ANÁLISE DA SOLVENCIA DOS ESTADOS BRASILEIROS NO ANO 2014

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Transcrição:

ANÁLISE DA SOLVENCIA DOS ESTADOS BRASILEIROS NO ANO 2014 Kellen Gomes de Souza Almdeia Padrones - Mestre em Ciências Contábeis pela UERJ e contador da Universidade de Brasília (UNB) Eduardo Felicissimo Lyrio - Mestre em Ciências Contábeis pela UERJ e Professor da Faculdade de Administração e Finanças - FAF/UERJ. Waldir Jorge Ladeira dos Santos - Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ e Professor Adjunto da Faculdade de Administração e Finanças - FAF/UERJ. José Francisco Moreira Pessanha - Doutor em Engenharia Elétrica pela PUC RJ e professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Resumo O presente estudo tem por objetivo identificar se a análise dos índices de Solvência, endividamento e composição do endividamento de cada estado tem correlação com a sua região geográfica ou com o partido no poder no ano de 2014, ou seja, se o cenário das finanças publicas neste ano tem alguma correlação relevante que induza que a influencia política e a gestão de um determinado partido ou de outro é significante para um melhor ou pior índice. A pesquisa é classificada como descritiva, com procedimentos documentais e abordagem quantitativa de análise. Os dados foram coletados no site do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi) e nos jornais de grande circulação da época. Aos dados coletados foram calculados, a media, desvio padrão e mediana dos índices por partido, assim como a correlação desses índices com a região geográfica, partidos políticos no poder em cada estado e a coligação desses partidos com o partido no poder da presidência da republica do ano analisado. Os resultados indicam uma baixa correlação entre as variáveis, o que não nos permite afirmar que os índices bons ou ruins estão relacionados com a gestão política de cada partido, ou seja, independente do partido no poder e da região geográfica do estado, o grau de endividamento, a composição do endividamento e a solvência permaneceriam inalteradas. Palavras-chave: Grau de Endividamento dos Estados Brasileiros. Solvência dos Estados Brasileiros. Composição do Endividamento dos Estados Brasileiros. Introdução Por definição, programa de estado se refere às atividades contínuas que atendem às necessidades da sociedade, independente do gestor público daquele período. Já o programa de governo representa interesses pontuais do gestor público do período, podendo mudar a qualquer momento, sem precisar de motivação lógica para explicar a decisão tomada. Essa visão de programa de governo converge com a Teoria da Escolha Pública. 1

