A GLOBALIZAÇÃO ESTÁ AÍ, QUAL SEU IMPACTO SOBRE A CATEGORIA IDENTIDADE?

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Transcrição:

A GLOBALIZAÇÃO ESTÁ AÍ, QUAL SEU IMPACTO SOBRE A CATEGORIA IDENTIDADE? Lhays Marinho da Conceição Ferreira; Roberta Avoglio Alves Oliveira Universidade do Estado do Rio de Janeiro lhays.uerj@gmail.com; roberta.avoglio@gmail.com Resumo: Este trabalho se propõe a refletir, a partir do apoio de referenciais teóricos dos estudos pósestruturais, sobre a insistência em trabalhar com a ideia de identidade fixa, na significação da docência; em um cenário em que, em variados campos das ciências humanas e sociais são afirmados os processos de fragmentação identitária em um mundo que cada vez mais se globaliza. Compreendendo a globalização como um complexo processo que atravessa fronteiras nacionais, favorecendo a integração de comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, torna-se difícil pensar que o social não esteja interconectado. Hall (2006) analisa os processos pelos quais se realiza a compressão espaço-tempo, sinalizando que o mundo tornou-se menor, com distâncias mais curtas, no qual os eventos de um determinado lugar têm impacto imediato sobre pessoas e lugares localizados a uma grande distância. Diante dessas características temporais e espaciais, os aspectos mais importantes da globalização passam a ter efeito sobre as identidades culturais. Pensar sob essa lógica nos propõe considerar processos de identificação, em rompimento com a ideia de identidades puras e/ou fixas, única e/ou coletiva, que garanta um pertencimento cultural que sobreponha a todas às diferenças. A partir desta concepção, os projetos curriculares são desestabilizados, projetos que tentam, por exemplo, formar uma identidade docente pré-estabelecida. Entendendo que os processos de formulação de um projeto curricular (sempre provisório) são perpassados por significações, pela diferença e por processos de identificação dos atores sociais; podemos pensar, então, que não nos cabe prescrevermos o que deve ocorrer no âmbito escolar, tampouco definir uma identidade profissional aos docentes, visto que suas formas de subjetivação são como um movimento, um processo contínuo, que pode ter momentos de rupturas ou reelaborações a partir de modelos anteriores de identificação, articulados a perspectivas atuais, de forma a produzir práticas híbridas, sem que seja possível buscar seus fundamentos. Palavras-chave: Identidade, Globalização, Docência. O presente texto tem como objetivo promover uma reflexão e tencionar o debate sobre a insistência em trabalhar com a ideia de identidade fixa, como justificativa para a formulação/implementação de projetos educativos, em um cenário em que, em variados campos das ciências humanas e sociais são afirmados os processos de fragmentação identitária em um mundo que cada vez mais se globaliza. A nova economia cultural global, como afirma Appadurai (2004, p.50), é complexa, estratificada, disjuntiva, que já não podemos compreender nos modelos centro-periferia preexistentes, essa complexidade tem a ver com certas disjunturas fundamentais entre economia, cultura e política. É nesse momento que Appadurai (2004) irá explorar essas disjunturas por meio da relação entre cinco dimensões de fluxos culturais globais que chama de etnopaisagens, mediapaisagens, tecnopaisagens, financiopaisagens e ideopaisagens.

