1 ESTUDO DOS EFEITOS EM PEELINGS QUÍMICOS: ÁCIDO GLICÓLICO E ÁCIDO SALICÍLICO COMO UMA ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DA ACNE. Andrea Moreira Bastos de FARIA 1 ; Kauanna Lamartine Brasil OLIVEIRA 1 ; Fabricio CALVO 1 ; Vanessa MIGLIACCIO 1 1. Centro Universitário São Lucas (UniSL). E-mail: vanessa_migliaccio@hotmail.com RESUMO: O objetivo desta pesquisa é destacar os peelings químico ácido glicólico e ácido salicílico ou a combinação dos dois, são os mais usados para tratamento da acne, visto que cada dia mais as pessoas estão preocupando-se com a sua imagem, sendo a acne uma queixa frequente nos consultórios de estética. A acne é a temida espinha que atingem os jovens podendo prolonga-se para vida adulta em ambos sexos. Os cuidados inadequados com as espinhas podem ocasionar lesões cicatriciais, manchas e inflamações. Os peelings são compostos por substâncias químicas esfoliantes, devido a sua capacidade tóxica, devem ser ministradas com cuidado para que não haja efeito rebote ou sequelas maiores. O uso dos peelings tem que ser administrada com cuidado observando as contraindicações. PALAVRAS-CHAVE: Acne, peelings químicos, procedimentos, contraindicações. INTRODUÇÃO A acne vulgar, um termo derivado do grego akme, que significa ponto de elevação, é uma condição inflamatória crônica do folículo pilossebáceo, podendo ser de natureza genética e hormonal, sendo susceptível por alguns fatores como alimentação inadequada, stress e medicamento (LIKES et al, 2012; DEUSCHELE et al, 2015). A acne tem sido uma doença de pele que mais causa um incomodo entre os jovens, tendo impacto negativo sobre sua autoestima (FONSCECA; MEJIA, 2014; KAWATA; OLIVEIRA, 2010). Cada vez mais as clínicas de estética estão sendo alvo dos jovens e adultos para o tratamento contra acne, que atinge em ambos sexos. A acne é um grande vilão na saúde dos homens, que se manifesta gravemente devido à influência dos hormônios e tem a tendência maior de deixar cicatrizes (LIKES et al, 2012; DEUSCHELE et al, 2015; FONSCECA; MEJIA, 2014). Nas mulheres acne manifesta nos períodos menstruais, em momentos de stress associado a uma má alimentação e torna-se um incomodo socialmente e na autoestima (DEUSCHELE et al, 2015). O uso de peeling químico está sendo uma alternativa para o tratamento da acne menos doloroso e sem o uso de alguns medicamentos fortes. Os peeling químicos estão sendo mais utilizado e tendo uma eficácia na eliminação total ou parcial da acne (FONSCECA; MEJIA, 2014; VALENTE; OLIVEIRA, 2011). O ácido glicólico derivado da cana de açúcar, tem baixo peso molecular e apresenta alto poder de penetração na pele devido ao tamanho reduzido das moléculas (DEUSCHELE et al, 2015; PANTOJA, 2014). Ácido salicílico hidroxiácido utilizado no tratamento da acne, derivado da planta da espécie Salix, mas comumente conhecida como Salgueiro (FONSCECA; MEJIA, 2014; PANTOJA, 2014). O artigo tem o objetivo de revisar dados da literatura abordando os benefícios do uso de peeling químico o ácido glicólico, ácido salicílico ou combinados para o tratamento da acne. MATERIAL E MÉTODO Este estudo resultou de uma revisão descritiva da literatura. Para
2 tanto, desenvolveu-se uma busca bibliográfica em periódicos científicos indexados em bases de dados como SCIELO (Scietific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Recorreuse a artigos científicos publicados nos últimos seis anos e os descritores utilizados foram: acne, tratamento, peeling químico, peeling químico para melhora da acne. DISCUSSÃO A acne é uma doença da unidade do folículo pilossebáceo, que compromete principalmente a aparência facial do indivíduo portador. É caracterizada por erupções da pele com lesões não inflamatórias como comedões, e inflamatórias como as pústulas e os nódulos (FONSCECA; MEJIA, 2014). Em geral, surge na puberdade, em ambos os sexos, mas que pode se estender pela vida adulta, são as maiores queixas nos consultórios de estéticas. As acnes são geralmente de natureza genética ou hormonal podendo aumenta com stress, alimentação inadequada e medicamentos (VAN SCOTT, 1982; KAWATA, OLIVEIRA, 2010; LIKES et al, 2012; FONSCECA; MEJIA, 2014). Acne possui quatro condições principais: hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da colonização por Propionibacterium acnes e inflamação dérmica periglandular (DEUSCHLE et al, 2015), apresenta vários estágios classificados em graus. Grau l caracteriza-se pela presença de comedões, existência de algumas pápulas e raras pústulas foliculares. Grau ll caracteriza-se pela presença de comedões abertos, de pápulas, e de pústulas. Grau lll comedões abertos, pápulas, pústulas e seborréia; Grau lv constitui forma grave de acne em que, ao quadro anterior, associam-se nódulos purulentos, numerosos e grandes, formando abscessos e fístulas que drenam pus. Grau V é forma extremamente rara em nosso meio, na qual em quadro de acne nóduloabscedente ou conglobata, surge subitamente uma febre, leucocitose, poliartralgia, com eritema inflamatório ou necrose hemorrágica em algumas lesões (DEUSCHLE et al, 2015; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRUGIA DERNATOLOGICA; ALBUQUERQUE; BRENE, 1999). Estudo revelam que o tratamento com peelings químicos são suficientes para o tratamento da acne cessando ou minimizando. Conforme Borges (2006), o peeling químico, também conhecido como quimioesfoliação ou dermopeeling, consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele, resultando na destruição de partes da epiderme e/ou derme, seguida de regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos. Segundo Pantoja et al (2014), dependendo da convergência e do valor de ph em que são empregados nas formulações dos peeling químicos, o processo desencadeia o peeling superficial com o aniquilamento da epiderme total ou parcialmente, o médio, onde ocorre o aniquilamento da epiderme e derme papilar total ou parcialmente e o profundo onde o aniquilamento da epiderme e derme papilar ocorre até a derme reticular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRUGICA DERMATOLÓGICA). Os estudos de Scott (1982), apontam que na última década do século XX, uma nova substância, o ácido glicólico, foi incorporada ao arsenal de produtos químicos que podem ser utilizados como agente de peeling. O ácido glicólico é o mais popular dentre os ácidos e é extraído geralmente da cana-de-açúcar. Possui a menor molécula, portanto têm grande emprego na indústria cosmética sob a forma de máscaras e séruns, sua utilização é empregada geralmente em rugas
3 superficiais, médias e profundas, lentigos (manchas pigmentares da pele) solares, sequelas da acne, manchas hipercrômicas de diversas etiologias (melasma epidérmico, e manchas hipercrômicas pós-inflamatórias), flacidez da pele, pele seca, estrias, manchas senis, ictiose (doença congênita de pele definida pelo aparecimento anormal de massas epidérmicas, espessamento da epiderme) e fases isoladas de algumas lesões de psoríase (MENÊ et al, 1999). No estudo de Menê et al (1999), elegeram o ácido glicólico variando de 10% e 25%, para o tratamento da acne juvenil, portanto a concentrações é variável. De acordo com Deuschle et al (2015), este ácido provoca o branqueamento das pápulas, pústulas e comedões, sucessivo de epidermólise subcorneal que pode ocasionar o descamamento espontâneo de pústulas com desprendimento dos queratinócitos, revestimento do epitélio folicular e descida do ducto da glândula sebácea devido a mais rápida penetração do ácido pelo estrato córneo sobre a pústula (DEUSCHLE et al, 2015). Estudos corroboram que a