Pereira (1997) define a teoria da escolha pública como aplicação do método econômico a problemas que geralmente são estudados no âmbito da ciência política: grupos de interesses, sistemas eleitorais, partidos políticos e a constituição entre outros. Para Souza (2006), esta teoria no processo decisório sobre políticas públicas resulta apenas de barganhas negociadas entre indivíduos que perseguem seu auto-interesse. De acordo com Vicente e Nascimento (2012), a concepção moderna da Teoria da Escolha Pública deu origem a duas linhas principais de investigação: a teoria dos ciclos político-econômicos (political business cycles) e a teoria dos ciclos político-orçamentários (political budget cycles). A premissa central da teoria dos ciclos políticos aborda o argumento de que a atividade econômica apresenta uma tendência cíclica em anos eleitorais que não pode ser atribuída simplesmente a fatores aleatórios, nem tampouco ser vista puramente como resultado natural do comportamento da economia, pois tais flutuações resultariam de um estímulo pré-eleitoral deliberado da atividade econômica por parte do governo, tendo em vista criar condições favoráveis, que lhe garantam bom desempenho eleitoral (FIALHO, 1997). Uma consequência da abordagem positiva efectuada pela teoria da escolha pública é a de que com vista à maximização dos votos o político tem motivações para manipular as políticas económicas em proveito próprio. Como através da despesa pública se ganham votos e com aumentos visíveis de tributação se perdem votos, há uma tendência para que nos regimes democráticos, por um lado, se produzam orçamentos com défices e, por outro lado, que os políticos se envolvam em ciclos políticos e económicos caracterizados pelo aumento da despesa pública em período pré-eleitoral seguido por tensões inflacionárias e políticas restritivas no período póseleitoral (FERREIRA, 2011, p. 26). Conforme Alburquerque (2006), o governante precisa do eleitor da mesma forma como o fornecedor precisa do consumidor: a fim de se reeleger, o político fornece normas ou medidas de política econômica tais como subsídios, preços mínimos, barreiras à entrada de novos agentes no mercado, que seja favorável aos setores da sociedade que puderem lhe dar apoio político. Nesse sentido, o Programa Bolsa Família (PBF) é discutido neste estudo com vistas a evidenciar se ele relaciona-se com a Teoria da Escolha Pública como sendo um programa de governo, ou como um programa de estado, visando unicamente às necessidades sociais. Com base nessa teoria, a pesquisa busca investigar se o partido do governo de cada estado tem influência no indicie de solvência por região geográfica, resultando no seguinte problema de pesquisa: Qual a correlação do índice de solvência dos estados brasileiros e seus partidos políticos no ano de 2014? O estudo contribui com a informação para a sociedade se a forma de gestão de cada partido influi nas finanças publicas do estado. Trazendo assim para a sociedade informações adicionais para melhor avaliação da gestão do ente público. 1 Referencial Teórico O referencial teórico deste estudo aborda o conceito da contabilidade como instrumento de uma análise gerencial e as origens da gestão pública por resultado. 2.1 A contabilidade como instrumento de analise gerencial 2

Meirelles (1998) entende a eficiência como é um dos deveres da administração, corroborando o art. 37 da CF que define como um dos princípios da administração pública, a eficiência. Desta forma Meirelles (1998, p.87) define que: Todo agente público tem o dever legal de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade. Para Di Pietro (1999, p.92), o princípio da eficiência apresenta-se em dois aspectos. A forma de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atuações e atribuições, para lograr os resultados melhores. Assim como em relação ao modo racional de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, idem quanto ao intuito de alcance de resultados na prestação do serviço público. Desta forma, conclui-se que os serviços públicos devem atender as necessidades da sociedade. Para atingir o almejado, é necessário ter qualidade nos gastos públicos que pode ser obtido quando os princípios constitucionais, principalmente, eficiência e economicidade estiverem presentes na administração pública. A contabilidade pode ser uma importante ferramenta para avaliar esta eficiência. No manual de contabilidade pública (MCASP, 2012) que é o normativo que norteia tais avaliações no setor público, possuem alguns índices e, neste estudo serão analisados três desses índices: Solvência, Grau de endividamento e Composição do Endividamento. Conforme conceituado pela STN (2009), o indicie de Solvência tem o objetivo de medir a capacidade da entidade em honrar todas as suas exigibilidades, seja de curto ou de longo prazo, e ainda apresenta uma situação patrimonial que garanta sua sobrevivência no futuro. E para calcular este indicie, utilizou-se a seguinte fórmula: Solvência = (Ativo Circulante + Ativo não Circulante) (Passivo Circulante + Passivo não Circulante) Alguns autores utilizam a nomenclatura de liquidez Geral, em vez de Solvência que é encontrado com a mesma formula e possui a mesma base conceitual da STN que seria o quociente detectando a saúde financeira a curto e longo prazo da entidade, indicando quanto à entidade possui de Ativo Circulante e Ativo não Circulante para cada $1,00 de dívida total. De acordo com Silva (2006, p.307) a interpretação do índice de liquidez geral é no sentido de quanto maior, melhor, mantidos constantes os demais fatores. Adicionalmente, foi calculado o índice de endividamento e composição do endividamento para contribuir para análise dos dados. O índice de endividamento visa verificar segundo a STN (2009), o grau de endividamento da entidade e utiliza-se para o calculo deste índice, a fórmula: Endividamento = (Passivo Circulante + Passivo não Circulante) (Ativo Total) O índice de endividamento representa o quanto comprometido está o ativo da entidade com as dividas já assumidas de curto ou longo prazo. Assim como, a composição do endividamento, segundo a STN (2009), visa verificar se o endividamento se concentra mais no curto ou no longo prazo, identificando a parcela de 3

