COMUNIDADE PARA A ECONOMIA CÍVICA DE PENELA AGENDA DE INOVAÇÃO SOCIETAL E MUDANÇA

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Transcrição:

COMUNIDADE PARA A ECONOMIA CÍVICA DE PENELA AGENDA DE INOVAÇÃO SOCIETAL E MUDANÇA 2015-2020 SETEMBRO 2015

INDICE PARTE I 3 AS METAS DE IMPACTO DA AGENDA DE INOVAÇÃO SOCIETAL E MUDANÇA 3 1. A Comunidade para a Economia Cívica de Penela: Enquadramento e trabalho realizado 4 2. Problemas, necessidades e desafios societais complexos identificados pela Comunidade 7 3. Orientações, objetivos e metas de impacto societal coletivo da Agenda de Inovação societal e mudança 13 PARTE II 19 ANEXOS TÉCNICOS 19 1. O Programa de Inovação Societal e Mudança da Iniciativa para a Economia Cívica 20 2. O perfil da Comunidade para a Economia Cívica de Penela 25 3. Metodologias de monitorização e avaliação do impacto societal coletivo 34 4. Quadros Estatísticos (Fonte: INE e PORDATA) 37 2

PARTE I AS METAS DE IMPACTO DA AGENDA DE INOVAÇÃO SOCIETAL E MUDANÇA 3

1. A Comunidade para a Economia Cívica de Penela: Enquadramento e trabalho realizado A Comunidade para a Economia Cívica de Penela foi criada no dia 9 de abril de 2015 mediante a assinatura do Protocolo para a Constituição da Comunidade para a Economia Cívica de Penela, que se anexa à presente Agenda. Assinaram o Protocolo as seguintes entidades: 4

A Comunidade de Penela está formada por 17 membros, divididos pelos seguintes setores: As áreas de atividade representadas na Comunidade são as seguintes: 5

Nesta primeira fase do Programa de Inovação Societal e Mudança, a Comunidade de Penela celebrou as seguintes reuniões: Reunião Assunto Data 1 Apresentação do Programa de Inovação Societal e Mudança 9 de abril 2 Identificação dos Problemas, necessidades e desafios societais complexos 22 de abril 3 Análise das causas imediatas e radicais 13 de maio 4 Análise das causas imediatas e radicais 4 de junho 5 Discussão sobre as orientações gerais da Agenda 18 de junho 6 Grupos de Trabalho 3 de julho 7 Análise e debate sobre proposta de Agenda 21 de julho Para a gestão e disponibilização da documentação relativa ao desenvolvimento do Programa de Inovação Societal e Mudança foi usada a Plataforma Trello, onde foi organizado, para cada Comunidade, um espaço de arquivo, de agenda e comunicação entre os membros da Comunidade e a Equipa IEC. O espaço reservado para a Comunidade de Penela pode ser acedido através deste link: Comunidade para a Economia Cívica de Penela. 6

2. Problemas, necessidades e desafios societais complexos identificados pela Comunidade Por problema societal complexo entende-se um conjunto de questões ou situações que, devido à sua natureza, âmbito, causas, dimensão e alcance: produzem incidências estruturais negativas, graves e persistentes, numa série de âmbitos ou no conjunto da sociedade, numa determinada comunidade ou num grupo social alargado que não possuem uma resposta ou a resposta existente é manifestamente insuficiente para garantir a sua resolução de forma efetiva e definitiva e cuja resolução não depende apenas de uma entidade ou de uma única iniciativa ou de um instrumento, de forma isolada A Comunidade para a Economia Cívica de Penela identificou, nas reuniões de trabalho que manteve entre maio e final de junho, os seguintes problemas, necessidades e desafios societais complexos: 7

Mapeamento do Problemas e Desafios societais complexos - Causas Campo de impacto Comunidade e Valores PND Autoestima seniores/idosos Cidadania ativa Despovoamento (população jovem/população em idade ativa) Aproveitamento dos recursos endógenos Causas Causas - Externalidades Imediatas Remotas Imediatas Remotas Desvalorização conhecimento sénior Isolamento Idosos Falta de hábito de convívio Apatia Isolamento Idosos Exôdo população activa Falta confiança futuro requalificação do património Falta valorização indivíduo Desocupação dos Séniores Comunicação falta de liberdade estética Educação para o conhecimento/ criatividade + ambição Falta valorização indivíduo Confronto com outras realidades Marca Discriminação fiscal positiva Accessiblidades Discriminação fiscal positiva Economia Falta de oferta de emprego Educação para o conhecimento/ criatividade + ambição Valorização e aproveitamento dos recursos endógenos Formação adaptada às necessidades de mercado 8

