Enquadramento fiscal da. Partilha e da Herança Indivisa.

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Transcrição:

Enquadramento fiscal da Partilha e da Herança Indivisa. Ação de formação para a OCC Ordem dos Contabilistas Certificados. Coimbra / Leiria _ SEG4717 Objectivo Geral. Realizar uma abordagem sistemática do enquadramento fiscal da Partilha e da Herança Indivisa. Objectivos Específicos. Compreender o reflexo da Partilha por óbito no IMT; Assimilar a ligação entre a Partilha e o IRS; Apreender a forma de cálculo da base tributável em IMT/Partilha e Mais Valias/Partilha. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 2

A Partilha. O acto de distribuir, repartir ou dividir algo em várias partes. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 3 A Partilha. Noção. É o acto destinado a fazer cessar a indivisão de um património. Administração da Herança e Direito a exigir. O Cabeça de casal; Qualquer co herdeiro ou o cônjuge meeiro. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 4

A Partilha. O Processo Sucessório Abertura/Aceitação da Herança Administração da Herança Partilha dos Bens 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 5 A Partilha. Classes de Sucessíveis: Cônjuge e Descendentes. Cônjuge e Ascendentes. Irmãos e seus Descendentes. Outros Parentes na Colateral até ao 4.º grau. Estado. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 6

A Partilha. Quota disponível Outros Herdeiros Legatários Disposição dos Bens da Herança + Cônjuge Quota Indisponível (Legítima) Herdeiros Legitimários Descendentes = 1/1 Ascendentes 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 7 Processo sucessório Sucessão Legítima / Legitimária arts. 2.131.º e segts. CC Herdeiros Legítimos Classes Sucessíveis Quota / Partilha Herdeiros Legitimários Legítima Quota Disponível Cônjuge Cônjuge e Descendentes Cônjuge 1/4 Cônjuge 1/2 1/2 Parentes Estado Cônjuge e Ascendentes Cônjuge = 2/3; Asc = 1/3 Cônjuge e Descendentes 2/3 1/3 Irmãos e seus descendentes Descendentes = 1 1/2 1/2 Outros colaterais 4º Grau Descendentes 2 2/3 1/3 Estado Cônjuge e Ascendentes 2/3 1/3 Ascendentes 1.º Grau 1/2 1/2 Ascendentes 2.º Grau 1/3 2/3 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 8

A Partilha. Generalidades. A sucessão é o chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações jurídicas patrimoniais do falecido. A sucessão abre se no momento da morte e no lugar do último domicílio do respectivo autor. Feita a partilha, cada um dos herdeiros é considerado, desde a abertura da herança, sucessor único dos bens que lhe foram atribuídos [art. 2.119.º/1 CC]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 9 A Partilha. Generalidades. Regra geral, os cônjuges participam por metade meação no activo e no passivo da comunhão, sendo nula qualquer estipulação em contrário. Havendo acordo dos interessados, a partilha é realizada nas conservatórias ou por via notarial / Documento Part. Autenticado partilha extra judicial, sendo, na falta de acordo, realizada por meio de inventário partilha judicial. Se o falecido não tiver disposto válida e eficazmente, no todo ou em parte, dos bens de que podia dispor para depois da morte, são chamados à sucessão desses bens os seus herdeiros legítimos. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 10

A Partilha. Comunhão Adquiridos 1.724.º Comunhão Geral 1.732.º Sociedade Conjugal Separação de Bens 1.735.º Outro Regime 1.698.º 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 11 A Partilha. Regimes de bens na Sociedade Conjugal. Comunhão de bens adquiridos: Bens comuns os bens adquiridos depois do casamento sem ser por sucessão, doação, ou direito próprio anterior ao casamento. Bens próprios a cada cônjuge pertencem apenas os bens que tinha antes de casar e os bens que, depois do casamento e na constância deste, venham a receber por sucessão (por morte de outra pessoa) ou por doação, ou venham a adquirir por virtude de direito próprio anterior. Comunhão geral de bens: Neste regime é regra que todos os bens, seja qual for a sua origem e momento de aquisição, pertencem a ambos os cônjuges. Bens próprios a lei estabelece que alguns dos bens são excetuados da comunhão, designadamente, bens deixados com cláusula de incomunicabilidade, bens em usufruto, as roupas, objetos de uso pessoal, etc. Separação de bens: Cada um dos cônjuges é proprietário dos bens que adquiriu, por qualquer forma, antes e depois do casamento. No entanto, pode acontecer que determinados bens hajam sido adquiridos por ambos os cônjuges. Neste caso os dois são proprietários dos bens, não como casal, mas como quaisquer outras duas pessoas não casadas, o que se denomina por compropriedade. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 12

O IS(tg). Imposto do Selo nas Transmissões Gratuitas. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 13 O IS(tg). Doação (arts. 940.º ss. CC) Inter Vivos Distrate, Invalidade, Declaração Morte Presumida, etc. Transmissão Gratuita Mortis Causa Usucapião (arts. 1.287.º ss. CC) Com Testamento Sem Testamento Sucessão Testamentária (arts. 2.179.º ss. CC) Legados (arts. 2.249.º ss. CC) Sucessão Legítima (arts. 2.131.º ss. CC) Sucessão Legitimária (arts. 2.156.º ss. CC) 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 14

O IS(tg). Incidência Objectiva, Subjectiva e Territorialidade: O imposto do selo incide sobre situações jurídicas previstos na Tabela Geral, incluindo as transmissões gratuitas de bens [art. 1.º/1]. São sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares para quem se transmitam os bens [art. 2.º/2]: Nas sucessões por morte, o imposto é devido pela herança, representada pelo cabeça-de-casal, e pelos legatários; Nas demais transmissões gratuitas, incluindo as aquisições por usucapião, o imposto é devido pelos respectivos beneficiários. Nas transmissões gratuitas, o imposto é devido sempre que os bens estejam situados em território nacional [art. 4.º/3]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 15 O IS(tg). [art. 1.º/3] Transmissão gratuita e assimilação: Para efeitos da verba 1.2 da Tabela Geral, são consideradas transmissões gratuitas, designadamente, as que tenham por objecto: Direito de propriedade ou figuras parcelares desse direito sobre bens imóveis, incluindo a aquisição por usucapião; Bens móveis sujeitos a registo, matrícula ou inscrição; Participações Sociais, valores mobiliários e direitos de crédito associados, ainda que transmitidos autonomamente, títulos e certificados da dívida pública, bem como valores monetários, ainda que objecto de depósito em contas bancárias; 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 16