Usando paisagem como sufixo para apontar a forma fluida e irregular dos horizontes e que caracterizam o capital internacional. Appadurai (2004), afirma que o cultural é o campo das diferenças, dos contrastes e das comparações. Para eles, conceituar cultura é uma questão de definir fronteiras, territórios, espaços, cidadania, lugar, nacionalidade. Embora a cultura possa ser vista dessa maneira, Santos (2002) afirma também que a cultura global é um dos projetos da modernidade, e que, para o consenso neoliberal os fenômenos culturais só são considerados interesses quando são transformados em mercadorias. Esse sistema moderno considera culturas parciais como globais, mantendo os processos de exclusão. Appadurai (2004, p.45) afirma que no século passado houve uma explosão tecnológica, dominada em grande medida pelos transportes e pela informação que faz com que as interações de um mundo dominado pela imprensa pareçam tão duras de ganhar e tão fáceis de eliminar como pareciam as formas anteriores de tráfego cultural à luz da revolução da imprensa. A globalização provoca condições transnacionais na crise mundial que afetam o Estado-nação moderno, os movimentos humanos do mundo contemporâneo representam uma ameaça ao Estado-nação. Appadurai entende que [...] A constituição do Estado-nação pressupõe o isomorfismo entre povo, território e soberania legítima, que se encontra ameaçado pelas formas de circulação de pessoas características do mundo contemporâneo. Tornou-se notável como, no mundo em que vivemos, o movimento humano costuma ser decisivo na vida social, e não algo excepcional. (1996, p.1). Stuart Hall também irá pensar este contexto da globalização, desenvolvendo a ideia de processos de identificação, reconhecendo a falência e precariedade do conceito de identidade, mas buscando resgatar novas formas de pensar os processos de constituição dos sujeitos evitando os riscos de produzir novas fixações essencialistas. Faz uma análise da identidade na pós-modernidade, ou modernidade tardia. O autor aborda alguns temas ao decorrer do livro, como a crise de identidade do sujeito, a descentração do sujeito, a questão das identidades nacionais e a influência da globalização no hibridismo e reforço das identidades, e também aborda sobre o fundamentalismo religioso. Neste momento, trago para discussão as propostas dos capítulos 1 A identidade em questão e o capítulo 4 Globalização. A análise do autor nestes capítulos parte das mudanças nos conceitos de identidade e de sujeito, na premissa de

que as identidades modernas estão sendo descentradas. Para Hall (2006, p.67), a globalização como um complexo de processos e forças de mudança tem poderosamente deslocado as identidades culturais nacionais. Hall (2006) apud McGrew (1992) afirma que a globalização se refere aos processos atuantes numa escala global, que atravessam fronteiras nacionais, que acabam por integrar e conectar comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo mais interconectado. Essas novas características temporais e espaciais, que resultam na compressão de distâncias e de escalas temporais, estão entre os aspectos mais importantes da globalização a ter efeito sobre as identidades culturais (HALL, 2006, P.68). Appadurai (2004, p.45) apud Meyrowitz, (1985) afirma que cada vez que queremos falar de aldeia global, há que não esquecer que eles criam comunidades sem sentido do lugar, o mundo é rizomático ou até mesmo esquizofrênico, requer teorias do desenraizamento, da alienação e da distância psicológica entre indivíduos e grupos por um lado, das fantasias (ou pesadelos) da contiguidade eletrônica por outro. Este entendimento nos aproxima da problemática central dos processos culturais no mundo atual. A partir da globalização há mudanças no entendimento das identidades culturais; as identidades nacionais estão se desintegrando, por haver a homogeneização cultural; as identidades locais estão sendo reforçadas pela resistência à globalização; e, novas identidades híbridas estão tomando o lugar das identidades nacionais, que estão em declínio (HALL, 2006, p. 69). Hall (2006) irá discutir sobre a compressão espaço-tempo, afirmando que a aceleração dos processos globais, torna o mundo menor, com distâncias mais curtas, no qual os eventos de um determinado lugar têm impacto imediato sobre pessoas e lugares localizados a uma grande distância. Appadurai (2004) afirma que o mundo sempre foi global, mas hoje implica interações de uma nova ordem e de uma nova intensidade (p.43), antes fatores geográficos e ecológicos, bem como resistência cultural impediam uma maior interação (p.43), atualmente isso já não é uma barreira. Quanto ao impacto da globalização sobre a identidade Hall (2006) argumenta que [...] o tempo e o espaço são também as coordenadas básicas de todos os sistemas de representação. Todo meio de representação escrita, pintura, desenho, fotografia, simbolização através da arte ou dos sistemas de telecomunicação deve traduzir seu objeto em dimensões espaciais e temporais. Assim, a narrativa traduz os eventos numa seqüência temporal "começo-meio-fim"; os

