ICMS/SP - Principais operações - Empréstimo de bens ou mercadorias Sumário 1. Introdução... 2 2. Fato gerador... 3 3. Conceito de bem e de mercadoria... 4 4. Irrelevância dos aspectos jurídicos para efeito de tributação... 5 5. Empréstimo - não-incidência... 6 5.1 Remessa... 6 5.2 Retorno... 6 6. Modelos de notas fiscais... 7 6.1 Remessa de bem a título de empréstimo... 7 6.2 Retorno do bem recebido a título de empréstimo... 8 Legislação... 10 1
1. Introdução Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, "emprestar" significa confiar a alguém (certa soma de dinheiro, ou certa coisa), para que faça uso delas, restituindo-as depois ao dono. Sob o aspecto jurídico, o empréstimo (gênero) pode ser classificado em duas espécies, quais sejam: a) comodato: é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, ou seja, não substituíveis, cujo ato se perfaz com a tradição (entrega) do objeto; b) mútuo: é o empréstimo de coisas fungíveis, isto é, coisas substituíveis. O mutuário (aquele que recebe o objeto por empréstimo) é obrigado a restituir ao mutuante (o que dispõe da coisa a título de empréstimo) o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Examinaremos, nesta oportunidade, os aspectos fiscais que envolvem as operações sob o título em referência, com base no Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo, aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000. (Código Civil, arts. 579 e 586, e RICMS-SP/2000) 2
2. Fato gerador O ICMS, de competência dos Estados e do Distrito Federal, em regra, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto, entre as hipóteses expressamente previstas na legislação, a saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular. ( RICMS-SP/2000, art. 1º, I, e art. 2º, I) 3
3. Conceito de bem e de mercadoria Embora o RICMS-SP/2000 não disponha expressamente sobre o assunto, pode ser considerado mercadoria qualquer bem, novo ou usado, não reputado como imóvel por natureza ou acessão física, nos termos da lei civil, suscetível de avaliação econômica. Para os efeitos fiscais, compreendem-se no conceito de mercadoria a energia elétrica, os combustíveis líquidos e gasosos, os lubrificantes e os minerais do País. 4
4. Irrelevância dos aspectos jurídicos para efeito de tributação São irrelevantes, para efeito da caracterização do fato gerador e incidência do imposto: a) a natureza jurídica da operação de que resulte qualquer situação prevista na legislação como fato gerador do tributo; b) o título jurídico pelo qual a mercadoria, saída ou consumida no estabelecimento, tiver estado na posse do respectivo titular; c) o título jurídico pelo qual o bem, utilizado na prestação do serviço, tiver estado na posse do prestador; d) a validade jurídica do ato praticado; e) os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Desse modo, a saída de mercadoria, ou bem, de estabelecimento de contribuinte, está sujeita ao imposto conforme vimos nos itens precedentes, independentemente das circunstâncias referidas nas letras "a" a "e" deste item, tal como ocorre em relação às saídas a título de empréstimo, exceto no caso de empréstimo de bens mencionados no inciso IX do art. 7º do RICMS-SP/2000, que está ao amparo da não-incidência do imposto, conforme veremos no item 5. ( RICMS-SP/2000, art. 2º, 4º, itens 1 a 5, e art. 7º, IX) 5
5. Empréstimo - não-incidência O imposto não incide na saída (e no respectivo retorno) de máquinas, equipamentos, ferramentas ou objetos de uso do contribuinte, bem como de suas partes e peças, com destino a outro estabelecimento em razão de empréstimo, desde que esses bens voltem ao estabelecimento de origem. ( RICMS-SP/2000, art. 7º, IX e X) 5.1 Remessa Na remessa da mercadoria a título de empréstimo, será emitida Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, com os requisitos normalmente exigidos e, especialmente: a) no campo "Natureza da Operação", a expressão "Remessa de bem a título de empréstimo"; b) no campo "Código de Situação Tributária" (CST), o código 041 (exemplo: mercadoria nacional); c) no campo "Código Fiscal de Operação ou Prestação (CFOP), o código 5.949 (operação interna) ou 6.949 (operação interestadual)"; d) no campo "Informações Complementares", os dados e as características do contrato de empréstimo (data, prazo de retorno, condições etc.) e a expressão "ICMS - Não-incidência - Art. 7º, IX, do RICMS/SP - Decreto nº 45.490/2000 ". ( RICMS-SP/2000, art. 7º, IX, art. 124, I, art. 125, I, art. 127, I, "j" e IV, "d", e art. 186) 5.2 Retorno No retorno, será emitida Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, com os requisitos normalmente exigidos e, especialmente: a) no campo "Natureza da Operação", a expressão "Retorno de bem recebido a título de empréstimo"; b) no campo "Código de Situação Tributária" (CST), o código 041 (exemplo: mercadoria nacional); c) no campo "Código Fiscal de Operação ou Prestação (CFOP), o código 5.949 (operação interna) ou 6.949 (operação interestadual)"; d) no campo "Informações Complementares", os dados da nota fiscal de remessa do bem a título de empréstimo (data, número do contrato, etc.) e a expressão "ICMS - Não-incidência - Art. 7º, X, do RICMS/SP - Decreto nº 45.490/2000 ". ( RICMS-SP/2000, art. 7º, X, art. 124, I, art. 125, I, art. 127, I, "j" e IV, "d", e art. 186) 6
6. Modelos de notas fiscais 6.1 Remessa de bem a título de empréstimo Reproduzimos, a seguir, modelo de preenchimento de nota fiscal de remessa de uma máquina para fabricar calçados, a título de empréstimo: 7
6.2 Retorno do bem recebido a título de empréstimo 8
Veja, neste subitem, modelo de preenchimento de nota fiscal de retorno da máquina para fabricar calçados, recebida a título de empréstimo: 9
Legislação Decreto nº 45.490/2000 10