Após uma primeira identificação dos PNDs, foi efetuada uma análise aprofundada aos mesmos com a seguinte metodologia: 1. Identificação das relações entre os diferentes PNDs. Estabelecimento de eventuais relações de precedência ou causalidade; 2. Identificação das causas imediatas dos PNDs; 3. Identificação das causas remotas dos PNDs;; 4. Identificação das questões cuja resolução está fora do âmbito de competência/intervenção da Comunidade (Dossier Externalidades ) Com o resultado da análise foi elaborado um gráfico de relações de causa-efeito o qual demonstra a interligação entre PNDs, por um lado e, por outro entre as suas causas, sejam imediatas ou remotas. 9

10

Da análise deste quadro de mapeamento dos PNDs e as suas causas e as relações que se estabelecem entre os mesmos, podem ser elaboradas as seguintes considerações: Os PNDs têm uma natureza sistémica, ou seja, as suas causas são inerentes ao próprio sistema económico e social e só pode ser resolvidos a partir desta perspetiva sistémica; As causas são comuns - imediata ou remotamente - a todos os PNDs; É possível classificar os PNDs em função do seu âmbito de impacto societal. Por âmbito de impacto societal entende-se o campo no qual as respostas deverão ter impacto positivo. Neste sentido, os PNDs foram divididos nos seguintes âmbitos de impacto: - Comunidade: os âmbitos relacionados com a vida coletiva na Comunidade e que dizem respeito à Comunidade no seu conjunto (família, educação, formação, saúde, ambiente, segurança) - Valores e Princípios: os âmbitos que presidem à organização da Comunidade ou que orientam os comportamentos das pessoas, das entidades e das famílias - Economia: os âmbitos relacionados com a organização da produção económica - Externalidades : os âmbitos cuja resolução não depende da Comunidade, que extravasa os âmbitos de competência da Comunidade. Neste caso, os PNDs cuja resolução terá impacto na Comunidade e ao nível dos Valores e Princípios foram agrupados uma vez que, pela natureza dos PNDs, são complementares entre si; As causas foram classificadas em imediatas e remotas, entendendo pela primeira aquela que tem efeitos diretos sobre o problema. Causas remotas são entendidas como aquelas que influenciam de forma indireta o problema. A Comunidade considerou que todos os PNDs se encontram interligados, não sendo possível, no que diz respeito à sua gravidade ou complexidade, estabelecer uma ordem de 11

prioridades entre os mesmos. No entanto, foi possível identificar algumas causas (imediatas ou remotas) sobre as quais é urgente e prioritário incidir por forma a desbloquear as soluções para os restantes PNDs. São estas: A valorização e aproveitamento dos recursos endógenos, entendendo por recursos endógenos todos aqueles ativos naturais ou produzidos no Concelho e que incorporam características intimamente relacionadas com a geografia do território e a sua Cultura, por forma a gerar novas atividades económicas ou a dinamizar e revitalizar atividades existentes que possam gerar novos empregos, fixar as populações e atrair novos investimentos e novos residentes. A criação de condições integradas e atrativas à fixação de novos residentes ou de novas iniciativas empresariais, coerentes com as orientações estratégicas delineadas. O fomento da cooperação ativa e estratégica entre as entidades locais - independentemente da sua natureza - no sentido da partilha de informação, de recursos humanos, físicos, de conhecimento e financeiros - por forma a que estas possam alcançar a massa crítica que é necessária para que as respostas que asseguram (produção de bens e serviços) possam contribuir, de forma integrada, para o desenvolvimento económico e social do concelho; O exercício de uma Cidadania ativa e participativa por forma a incorporar na gestão do interesse geral do Concelho os ativos de conhecimento e experiência que permitam um melhor aproveitamento dos recursos endógenos, do potencial do território e a melhoria das condições de vida das pessoas; Aposta decisiva pela educação (promover uma nova escola ) visando a formação transdisciplinar nos valores do empreendedorismo, na valorização do território e dos 12

