O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR) E A QUALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO DE DOURADOS-MS

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Transcrição:

O PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR) E A QUALIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO DE DOURADOS-MS Maria Isabel Soares Feitosa Universidade Federal da Grande Dourados isabel.ufgd@gmail.com Adriana Valadão Universidade Federal da Grande Dourados adrianavaladao01@gmail.com Resumo Trata-se de uma investigação, em andamento, do mestrado em Educação da Linha de Pesquisa Política e Gestão da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Integra uma pesquisa em rede interinstitucional financiada pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico de Mato Grosso do Sul (FUNDECT). Demarca por objetivo, investigar como as Secretarias Municipais de Educação atuam, em colaboração com as escolas fundamentais para a concretização das ações propostas no Plano de Ações Articuladas (PAR), voltadas à melhoria da qualidade educacional em quatro municípios de Mato Grosso do Sul (Corumbá, Coxim, Ponta Porã e Dourados). A pesquisa insere-se na modalidade qualitativa. Utilizará de análise documental e entrevistas semiestruturadas com gestores das Secretarias Municipais de Educação e Coordenadores pedagógicos de 04 escolas em Dourados. Os resultados finais da pesquisa em curso contribuirão para compreender como está sendo efetivado o monitoramento do PAR em Mato Grosso do Sul. Palavras-chave: Planejamento municipal, Plano de Ações Articuladas (PAR), Qualidade da Educação. INTRODUÇÃO A propositura do presente estudo advém da necessidade de se observar outros aspectos ainda não investigados pertinentes a uma pesquisa maior ocorrida em âmbito nacional financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) denominado Gestão das políticas educacionais no Brasil e seus mecanismos de centralização e descentralização: o desafio do PAR 1 que teve por objetivo desenvolver uma investigação interinstitucional sobre o Plano de Ações Articuladas (PAR) e deu a conhecer as especificidades regionais ante a investigação das ações 1 A pesquisa foi realizada sob a coordenação da Profa. Dra. Marília Fonseca, da UnB, tendo por vicecoordenadora a Profa. Dra. Eliza Bartolozzi, da UFES. 209

previstas no PAR. Dessa forma, o projeto ampliou o campo de investigação, quando incluiu a participação conjunta de pesquisadores e acadêmicos de graduação e pósgraduação de diferentes universidades brasileiras, a saber: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Com esta envergadura de alcance nacional, teve sua importância acentuada quando evidenciou, entre outras questões subjacentes, aspectos da descentralização e o fortalecimento de outras pesquisas no âmbito da educação básica, uma vez que reuniu pesquisadores de diferentes universidade e regiões possibilitando o envolvimento dos Programas de Pós-Graduação das universidades parceiras. Este estudo proporcionou um ganho científico ao estudar um instrumento de planejamento estatal atual para educação básica observando seus mecanismos de implementação em diferentes contextos subnacionais. Dentre outros estudos desenvolvidos decorrentes da pesquisa maior, em Mato Grosso do Sul, num segundo momento, foi proposto um aprofundamento das investigações vinculadas ao PAR por meio de outra pesquisa também financiada pela FUNDECT/CNPq e desenvolvida em rede interinstitucional denominada: Gestão das políticas educacionais no Brasil e seus mecanismos de centralização e descentralização: o desafio do PAR em escolas de ensino fundamental. 2 Seu objetivo é o monitoramento 3 da execução do PAR em 04 municípios sul-matogrossenses, identificando o impacto do apoio técnico e financeiro da União na melhoria da capacidade de cada município no planejamento de seu sistema educacional e de contribuir para a qualidade da educação escolar, envolvendo as seguintes universidades sul-mato-grossenses: UCDB, UEMS, UFMS e UFGD, por 2 Coordenado pela professora doutora Marília Fonseca UnB, professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFGD. 3 Monitoramento, para efeito da pesquisa tem o sentido de acompanhar as ações de planejamento para conhecer e analisar o desdobramento do PAR, verificando quais ações foram efetivamente realizadas pelas Secretarias Municipais de Educação, com intuito de compreender quais as dificuldades financeiras, administrativas e técnicas que dificultam a sua execução. 210

