RELATÓRIO DE PESQUISA COPA DAS CONFEDERAÇÕES VAREJISTAS Abril 2013
COPA DAS CONFEDERAÇÕES - VAREJISTAS Pesquisa realizada pela CNDL e SPC Brasil. Foram ouvidos em todo o país 1276 casos, com um erro máximo de 2,7% e 95% de confiança. A pesquisa foi realizada em todas as capitais que irão receber o evento da Copa das Confederações com alocação para cada capital proporcional ao tamanho da População Economicamente Ativa (PEA). Coleta realizada em cada capital-sede aleatoriamente. Esta pesquisa tem como objetivo identificar, da perspectiva do empresário do setor de comércio e serviços, público alvo do evento, o impacto da Copa das Confederações em seu negócio e na economia de modo geral. CARACTERIZAÇÃO DO NEGÓCIO VAREJISTA A maior parte dos entrevistados (52%) afirmou possuir de 0 a 4 funcionários, demonstrando que o perfil predominante na pesquisa é constituído por empresas de micro e pequeno porte. 2
CONSUMIDOR QUE VEM POR AÍ Em relação ao comportamento dos turistas comparando-se aos atuais clientes, os entrevistados acreditam que o poder aquisitivo (63%) e a nacionalidade (60%) dos turistas serão diferentes dos clientes atuais. Ou seja, estes empresários esperam que a Copa das Confederações contribua para vinda de turistas de diferentes nacionalidades e com maior poder aquisitivo. Entretanto, as formas de pagamento utilizadas (72%), a exigência quanto ao preço (68%) e quanto à variedade de produtos/serviços (59%) serão iguais entre turistas e clientes atuais. Isso demonstra que com o aquecimento da economia, o consumidor brasileiro vem ficando cada vez mais exigente e buscando qualidade e variedade de produtos e serviços, e, com isso, aproxima seu comportamento dos consumidores estrangeiros. EM QUAIS ASPECTOS ACREDITA QUE o comportamento do turista que virá para a Copa das Confederações será igual ou diferente do comportamento do cliente atual? 3
PREPARATIVOS PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES Quando questionados se estão se preparando para o evento, a maioria (59%) dos empresários afirmou que não e 41% que sim. Isso deixa claro que alguns empresários brasileiros ainda não enxergaram as possibilidades de ganhos com o evento. Dos que estão se preparando, a maioria (66%) respondeu que está se preparando há menos de seis meses. Dentre aqueles empresários que estão se preparando para a Copa das Confederações, as ações foco são: treinamento da equipe (51%), ampliação de estoque (42%) e aumento da variedade de produtos e serviços ofertados (37%). Com a perspectiva de aumento da demanda durante a Copa das Confederações, os empresários buscam se atualizar em questões relacionadas com a capacitação de sua equipe. APENAS PARA QUEM TEM PREPARADO O ESTABELECIMENTO De que forma vem preparando o estabelecimento? [respostas múltiplas] 4
A falta de informações direcionadas aos empresários, principalmente os micro e pequenos, no que diz respeito a obtenção de recursos financeiros direcionados a investimentos, pode ser uma barreira para a preparação para a Copa das Confederações. O crédito no Brasil ainda é muito direcionado, ou seja, segmentado, dando prioridade aos grandes empresas que tem acesso maior ao crédito a juros menores. Esse é um dos motivos para a maioria dos empresários citar o capital próprio como recurso utilizado para investir nos preparativos da Copa das Confederações (77%). Quando questionados se o investimento realizado para preparar seu estabelecimento para o evento será permanente, 94% dos empresários que estão se preparando para a Copa das Confederações responderam sim. Os empresários que não têm se preparado para a Copa das Confederações justificam este comportamento alegando, principalmente, que não enxergam retorno para o seu negócio (27%) e há falta de capital de giro para o investimento (14%). Tanto os empresários que vão se preparar quanto os que não vão, acreditam que os turistas da Copa das Confederações exigirão dos seus funcionários, principalmente, bom atendimento (39%) e conhecimento/fluência de outros idiomas (33%). Logo, os funcionários devem estar preparados para atender estes quesitos. Os empresários estão observando a oportunidade de ganhos com o evento e preocupados em atender bem as exigências desse novo público. Podemos confirmar isso através do fato de que apesar da maioria (84%) não ter participado de cursos, palestras e workshops sobre preparação no atendimento ao turista, quando questionados se acham importante essa capacitação, 65% responderam que sim. EXPECTATIVAS DE VENDAS 81% dos empresários acreditam no aquecimento das vendas durante a Copa das Confederações, com um crescimento médio de 28%. O otimismo dos empresários vai de encontro ao cenário econômico aquecido desde 2012, favorável ao aumento do consumo tendo em vista: baixas taxas de juros e grande volume de crédito, aumento da renda e taxa de desemprego em patamares baixos. Logo, além do turista estrangeiro que incrementará o consumo dos estabelecimentos, também uma parcela da população brasileira contribuirá positivamente para um incremento das vendas durante o período do evento. 5