O IS(tg). [art. 1.º/3] Transmissão gratuita e respectiva assimilação: [ ] são consideradas transmissões gratuitas, designadamente, as que tenham por objecto : Estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas; Direitos de propriedade industrial, direitos de autor e direitos conexos; Quaisquer créditos de sócios sobre sociedades; Aquisição derivada de invalidade, distrate, renúncia ou desistência, bem como revogação da doação; 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 17 O IS(tg). [art. 1.º/5] Exclusão da incidência / Não sujeição: Para efeitos da verba 1.2 da tabela geral, não são sujeitas a imposto do selo as seguintes transmissões gratuitas: O abono de família em dívida à morte do titular, os créditos provenientes de seguros de vida e as pensões e subsídios atribuídos, ainda que a título de subsídio por morte, por sistemas de segurança social; Os valores aplicados em fundos de poupança (FPR, FPE, FPR/E, FPA, FP, FIM, FII) ou em Sociedades de Investimento Mobiliário e Imobiliário; Donativos efectuados nos termos da Lei do Mecenato [arts. 61.º a 66.º EBF]; Donativos conforme os usos sociais, até ao montante de 500,00; Transmissões a favor de sujeitos passivos de IRC, ainda que dele isentas; Bens de uso pessoal ou doméstico. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 18

O IS(tg). [art. 5.º] Nascimento da Obrigação Tributária: A obrigação tributária considera-se constituída: Nas sucessões por morte, na data da abertura da sucessão; Nos atos e contratos, no momento da assinatura pelos outorgantes; Nas aquisições por usucapião, na data em que transitar em julgado a acção de justificação judicial, ou em que for celebrada a escritura de justificação notarial ou no momento em que se tornar definitiva a decisão proferida em processo de justificação estabelecimento do trato sucessivo nos termos do CRP [art.s 116.º e ss. CRP]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 19 O IS(tg). [art. 6.º] Isenções Subjectivas: São isentos de imposto do selo, quando este constitua seu encargo: O Estado, as Regiões Autónomas, as Autarquias Locais e as suas Associações e Federações de direito público e quaisquer dos seus serviços ; As Instituições de Segurança Social; As PCUPA e as de Mera Utilidade Pública; As IPSS e entidades a estas legalmente equiparadas; O cônjuge ou unido de facto, descendentes e ascendentes, nas transmissões gratuitas sujeitas à verba 1.2 da tabela geral de que são beneficiários. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 20

O IS(tg). [art. 22.º] Taxas: As taxas do imposto são as constantes da Tabela anexa em vigor no momento em que o imposto é devido. Não haverá acumulação de taxas relativamente ao mesmo ato ou documento; Quando mais de uma taxa estiver prevista, aplica-se a maior; Não se aplica às situações previstas nas verbas n. os 1.1 e 1.2 da Tabela Geral. Aquisições Onerosas ou Doações de imóveis (verba 1.1) 0,8% Aquisições Gratuitas, incluindo por Usucapião (verba 1.2) 10% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 21 O IS(tg). [art. 26.º/1] Participação da transmissão de bens: O cabeça-de-casal e o beneficiário de qualquer transmissão gratuita sujeita a imposto são obrigados a participar ao serviço de finanças competente: A doação; O falecimento do autor da sucessão; A declaração de morte presumida ou a justificação judicial do óbito; A justificação judicial, notarial ou efectuada nos temos do CRP da aquisição por usucapião; ou Qualquer outro acto ou contrato que envolva transmissão de bens. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 22

O IS(tg). [art. 26.º/2] Formalismo da Participação: A participação identifica o autor da sucessão ou da liberalidade, as respectivas datas e locais, bem como os sucessores, donatários, usucapientes ou beneficiários, as relações de parentesco e respectiva prova, devendo conter a relação dos bens transmitidos com a indicação dos valores que devam ser declarados pelo apresentante Modelo oficial Portaria 895/2004, de 22/07. Seja ou não devido imposto, é sempre obrigatório prestar as declarações e relacionar os bens, ainda que haja lugar a isenção [art.º 28.º/1 do CIS]. Ficam dispensados da participação [mod.1] no caso de doações de valores monetários, ainda que objecto de depósitos em contas bancárias, os beneficiários isentos [parte final do n.º 1 do art.º 28º do CIS]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 23 O IS(tg). [art. 26.º/3/4/5] Local e Prazo da Participação: A participação deve ser apresentada em qualquer SF, ou noutro local previsto em lei especial, até final do 3.º mês seguinte ao do nascimento da obrigação tributária. O cabeça de casal deve identificar todos os beneficiários, se possuir os elementos para esse efeito, caso em que os mesmos ficam desonerados da participação que lhes competir. Os prazos são improrrogáveis, salvo alegando-se e provando-se motivo justificado, caso em que o chefe de finanças pode conceder um adiamento até ao limite máximo de 60 dias. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 24

O IS(tg). [art. 20.º] Dedução de encargos / Passivo da Herança: Ao valor da transmissão deduz se o montante dos encargos e dívidas constituídos a favor do autor da herança até à data da abertura da sucessão mediante actos ou contratos que onerarem os bens relacionados, bem como dos impostos cujo facto tributário tenha ocorrido até àquela data. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 25 O IS(tg). Tributação Simultânea / Encargos dedutíveis: São consideradas simultaneamente como aquisições a título oneroso e gratuito as constantes do artigo 3.º CIMT [art. 1.º /4 CIS]. Transmissões de bens imóveis [art. 3.º CIMT]: Por meio de doações com entradas ou pensões a favor do doador; Por meio de doação com o encargo de pagamento de dívidas ao donatário ou a terceiro; Por meio de sucessão testamentária com o encargo expresso do pagamento de dívidas ou de pensões devidas ao próprio herdeiro ou legatário, ou a terceiro, tenham se ou não determinado os bens sobre que recai o encargo e desde que, quanto ao herdeiro, o seu valor exceda a respectiva quota nas dívidas. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 26