meio do engajamento de docentes, mestrandos e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação dessas universidades. Em consonância com a proposta da pesquisa em rede, o presente estudo que está vinculado à Linha de Políticas e Gestão da Educação do Programa de Pós- Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), apropria-se da lacuna de pesquisa a ser investigada na qual procura averiguar como está se efetivando as ações, adotadas pelas Secretarias Municipais de Educação, para a concretização das propostas do Plano de Ações Articuladas voltadas para a melhoria da qualidade educacional de escolas fundamentais de quatro municípios de Mato Grosso do Sul, quais sejam: Corumbá, Coxim, Dourados e Ponta Porã. Os municípios foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: 01 município com população acima de 50 mil habitantes com continuidade do governo municipal após o período eleitoral, 01 município com população abaixo de 50 mil habitantes com mudança na condução do governo municipal; 01 município com população acima de 100 mil habitantes com continuidade do governo municipal após o período eleitoral e 01 município com população acima de 100 mil habitantes com mudança na condução do governo municipal, tendo como foco de análise municípios que apresentaram baixo Ideb nas séries finais do Ensino Fundamental (abaixo de 4,0). Nesta direção, assume-se por objeto de estudo o PAR 2007-2010 com a intenção de conhecer mais especificamente qual a assistência técnica empenhada pelas Secretarias Municipais de Ensino no que se refere às práticas pedagógicas descritas na Dimensão de Práticas Pedagógicas e Avaliação. O planejamento local de ações indutoras para a melhoria do ensino é condição primordial para o funcionamento eficaz da escola com vistas a cumprir sua missão primeira: a aprendizagem do aluno. O planejamento educacional no âmbito federal possibilita o ajustamento necessário dessa estrutura, e, para tanto, traça estratégias para que a aprendizagem se consolide. 211

No contexto da pesquisa maior, a observação do Ideb das escolas públicas dos municípios pesquisados 4 indica de modo geral pequena melhoria nestes índices, o que torna necessário um acompanhamento constante do Ministério da Educação (MEC) para o alcance das metas estabelecidas pelo governo federal. O interesse pelo controle desses resultados ocasionou uma responsabilização por parte dos gestores educacionais e professores em atender aos níveis de qualidade pretendidos pelo governo. Entende-se que se existe uma política de responsabilização e está recairá sobre a escola ou sobre a gestão do município, verifica-se a necessidade de uma análise mais ampla sobre a legitimidade dessa responsabilização e sobre os indicadores da qualidade da educação no sistema educacional brasileiro com uma participação mais ativa dos profissionais da educação na elaboração e monitoramento dessas políticas. Portanto, com a finalidade de um maior controle, o MEC coloca "à disposição dos entes federativos, instrumentos eficazes de avaliação e de implementação de políticas de melhoria da qualidade da educação, sobretudo da educação básica pública (HADDAD, 2008, p.8). Um desses instrumentos é o PAR que foi criado pelo Decreto n. 6.094 de 2007, como instrumento de apoio técnico e financeiro articulado ao o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), para promover a melhoria do Ideb dos entes federativos (FERREIRA & FONSECA, 2011). O apoio do MEC será dado a todos os municípios que se comprometerem com os princípios e diretrizes do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, por meio da adesão ao "Termo de Compromisso". Inicia-se assim, uma articulação dos Governos federal e municipal por meio do planejamento das ações, conforme as demandas de cada município e das metas pré-estabelecidas no Ideb. A principal proposta de planejamento do governo federal nos anos finais da década de 2000 é o PDE que propõe fortalecer o regime de colaboração, mediante uma gestão compartilhada entre os entes, e integrar os programas educacionais garantindo um vínculo entre os diferentes níveis de ensino (FONSECA; 4 Para a maioria dos municípios pesquisados, especialmente no Maranhão, Mato Grosso do Sul e no Norte de Minas, percebeu-se que o PAR fez a diferença com relação à melhoria do resultado do Ideb, ou seja, as escolas não caíram com relação ao resultado anterior do índice. Ao contrário, a maioria das escolas deu um passo à frente em função do PAR. (Conforme relatório da pesquisa maior enviado ao CNPq, 2012, p. 45, vide nas referências FONSECA, M. relatório) 212