PARA QUEM ACREDITA QUE IRÁ AUMENTAR em quanto o fluxo de vendas irá aumentar? Quando questionados se o comércio informal vai ser uma barreira para seu fluxo de vendas, 73% responderam que não e 27% que sim. Dos que responderam que sim, 42% afirmam que a informalidade vai trazer insegurança e desconforto aos clientes e gerar concorrência desleal (39%), pois o empresário formalizado tem custos fixos ( água, luz, aluguel, etc.), impostos, pagamento de empregados, o que acaba por fazer seu produto apresentar um preço mais elevado em detrimento dos informais que não tem esses custos e pode disponibilizar seu produto a um preço menor. PERCEPÇÃO SOBRE OS PREPARATIVOS DO BRASIL PARA O EVENTO Tendo em vista a percepção dos empresários quanto à infraestrutura que o Brasil atualmente possui para receber a Copa das Confederações, o país foi considerado despreparado na maioria dos quesitos avaliados: transporte público (91%), saúde (91%), estacionamento (86%), segurança pública (84%), acessibilidade às pessoas com deficiência (84%), mobilidade urbana (77%), limpeza urbana (71%), aeroportos e portos (64%), atendimento ao turista (61%), mão de obra disponível (61%) e infraestrutura de forma geral, como energia, água e outros (56%). Já os segmentos/setores considerados mais preparados para receber a Copa das Confederações foram: bares e restaurantes (73%), comércio em geral (70%), hospedagem (65%), turismo/cultura/eventos (62%), telecomunicações (58%), estádios (53%) e voluntariado (53%). Nota-se que muitos dos segmentos/setores classificados pela maioria como despreparados são oferecidos pelo setor público, enquanto a maioria daqueles classificados como preparados são serviços originários do setor privado. Ou seja, na visão dos empresários eles estão preparados para receber a Copa das Confederações, entretanto ainda há uma carência quanto aos investimentos das esferas governamentais a fim de melhorar a infraestrutura existente. 83% dos entrevistados acreditam que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo trarão novas oportunidades de desenvolvimento dos negócios para as cidades participantes. Este é mais um indicativo de que parte dos empresários está acreditando na Copa das Confederações e Copa do Mundo como meio de ganhos adicionais. 6
O QUANTO O BRASIL ESTÁ PREPARADO para receber a Copa das Confederações? COPA DO MUNDO 59% dos empresários consideram-se preparados para receber a Copa do Mundo. 54% dos empresários não farão uma preparação diferente da Copa do Mundo em relação à Copa das Confederações. Como o perfil predominante na pesquisa é de micro e pequenos empresários, os preparativos para as lojas acabam sendo menores e mais restritos. Dentre aqueles que farão uma preparação diferente, os itens mais citados foram o treinamento da equipe (53%), contratação de mais funcionários para atender à demanda (43%) e aumento da variedade de produtos (38%), demonstrando que estes empresários estão preocupados em atender às exigências desta demanda. 7
SE SIM, em quais aspectos a preparação será diferente? [respostas múltiplas] CONCLUSÃO A Copa das Confederações pode ser considerada uma oportunidade que o setor de comércio e serviços vai ter de se preparar, investir, inovar e testar seus pontos fortes e de estrangulamentos. Também faz-se necessário reformular suas estratégias antes da Copa do Mundo e atender de forma otimizada e eficiente essa grande demanda que está por vir. É importante que as empresas brasileiras, principalmente as micro e pequenas, sobretudo aquelas localizadas nas cidades-sede, mapeiem as oportunidades de negócios e planejem o investimento, buscando informações onde buscar crédito e capacitação. É importante também aproveitar as oportunidades que esses eventos esportivos geram para a economia interna, além de divulgar a imagem do país no exterior atraem um fluxo expressivo de turistas dado à ampla divulgação na imprensa internacional promovendo o local e aumentando o interesse pela cultura e lazer do país, principalmente da cidade-sedes dos jogos, criando oportunidades de investimentos e de negócios. Para tanto é imprescindível que o governo desempenhe o papel de agente fomentador e de investimentos. As cidades têm de estar preparadas para receber um fluxo elevado de turistas e imprensa, que são grande formadores de opinião, adequando sua infraestrutura de transportes, de telecomunicações, investindo em segurança, pois é uma oportunidade que o país tem de se mostrar como um país em pleno desenvolvimento econômico, com riqueza de recursos, com diversidade cultural e com grandes oportunidades de negócios. 8