seus ativos económicos e culturais, na arte, na criatividade, na intergeracionalidade, na participação cívica ativa, no associativismo estratégico, no sentimento de pertença; Criação de um transporte coletivo, rápido, entre Penela e Coimbra por forma a facilitar a fixação, no território de novos residentes. 3. Orientações, objetivos e metas de impacto societal coletivo da Agenda de Inovação societal e mudança A Comunidade para a Economia Cívica de Penela propõe-se desenvolver no seu âmbito e num período compreendido entre setembro de 2015 e dezembro de 2020, projetos e iniciativas que, no seu conjunto, se enquadrem nas seguintes Orientações estratégicas de impacto: A. Campo de Impacto Comunidade, Valores e Princípios 1. Educação/Formação Projetos educativos inovadores e transdisciplinares destinados a promover o empreendedorismo, a valorização do território e dos seus ativos económicos, culturais e ambientais, a intergeracionalidade, a participação cívica ativa, o associativismo estratégico e o sentimento de pertença; Programas de formação ajustados às necessidades do mercado local, Programas de formação incluídos em programas turísticos, orientados para o aproveitamento dos recursos endógenos, das tradições locais e do conhecimento local (saúde preventiva, agricultura, ruralidade); Programas de formação para a criatividade, o conhecimento, o desenvolvimento dos talentos e a participação cívica; 13

2. Combate ao isolamento senior Promoção do empreendedorismo sénior e intergeracional como forma de estímulo ao envelhecimento ativo, a uma melhor integração dos seniores na vida comunitária (combate ao isolamento), à transmissão de conhecimento e experiência, ao reforço da auto-estima e melhoria das condições de vida dos seniores, de reforço da coesão social e do sentimento de pertença. 3. Participação social e cívica Ações inovadoras de promoção de uma maior colaboração intergeracional por forma a assegurar a transmissão de conhecimento (seniores-juniores), a colaboração social e a participação ativa da Cidadania na vida social, cultural e económica do concelho (criação artística, teatro, desporto, concelhos sociais); Desenvolvimento de ações de comunicação colaborativa e integrada de divulgação das iniciativas e projetos realizados pelas entidades e instituições do concelho por forma a promover a participação social e reforçar o sentimento de pertença ao território. 14

ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DE IMPACTO Campo de impacto PND Imediatas Causas Remotas ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS Autoestima seniores/idosos Cidadania ativa Desvalorização conhecimento sénior Isolamento Idosos Falta de hábito de convívio Apatia Isolamento Idosos Falta valorização indivíduo Desocupação dos Séniores Comunicação falta de liberdade estética Educação para o conhecimento/ criatividade + ambição Falta valorização indivíduo 1. Educação/Formação Projetos educativos inovadores e transdisciplinares destinados a promover o empreendedorismo, a valorização do território e dos seus ativos económicos, culturais e ambientais, a intergeracionalidade, a participação cívica ativa, o associativismo estratégico e o sentimento de pertença; Programas de formação ajustados às necessidades do mercado local, Programas de formação incluídos em programas turísticos, orientados para o aproveitamento dos recursos endógenos, das tradições locais e do conhecimento local (saúde preventiva, agricultura, ruralidade); Programas de formação para a criatividade, o conhecimento, o desenvolvimento dos talentos e a participação cívica; Comunidade Valores Princípios Exôdo população activa Confronto com outras realidades 2. Combate ao isolamento sénior Promoção do empreendedorismo sénior e intergeracional como forma de estímulo ao envelhecimento ativo, a uma melhor integração dos seniores na vida comunitária (combate ao isolamento), à transmissão de conhecimento e experiência, ao reforço da auto-estima e melhoria das condições de vida dos seniores, de reforço da coesão social e do sentimento de pertença. Despovoamento (população jovem/ população em idade ativa) Falta confiança futuro 3. Participação social e cívica Ações inovadoras de promoção de uma maior colaboração intergeracional por forma a assegurar a transmissão de conhecimento (seniores-juniores), a colaboração social e a participação ativa da Cidadania na vida social, cultural e económica do concelho (criação artística, teatro, desporto, concelhos sociais); Desenvolvimento de ações de comunicação colaborativa e integrada de divulgação das iniciativas e projetos realizados pelas entidades e instituições do concelho por forma a promover a participação social e reforçar o sentimento de pertença ao território. 15

B. Campo de impacto: Economia 1. Fomento do empreendedorismo Ações de formação para o empreendedorismo, de base prática de curto, médio e de longo prazo, faseadas, transdisciplinares, dirigida às crianças e adolescentes, com a possibilidade de estágios educativos em empresas; 2. Valorização dos recursos e ativos endógenos Aposta decisiva em iniciativas que valorizem e otimizem os recursos endógenos naturais, que reforcem, promovam e dêem escala aos ativos económicos já existentes, e iniciem novas atividades assentes no potencial que oferece o território, nomeadamente: o turismo ligado à saúde (aposta pela prevenção) e à natureza (ambiente, paisagem, vida saudável), o turismo para a formação profissional relacionada com os recursos endógenos e o turismo para pessoas com discapacidade; Realização de ações de prestígio em áreas relacionadas com os recursos endógenos, nomeadamente Congressos, encontros de profissionais; Especialização inteligente na fileira agrícola, agro-alimentar e florestal, promoção da inovação e experimentação; 3. Comunidades externas Identificação da Comunidade de penelenses no estrangeiro (Conselho da Comunidade de Penela no exterior) Definição e exercício de uma política ativa de captação de investimento nesta Comunidade; 16

ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DE IMPACTO Campo de impacto PND Imediatas Causas Remotas ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS 1. Fomento do empreendedorismo Aproveitamento dos recursos endógenos requalificação do património Marca Ações de formação para o empreendedorismo, de base prática de curto, médio e de longo prazo, faseadas, transdisciplinares, dirigida às crianças e adolescentes, com a possibilidade de estágios educativos em empresas; Economia Educação para o conhecimento/ criatividade + ambição Valorização e aproveitamento dos recursos endógenos 2. Valorização dos recursos e ativos endógenos Aposta decisiva em iniciativas que valorizem e otimizem os recursos endógenos naturais, que reforcem, promovam e dêem escala aos ativos económicos já existentes, e iniciem novas atividades assentes no potencial que oferece o território, nomeadamente: o turismo ligado à saúde (aposta pela prevenção) e à natureza (ambiente, paisagem, vida saudável), o turismo para a formação profissional relacionada com os recursos endógenos e o turismo para pessoas com discapacidade; Falta de oferta de emprego Formação adaptada às necessidades de mercado Realização de ações de prestígio em áreas relacionadas com os recursos endógenos, nomeadamente Congressos, encontros de profissionais; Especialização inteligente na fileira agrícola, agro-alimentar e florestal, promoção da inovação e experimentação; 3. Comunidades externas Identificação da Comunidade de penelenses no estrangeiro (Conselho da Comunidade de Penela no exterior) Definição e exercício de uma política ativa de captação de investimento nesta Comunidade; 17

C. Dossier das Externalidades Como ficou exposto anteriormente, o Dossier das Externalidades engloba todas as questões que, pela sua natureza e alcance, requerem respostas que estão fora do âmbito de competência ou de ação das Comunidades locais. Nesse sentido, numa fase posterior será elaborado um Dossier que incluirá todas as questões que entram neste âmbito e que será apresentado, quando conveniente e oportuno, às autoridades competentes para sua análise. Por ora, apenas se enunciam as questões cuja resolução foi considerada vital pela Comunidade para o desenvolvimento económico e social do Concelho. 1. Dossier fiscal Pacote Discriminação positiva para fixação nos territórios para deslocalização de pessoas e empresas; Isenção temporária de impostos para novas empresas; 2. Dossier família Introdução de deduções para famílias que venham residir para o Concelho de Penela. 3. Dossier transportes Transporte coletivo, rápido que assegure a ligação diária entre Coimbra e Penela. 18

PARTE II ANEXOS TÉCNICOS 19

1. O Programa de Inovação Societal e Mudança da Iniciativa para a Economia Cívica A. A Iniciativa para a Economia Cívica A Iniciativa para a Economia Cívica (IEC) é uma iniciativa que agrega entidades públicas, privadas, da economia social e a Cidadania para promover a economia cívica, enquanto modelo de desenvolvimento económico e social, em Portugal. Para este efeito criou, a título experimental, uma Rede de dez Comunidades para a Economia Cívica baseadas nos concelhos de Bragança, Vila Real, Gouveia, Fundão, Penela, Miranda do Corvo, Lousã, Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova, Campo Maior, esta última incluindo os Concelhos de Arronches e Elvas. Cada Comunidade assenta num Protocolo, assinado pelos seus membros estabelecendo os objetivos, a sua organização e o seu funcionamento. As Comunidades, lideradas pelo parceiro da IEC local, integram entidades públicas, privadas, da Economia Social e a Cidadania, abrangendo todos os âmbitos e setores económicos, sociais e culturais de relevância dos Concelhos permitindo assim obter uma visão integral - de 360 graus - da realidade económica, social e cultural local e um diagnóstico preciso dos seus problemas, necessidades e desafios societais complexos. A finalidade das Comunidades para a Economia Cívica é o de criar um novo âmbito de coresponsabilização alargada para a configuração de respostas inovadoras e sustentáveis para estes problemas, necessidades e desafios societais complexos assente em três vetores: A mutualização da responsabilidade dos membros da Comunidade pela definição dos problemas, necessidades e desafios societais complexos e a consequente definição e execução das respostas que produzam um impacto mais positivo na Comunidade; 20