O IS(tg). [art. 33.º] Liquidação do Imposto: Instruído o processo com os documentos ou elementos mencionados nos artigos anteriores, o Chefe de Finanças promove a liquidação do imposto, observando as disposições do Código e as aplicáveis da Lei Civil que as não contrariem: Desde que exista ato ou contrato suscetível de operar transmissão o CF só pode abster-se de promover a liquidação com fundamento em invalidade ou ineficácia julgada pelos tribunais competentes; Apesar da declaração de invalidade ou ineficácia julgada pelos tribunais, os efeitos da tributação subsistem em relação aos bens em que ocorreu a tradição ou se verificou a usufruição, sendo-lhes aplicável o disposto no Artigo 44.º/2 do CIMT; Só se procede a liquidação, ainda que adicional, se o seu valor for 10,00. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 27 O IS(tg). [art. 45.º] Pagamento do imposto nas transmissões gratuitas: O imposto liquidado nas transmissões gratuitas é pago pela totalidade até ao fim do segundo mês seguinte ao da notificação ou durante o mês em que se vence cada uma das prestações [n.º 1]. O imposto quando superior a 1.000,00 será divido em prestações, no máximo de 10, com o mínimo de 200,00 cada, havendo lugar ao desconto de 0,5% ao mês, relativamente a cada uma, se houver a opção pelo pagamento de pronto [n. os 2 e 3]. A notificação é acompanhada do plano de pagamento e do desconto, devendo o interessado comunicar ao SF, no prazo de 15 dias a contar da notificação, se pretende efetuar o pagamento de pronto, caso contrário será pago em prestações [n.º 6]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 28

O IS(tg). Imposto: 2.050 (1.950 correspondente aos imóveis e 100 correspondente a móveis): Prest. Pagamento em Prestações Mês Vencimento Montante Montante Opção pelo Pagamento de Pronto Desconto % Desconto Valor Líquido %s Acumuladas 1ª 2018_março 216,72 + 100 216,72 + 100 Sem Desconto 0,00 316,72 2ª 2018_setembro 216,66 216,66 3% 6,50 210,16 3% 3ª 2019_março 216,66 216,66 6% 13,00 203,66 9% 4 ª 2019_setembro 216,66 216,66 9% 19,50 197,16 18% 5 ª 2020_março 216,66 216,66 12% 26,00 190,66 30% 6 ª 2020_setembro 216,66 216,66 15% 32,50 184,16 45% 7 ª 2021_março 216,66 216,66 18% 39,00 177,66 63% 8 ª 2021_setembro 216,66 216,66 21% 45,50 171,16 84% 9 ª 2022_março 216,66 216,66 24% 52,00 164,66 108% Total 2.050 2.050 12% 234,00 1.816,00 Nota: Se aplicarmos o somatório das percentagens do desconto a que haja lugar, ao valor de uma prestação obteremos o mesmo valor global do desconto. Assim: (216,66 108% = 233,99). 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 29 O IMI e o AIMI. Imposto Municipal sobre Imóveis e Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 30

O IMI. Incidência Real ou Objetiva e Territorial: Incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios situados no território português [art. 1.º - relevância do valor fiscal]. Incidência Pessoal ou Subjetiva: Regra geral: O imposto é devido pelo proprietário do prédio em 31 de dezembro do ano a que o mesmo respeitar [art. 8.º, n.º 1]. Casos Especiais: Usufrutuário Superficiário Herança indivisa. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 31 O IMI. Matrizes prediais: As matrizes prediais são registos de que constam, designadamente, a caracterização dos prédios, a localização e o seu valor patrimonial tributário, a identidade dos proprietários e, sendo caso disso, dos usufrutuários e superficiários [art. 12.º/1]. Existem duas matrizes, uma para a propriedade rústica e outra para a propriedade urbana [art. 12.º/2]. As inscrições matriciais só para efeitos tributários constituem presunção de propriedade [art. 12.º/5]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 32

O IMI. Prédios de herança indivisa: Quando um prédio faça parte de herança indivisa, é inscrito na matriz predial respectiva em nome do autor da herança com o aditamento «Cabeça-decasal da herança de...» [art. 81.º/1]. Nesse caso é atribuído à herança indivisa, oficiosamente, o respectivo número de identificação fiscal pelo serviço de finanças referido no artigo 25.º do Código do Imposto do Selo [art. 81.º/1]. Quando os prédios que integram a herança forem transmitidos para um único herdeiro serão inscritos na matriz predial respectiva nesse nome [art. 81.º/3]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 33 O IMI. Liquidação do tributo: A competência para a liquidação é dos Serviços Centrais da AT, referindo-se a cada ano e Município [art. 113.º/1]. Prazo para a liquidação normal em Fevereiro e Março [art. 113.º/2]. É emitida uma única nota de cobrança (DUC), englobando todos os prédios, mas discriminando-os por Município [art. 119.º/1]. O DUC é enviado ao SP até ao final do mês anterior ao do pagamento [art.º 119.º/1]; No caso de extravio do DUC, pode ser solicitada uma 2.ª via em qualquer SF. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 34