sistemas visuais de representação traduzem objetos tridimensionais em duas dimensões. Diferentes épocas culturais têm diferentes formas de combinar essas coordenadas espaço-tempo. [...] Podemos ver novas relações espaço-tempo sendo definidas em eventos tão diferentes [...]. (HALL, 2006, P.70) A identidade está ligada ao processo de representação, sendo assim, a moldagem e remoldagem das relações espaço-tempo no interior de diferentes sistemas de representação têm efeitos sobre a forma como as identidades são localizadas e representadas. Dessa forma, todas as identidades estão localizadas no espaço e no tempo simbólicos (HALL, 2006, P. 71). Há então, uma separação entre espaço e lugar, sendo o lugar - específico, concreto, familiar e delimitado o ponto de práticas sociais que nos formaram e que nossas identidades são ligadas. Os lugares são fixos, mas o espaço pode ser cruzado, havendo uma destruição do espaço através do tempo. (HALL, 2006, P.72 e 73) Neste movimento de pensar o lugar e o espaço, Hall (2006) recorre a Giddens (1990), que afirma que: A modernidade separa, cada vez mais, o espaço do lugar, ao reforçar relações entre outros que estão "ausentes", distantes (em termos de local), de qualquer interação face-a-face. Nas condições da modernidade..., os locais são inteiramente penetrados e moldados por influências sociais bastante distantes deles. O que estrutura o local não é simplesmente aquilo que está presente na cena; a "forma visível" do local oculta as relações distanciadas que determinam sua natureza (GIDDENS, 1990, p. 18). Ao refletir sobre essa modernidade que separa o espaço do lugar e que aproxima os ausentes e distantes, para uma relação próxima, reforço a ideia de que a emergência das TICs e das redes sociais, comentadas anteriormente, reforça essa proximidade e altera a interdependência global, mexendo e alterando as identidades culturais, produzindo então, a multiplicidade de estilos, a ênfase no flutuante, na diferença e nos fluxos culturais (HALL, 2006, P.74), que acaba por reforçar a crise do sujeito moderno, descentrado e fluido, que falarei a seguir. Esses fluxos culturais entre as nações criam possibilidades de identidades partilhadas, mesmo entre pessoas que estão distantes no espaço e no tempo, com a exposição das culturas nacionais às influências externas, a conservação das identidades culturais intactas é dificultada (HALL, 2006, P.74).

IDENTIDADE EM QUESTÃO Hall (2006) afirma que as velhas identidades estão em declínio, fazendo com que surjam novas identidades o que fragmenta o indivíduo moderno, não sendo mais o sujeito unificado, como anteriormente. Isso resulta na crise da identidade, que acaba abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social. A partir de uma concepção de pós relativamente a qualquer concepção essencialista ou fixa de identidade, para manter essa afirmação o autor examina as definições de identidade (sujeito do iluminismo, sujeito sociológico e sujeito pós-moderno) e o caráter da mudança na pósmodernidade. Na modernidade, de acordo com Hall (2006), havia uma estabilização do mundo social pelas velhas identidades, esta concepção de sujeito unificado está em declínio, surgindo novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno. Então, a [...] chamada crise de identidade é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social. (HALL, 1992, p.7) Esta crise de identidade, conceituada por alguns autores, como característica da modernidade tardia e que sua centralidade só faz sentido quando vista no contexto das transformações globais que têm sido definidas como características da vida contemporânea. Há uma emergência do entendimento da categoria identidade como não possuindo uma significação única, fixa, imóvel, integral, originária... Essa emergência ocorre pela descentração e crise do sujeito moderno. As identidades modernas estão sendo descentradas e deslocadas (HALL, 2006, p.8). Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século XX. [...]. Estas transformações estão mudando nossas identidades pessoais, abalando a ideia que temos de nós próprios como sujeitos integrados. Esta perde de um sentido de si estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento descentração dos sujeitos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos constitui uma crise de identidade para o indivíduo. (HALL, 2006, p.9)

