Governação Electrónica na Perspectiva da Modernização Administrativa Manuel Homem Director Geral Uninet-UAN
Contextualização O maior desafio que se coloca aos Governos e respectivas Administrações Públicas é como responder às expectativas e necessidades dos cidadãos (lato sensu, indivíduos, empresas, outros intervenientes (stakeholders)), com eficácia, eficiência, orientação e foco na prestação de serviço. Com a crescente evolução tecnológica, a década de 90 do século XX, foi pródiga em novos paradigmas tecnológicos (computador pessoal, sistemas operativos abertos, computação distribuída, entre outros) que muito ajudaram a construir novas formas de interacção, democratizando o acesso às tecnologias de informação. 2
Contextualização Os governos não ficaram indiferentes a esta nova vaga tecnológica e rapidamente perceberam que muito se poderia aproveitar em prol de um aumento da eficiência e eficácia da sua máquina interna. A nova gestão pública, que igualmente se corporizou no mesmo período, pugnava pelo foco do serviço público no cidadão, visto como um cliente e, se outro mérito não tivesse, esta mudança de paradigma ajudou a preparar o caminho para o aparecimento do denominado governo electrónico. Nos finais dos anos 90, nasce o conceito de Governo Electrónico (e- Government) que sofreu alterações mas que, genericamente, pode ser definido como o compromisso persistente e continuado dos governos, na melhoria e facilitação da relação entre o sector público e a sociedade, através da disponibilização de serviços, informação e conhecimento (Chen, 2006, p. 24), mais integrados, simples e sistematicamente actualizados. 3
Contextualização Os objectivos delineados, reiterados e assumidos em centenas de estratégias nacionais para o governo electrónico, a exemplo do Plano Estratégico para o Governo Electrónico (PEGE), demonstram bem a atenção que o Executivo dá a estas matérias, tentando a partir delas, construir arquitecturas de serviços centradas no cidadão modelos de prestação de serviços mais próximos das expectativas dos cidadãos e, paralelamente, aumentem a eficiência e controlo, racionalização, integração e partilha de recursos internos. As novas soluções, o crescente volume de dados, as necessidades de uma melhor prestação de serviço público e as inovações sociais geram mudanças cada vez mais rápidas e intensas para as sociedades. É fundamental que a Administração Pública acompanhe este movimento. Para tal, a governação electrónica cria as condições para o alcance destes objectivos de modernização, desburocratização, mudança de paradigma e define processos e métodos de colaboração entre funcionários, entidades e serviços. 4
Dimensão da Análise Dimensões de Análise Tempo Custo Qualidade Questões críticas na óptica do cidadão Porque é que a obtenção de um serviço da Administração Pública demora tanto tempo? Porque é que tenho de me deslocar várias vezes a diversos locais por um Serviço da mesma Administração Pública muitas vezes do mesmo sector? Porque é que tenho de pagar várias taxas e comissões para o mesmo serviço? Porque é que me fazem a mesma pergunta, mais do que uma vez na mesma Administração Pública muitas vezes no mesmo sector? Porque é que a qualidade de serviço é inferior a do sector Privado? Desafio para o Executivo Como é que reduzo o tempo, poupo dinheiro e arrecado mais receitas e aumento a satisfação do serviço público?
No âmbito Governamental No âmbito governamental, o sector das novas tecnologias e da sociedade da informação, tem implementado estratégias voltadas para a sua área de actuação. Agora, face as novas exigências sociais e diante do impulso necessário para uma melhor administração pública para os cidadãos, urge mudar este enfoque, precisamos que a tecnologia promova serviços públicos digitais, viabilize o acesso à informação e amplie a participação social na construção de políticas públicas. A Administração Pública deve ser uma presença na vida das pessoas e não mais um lugar, um endereço de repartição pública. A aplicação da tecnologia nas políticas públicas é um factor determinante para o desenvolvimento económico e social do país. A Governação Electrónica é uma ponte para este novo modelo de gestão, mostra um caminho para seguirmos, na jornada para desburocratizar, modernizar, fortalecer e simplificar a relação da Administração Pública com os cidadãos e as empresas. 6
Percurso histórico no E-Gov Angola Livro Branco Comissão Nacional das tecnologias de Informação PASI Plano de Acção para SI 1º Fórum Internacional sobre TI Aprova-ção do projecto do Centro Nacional de Dados de Angola CND Ciclo completo de informatização do Bilhete de Identidade Decreto Lei sobre Promoção de uma Governação assente em princípios Científicos, Tecnológico e de inovação Inauguração CNDT III Conferência sobre Ciência e Tecnologia em Angola Arranque do CND/ CNTI-KM7 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Estratégia de Desenvolvimento das TI (2000-2010) Plano de Acção para Governação Electrónica (PAGE) Portal online do Governo Portal e Mail do Governo Alojados no Brasil Política Nacional de Ciência Tecnológica e Inovação (PNCTI) SMS Gateway Eleições 2012 + Quiosques electrónicos Migração do Portal, domínio e Email do governo para o CND / Operacionalização do DC KM7 e EGOV-CNTI Programas de Modernização Administrativas Criação do INFOSI 7