O AIMI. Incidência Real ou Objetiva e Territorial: O AIMI incide sobre a soma dos VPT s dos prédios urbanos situados em território português de que o sujeito passivo seja titular [art. 135.º-B/1]. Incidência Pessoal ou Subjetiva: Regra geral: São sujeitos passivos do AIMI as pessoas singulares ou colectivas que sejam proprietários, usufrutuários ou superficiários de prédios urbanos situados no território português [art. 135.º-A/1]. Casos Especiais: Estruturas ou centros de interesses colectivos sem personalidade jurídica; Herança indivisa representada pelo cabeça de casal [art.º 135-A/2]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 35 O AIMI. Exclusão Tributária: São excluídos do AIMI os prédios urbanos classificados como «comerciais, industriais ou para serviços» e «outros» nos termos das alíneas b) e d) do n.º 1 do artigo 6.º deste Código [art. 135.º-B/2]. Valor Tributável: O valor tributável corresponde à soma dos valores patrimoniais tributários, reportados a 1 de janeiro do ano a que respeita o AIMI, dos prédios que constam nas matrizes prediais na titularidade do sujeito passivo [art. 135.º-C/1]. Dedução ao Valor Tributável: Ao valor tributável determinado nos termos do número anterior são deduzidas as seguintes importâncias [art. 135.º-C/2]: 600.000, quando o sujeito passivo é uma pessoa singular; 600.000, quando o sujeito passivo é uma herança indivisa. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 36

O AIMI. Afastamento, da qualidade de pessoa colectiva, da Herança: A equiparação da herança a pessoa coletiva nos termos do n.º 2 do artigo 135.º A pode ser afastada se, cumulativamente [art. 135.º-E/1]: A herança, através do cabeça de casal, apresentar uma declaração, de modelo a aprovar por portaria e a efetuar exclusivamente no Portal das Finanças, no período entre 1 e 31 de março, identificando todos os herdeiros e as suas quotas [art. 135.º-C/1/a)]; e Todos os herdeiros na mesma identificados confirmarem as respetivas quotas, através de entrega de declaração, de modelo a aprovar por portaria e a efetuar exclusivamente no Portal das Finanças, no período entre 1 a 30 de abril, por cada um deles [art. 135.º-C/1/b)]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 37 O AIMI. Taxas (pessoas singulares e heranças indivisas) [135.º-F]: Heranças Indivisas 0,7% Pessoas Singulares (até 1.000.000 ) 0,7% Pessoas Singulares (acima de 1.000.000 ) 1% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 38

O IMT. Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 39 O IMT. Incidência Objectiva, Subjectiva e Territorial. O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no território nacional. São sujeitas ao IMT, o excesso da quota parte que ao adquirente pertencer, nos bens imóveis, em acto de divisão ou partilhas, bem como a alienação da herança ou quinhão hereditário. Nas partilhas, o imposto é devido pelo adquirente dos bens imóveis cujo valor exceda o da sua quota nesses bens. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 40

O IMT. Afastamento da incidência. Não há sujeição a IMT, sempre que o excesso da quota parte resultar de acto de partilha por efeito de: Dissolução do casamento que tenha sido, Celebrado sob o regime de: Comunhão geral de bens; ou Comunhão de bens adquiridos; ou Outro que os nubentes convencionem, dentro dos limites da lei (com excepção do regime da separação de bens). Mas há sujeição a ISelo (verba 1.1). 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 41 O IMT. Determinação do Valor Tributável. Regra Geral: O IMT incidirá sobre o valor constante do acto ou do contrato ou sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que for maior. Regra Especial: Nas partilhas judiciais ou extrajudiciais, o valor do excesso de imóveis sobre a quota parte do adquirente, é calculado em face do VPT desses bens adicionado do valor atribuído aos imóveis não sujeitos a inscrição matricial ou, caso seja superior, em face do valor que tiver servido de base à partilha. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 42

O IMT. Determinação do Valor Tributável. Regra Geral Valor do Acto ou Contrato; ou Valor Patrimonial Tributário dos imóveis transmitidos; Dos dois, o maior. Valor Tributável para IMT Regra Especial Nas partilhas (o excesso): o Valor Patrimonial Tributário dos imóveis partilhados, adicionado do valor atribuído aos imóveis não sujeitos a inscrição; ou o Valor que servir de base à partilha (se superior). 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 43 O IMT. Determinação do Valor Tributável. Regra Geral: Art. 12.º, n.º 1 O IMT incidirá sobre o valor constante do acto ou do contrato ou sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que for maior; Art. 12.º, n.º 5 Para efeitos dos números anteriores, considera se, designadamente, valor constante do acto ou do contrato, isolada ou cumulativamente: a) A importância em dinheiro paga a título de preço pelo adquirente; h) Em geral, quaisquer encargos a que o comprador ficar legal ou contratualmente obrigado. Regra Especial: Art. 12.º, n.º 4 O disposto nos números anteriores entende se, porém, sem prejuízo das seguintes regras: Art. 12.º, n.º 4, regra 11.ª Nas partilhas judiciais ou extrajudiciais, o valor do excesso de imóveis sobre a quota parte do adquirente, nos termos da alínea c) do n.º 5 do artigo 2.º, é calculado em face do valor patrimonial tributário desses bens adicionado do valor atribuído aos imóveis não sujeitos a inscrição matricial ou, caso seja superior, em face do valor que tiver servido de base à partilha. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 44

O IMT. Determinação do Valor Tributável (Dívidas). Regra geral, havendo encargos que onerem determinados bens, o valor do acto corresponderá, no mínimo, ao valor dos encargos que se transmitem. A divida correspondente ao encargo que se transmite constitui facto subsumível na alínea h) do n.º 5 do art.º 12.º do CIMT. «Nos termos da alínea a) do n.º 5 do artigo 12.º do CIMT, o conceito de valor do acto ou contrato corresponde genericamente, à importância em dinheiro paga a título de preço pelo adquirente. E, caso existam encargos a que o comprador fique legal ou contratualmente obrigado, nos termos da alínea h) da citada norma, as importâncias daqueles encargos acrescem ao preço para a determinação do valor do acto ou do contrato.» cfr. n.º 2 da Circular n.º 21/2009, de 27/08, da DGCI. No Regime Específico das Partilhas não há que adoptar este procedimento. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 45 O IMT. Nascimento da obrigação tributária. Momento da constituição: Aquele em que ocorrer a transmissão; e Rege se pela legislação em vigor ao tempo em que se constituir essa obrigação tributária. Aplicação temporal do VPT dos imóveis: Para efeitos de liquidação do IMT, considera se o VPT dos imóveis inscritos na matriz, à data da liquidação. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 46