ALBUQUERQUE, 2012). De acordo com Ferreira e Fonseca (2013) este plano integra um conjunto de ações que se propõe a dar organicidade ao sistema nacional de educação, mobilizando toda a sociedade em prol da melhoria da qualidade da educação. O PDE busca a construção da relação entre os três níveis de Governo na organização dos seus sistemas de ensino, evitando "a descontinuidade das ações, a destruição da memória do que foi adotado, a reinvenção, a cada troca de equipe, do que já foi inventado. Em outras palavras, a intermitência". Pretendia-se que o planejamento fosse pensado a longo prazo para melhoria do Ideb e os municípios tivessem apoio para implementação dos programas educacionais e continuidade dos mesmos, independente de mudanças administrativas ou políticas em âmbito local (BRASIL, 2007a, p. 25). De acordo com o documento oficial (HADDAD, 2008, p.8) o PDE trata-se de um plano executivo, constituído por programas divididos em quatro eixos norteadores: educação básica, educação superior, educação profissional e alfabetização. Considerando a oferta de auxílio (técnico e financeiro) disponibilizado pelo MEC, aos entes federativos, o monitoramento dessa articulação nos municípios sulmato-grossense pela pesquisa em rede apresentada anteriormente, ainda busca respostas e para isso norteia-se por meio das seguintes questões problematizadoras para a pesquisa em curso: as Secretarias Municipais de Educação estão garantindo as condições necessárias às escolas para o andamento das ações pedagógicas propostas no PAR na Dimensão de Práticas Pedagógicas e Avaliação? Como estão sendo desenvolvidas essas ações? Quais as principais dificuldades encontradas para a efetivação das ações propostas? As Secretarias Municipais de Educação (SMEs) têm acompanhado a execução das ações? Como se dá articulação entre secretarias e escolas? Para respondê-las, foi definido como objetivo geral: investigar e compreender o modo como as Secretarias Municipais de Educação (SMEs) atuam, em colaboração com as escolas fundamentais, para a concretização das ações propostas no PAR, voltadas para a melhoria da qualidade educacional em quatro 213

municípios de Mato Grosso do Sul (Corumbá, Coxim, Ponta Porã e Dourados). E para possibilitar exame mais apurado, a investigação nortear-se-á pelos seguintes objetivos específicos: a) identificar, a partir dos diagnósticos, relatórios e outros documentos elaborados pelas SMEs afetos ao PAR, as ações propostas e efetivamente executadas para a melhoria do trabalho pedagógico nas escolas fundamentais; b) conhecer e analisar o entendimento dos gestores e técnicos das SMEs quanto às facilidades/dificuldades administrativas e financeiras enfrentadas na execução das ações contempladas na dimensão das práticas pedagógicas do PAR; c) conhecer e analisar o entendimento dos diretores e/ou coordenadores pedagógicos das escolas douradenses quanto à efetividade das ações do PAR para gerar a melhoria do trabalho pedagógico; d) verificar e analisar como se efetiva a interlocução entre o MEC/FNDE e as Secretarias Municipais de Educação e destas com as escolas, no sentido de dar efetividade às ações do PAR, especificamente, na Dimensão de Práticas Pedagógicas e Avaliação. METODOLOGIA A presente investigação possui características de pesquisa qualitativa, sendo assim, o levantamento das informações a serem analisadas será realizado por meio de alguns procedimentos a saber: a) Com intuito de conhecer os principais resultados empíricos já efetuados sobre o PAR esta pesquisa poderá utilizar-se de dados levantados nas teses e dissertações de Amorim (2009), Oliveira (2010), Ribeiro (2012), Silva (2011) e outros estudos sobre o PAR que ainda estão em andamento 5 no âmbito da pesquisa maior, também poderão dialogar com esta investigação. b) Para a análise documental utilizada na construção do conhecimento a ser produzido, serão explorados os documentos elaborados pelo Ministério da Educação acerca do PDE, do Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação, do Decreto n 6.094/2007, do PAR, entre outros que contribuirão para o entendimento desses instrumentos de planejamento. 5 Pesquisas em andamento (2014-2015) realizadas por mestrandas do Programa de Pós-Graduação da UFGD. 214

c) A entrevista semiestruturada será utilizada de modo a complementar as informações documentais quando permitirá dar voz aos gestores e coordenadores pedagógicos no intuito de compreender o entendimento desses atores no monitoramento de algumas ações do PAR, autorizando maior consistência à pesquisa em virtude de seu olhar privilegiado em relação à política em vigência. As entrevistas semiestruturadas tem o propósito de dar respostas ao primeiro e segundo objetivos e serão efetuadas, no âmbito das SMEs, com gestores e/ou técnicos responsáveis pelo PAR ou que tenham participado de sua elaboração em 2007. Para atender o terceiro e quarto objetivos, as entrevistas são dirigidas aos diretores e/ou coordenadores pedagógicos das escolas selecionadas de acordo com os seguintes critérios: Para a seleção das escolas com vistas à realização das entrevistas, a amostra foi composta atendendo simultaneamente três critérios determinados da seguinte forma: - Critério 1 Escolas da rede pública municipal de Dourados-MS que apresentaram o maior e menor Ideb observado 6 nos anos Iniciais e Finais referente ao ano de 2013; - Critério 2 - Escolas que tenham realizado todas as avaliações para composição do Ideb, ou seja, aquelas escolas que no período compreendido entre 2007 a 2013 possuem registros ininterruptos do Ideb; - Critério 3 - Escolas que possuam alunos matriculados do pré-escolar ao 9 ano e concomitantemente ofertem Educação de Jovens e Adultos (EJA) de 1ª a 8ª série; Neste momento está em curso um estudo bibliográfico da produção sobre a relação dos entes federativos, as políticas educacionais e do planejamento educacional que prima pela qualidade da educação. Também está em andamento a pesquisa documental, tendo como referência as leis federais, estaduais e municipais sobre educação básica e planejamento educacional brasileiro referentes às categorias em estudo, quais sejam, regime de colaboração e a interlocução entre os entes federados, a descentralização e autonomia, e a qualidade educacional no que se refere às práticas pedagógicas. 6 a ênfase no termo Ideb observado dá-se ao fato de que algumas escolas evoluíram nos índices, no entanto, não alcançaram a meta projetada ou seja Ideb projetado 215