O que Hall chama de descentração é caracterizado pelas concepções mutantes do sujeito humano e da identidade no pensamento moderno, sendo, este sujeito, percebido como uma figura discursiva (HALL, 2006, p.23). Haveria então, três concepções de sujeito e identidade sujeito do iluminismo, sujeito sociológico e sujeito pós-moderno - que foram sendo alteradas, transformadas durante a modernidade. O sujeito do iluminismo era baseado numa concepção de centralidade, uma pessoa humana como um indivíduo totalmente unificado, capacitado de razão, consciência e ação, esse centro era um núcleo interior, o centro essencial do eu era a identidade de uma pessoa (HALL, 2006, p.11). Era uma visão muito individualista do sujeito. O sujeito sociológico era um reflexo da complexidade do mundo moderno. Nesta concepção, o núcleo interior do sujeito não era autossuficiente, era construído na relação com outras pessoas importantes para ele, que cambiava os valores, sentidos e símbolos, representados pela cultura, na sociedade que ele habitava. Assim, a identidade é formada na interação entre o eu e essa sociedade. Ainda há uma essência interior, mas é mudada por meio do contato com os mundos culturais e identidades exteriores que esses mundos dispõem. Dessa forma, a identidade preenche o vazio entre o interior e o exterior, entre o pessoal e o público. A identidade costura o sujeito à estrutura (HALL, 2006, p. 12), tornando os sujeitos e os mundos culturais estáveis e unificados. A concepção de sujeito como tendo uma identidade única e estável está mudando, o sujeito está fragmentado e é composto por várias identidades. Esse processo de mudança produz o sujeito pós-moderno, este, não tem uma identidade fixa ou essencial. A identidade é definida historicamente, e não pelo viés biológico, ela é transformada continuamente em relação às formas como somos representados nos sistemas culturais. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um eu coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas. [...] A identidade plenamente unificada, completa, segura, coerente é uma fantasia. Ao invés disso, quando os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar ao menos

temporariamente. (HALL, 2006, p.13) O autor também discorre sobre a mudança na modernidade tardia, precisamente do processo da globalização e seu impacto sobre a identidade cultural. Para ele, as sociedades modernas são sociedades em mudança constante e permanente, além de rápida. A sociedade moderna tardia está sendo constantemente descentrada, por forças fora de si mesma, e é caracterizada pela diferença ; elas são atravessadas por diferentes divisões e antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes posições de sujeito para os indivíduos (IDEM, p.17). Esse deslocamento tem características positivas, ele desarticula as identidades estáveis do passado, mas também abre a possibilidade de novas articulações. Stuart Hall também faz uma contextualização a respeito da sociedade moderna e das sociedades da modernidade tardia. A relação entre essas sociedades e a questão da identidade é realizada de forma provocativa, a partir do momento que o autor aponta e tenciona a descontinuidade da sociedade moderna e como o sujeito assume diversas posições que carrega na modernidade tardia, resultando na crise de identidade. CONCLUINDO PENSANDO NAS IDENTIDADES DOCENTES Cardoso (2011) também aborda a temática da construção da(s) identidade(s), em foco na identidade (s) docente (s). Para compreender o processo de construção de identidades individuais e sociais, ele aborda duas vertentes: pelo viés da construção das identidades por processos relacionais de socialização, e também pela construção identitária a partir das lutas sociais. Ele discute as relações entre o movimento sindical e os processos de construção das identidades docentes, identidade essa que se constitui com a ideia de trabalhadores do ensino. Cardoso também entende a identidade como não tendo essência, sendo imutável, que acompanha o sujeito social sofrendo transformações. A partir disso, as identidades são construções sociais e de linguagem, tendo relação com uma época histórica e a um contexto sociopolítico. O autor afirma que as identidades profissionais docentes são como um movimento, um processo contínuo, que pode ter momentos de rupturas, ou reelaborações a partir de modelos anteriores de identificação. GARCIA, et al (2005) irão tratar sobre a identidade docente como fabricação da docência, afirmam que mesmo tendo um aspecto em comum desse grupo - a dedicação ao ensino - quando pensamos em seus efetivos processos de significação o que emerge são