O IMT. Partilha / Partilha em Vida [art. 2.029.º CC]. Instrução IMT 2009/02, de 09/01/2009: Na partilha por óbito de um membro do casal, sendo adjudicados ao herdeiro bens de valor superior à sua quota ideal, há duas transmissões fiscais: Uma respeitante à transmissão da quota parte que o «de cujus» tinha no bem (facto tributário 33 Partilha); Outra respeitante à eventual transmissão da meação do cônjuge sobrevivo (facto tributário 1 Compra e Venda). Instrução n.º 40 046, Série I, de 16/02/2017: O CIMT não tem um conceito próprio de partilha, acolhendo, para efeitos de incidência do tributo, o conceito configurado pelo Código Civil; O Código Civil utiliza o conceito de partilha para diversos efeitos (partilha «post mortem», partilha em vida, partilha dos bens do casal, etc.); A aquisição de imóveis em acto de partilha em vida, integra se no âmbito da sujeição ao IMT, nos termos da alínea c) do n.º 5 do art. 2.º do CIMT. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 47 O IMT. Marco divisório para efeitos do momento e forma aquisitivos na partilha por óbito. Sempre que, na partilha, sejam adjudicados bens de valor excedente ao da quota ideal do herdeiro/partilhante: Até 15/02/2017: Aquisição por partilha dos bens do «de cujus»; Aquisição por compra e venda dos bens do cônjuge sobrevivo. A partir de 16/02/2017: Aquisição por partilha dos bens do «de cujus»; Aquisição por partilha dos bens do cônjuge «sobrevivo». 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 48

O IMT. Competência e base para a liquidação. Partilha judicial ou extra judicial por Óbito: SF que liquidou o ISelo. Outras Partilhas, designadamente, por Divórcio: SF da situação dos bens; ou SF a que pertencerem os bens de maior valor tributário. Serve de base à liquidação o correspondente instrumento legal: Nas partilhas extra judiciais a escritura; Nas partilhas judiciais a Sentença. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 49 O IMT. Taxas / Aplicação temporal: Para efeitos das alíneas a) e b) do n.º 1, na transmissão de partes de prédio aplicamse as seguintes regras [Art. 17.º / 6]: Se no mesmo acto se transmitir a totalidade do prédio, a cada valor aplica se a taxa correspondente à totalidade da transmissão; Se no acto não se transmitir a totalidade do prédio, ao valor tributável aplica se a taxa correspondente ao valor global do prédio tendo em consideração a parte transmitida. O imposto será liquidado pelas taxas em vigor ao tempo da ocorrência do facto tributário [Artigo18.º]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 50

O IMT. Pagamento do IMT. Nas partilhas judiciais ou extra judiciais: O imposto deve ser pago nos 30 dias posteriores ao acto. Na liquidação conjunta com o ISelo: O pagamento deve ser efectuado no prazo da respectiva notificação (2.º mês seguinte ao da notificação). Na liquidação requerida pelo SP após o acto ou contrato: O IMT deve ser pago no próprio dia da liquidação; (38.º/2/3) Na falta desse pagamento, são devido juros de mora e extraída certidão de dívida para cobrança coerciva. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 51 O IMT. Fiscalização. Através dos Tribunais. Remessa, ao SF e em duplicado, das partilhas de que façam parte bens imóveis, que tenham sido concluídas ou lavrados no mês anterior e pelos quais se operaram ou venham a operar transmissões sujeitas a IMT. Através dos Notários (e entidades e profissionais que autentiquem documentos particulares, ou qualquer outro título, quando essa forma seja admitida em alternativa à escritura pública). Submissão, até ao dia 15 de cada mês, à AT e em suporte electrónico, de cópia das escrituras ou documentos particulares autenticados de divisões de coisa comum e de partilhas de que façam parte bens imóveis. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 52

Partilha por divórcio Regime Casamento: Comunhão de Bens Adquiridos; Comunhão Geral de Bens. Património Autónomo / Património Comum Cônjuges Prédios Valor Aquisição VPT Adjudicação Excesso Enquadramento A P1 180.000 200.000 B 25.000 350.000 / 2 = 175.000 IRS: VR = 25.000; VAq. = 24.276,00 [340.000 7,14% (25.000 350.000)] B: IMT Exclusão I. Selo Sujeição B P2 160.000 150.000 A 25.000 (tornas) A: IRS Categoria G 340.000 350.000 0 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 53 O IMT. Exemplo prático 1. Em 01/04/2017 faleceu A, tendo o cônjuge B e o filho C, procedido à partilha do único bem, comum do casal, atribuindo o ao seu filho C. A materialização da transmissão da totalidade da propriedade do bem verifica se com a escritura de partilha. Para efeitos fiscais, identificam se duas transmissões de bens: A primeira, respeitante à quota parte que o «cônjuge» tinha na meação transmitida do bem e que ficará sujeita a IMT segundo o facto tributário 33 Partilha ; A segunda, respeitante à quota parte que o cônjuge meeiro tinha nesse mesmo bem e que, através da partilha, é transmitida para o filho e que ficará, igualmente, sujeita a IMT segundo o facto tributário 33 Partilha. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 54

O IMT. Exemplo prático 2. Herança indivisa / Património Autónomo: Partilha por óbito Francisco faleceu no estado de viúvo, tendo deixado os prédios abaixo indicados e como herdeiros os seus filhos B, C e D, que os vão partilhar entre si, do seguinte modo. Prédios VPT Valor Atribuído Valor Partilha Adjudicação Tornas Pagas Tornas Recebidas BT_ IMT P 1 Urbano 24.000 45.000 45.000 B P 2 Urbano 50.000 40.000 40.000 P 3 Rústico 15.000 10.000 10.000 C 5.000 5.000 P 4 Urbano 25.000 40.000 40.000 D 5.000 Total 114.000 135.000 135.000 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 55 O IMT. Exemplo prático 2. Quota de cada herdeiro: 45.000 = (135.000 3). Apenas o herdeiro C fica sujeito a IMT, que incidirá sobre o excesso em relação à sua quota parte. Atendendo a que esse excesso resulta da perceção de prédios urbanos e de prédios rústicos, afigura se nos que a base tributável do IMT, para efeitos de aplicação de taxas, haverá de ser encontrada, proporcionalmente, em face dos respetivos valores patrimoniais tributários, uma vez que serão estes a garantir uma maior fiabilidade e estabilidade à liquidação. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 56