A participação da Comunidade, em geral, na configuração dessas respostas numa ótica de inovação aberta e competitiva e focalizadas para a produção do impacto societal desejado pela Comunidade e para a garantia da sustentabilidade das respostas; A captação de investimento interessado em financiar o impacto societal dessas respostas sem prejuízo da recuperação da totalidade ou parte do investimento efetuado. Trata-se de um novo modelo de desenvolvimento económico e social que assenta na cocriação, entre entidades públicas, privadas, da economia social e da Cidadania, de bens e serviços de interesse geral, inovadores e sustentáveis capazes de trazer novas respostas para os problemas societais tais como o desemprego jovem, o isolamento de idosos, a reincidência criminal, a obesidade, o abandono escolar, a poluição ambiental, a regressão da natalidade, entre outros. Para que as respostas sejam efetivas é necessário que, por um lado, sejam identificadas as causas imediatas e remotas dos problemas, necessidades e desafios societais complexos e, por outro, que as respostas sejam inovadoras e produzam incidências positivas na vida das pessoas e no conjunto da Comunidade ao mesmo tempo que permitam, ao Estado, poupar recursos públicos. No ponto V. do presente documento está explicada a metodologia de monitorização e avaliação do impacto societal que será desenvolvida pela IEC-Inteligência. B. O Programa de Inovação Societal e Mudança: Estrutura e calendário Para desenvolver a Iniciativa para a Economia Cívica, cada Comunidade seguiu um Programa de Inovação Societal e Mudança com o objetivo de serem desenvolvidos projetos e iniciativas que se proponham configurar soluções inovadoras e geradoras de impacto societal coletivo para os problemas, necessidades e desafios societais complexos 21

previamente identificados pelos membros da Comunidade ao longo de uma série de reuniões de trabalho (em média 7 reuniões), entre abril e julho do ano em curso. A primeira fase do Programa de Inovação Societal e Mudança culminou com a elaboração da presente Agenda de Inovação Societal e Mudança na qual os membros da Comunidade, por consenso, fixaram: Os objetivos de inovação e de mudança em relação às respostas que são dadas hoje aos problemas, necessidades e desafios societais complexos da sua Comunidade e O impacto societal coletivo que a Comunidade pretende gerar mediante o desenvolvimento de projetos e iniciativas promovidos e apoiados no seu âmbito. A Agenda de Inovação Societal e Mudança, após ter sido submetida a debate público em cada uma das Comunidades - com o objetivo de envolver a Cidadania neste processo de inovação societal e mudança - será apresentada pelos membros das Comunidades no Congresso da Rede de Comunidades para a Economia Cívica que terá lugar no dia 19 de setembro em Gouveia. Após esta apresentação e discussão conjunta, iniciar-se-á a segunda fase do Programa de Inovação Societal e Mudança com a identificação, avaliação e seleção dos projetos e iniciativas que se proponham alcançar os objetivos de inovação societal e mudança fixados nas Agendas e gerar os impactos societais com base na apresentação de variáveis e indicadores de impacto que atestem essa capacidade inovadora e de impacto. Paralelamente, serão avaliadas as necessidades de capacitação dos projetos e dos seus promotores para a inovação e impacto societal assim como as necessidades de financiamento para assegurar o desenvolvimento do projeto e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo. 22

A Comunidade para a Economia Cívica ou a Rede de Comunidades que será criada a partir de setembro serão as plataformas competentes para identificar e selecionar os projetos e iniciativas capazes de gerar os impactos societais coletivos fixados assim como para monitorizar e avaliar os resultados e os impactos. A IEC promoverá a criação de um Fundo de Inovação Societal, que tem como objetivo investir nos projetos e iniciativas que serão selecionados pelas Comunidades ou pela Rede de Comunidades, de acordo com os critérios estabelecidos no Regulamento de funcionamento do Fundo. Este Regulamento será adotado pelos titulares de unidades de participação do Fundo, o qual está aberto à participação das entidades, públicas, privadas ou da economia social, que desejem investir nos projetos e iniciativas de inovação societal e mudança que serão promovidos e monitorizados no quadro da Iniciativa para a Economia Cívica Portugal. O Fundo de Inovação Societal será apresentado publicamente no Congresso da Rede das Comunidades para a Economia Cívica que terá lugar a 19 de setembro em Gouveia. 23