população de Propionibacterium acnes pode ser diminuída com o uso de ácido glicólico associado outras substâncias como: antibióticos tópicos ou sistêmicos, peróxido de benzoíla ou ácido retinóico (DEUSCHLE et al, 2015). Acima, descrevemos sobre a utilização do peeling superficial de ácido glicólico. Agora, descreveremos a sua combinação com o ácido salicílico, que juntos formam um complexo sinérgico extremamente eficiente. Pantoja et al (2014), descreve em seu estudo que o ácido salicílico também é um agente comedolítico, que provoca a descamação e reduz os processos inflamatórios, melhorando a textura e o aspecto da pele. Apresenta efeito menor ao da tretinoína, mas pode ser utilizado como alternativa em pacientes que possuem sensibilidade a este agente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRUGIA DERMATOLÓGICA). Estudos realizados por Fonseca & Mejia (2014), apontam o uso do ácido salicílico para o tratamento da acne, cuja a química é formada por um Beta-Hidroxiácido, que pertence ao grupo dos compostos fenólicos, derivado da planta de espécie Salix, mas comumente conhecida como Salgueiro. Conforme Likes et al (2012), o peeling de ácido salicílico age removendo os comedões do infundíbulo do folículo sebáceo e os participantes da pesquisa relataram a diminuição da oleosidade na superfície da pele após o peeling, além da diminuição do tamanho dos poros e melhora da acne inflamatória. Fonseca & Mejia (2014) ressalta que o ácido salicílico feito em concentração entre 20% a 30% geralmente é realizado com procedimento em consultórios de estética habilitados, este remove a camada superior da epiderme e estimula a divisão celular, melhorando a acne e clareando as machas marrons. Atualmente os peelings químicos se tornaram muito comuns no meio estético e a junção de ativos vêm sendo empregada com frequência para que haja um resultado mais eficiente, ágil e com menor número de efeitos colaterais no tratamento da acne. Os ácidos glicólico e salicílico separadamente apresentam uma efetividade nos resultados contra acne, estudo relatam que a inciativa de associar eles, apontam uma melhora significativa no tratamento contra acne (MENÊ et al, 1999). Menê et al (1999), relata que as indicações clínicas para este peeling são: queratose pilar, acne comedogênica e papulosa, fotoenvelhecimento, melasma epidérmico e peeling de refrescamento no qual, pode-se remover
4 o estrato córneo superficial e deixar a pele com a aparência fresca e suave (MENÊ et al, 1999). Como todo procedimento que envolve substâncias químicas existe cuidados a serem tomados, segundo Menê et al (1999), as centrais contraindicações a este peeling combinado são: cicatrizes recentes, alergia ao ácido acetilsalicílico, fotodermatite, depilação recente, urticária e tratamentos recentes com peelings químicos ou laser resurfacing (são de CO2 é um procedimento que provoca a destruição da superfície da pele) ( MENÊ et al, 1999). De acordo com os estudos de Pantoja et al (2014), as complexidades que podem aparecer estão referidas à indicação incorreta do procedimento, orientações errôneas ou não acatadas pelo cliente/paciente e/ou má habilidade de aplicação, ressaltando a relevância da orientação adequada, além de um monitoramento a fim de se obter a maior eficácia do procedimento e menores efeitos indesejáveis (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA DERMATOLÓGICA). CONCLUSÃO À medida que se aumenta a perspectiva de vida do homem, sua aparência se torna um fator primordial para seu bem-estar, possuir um semblante facial jovial e agradável pode não ser fácil devido ao aparecimento da acne, que é uma doença prevalente entre a juventude e intervém na saúde física e emocional. Explorando os graus de progresso da acne, nota-se que houve uma melhora significativa