Objectivos do E-Gov Orientar os serviços ao ciclo de vida dos cidadãos Morte DISPONIBILIZAR (conteúdos) Interoperabilidade Segurança da informação Governação Electrónica CONECTAR CONFIAR Fonte: Livro Branco das TIC, MTTI, Angola, revisão 2011 Fomento da Cidadania Que se concretiza numa arquitectura pragmática de serviço: Imposto Habitação - Aproximação por evento de Automóvel/Circulação vida Segurança Social - Orientada ao cidadão Alteração Estatuto - Utilização amigável Crianças Paternidade Nasce Estudante Voto Casamento Fundações Tecnológicas: - Reutilização dos dados existentes Empresário - Interoperabilidade Orientar a Interoperabilidade dos Serviços - Segurança da Informação - Identificação unívoca
Uma missão suportada numa visão Arquitectura integrada de serviço (Cidadão, Empresa e Administração Pública) Plataforma integrada: A plataforma integrada para o serviço ao cidadão, constituída por serviços multicanal, numa visão sistémica que inclua a governação e regulação, metodologias específicas e melhores práticas, serviços em rede e uma sólida fundação tecnológica. Disponibilização de Serviços Multi-canal: Balcões únicos (presencial, internet, telefónico, outro) Portais do Cidadão, Empresa, outros Contact Center M-Services (telemóvel, smartphone, tablet) Estratégia e Regulação: Definição estratégica e plano de acção Análise financeira e de risco Análise de legislação e regulação associada Definição de métricas de acompanhamento e de indicadores de impacto Móvel Presencial Plataforma Integrada Privado Telemóvel/SMS Metodologia e Melhores Práticas: Guiões de gestão de projectos e de utilização Melhores práticas para gestores de IT nos Governos Indicadores estatísticos Web/PC Massificação das TIC e acções de sensibilização Fundações Tecnológicas: Plataforma de Interoperabilidade (Bus serviços transacionais) Especificações de interoperabilidade técnica, semântica e organizacional Infra-estruturas TIC integradas Identificação electrónica Single sign-on (SSO) Serviços partilhados e-procurement Serviços Públicos em Rede: Modelos de Governance Cultura e gestão da mudança Modelos de formação de novas competências Informação colaborativa e sistemas de avaliação Dashboards Incubadoras de ideias 9 O papel das TIC na Modernização da Administração Pública Fonte: Arquitectura de serviços e-gov, Deloitte
O que já temos 10 48 sites Sites Instalados Instalação de Equipamentos 32 16 Comunicações 25 7 Integração de Redes 10 22 Serviços de Telefonia IP e Nativa Serviços de Video Conferencia Serviços de Gestão Documental 7 + 491 25 14 18 Por Complentar 2 26 (Software Instalados) Rede Privativa do Estado que interliga 25 Departamentos Ministeriais; Duas Infraestruturas de Datacenter disponíveis para suportar todos os sistemas que virem a ser concebidos; Sistema de Voz sob IP e Voz Nativa em 496 sites em todo país; Sistemas de Vídeo Conferência; Sistema de Gestão Documental Integrado.
O que precisamos completar. Plataforma de Interoperabilidade Integração de serviços a disponibilizar (diferentes origens) Imutabilidade dos sistemas (os sistemas de origem mantêm-se na forma e com o controlo sectorial) Autenticação única (a autenticação é reconhecida pelos diferentes sistemas) Garantia de privacidade e segurança da informação Plataforma de Operacionalização da Eficiência Operacional 11
Próximos passos. Os serviços estão cada vez mais focados no cidadão, sendo organizados em função do seu ciclo de vida, e procurando ser simples e acessíveis. Serviços Multicanal Utilizar serviços multicanal para interagir com os cidadãos e as empresas nomeadamente o telemóvel e tablet PC, fruto do nível de utilização crescente dos dispositivos mobile. One Stop Government Integrar os serviços disponibilizados, reduzindo o número de interacções com o Estado de forma a maximizar a eficiência dos serviços e a reduzir o custo e tempo despendido pelos cidadãos. Redes Sociais Apostar no potencial de comunicação das redes sociais Ciclo de Vida Organizar os serviços aos cidadãos de acordo com o ciclo de vida facilitando quer a pesquisa de informação relevante quer a disponibilização dos serviços.
Amostra de ganhos da Interoperabilidade Exemplo do Ciclo para Constituição de Empresa Desburocratização e Simplificação de Processos com a Interoperabilidade Criar um Negócio Serviços Publicos Integração Back Office Identificação Impostos Registo Viaturas Eleitores Registos SA Impostos Plataforma Tecnológica de Interoperabilidade - Orquestrador SS w w w Plataforma Tecnológica de Interoperabilidade Municípios Comércio SA Indústria Justiça Interior Finanças Taxas Comércio Território Turismo Solução tecnológica suportada na plataforma de interoperabilidade, web services e sistemas de informação heterogéneos
Obrigado manuel.homem@infosi.gov.ao