diferenças (p.47). Só que há todo momento professoras são interpeladas por discursos que afirmam como elas devem agir, devem ser em seu trabalho como professora. Há tentativas de limitar e regularizar o eu, o ser professora, e formas de subjetivação concorrem para essas definições e lutam pela imposição de significados acerca de quem as professoras devem ser em determinadas conjunturas, como devem agir e qual o projeto formativo que docentes e escolas devem levar adiante perante os desafios da cultura e do mundo contemporâneo. (p.47) Entretanto, a concepção de identidade que Hall nos aponta, nos demonstra que não é possível fixarmos o que é ser professor (a), qual a identidade que ela possui, pois a identidade não é fixa e imutável. Como afirmam Garcia, et AL (2005, p.48) que as identidades docentes não se reduzem aos discursos oficiais que apontam e dizem como elas são, pelo contrário, elas são mais que meros formadores de cidadãos como as políticas curriculares oficiais supõe. Em todo o tempo, professores negociam suas identidades em meio a um conjunto de variáveis, como a história familiar e pessoal, as condições de trabalho e ocupacionais, os discursos que de algum modo falam do que são e de suas funções. A partir de Garcia, et AL (2005) podemos definir provisoriamente a identidade profissional docente como as posições de sujeito que são atribuídas, por vários discursos e agentes sociais, aos professores e às professoras no exercício de suas funções em contextos laborais concretos. Sendo também um conjunto das representações colocadas em circulação pelos discursos relativos aos modos de ser e agir dos professores e professoras no exercício de suas funções em instituições educacionais, mais ou menos complexas e burocráticas (p.48). Este entendimento não impede a profissionalização docente, mas definem-se novas identidades, considerando as ressignificações que os docentes fazem das diretrizes educacionais oficiais em seus contextos locais, entendendo que há aqui uma apropriação dos estudos pós-estruturais. Garcia, et AL (2005) apud Hypolito Vieira (2002, p.280) afirma que os professores e as professoras, ao verem-se obrigados a padronizar o ensino desde a perspectiva de uma cultura padrão centrada na masculinidade, na branquidade, no cristianismo e no eurocentrismo, veem-se diante de relações políticas de poder que envolvem seus próprios interesses de gênero, de classe social e étnico-raciais (p.49). Podemos considerar então que, para a construção de uma identidade docente não estão

estabelecidas a priori as formas de controle sobre o trabalho docente, pretendidas pelas políticas de padronização, ou as práticas de contestação e resistência desencadeadas por docentes. O que está efetivamente em jogo são disputas em torno das diferentes concepções de identidade, profissionalismo e profissionalização. Disputa-se o controle sobre as professoras e professores, sobre seus processos de trabalho e sobre os significados que circulam ou podem circular no âmbito da educação. (GARCIA, ET AL, 2005, p.49) A partir dessa abordagem, assumimos então, que não é possível, falarmos de uma única identidade da escola, do professor, do aluno... Não é possível significarmos de forma totalizante aquilo que entendemos sobre educação, na intenção de justificarmos as implementações de certos projetos curriculares, focalizando em uma forma (ou até fôrma) de aluno, um tipo de escola, para um tipo de professor, tendo uma racionalidade pedagógica pautada pelo estabelecimento de objetivos padronizados (PEREIRA, ARAÚJO, 2010, p.1075), competências e habilidades à priori. Conceber a educação como uma prática social implica assumir a centralidade da cultura para pensar os processos relacionados aos processos de escolarização em uma perspectiva que aponte para o reconhecimento da diferença, rompendo com práticas homogeneizadoras, ainda que estas possam ter como pressuposto a construção de um ideal de igualdade social. Práticas que, a nosso ver, têm sido intensificadas nos processos de execução de políticas que objetivam a melhoria dos níveis de desempenho dos(as) estudantes. (PEREIRA e ARAÚJO, 2010, p.1075) A identidade profissional dos docentes é uma construção social marcada por múltiplos fatores que interagem entre si, resultando numa série de representações que os docentes fazem de si mesmos e de suas funções. Estabelecem negociações das quais certamente fazem parte suas histórias de vida, suas condições concretas de trabalho, o imaginário recorrente acerca dessa profissão e os discursos que circulam no mundo social e cultural acerca dos docentes e da escola. (GARCIA, ET AL, 2005, p.54) Os processos de identificação e entendimento sobre cultura e identidade ao qual discorri aqui, em meu entendimento, fazem com que o modelo de escola atual, como esse projeto da modernidade - com conhecimentos pré-estabelecidos, carteiras enfileiradas,