Diagrama do Programa de Inovação Societal e Mudança da IEC 24

2. O perfil da Comunidade para a Economia Cívica de Penela Indiferenciação do Tecido Produtivo Penela caracteriza-se por uma profunda indiferenciação do tecido empresarial local. O sector mais representado reside no comércio abrangendo 23,77% das empresas sediadas no município e 24,33% dos estabelecimentos com presença no respetivo território. A diferença entre a proporção de empresas e estabelecimentos em cada sector não é significativa. Tal implica que o desenvolvimento do território tenderá a passar pela criação de novo tecido empresarial e/ou pela captação das fileiras económicas nas quais o município reúna vantagens comparativas. Diferença entre Empresas e Estabelecimentos não é Significativa O sector que gera mais emprego é a construção (26,21%) sendo responsável por 386 dos 1.473 postos de trabalho assegurados pelas empresas estabelecidas no município. O Top 5 de sectores com maior peso no emprego local assegura quase 80% dos postos de trabalho (77,80%) distribuídos ao longo de um universo de 563 estabelecimentos. 25

Top 5 da Criação de Emprego no Território Este facto contribui para que as quatro maiores empresas concentrem 40,21% do volume de negócios e 36,49% do valor acrescentado bruto gerado do tecido empresarial local. Destaca-se ainda a relevância das atividades de suporte, entre as quais, a saúde humana e apoio social que garante 9,98% do emprego e a atomização que caracteriza o alojamento e restauração no qual 46 empresas são responsáveis por apenas 93 postos de trabalho. Penela possui uma empresa inserida no ranking das 100 maiores empresas por sector de atividade, mais precisamente, na fileira dos equipamentos metálicos para a construção civil. Esta empresa uma das 100 líderes no respetivo sector de atividade à escala nacional é caso único no município sendo que com um volume de negócios de 5,81 Milhões de Euros, emprega apenas 42 pessoas. Importa realçar que a Câmara Municipal é um importante dinamizador económico com uma despesa anual na ordem dos 1.126,57 Euros por munícipe, para além de ser de longe o maior empregador, assegurando sozinha 16,78% dos empregos inseridos no seu território. Oportunidade Estratégica no Turismo As áreas rurais representam 65% da atratividade turística internacional do nosso país, materializada nas Atividades na Natureza (30%), no Touring Cultural e Paisagístico (19%), 26

na Saúde e Bem-Estar (12%) e no segmento Vinhos e Gastronomia (4%). Os municípios predominantemente rurais apresentam vantagens comparativas para a captação de receitas turísticas, devido a um melhor ajustamento entre as suas características e as preferências dos mercados emissores. Evolução Prevista entre 2015 e 2020 OFERTA ATUAL PROCURA POTENCIAL A atratividade de Penela é impulsionada pelos segmentos Premium, uma vez que os mesmos tendem a selecionar destinos turísticos caraterizados por uma menor concentração do parque hoteleiro massificado. Os municípios com caraterísticas semelhantes a Penela representam 88% do potencial de crescimento da procura turística em Portugal, comparativamente aos municípios predominantemente urbanos, que se limitam aos remanescentes 12% para o período compreendido entre 2015 e 2020. O parque hoteleiro está claramente sobredimensionado face ao turismo Sol e Mar, canalizando 41% da oferta de camas para apenas 6% da procura potencial, enquanto a oferta City Breaks aglutina 30% das camas disponíveis (Lisboa 22% + Porto 8%) para satisfazer uma procura potencial de aproximadamente 4%. Em termos geográficos, a oferta deverá especializar-se nos mercados externos cujas motivações para a deslocação a Portugal coincidam com as 27

Atividades na Natureza, o Touring Cultural e Paisagístico, a Saúde e Bem-Estar e o segmento Vinhos e Gastronomia. Motivação dos Turistas para Visitarem Portugal Os mercados cujo perfil de interesses torna a oferta de Penela mais competitiva são o Norte da Europa (i.e., Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega, Reino Unido e Suécia) e o Centro da Europa (i.e., Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Polónia e República Checa), representando em conjunto, 62% da procura internacional verificada no nosso país. Mercados Internacionais Compatíveis com Penela 28

