresa Jogsolutions indica que o transporte de medicamentos no Brasil sofreu grandes alterações nos últimos 5 anos, exigindo das empresas que operam neste segmento grandes investimentos em mão de obra, veículos e infraestrutura (terminais). Estes movimentos demonstram claramente que as transportadoras estão incorporando atividades antes exercidas por distribuidores e redes de farmácias sem a reciprocidade da remuneração, causando graves prejuízos ao setor. A atuação neste segmento pressupõe a realização de várias atividades/exigências novas: agendamento ou cumprimento de ordem de chegada para as entregas, utilização de veículos dedicados, envio prévio de NFs, tempo de descarga com duração de 4 horas a até 3 dias, envio ou contratação de 1 ajudante para cada 200 a 300 volumes a serem descarregados (Exemplo: para a descarga de 1 carreta são exigidos 10 ajudantes), índice de furtos crescentes, paletização, permanência de cargas em terminais e separação prévia da carga (por NF, item, lote, etc), entre outros. Não há como afirmar que alguma destas exigências seja absurda ou inaceitável, até porque, é direito de quem contrata dizer o que quer e a forma que deseja o serviço. O problema está na falta de ressarcimento pela execução das mesmas. Segue abaixo um resumo comparativo e os respectivos impactos: 1
Considerando o forte incremento de custos gerado no atendimento às necessidades das grandes redes e dos distribuidores de medicamentos, recomendamos que os custos desses serviços sejam repassados aos clientes. Os principais são: 1) Agendamento: atividade realizada via sistema do transportador, portal do embarcador ou portal do destinatário, por NF ou por CTe com varias NFs consolidadas, que requer envio de informação das NFs, dos pedidos ou remessas, adequação ao tempo de trânsito e chegada no destino com prazo suficiente para as devidas triagem e preparação da carga. Para realização desta atividade são utilizadas equipes dedicadas, investimentos em sistemas além de custos continuados de comunicação. a. Valor de Custo: R$ 30,00 por NF agendada 2) Permanência de Carga no Terminal: ocorre quando o agendamento da carga é para data posterior à chegada do material no terminal, podendo se estender por vários dias de espera. Há ocorrências também quando o destinatário aponta qualquer desvio entre seu pedido e a NF de venda dos produtos, seja por motivos quantitativos, qualitativos ou financeiros. A cobrança deve ser considerada a partir do 5º dia da carga no terminal. a. Valor de Custo: R$ 19,98 por pallet PBR/dia 3) Triagem e Paletização: Ocorre no terminal destino, quando a carga consolidada é aberta e os produtos triados conforme requisitos do destinatário final, normalmente por NF, Item, Lote e as respectivas quantidades são paletizadas individualmente, provocando a multiplicação dos pallets e da frota para entrega. 2
a. Valor de Custo: R$ 50,00 por pallet PBR final, após triagem 4) Ajudante para Descarga: O destinatário determina a quantidade de ajudantes adicionais conforme o volume de carga, mas a predominância é de 1 ajudante adicional para cada 200 a 300 volumes, independente do tamanho, peso ou embarcador, podendo estes serem de equipes fixas, volantes ou mistas, desde que sejam fornecidas pelos transportadores e aprovadas pelos distribuidores. a. Valor de Custo: R$ 140,00 por diária de ajudante 5) Tempo de espera: Compreende o tempo de espera para carga ou descarga, a partir da 4ª hora na fila, sendo a custo por hora adicional parada: a. Veículo Toco ou menor: R$ 98,16/h b. Truck: R$ 122,63/h c. Conjunto Cavalo+Carreta: R$ 146,58/h d. Apenas a carreta: R$ 63,86/h 6) Agravamento de GRIS: Para suportar o aumento de custos específicos decorrentes das medidas de prevenção e combate ao furto das cargas, que ocorrem devido à maior exposição das cargas nos terminais, seja por manipulação ou aguardando agendamento: a. Gris Adicional: 0,05% sobre o valor da mercadoria 3
7) Allowance para Avarias: Devido ao maior rigor das áreas de qualidade e associada à manipulação adicional das cargas, o que provoca pequenos amassamentos e a consequente recusa pelo mercado, há necessidade de tolerância mínima da quantidade de cartuchos considerados avariados: a. Allowance: 0,010% sobre a quantidade de cartuchos manuseados no transporte Sobre o quesito retenção de Canhotos de NF e do Conhecimento de Transportes, recomendamos que nestes casos nenhuma reclamação posterior seja aceita, pois esta prática não transparente distancia o transportador da gestão e da responsabilidade pela carga. Recomendamos que os motoristas e conferentes esperem o tempo que for necessário para devida conferência das cargas, lembrando que após o período de 4 horas será iniciada a contagem de hora adicional por tipo de veiculo, conforme item 5 deste comunicado. Lembramos também que o INCT-F relativo aos últimos 12 meses, impõe um reajuste de frete de 7,30%. Como forma de ajuda, a NTC&Logística elaborou esta lista para este segmento com as Generalidades e Serviços Adicionais, com os respectivos custos estimados, que devem ser consideradas às tabelas atuais de fretes referentes aos transporte de produtos farmacêuticos: Tipo de Cobrança Forma de Cobrança Custos Estimados Taxa de Permanência da Carga por palete padrão PBR/dia ou fração R$ 19,98 Toco (3/4) R$ 98,16 Hora parada por tipo de veículo (deve-se cobrar a partir da 5ª hora) Truck R$ 122,63 Conjunto (Cav.+Carreta) R$ 146,58 Carreta (3 eixos) R$ 63,68 Mão de obra para carga/descarga por ajudante/dia R$ 140,00 Allowance para Avarias sobre o volume movimentado 0,010% PRINCIPAIS SERVIÇOS ADICIONAIS Triagem e Paletização da carga por palete padrão PBR R$ 50,00 Taxa de Agendamento s/ o valor do frete 20% - até o valor do frete de R$ 150,00 cobrar por conhecimento R$ 30,00 Entrega com veículo dedicado por entrega R$ 581,59 Como as atividades solicitadas pelos distribuidores ou grandes redes já vêm sendo praticadas diariamente, a recuperação destes custos deve ser feita imediatamente ou, se possível, de forma retroativa. 4
São Paulo, 15 de outubro de 2013 DECOPE Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística 5