O IRS. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 57 O IRS. Incidência Objectiva, Subjectiva e Territorial. O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos, para além de outras, das categorias B Rendimentos empresariais e profissionais, F Rendimentos prediais e G Incrementos patrimoniais. Constituem mais valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis. Ficam sujeitas a IRS as pessoas singulares que residam em território português e as que, nele não residindo, aqui obtenham rendimentos. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 58

O IRS. Imputação de rendimentos. Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas na proporção das respetivas quotas, que se presumem iguais quando indeterminadas [art.19.º]. Tratando se de rendimentos da categoria B, cada contitular englobará a parte do lucro tributável que lhe couber, na proporção das respetivas quotas hereditárias. Tratando se de rendimentos das restantes categorias, por exemplo, rendimentos prediais (Categoria F) e mais valias (Categoria G), cada contitular englobará os rendimentos ilíquidos e as deduções legalmente permitidas, na proporção das respetivas quotas hereditárias [art.º 22. n.º 2 alínea b)]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 59 O IRS. Imputação de rendimentos da Categoria B. Incumbe ao cabeça de casal apresentar na sua declaração de rendimentos a totalidade dos elementos contabilísticos exigidos para determinação do rendimento líquido da categoria B (anexos B ou C), nela identificando os restantes contitulares e a parte que lhes couber. No anexo I, imputará a cada um dos herdeiros a sua quota parte, imputando ao cônjuge falecido, no ano óbito, o valor respeitante ao período compreendido entre 1 de janeiro e a data do óbito, no caso de tributação separada. Cada um dos herdeiros deverá preencher o anexo D onde incluirá os rendimentos imputados de acordo com a sua quota na herança. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 60

O IRS. Obrigações declarativas cadastrais. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 61 O IRS. Obrigações declarativas cadastrais. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 62

O IRS Mais Valias. Determinação do rendimento colectável. No caso de alienação onerosa de direitos reais sobre imóveis, o ganho sujeito a IRS é constituído pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição, este, eventualmente, corrigido. O valor dos rendimentos qualificados como mais valias é o correspondente ao saldo apurado entre as mais valias e as menos valias realizadas no mesmo ano. No caso de alienação onerosa de direitos reais sobre imóveis efectuadas por residentes, o saldo, positivo ou negativo, é apenas considerado em 50% do seu valor. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 63 O IRS Mais Valias. Determinação do rendimento colectável. Valor de Realização Data de Realização Valor de Aquisição Data de Aquisição Correcção Monetária [a) e b) n.º 1 art. 10.º] Factores Anuais Despesas e Encargos Com Valorização do Bem Inerentes à Aquisição e Alienação Valor de Realização Valor de Aquisição Correção Monetária Despesas e Encargos + MV/mV = [VR (VA Coef + EV + DEAL)] 50% 50% Mais Valias [a), c) e d) n.º 1 art.10.º] / Imobilárias 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 64

O IRS Mais Valias. Obrigação declarativa (Anexo G). 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 65 O IRS Mais Valias. Valor e Data de Realização. Considera se valor de realização o valor da respetiva contraprestação. Normalmente será o valor constante do acto ou contrato, salvo se, O valor que serviu de base à liquidação do IMT for superior. Na partilha por transmissão «mortis causa» ou «divórcio» corresponde «grosso modo» ao recebimento de tornas. A data de realização corresponde à data do acto ou contrato. Escritura de alienação onerosa. Escritura de Partilhas (Partilhas com recebimento de tornas). A renúncia às tornas a que se tem direito, corresponde, na esfera jurídica do beneficiário, a uma transmissão gratuita sujeita a Imposto do Selo. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 66

O IRS Mais Valias. Valor e Data de Aquisição. Considera se Valor de Aquisição (acto ou contrato de aquisição): No caso de bens ou direitos adquiridos a título gratuito, o valor que tenha sido considerado para efeitos de liquidação de imposto do selo, ou o valor que serviria de base à liquidação de imposto do selo, caso este fosse devido / em regra, o VPT. No caso de bens ou direitos adquiridos a título oneroso, aquele que tiver servido para efeitos de liquidação do IMT, ou não havendo lugar à liquidação de IMT, considera se o valor que lhe serviria de base, caso fosse devida. A data de aquisição corresponde à data do acto ou contrato da mesma: Na sucessão mortis causa, a data da abertura da mesma; Nas Partilhas, a data da celebração do respectivo instrumento legal. Podem existir dois (ou mais) momentos de aquisição, devendo ser evidenciados no Anexo G (ou G1) da declaração mod. 3 de IRS. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 67 O IRS Mais Valias. Síntese gráfica do Valor de Aquisição. ADQUIRIDO A TERCEIRO IMT ONEROSO VALOR MATRICIAL IMÓVEIS CONSTRUÍDO PELO PRÓPRIO OU VALOR DO TERRENO + CUSTOS DE CONSTRUÇÃO GRATUITO IMPOSTO DO SELO OU IMPOSTO SUCESSÓRIO 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 68

O IRS Mais Valias. Factores de Correcção Monetária (Port. 316/2016, 14/12). Factores de Correcção Monetária ano de 2017: Port. 326/2017, 30/10 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 69 O IRS Mais Valias. Despesas e Encargos. Para a determinação das mais valias sujeitas a imposto, ao valor de aquisição acrescem: Os encargos com a valorização dos bens, comprovadamente realizados nos últimos 12 anos; As despesas, necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 70