O Sul da Europa é responsável por 28% da procura externa relativamente a Portugal, mas exige a adoção de uma estratégia de diferenciação value for money, tomando em consideração a afinidade cultural com os países em causa (i.e., Espanha, França e Itália). Apesar das semelhanças no que concerne às características da oferta disponível no seu próprio país de origem, os turistas provenientes do Sul da Europa, têm a perceção de que Portugal proporciona uma boa relação qualidade/preço, para além da excelência que é habitualmente atribuída ao país, ao nível dos Vinhos e Gastronomia. Os turistas do Norte e Centro da Europa consideram que a natureza, o património histórico e a paisagem são os maiores atrativos na escolha de Portugal enquanto destino de lazer. Portugal é considerado um país seguro e pacífico, com uma oferta de alojamentos de qualidade face à concorrência. Os fortes valores culturais e tradicionais portugueses são também muito procurados pelos países do Norte e Centro da Europa. Estima-se que a aposta no desenvolvimento de novos produtos e serviços com posicionamento Premium permita aumentar o gasto médio por dia e por pessoa, que se situa atualmente nos 90,0 Euros, para o montante de 140,7 Euros. Face ao exposto, o turismo em Penela enfrenta um importante desígnio que consiste em combater a sazonalidade, motivo pelo qual é importante a consolidação de uma oferta integrada de atividades de lazer. É expectável que uma maior complementaridade da oferta, abrangendo especificamente os pacotes de atividades na natureza, os roteiros culturais e paisagísticos e o desporto aventura, permita aumentar a taxa líquida de ocupação, dos atuais 18% para valores próximos da média Europeia, que se situa nos 25%. Penela reúne condições vantajosas para se posicionar enquanto destino turístico de excelência, ou seja, vocacionado para segmentos Premium. O seu património material e imaterial, bem como as características culturais, paisagísticas e ambientais permitem-lhe desenvolver uma oferta integrada, especificamente direcionada para os mercados internacionais, com particular incidência nos países do Norte e Centro da Europa. 29

Qualidade de Vida Em traços gerais podemos dizer que Portugal é percecionado internacionalmente como sendo um país seguro, com excelente qualidade de vida e dotado de uma boa rede de cuidados de saúde. Em termos comparativos, Portugal é o 18º país mais seguro numa amostra de 162 países, é o 9º país com maior qualidade de vida num total de 258 países e apresenta o 12º melhor sistema de saúde entre 191 países. Tais indicadores são aferidos pelo Institute for Economics and Peace (2014), pelo World Bank (2013) e pela World Health Organization (2009), respetivamente. O Global Competitiveness Index 2013-2014 colocou Portugal no 51º lugar entre 148 países, num ranking de competitividade liderado pela Suíça, Singapura e Finlândia (World Economic Forum, 2013). Penela ocupa a 56ª posição entre os 308 municípios portugueses relativamente à qualidade de vida que proporciona aos seus residentes. Este desempenho notável devese à evolução sustentada a partir da 196ª posição (i.e., lugar que o município ocupava em 2007) tendo ascendido 140 posições em apenas 7 anos. Posição Relativa de Penela em Termos de Qualidade de Vida (308 Municípios) No que diz respeito ao acesso à saúde o município tem vindo a aumentar a capacidade instalada em termos relativos dispondo atualmente de 73% mais enfermeiros comparati- 30

vamente à média agregada do Pinhal Interior Norte (NUT III) e de 44% mais médicos em relação aos indicadores consolidados da região Centro (NUT II). Evolução Incremental do Acesso à Saúde Em termos de indicadores compósitos de qualidade de vida podemos constatar que Penela tem vindo a registar uma evolução extremamente positiva com a qualidade ambiental do território a aumentar 54% desde 2002 até à atualidade. Entre as dimensões associadas à qualidade de vida encontra-se a longevidade da população que tem vindo a registar melhorias acima da média nacional e regional, com um aumento de 18% entre 2002 e 2013. Tomando em consideração não só a dimensão de Penela, mas também a elevada qualidade ambiental que caracteriza o seu território, podemos constatar que o município apresenta condições naturais ímpares para se afirmar enquanto destino turístico vocacionado para Atividades na Natureza, Touring Cultural e Paisagístico, Saúde e Bem-Estar e Vinhos e Gastronomia. Tal como referido anteriormente, estes segmentos são responsáveis por 65% da procura turística internacional relativamente ao nosso país. Para além deste aspeto, o turismo em meio rural permite disponibilizar produtos e serviços a preços 56% mais elevados do que os praticados em meios urbanos. Evolução Sustentada da Qualidade Ambiental 31

O turismo Premium tende a registar uma procura inelástica, ou seja, a manter uma procura estável independentemente da oscilação dos níveis de preço. Fruto da sua dimensão Penela reúne condições excecionais para o Turismo de Saúde e Bem-Estar. A oferta em causa poderá ser implementada por intermédio da captação de uma unidade hospitalar especializada e/ou através da coordenação com a capacidade instalada pré-existente, entre a qual, a disponibilizada a partir de Coimbra. Distribuição entre a Dimensão Médica e a Dimensão Turística (Milhões de Euros) O 32

