Síntese: Platão PPGE- UEPG PROFESSORA GISELE MASSON
A Morte de Sócrates - Jacques-Louis David, 1787 Museu Metropolitano de Arte, Nova Iorque.
Rafael - Data 1509/1511 - Técnica Afresco - Palácio Apostólico, Vaticano
PLATÃO 428 a. C. 347 a. C.
PLATÃO - A obra de Platão é uma síntese da preocupação com a ciência, com a moral e a política. - Esquematicamente podemos identificar na concepção platônica as seguintes oposições: OPINIÃO X VERDADE DESEJO X RAZÃO INTERESSE PARTICULAR X INTERESSE UNIVERSAL SENSO COMUM X FILOSOFIA - A prática filosófica envolve o abandono do mundo sensível e a busca do mundo das ideias.
- As ideias de Platão têm como ponto partida o senso comum, a opinião, submetidos a um reexame crítico. - Critica os sofistas porque considerava que estes ensinavam a arte de convencer, não por meio da razão, mas da manipulação de crenças e interesses. - A filosofia não deve apenas afirmar, mas se preocupar em chegar à verdade. Filosofia como critério de verdade de todos os discursos. - O diálogo é a forma pela qual o consenso pode se estabelecer.
- Método dialético de Sócrates: 1º momento: a refutação; 2º momento: maiêutica (parto das ideias). Ironia e diálogo. CONHECE-TE A TI MESMO -Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia. - Dialética: unificação por meio da oposição, construindo uma unidade. - O diálogo oferece a possibilidade da verificação da aceitabilidade ou, na acepção de Châtelet, prova da receptibilidade.
- Sócrates considerava a filosofia como um método de reflexão que levaria o indivíduo a uma melhor compreensão de si mesmo. - Transição de uma visão cosmológica para uma filosofia centrada no homem. - A visão naturalista de homem é substituída por uma visão ética. - Platão, no entanto, considerava que a filosofia é essencialmente uma teoria, a qual promove a superação de nossa experiência concreta, pelo processo de abstração, para se chegar à verdadeira natureza das coisas, em seu sentido eterno e imutável. - Para Platão, é necessário uma metafísica, entendida como doutrina sobre a natureza essencial da realidade.
- Platão supõe que temos um conhecimento prévio que a alma traz consigo desde o nascimento e, ao encarnar no corpo, a alma tem uma visão obscurecida das formas. - Assim, o papel do filósofo é, por meio da maiêutica socrática, despertar esse conhecimento esquecido. - Para ele, a percepção deve ser controlada por um exercício fundado no raciocínio. - Conhecer não é somente perceber. O fato não prova nada. - Conhecer é ascender a um outro mundo, que é o único real.
- O conhecimento se dá por meio daanamneserecordação do conhecido. Tipos de conhecimento: Espisteme= Ciência Doxa = Opinião Firmada pelo conhecimento da causa Conhecimento da causa, isto é, a Ideia (forma, modelo), refere-se ao inteligível. Refere-se ao mundo sensível (cópia imperfeita da forma); mutável; quase sempre enganadora; conhecimento intermediário entre ciência e ignorância.
- A filosofia trataria de coisas permanentes e universais (essência das coisas). - A indução busca obter, dos exemplos particulares, o conceito universal. - Separação do corpo e da alma (imortal), na qual o conhecimento preexiste (reconhecimento). - Dois mundos: o das ideias (inteligível) o das coisas (sensível)
Processo de conhecimento: 1º começa com as imagem (representação confusa); 2º os próprios objetos sensíveis (representação nítida): leva à crença, à opinião; 3º estágio intermediário: objetos distintos dos objetos do mundo sensível (ex. figura do quadrado); 4º ideias puras: transferência do mundo sensível para o conceitual (conceito em termos modernos, mas que significava perceber a ideia.
A alegoria da Caverna - República
REFERÊNCIAS ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 3. ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988. CHÂTELET, F. História da Filosofia: ideias, doutrinas. A filosofia pagã. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1981. v. 1. MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos présocráticos a Wittgenstein. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.