O IRS Mais Valias. Exemplo prático 3. Em 08/06/2009, faleceu A, sem testamento ou outra disposição legal de última vontade, sucedendo lhe na herança os seus dois únicos filhos B e C. Do acervo da herança apenas fazem parte 2 imóveis, P 1 e P 2, com o VPT, à data do óbito, de, respectivamente, 30.000,00 e 60.000,00. Os herdeiros apenas procederam à partilha dos bens do de cujos em 07/10/2016, por forma a que o prédio P 1 ficasse a pertencer, na totalidade, ao filho B e o prédio P 2 ficasse a pertencer, na totalidade, ao filho C. Nessa data, o VPT dos prédios era de, respectivamente, 130.000,00 e 210.000,00, valores que foram, também, atribuídos na escritura. Quais os valores e momentos que levaria ao Anexo G do IRS e de quem. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 71 O IRS Mais Valias. Com referência a 07/10/2016. Prédios VPT Valor Atribuído Valor Partilha Adjudicação Tornas Pagas Tornas Recebidas VT Enquadramento P 1 Urbano 130.000 130.000 130.000 B 40.000 IRS Cat. G P 2 Urbano 210.000 210.000 210.000 C 40.000 IMT + I. Selo Total 340.000 340.000 340.000 Quota ideal de cada herdeiro: 170.000,00 (340.000,00 2). Excesso sobre a quota ideal de C: 40.000,00 (210.000,00 170.000,00). C paga IMT + I.Selo (verba 1.1); e B fica sujeito a IRS / Categoria G: VR = 40.000; VAq. = 10.584,00 [90.000 11,76% (40.000 340.000)] 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 72

O IRS Mais Valias. Com referência ao ano de 2016 e ao SP / B. A 2 0 1 6 1 0 40 000 00 2 0 0 9 0 6 10 584 00 0 00 0 1 0 1 0 1 U 0 0 0 0 1 11,76% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 73 Componente Prática. Para sedimentar conhecimentos... 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 74

Componente Prática. Questão prática 1. A e B, casados segundo o regime da separação de bens, resolvem fazer cessar o vínculo conjugal, mediante divórcio por mútuo consentimento. Do património do casal apenas faz parte um imóvel prédio urbano com o VPT de 120 000,00 a que atribuíram o valor de 138 000,00, adquirido na constância do matrimónio ano de 2010 por doação efectuada ao casal. Em 2016, ano em que foi outorgada a escritura de partilhas, o prédio tinha o VPT de 274 000,00. Na escritura de partilhas o imóvel é adjudicado ao cônjuge B, acordando ambos, por essa razão, que o B terá de entregar ao cônjuge A, a título de tornas, o valor de 137 000,00. Diga o que se lhe oferecer quanto à sujeição a IMT. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 75 Componente Prática. Questão prática 1 (solução proposta). A outorga de partilha por dissolução do património celebrado segundo o regime da separação de bens, sujeita essa realidade a tributação em IMT, por se entender que existe uma transmissão onerosa aquando do pagamento das tornas que se mostrarem devidas [CIMT Arts. 2.º, n.º 1]. Pelo facto de se tratar de dissolução de casamento que foi celebrado segundo o regime da separação de bens, não lhe é aplicável a exclusão da tributação prevista pelo n.º 6 do artigo 2.º do CIMT [CIMT Art. 2.º, n.º 6 e Circular n.º 10/2009, de 24/04, da DGCI]. Tendo, aparentemente, existido coincidência entre o VPT do imóvel e o valor atribuído em partilha, a base para liquidação do IMT é apurada segundo esse valor, pelo que ficará sujeito, a IMT e a ISelo (verba 1.1), o excesso no VPT (137 000,00 ) levado a mais pelo B [CIMT Art. 2.º, n.º 5, alínea c)]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 76

O IRS Mais Valias. Com referência à data da partilha: 2016. Prédios VPT Valor Atribuído Valor Partilha Adjudicação Tornas Pagas Tornas Recebidas VT Enquadramento P 1 Urbano 274.000 274.000 274.0000 B 137.000 IMT + I. Selo Total 274.000 274.000 274.000 A 137.000 IRS Cat. G Quota ideal de cada cônjuge: 137.000,00 (274.000,00 2). Excesso sobre a quota ideal de B: 137.000,00 (274.000,00 137.000,00). B paga IMT + ISelo (verba 1.1); e A fica sujeito a IRS / Categoria G: VR = 137.000; VAq = 60.000; % alienada = 50% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 77 O IRS Mais Valias. Com referência ao ano de 2016 e ao SP / A. A 2 0 1 6 137.000 00 2 0 1 0 60. 000 00 0 00 0 1 0 1 0 1 U 0 0 0 0 1 50% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 78

Componente Prática. Questão prática 2. C e D foram casados, segundo o regime de comunhão de bens adquiridos, tendo, como únicos filhos, E e F. Em Abril de 2009, faleceu o C, sucedendo lhe na herança, constituída por um prédio rústico (Pr) e um prédio urbano (Pu), o D e os filhos de ambos, E e F. Em Junho de 2013, veio a falecer o cônjuge sobrevivo (D), sucedendo lhe na herança que, até então, se tinha mantido indivisa, os referidos filhos (E e F). Em Fevereiro de 2016, E e F, decidem proceder à partilha do património que foi de seus Pais, acordando que, ambos os prédios, seriam adjudicados ao E, por ter sido quem acompanhou, nos últimos anos, mais de perto, os Pais de ambos. Identifique o(s) momento(s) aquisitivo(s) dos bens comuns do casal. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 79 Componente Prática. Questão prática 2 (solução proposta). Em Abril de 2009 verifica se o primeiro momento aquisitivo, que se materializa com o decesso do cônjuge C. Trata se de uma transmissão gratuita «mortis causa». Em Junho de 2013 verifica se o segundo momento aquisitivo, que se materializa com o óbito do cônjuge D. Trata se de uma transmissão gratuita «mortis causa». Em Fevereiro de 2016 verifica se o terceiro momento (aquisitivo de E e transmissivo de F), que se materializa com a partilha, cumulativa, dos bens do casal (C e D). Trata se de uma transmissão onerosa «inter vivos» e respeita ao excesso da quota parte do E nos bens de seus Pais. Abril/2009 Junho/2013 Fevereiro/2016 Óbito de C Óbito de D Partilha 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 80

