TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS: SULFONILUREIAS E BIGUANIDAS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE UBERABA LIGA DE DIABETES 2013 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS: SULFONILUREIAS E BIGUANIDAS PALESTRANTES:FERNANDA FERREIRA AMUY LUCIANA SOUZA LIMA 2013/2

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO ANTIDIABÉTICO ORAL Estado geral do paciente e suas comorbidades Valores das glicemias de jejum e pós-prandial e da HBA1C Peso e idade do paciente Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações.

METAS DE CONTROLE GICÊMICO

ANTIDIABÉTICOS. ORAIS Sulfonilureias Biguanidas Inibidores da alfaglicosidase intestinal Glinidas Glitazonas Incretinomiméticos e Inibidores de DPP-IV

Clorpropamida 125 a 500(Diabenese) Glibenclamida 2,5 a 20(Daonil)- SUS Glipizida 2,5 a 20 Glicazida 40 a 320 Glicazida MR 30 a 120(Diamicron) Glimepirida 1 a 8(Amaryl)

reabsorção de glicose Dapaglifosina produção de glicose ANTIDIABÉTICOS ORAIS: MECANISMO DE AÇÃO Tiazolidinediona Metformina absorção de carboidratos Acarbose Metformina Tiazolidinediona Redução da Hiperglicemia Metformina resistência periférica à insulina GLP1 Incretinas Inibidores da DPP4 Sulfonilureias Glinidas secreção de insulina

Medicamentos secretagogos SUR1 na superfície da célula Beta fechamento do canal de potássio despolarização de membrana, entrada de cálcio liberação de insulina

Ligação lenta e efeito prolongado Estimulam a liberação de insulina no estado pósprandial e jejum Não corrigem totalmente o estado pós-prandial Maior ação na glicemia de jejum

Hipoglicemia Ganho ponderal de peso Interferem o condicionamento pre-isquêmico

Medicamento Mecanismo de ação Redução da glicemia de jejum (mg/dl) Redução de HBA1C (%) Contraindicações Sulfonilureias Aumento da secreção de insulina 60-70 1,5-2 Gravidez, insuficiência renal ou hepática

reabsorção de glicose Dapaglifosina produção de glicose ANTIDIABÉTICOS ORAIS: MECANISMO DE AÇÃO Tiazolidinediona absorção de carboidratos Acarbose Metformina Metformina Tiazolidinediona Redução da Hiperglicemia Sulfoniluréias Glinidas Metformina resistência periférica à insulina GLP1 Incretinas Inibidores da DPP4 secreção de insulina

BIGUANIDAS Existem dois representantes: Metformina (mais utilizado) Fenformina (risco de acidose lática) Classificação: Sensibilizadores de insulina.

METFORMINA: MECANISMO DE AÇÃO Melhora a ação da insulina no fígado Aumenta a captação de glicose no músculo Estimula a glicogênese Diminui produção hepática de glicose Diminui a lipólise nos adipócitos Aumenta e melhora a afinidade dos receptores de insulina Estimula a translocação da GLUT4 Aumenta a atividade da glicogênio-sintase.

CARACTERÍSTICAS Droga de escolha para tratamento inicial do DM ( não secretagogo e não aumenta o peso) Possui absorção no intestino delgado e excreção renal (não há metabolização) Existem comprimidos de 500 e 850 mg Possui forma XR (prolongada) - minimiza os efeitos colaterais (dose única após o jantar).

Efeitos colaterais mais comuns: náuseas, vômitos, diarréia e distensão abdominal Eventos hipoglicêmicos são raros Iniciar tratamento com dose baixa e realizar aumento progressivo (500 mg/dia a cada 1 a 2 semanas) Em doses acima de 2g não tem efeito adicional Melhor tolerada quando utilizada após as refeições.

METFORMINA Pode ser associada com: - Sulfoniluréia - Acarbose - Tiazolidinediona - Repaglinida - Insulina Interações medicamentosas: - IECA - β-bloqueador - Cimetidina - Nifedipina

EFICÁCIA DA METFORMINA NO DIABETES Tem capacidade de reduzir a glicemia de jejum em 60-70 mg/dl (25%) Redução da HBA1C em 1.5 a 2% Melhor resposta principalmente por ações hepáticas e musculares Pode ser associado à insulina para reduzir a dose da mesma.

OUTROS BENEFÍCIOS DO USO DA METFORMINA - Diminuição de eventos cardiovasculares - Prevenção de DM tipo 2 (em 31%) - Melhora o perfil lipídico - Diminuição do peso - Auxilia no controle pressórico - Reduz marcadores inflamatórios e estresse oxidativo.

INDICAÇÕES QUANTO À CLÍNICA Pacientes com glicemia de jejum normal ou próxima do normal, mas com HBA1C acima do normal Pacientes diabéticos que também são hipertensos ou dislipidêmicos, obesos e outras patologias que aumentesm o risco de resistência insulínica.

CONTRAINDICAÇÕES - Insuficiência renal ( Cr > 1,5 em homens e > 1,4 para mulheres) - Insuficiência cardíaca (classe funcional III e IV) - Insuficiência hepática (AST e ALT com 2X) - Insuficiência respiratória ( retenção de CO2) - Acidose grave - Gestação (?) Obs.: Suspender o uso em cirurgias.

CONSIDERAÇÕES Atentar-se sempre com níveis de vitamina B12 e ácido fólico Apenas 5% dos pacientes apresentaram intolerância à medicação Em caso de intolerância a essa medicação,optar por gliptinas ou mimético/análogo de GLP-1.

REFERÊNCIAS Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes. Ed. 2012-2013. Editora GEN Diabetes na prática clínica. Sociedade Brasileira de Diabetes (ebook 2011 ) http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0004-27302000000600011&script=sci_arttext http://www.pucrs.br/research/salao/2006- VIISalaoIC/Arquivos2006/CienciasdaSaude/36518%20- %20GUILHERME%20SCHROETER.pdf http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/pontos-devista/2337.