Turismo de Saúde e Bem-Estar contempla um mercado anual na ordem dos 94,65 Milhões de Euros a partir de 2020, tomando em consideração as vantagens comparativas de Portugal face a outros países da UE. Esta abordagem permite potenciar o preço reduzido das intervenções médicas, bem como os baixos custos hoteleiros associados, gerando benefícios financeiros para as seguradoras dos países de origem. Os ganhos económicos são desta forma repartidos entre a seguradora e o paciente estrangeiro, designadamente, pela redução do prémio do seguro. Por outro lado, sucedem igualmente ganhos em saúde motivados pela melhor qualidade dos cuidados de saúde prestados. Numa lógica de complementaridade a oferta hoteleira nacional encontra-se num patamar superior, estando em condições de oferecer melhores condições por um custo manifestamente inferior ao praticado na UE. 33

3. Metodologias de monitorização e avaliação do impacto societal coletivo A avaliação do impacto societal coletivo vai ser levada a cabo por equipas técnicas da IEC, com utilização de diferentes técnicas, dependentes da tipologia dos impactos que se pretendam analisar. Num primeiro passo, a equipa da avaliação reconstituirá a lógica dos projetos e iniciativas implementadas, que necessidades foram colmatadas, a estratégia aplicada, os objetivos, os efeitos esperados, recursos usados e as medidas postas em prática para implementar e monitorizar as ações desenvolvidas. Existe hoje, um grande número de indicadores (globais e específicos) que são construídos e usados numa escala Europeia. Muitos deles, tem sido rigorosamente definidos e as respetivas definições harmonizadas (caso da taxa de desemprego, densidade de população ou disparidades de infraestruturas). Um indicador pode ser definido como a medida de um objectivo a atingir, um recurso mobilizado, um efeito obtido, um medidor de qualidade ou uma variável de contexto. Deve ser composto por uma definição, um valor e uma unidade de medida e produz informação quantificada com vista a auxiliar os atores em intervenções públicas, a comunicar, negociar ou tomar decisões. No âmbito de um processo de avaliação, os indicadores mais importantes estão relacionados com critérios de sucesso das intervenções públicas. Um indicador pode ser usado para medir um facto ou uma opinião. O resultado da medição de um indicador é, usualmente, aproximado. Mediante a informação veiculada pela disseminação dos valores incluídos no sistema de indicadores, os cidadãos ficarão em melhor posição de formar opinião. 34

No caso da Iniciativa para a Economia Cívica, a metodologia de monitorização e avaliação do impacto societal engloba necessariamente processos de recolha, armazenamento, tratamento e análise de dados. A mesma funciona enquanto banco de dados, permitindo sistematizar um conjunto de fatores endógenos de desenvolvimento económico e social, quantificar e prever o seu impacto, para qualquer comunidade, independentemente da sua dimensão, heterogeneidade e/ou localização geográfica. O processo de recolha de dados tem por base uma técnica específica (i.e., amostragem estratificada com repartição ótima) que toma em consideração a escala, a taxa de não resposta, a volatilidade de resposta e a variância subjacente a cada estrato populacional. Desta forma é assegurada a representatividade estatística da população estudada, alcançando-se níveis de precisão superiores ao estado de arte das metodologias correntemente aplicadas, com particular incidência nos estudos mercado, estudos de opinião e sondagens. Por outro lado, o processo de análise de dados está ancorado na conjugação da modelação de redes neuronais com a modelação de equações estruturais. Ambas as metodologias possibilitam acomodar a interatividade entre variáveis, partindo do pressuposto que todas elas se influenciam reciprocamente. As redes neuronais oferecem diversas vantagens em relação aos métodos estatísticos tradicionais. Entre as vantagens coligidas, duas assumem particular destaque, tendo como referência, a caracterização de problemas societais complexos. Primeiro, as redes neuronais são passíveis de adaptação a qualquer estrutura funcional (i.e., capaz de interagir com os objetos do mundo real de forma semelhante aos sistemas biológicos) na medida em que reproduzem os mecanismos de aprendizagem do cérebro humano. Segundo, as redes neuronais preveem a existência de variáveis latentes ou não observáveis cuja presença é suscetível de influenciar o progresso societal. A identificação destas variáveis mediadoras é de vital importância, uma vez que as mesmas condicionam a eficácia das medidas delineadas pela comunidade. Subsequentemente é concebido o 35

modelo estrutural, tendo como ponto de partida, os dados resultantes da modelação de redes neuronais. Esta abordagem visa converter os Problemas, Necessidades e Desafios (PNDs) identificados por cada Comunidade em fatores endógenos de desenvolvimento que sejam passíveis de operacionalização num contexto real. Uma vez sistematizada a informação proveniente das inúmeras variáveis originais, as equações estruturais, permitem mapear as relações estatisticamente significativas que exercem um impacto estruturante, no desenvolvimento sustentável de uma comunidade. 36

4. Quadros Estatísticos (Fonte: INE e PORDATA) 37

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