diferença como algo que compõem, mas que não é levado em consideração, conhecimento e propostas que abarcam apenas um modelo de estudante e de professor - seja rompido, discutido e repensado. Essa lógica de escola que assume o sujeito que possui sua autonomia de forma cartesiana, acaba por possibilitar uma concepção objetivada de identidade e cultura, que, incorporada aos critérios de legitimação mecanicistas, lhe alçaria ao status de universalidade, nessa perspectiva que temos de escola na qual a identidade idealizada é definida, em função do objetivo de formá-la a instituição se organiza, criando impedimentos para emergência de alternativas identitárias possíveis. Silenciando as diferenças, ou, no máximo, reconhecendoas, desde que subordinadas à particularidade definida como ideal. (PEREIRA e ARAÚJO, 2010, p. 1076). Mas estes processos de silenciamento são negociados e traduzidos. Em um tempo recente, as investigações que problematizavam a identidade e a profissionalização docente parecem ter buscado aspectos unificadores e fundantes da identidade profissional dessa categoria [...]. Talvez um caminho produtivo para a pesquisa seja buscar as diferenças, as descontinuidades, as divisões dessa categoria, privilegiando as narrativas dos professores e das professoras acerca de si mesmos e de seus contextos de trabalho. Não para retificar seus próprios pontos de vista ou tomá-los como a medida mais justa do que de fato acontece, mas talvez para nos aproximarmos da dinâmica contraditória e fragmentada em que estão mergulhados. (GARCIA, ET AL, 2005, p.54) Neste mundo pós-moderno, contemporâneo, globalizado, há uma abundância de fatos e contingências, numa realidade plural, densa, plurilocalizada, composta de referências e virtualidades que se cruzam. Neste tempo, o qual nos referimos, há num movimento exploratório incessante, que o termo francês au-delà capta tão bem aqui e lá, de todos os lados, fort/da, para lá e para cá, para frente e para trás (BHABHA, 1998, p.19), havendo um cruzamento de figuras e imagens, somado às referidas abundâncias dos nossos tempos (MARTINS, 2011). Esta nova forma de conceber o tempo e o espaço, e a nova concepção de identidade como processo de identificação e a cultura como processo de significação e de produção híbrida, dá outro sentido à dinâmica cultural, que acaba por caracterizar a escola. Fornecendo outros elementos que dão novos significados às práticas escolares. (PEREIRA e ARAÚJO, 2010, p.1079)

Sair do conforto de buscar enquadrar a identidade profissional docente em alguns tipos ideais ou explicá-la a partir de algum elemento fundacional talvez seja o maior desafio que podemos enfrentar relativamente a essas questões. [...] Contudo, é importante resguardar que essas descrições não podem ser concebidas como modelos puros, mas como práticas discursivas, mais ou menos reforçadas pelos discursos oficiais e outros discursos que interpelam os professores e as professoras na produção de suas identidades. (GARCIA, ET AL, 2005, p.55) Referências APPADURAI, Arjun. Dimensões culturais da Globalização. Lisboa, Editorial Teorema, 2004. (cap.2) CARDOSO, Maurício E. Identidade(s) docente(s): aproximações teóricas. IN: OLIVEIRA, D. PINI, M. FELDFEBER, M. (org.) Políticas Educacionais e Trabalho Docente. Belo Horizonte: Fino Traço, 2011 (p.187-212). GARCIA, Maria Manuela A.; HYPOLITO, Álvaro M. & VIEIRA, Jarbas S. As identidades docentes como fabricação da docência. Educação e Pesquisa,, v. 31, n. 1, p. 45-56, jan./abr. 2005 HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade/ Stuart Hall; tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaraeira Lopes Louro 11 ed. Rio de Janeiro; DP&A, 2006. MARTINS, D. M. B. A TESSITURA INTERSUBJETIVA DOS ENTRE-LUGARES: O que pode um grupo? In Revista de Estudos Antiutilitaristas e PosColoniais. Vol.1, nº 01, Jan-Jun 2011. PEREIRA, Talita Vidal; ARAÚJO, Teresa Cristina Oliveira. Aspectos culturais do cotidiano das escolas públicas do município do Rio de Janeiro (Brasil). In: IX Colóquio sobre questões curriculares/ V Colóquio Luso Brasileiro, 2010, Porto. Debater o currículo e seus campos- Políticas, fundamentos e práticas., 2010. p.1075 1084. SANTOS, Boaventura de Souza. Os processos de globalização. In: A globalização e as ciências sociais. São Paulo, Cortez, 2002, p. 25-104.