no tratamento da acne vulgar dos graus I ou III com o emprego dos peelings de ácido glicólico, ácido salicílico e a combinação dos mesmos. A melhora da aparência da pele e a redução das lesões foram os benefícios mais percebidos. O procedimento deve ser executado por um profissional legalmente habilitado, que possua conhecimentos indispensáveis para perceber cada parte do processo e auxiliar o cliente/paciente na perpetuidade fora do consultório estético. O processo de tratamento se inicia de uma anamnese correta, seguida da aplicação dos protocolos com os ácidos nas porcentagens corretas, pelo tempo pré-estabelecido, até se obter o resultado desejável. As principais propriedades dos peelings estudados são: efeito antimicrobiano, anti-inflamatório e queratolítico, tornando-se esfoliantes químicos eficazes para o tratamento da acne, controle de oleosidade da pele e redução dos poros dilatados. A terapia domiciliar é de extrema importância, o paciente/cliente deve considerar todas as recomendações recebidas pelo profissional. A junção do tratamento realizado em cabine juntamente com uma sólida disciplina home-care proporcionará um resultado efetivo. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecer a Deus por iluminar nossos caminhos e nossas mentes a seguir sempre firme. Agradecer pela paciência de nossas famílias. Agradecer pela paciência de nossos professores e de da nossa orientadora. STUDY OF EFFECTS ON CHEMICAL PEELINGS: GLYCOLIC ACID AND SALICYLIC ACID AS AN ALTERNATIVE FOR THE TREATMENT OF ACNE.
5 ABSTRACT: The purpose of this research is to highlight the chemical peels glycolic acid and salicylic acid or the combination of the two, are the most used for acne treatment, since more and more people are worrying about their image, being acne A frequent complaint in aesthetic offices. Acne is the dreaded "spine" that affects young people and can be extended to adulthood in both sexes. Improper care with "pimples" can cause scarring, spotting, and inflammation. Peels are composed of exfoliating chemicals, due to their toxic capacity, they must be given with care so that there is no rebound effect or larger sequelae. The use of the peels has to be administered carefully observing the contraindications. KEYWORDS: Acne, chemical peels, procedures, contraindications. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, M. F. G. M; BRENE, C. Tratamento com Peeling de Ácidos Tricloracético(TCA) em sequela causada pela acne, 1999. BORGES, F. S. Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estética. Phorte. São Paulo: 305-23.2006. DEUSCHLE, V. C. K. N; HANSEN, D; GIACOMOLLI, C. M. H; REIS, G. Caracterização das lesões e tratamento utilizados na acne, 2015. FONSCECA, M. S. R; MEJIA, D. P.M. Benfício do ácido salicílico na acne grau I, 2014. KAWATA, Y; OLIVEIRA, G. G. A efetividade do peelling de ácido salicílico na regressão da acne vulgal, 2010. LIKES, J. A. K; AMARAL, F.A; DLON, K. C. Ação do Peeling de ácido salicílico a 20% associado ao uso domiciliar de peroxido de benzoíla no tratamento da acne vulgar, 2012 MENÊ, R; ANDREONI, W. R; MORAES, P; MENDONÇA, O. Peelings Químicos combinados, 1999. PANTOJA, R. N. S; MEJIA, D. P. M. Os principais ácidos utilizados no tratamento da acne vulgar: uma revisão de literatura, 2014. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRUGIA DERMATOLÓGICA. Disponível em < https://www.sbcd.org.br/pagina/1593>. Acesso em: 29 de abril de 2017 as 8horas e 53 minutos. VALENTE, K. C; OLIVEIRA, G. G. O. Estudos da efetividade do Peeling de ácido glicólico nas manchas de acne, 2011.
6 VAN SCOTT, EJ, Yu RJ. Substances that modify the stratum corneum by modulanting its formation. In: Frost, P; Horwitz SN (eds). Principles of cosmetic for the dermatologist. St. Louis: CV mosby, 1982. P.70-74.