Componente Prática. Questão prática 3. Suponha o cenário constante da questão anterior e ainda os seguintes elementos. Em Abril de 2009 foi liquidado ISelo calculado sobre os VPT s (na parte correspondente à meação transmitida) seguintes: VPT s Pu 68 000,00 e Pr 17,58. Em Junho de 2013 foi liquidado ISelo calculado sobre os VPT s (na parte correspondente ao direito de propriedade) seguintes: VPT s Pu 142 000,00 e Pr 17,58. Em Fevereiro de 2016, na outorga da escritura de partilhas, os prédios tinham os VPT s seguintes, tendo lhes sido, então, atribuídos os seguintes valores: VPT s Pu 142 000,00 e Pr 17,58. VA s Pu 254 985,00 e Pr 15,00. O filho do casal, E, dá tornas ao seu irmão F, no valor de 127 500,00. Como preencheria o Quadro 04 do Anexo G da declaração mod. de IRS de 2016. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 81 Componente Prática. Questão prática 3 (solução proposta 3.1). Apuramento das quotas ideais (e da meação) na transmissão de Abril de 2009. No momento do óbito, o cônjuge sobrevivo tem direito à sua meação, sendo transmitido, por cabeça e em partes iguais, 1 / 2 dos bens do casal; Ao cônjuge: 1 / 2 + 1 / 2 3= 4 / 6 = 2 / 3 = (68 017,58 3 2) = 45 345,05 = 66,66%; A cada filho: 1 / 2 3 = 1 / 6 = (68 017,58 6) = 11 336,26 = 16,67%. Apuramento das quotas ideais na transmissão de Junho de 2013. A cada filho: 2 / 3 2 = 2 / 6 = 1 / 3 = (142 017,58 3 ) = 47 339,19 = 33,33%. Apuramento da quota de cada partilhante em Fevereiro de 2016. A cada filho: 1 / 2 = (255 000,00 2) = 127 500,00 = 50%. Excesso da quota parte do E nos bens dos Pais. 255 000,00 127 500,00 = 127 500,00 [Sujeição a IMT ao E e a IRS/G ao F]. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 82

Componente Prática. Questão prática 3 (solução proposta 3.2). Com referência a Fevereiro de 2016. Prédios VPT Valor Atribuído Valor Partilha Adjudicação Tornas Pagas Tornas Recebidas VT Enquadramento P 1 Urbano 142 000,00 254 985,00 254 985,00 E P 2 Rústico 17,58 15,00 15,00 E 127 500,00 IMT + I. Selo F 127 500,00 IRS Cat. G Total 142 017,58 255 000,00 255 000,00 Quota de cada herdeiro: 127 500,00 (255.000,00 2). Excesso sobre a quota de E: 127 500,00 (255 000,00 127 500,00). E paga IMT e Iselo (verba 1.1) F fica sujeito a IRS / Categoria G. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 83 Componente Prática. Questão prática 3 (solução proposta 3.3). Quadro 04 do Anexo G da decl. Mod. 3 de IRS do filho F A 2 0 1 6 0 9 24 633 35 2 0 0 9 0 4 11 336 26 0 00 A 2 0 1 6 0 9 102 866 65 2 0 1 3 0 6 47 339 19 0 00 127 500 00 58 675 45 U P 1 50% R P 2 50% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 84

Componente Prática. Questão prática 4. Admita ainda o mesmo cenário e, adicionalmente, os seguinte elementos; Em Dezembro de 2016, o citado filho E, decide alienar, onerosamente, ambos os bens que herdou e adquiriu; Essa alienação é efectuada pelo valor global de 300 000,00. Com a alienação, o filho E, incorreu na despesa de 9 000,00, respeitante ao pagamento, devidamente documentado, da comissão da intermediadora imobiliária. Como preencheria o Quadro 04 do Anexo G da declaração mod. de IRS de 2016. Qual o valor de IRS resultante da Mais Valia apurada com a presente alienação. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 85 Componente Prática. Questão prática 4 (solução proposta). Quadro 04 do Anexo G da decl. Mod. 3 de IRS do filho E A 2 0 1 6 1 2 18 267 06 2 0 0 9 0 4 11 336 26 548 01 A 2 0 1 6 1 2 76 281 58 2 0 1 3 0 6 47 339 19 2 288 45 A 2 0 1 6 1 2 205 451 36 2 0 1 6 0 2 127 500 00 6 163 54 300 000 00 186 175 45 9 000 00 U P 1 100% R P 2 100% 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 86

Componente Prática. Questão prática 4 (solução proposta). Valor de realização global = 300 000,00. Correcção aos valores de aquisição: Ano de 2009 11 336,26 1,08 = 12 243,16 Ano de 2013 47 339,19 1,00 = 47 339,19 Ano de 2016 127 500,00 1,00 = 127 500,00 = 187 082,35. MV/mV = [VR (VA Coef + EV + DEAL)] 50% MV/mV = [300 000,00 (187 082,35 + 9 000,00)] 50% = 51 958,83. IRS correspondente à Mais Valia obtida (excluindo qualquer outra dedução ou abatimento): 40 200,00 30,300% = 12 180,60 11 758,83 45,000% = 5 291,47 = 17 472,07. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 87 Bibliografia: Manual da OCC Novembro de 2017 (Dra. Marília Fernandes) Código Civil Edições Almedina, Setembro de 2012 Tributação do Património IMI IMT e Imposto do Selo (Anotados e Comentados), Edições Almedina, Março 2015 2.ª Edição (Revista, Ampliada e Atualizada) prevista para Janeiro de 2018 António Rocha e Eduardo Brás Códigos tributários desmaterializados, em «www.portaldasfinancas.gov.pt» 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 88

Gratos pela Atenção dispensada. 29/11/2017 António Rocha e Eduardo Brás 89