CONSIDERAÇÕES FINAIS Como resultado da pesquisa bibliográfica sobre a descentralização das políticas educacionais; de acordo com Valadão (2014) uma das contribuições do PAR é o alinhamento que se tem conseguido entre o diagnóstico realizado pelos gestores educacionais no PAR em 2007 dos municípios pesquisados quanto ao atendimento da dimensão da Infraestrutura e o apoio financeiro do MEC. Esse fato pode ser percebido quanto à priorização da dimensão da infraestrutura pelos municípios de Corumbá, Coxim e Dourados e o maior envio de recursos da União ter sido para esta dimensão. No entanto, relata a autora que na intercessão das políticas educacionais do governo federal e dos municípios da amostra elaborados na Síntese do PAR, não ocorre um alinhamento entre os programas educacionais planejados pelos gestores educacionais locais e o apoio financeiro da União. Verificou-se nesse estudo o princípio da focalização da política de ampliação do ensino obrigatório dos 04 aos 17 anos por meio da priorização pelo governo federal em oferecer uma quantidade maior de recursos financeiros ao programa Proinfância; programa este, que não consta do planejamento do PAR dos municípios (VALADÃO, 2014). Assim coloca a autora: Analisando a questão sob o foco do planejamento das políticas educacionais, espera-se que o PAR seja elaborado dentro de uma perspectiva de autonomia, cooperação e de acordo com as necessidades dos entes. No entanto, observa-se um caráter centralizador quando a União passa a ser o ente responsável pelo apoio técnico e financeiro para sua execução determinando quais ações serão implementadas de acordo com os recursos disponibilizados (VALADÃO, 2014, p. 6). Nesse sentido, cabe verificar se a Secretaria Municipal de Educação dos municípios selecionados tem atendido às escolas na Dimensão de Práticas Pedagógicas e Avaliação para melhoria do Ideb. Enquanto contribuição acadêmica espera-se que ante a possibilidade que as mestrandas terão em estudar o tema em sua extensão teórica, mediante pesquisa bibliográfica e observação na literatura da proeminência de uma política educacional 216

atual, espera-se que venha a desvendar o evento (Plano de Ações Articuladas) para além da propositura política de governo, ao focar no aspecto do planejamento educacional no âmbito municipal. Com os resultados levantados a partir da investigação em voga, espera-se também dar a conhecer ao ambiente acadêmico a observação de certa faceta do instrumento atual de planejamento educacional e também às secretarias municipais de educação algum conhecimento complementar para a reflexão sobre suas práticas enquanto feedback ao planejamento de suas ações com vistas a melhoria da educação básica. REFERÊNCIAS AMORIM, M. D. A qualidade da educação básica no PDE: uma análise a partir do Plano de Ações Articuladas. 182 f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Faculdade de Educação, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados,MS, 2011. Disponível em: <http://bancodeteses.capes.gov.br/>. Acesso em: dez. 2014 BRASIL. Ministério da Educação. Plano de ações articuladas PAR 2011-2014: guia prático de ações para municípios. Brasília, DF: MEC, 2011. 126p. Disponível em:< http://www.fnde.gov.br/arquivos/category/129-plano-de-acoes-articuladas-par >. Acesso em: 18 set.2014.. Decreto n 6.094, de 24 de abril de 2007. Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidadeda educação básica. Brasília, DF, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm>. O Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE: razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2007a. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ pesquisa/detalheobraform.do?select_action=&co_obra=84751> Acesso em: ago. de 2013. FERREIRA, E. B.; FONSECA, M. Política e planejamento educacional no Brasil do século 21. Brasília, DF: Liber Livro, 2013. 303p.. O planejamento das políticas educativas no Brasil e seus desafios atuais. Perspectivas, Florianópolis, v.29, n.1, 69-96, jan./jun. 2011. 217

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