curto prazo sobre a composição do endividamento total e utiliza-se para o calculo deste índice, a fórmula: Composição do Endividamento = (Passivo Circulante) (Passivo Circulante + Passivo não Circulante) Quanto maior for esse índice, revela que a divida do estado tem maior concentração no curto prazo, ou seja, precisa de maior liquidez para honrar suas dividas. Quanto menor o índice revela que as dividas estão concentradas no longo prazo. Para que se tenham finanças publicas ou privadas saudáveis, a maior parte da composição da divida deve estar no longo prazo. Se a composição do endividamento apresentar significativa concentração no Passivo Circulante (curto Prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento de reversão de mercado (o que não aconteceria se as dividas estivessem concentradas no Longo Prazo). (MARION, 2007, p. 106) No quadro 1 pode ser observado o cenário favorável e desfavorável na analise de cada índice. Quadro 1: Resumo da Análise dos Índices Índices Favorável Desfavorável Solvência Maior que 1 Menor que 1 Endividamento Menor que 1 (quanto mais próximo Maior que 1 de zero melhor) Composição do Endividamento Menor que 1 (quanto mais próximo Maior que 1 de zero melhor) Fonte: Os Autores 2.2 Gestão Pública por Resultado O enfoque gerencial surgiu com vigor no Reino Unido (Grã-Bretanha) e nos Estados Unidos depois que os governos conservadores assumiram o poder em 1979 (Margareth Thatcher) e em 1980 (Ronald Reagan). Na Grã-Bretanha o gerencialismo foi aplicado ao serviço público imediatamente após a posse do novo governo, e levou a uma reforma administrativa profunda e bem sucedida. Uma série de programas, como o das Unidades de Eficiência, com relatórios de pesquisa e avaliação; com agências autônomas; contribuindo para tornar o serviço público mais flexível, descentralizado, eficiente e dirigido aos direitos do cidadão. Já o serviço público britânico tradicional passou por grande transformação, perdeu os traços burocráticos e adquiriu características gerenciais. (PEREIRA, 2006, p. 30) (MATOS, 2015) Robin Butler (1993, p. 399) e Gerald Caiden (1991, p. 85) esclarecem as características que definem o modelo de administração pública gerencial, de acordo com os autores o gerencialismo propunha a obtenção de resultados; a descentralização; a clara definição dos objetivos organizacionais e maior consciência acerca do valor dos recursos públicos, de modo a maximizar a relação financeira entre os recursos iniciais e os gastos realizados para a produção, ou seja, incorporando o valor da eficiência; a clara definição das responsabilidades de cada servidor das agências governamentais, incentivo à criatividade e à 4

inovação, pressupondo que os funcionários públicos são merecedores de certo grau de confiança. (MATOS, 2015) De acordo com Prats Catalá (apud PEREIRA, 2006, p. 303) os pontos positivos do modelo gerencial são: o fortalecimento dos sistemas de orçamento e de contabilidade, como suportes indispensáveis às políticas de eficiência; determinação de objetivos e aferição de resultados, em apoio às políticas de eficácia; reconhecimento da discricionariedade necessária dos administradores; passagem de um sistema de responsabilidade normativa para um sistema de responsabilidade por resultados; atendimento às necessidades dos cidadãos; divulgação e esclarecimento do público; estabelecimento de técnicas de retribuição por desempenho aos servidores. (MATOS, 2015) O ponto negativo mais geral diz respeito ao conceito de consumidor de serviços públicos. Conforme aponta Pollitt (1990, p. 125), a relação do prestador de serviço público com o consumidor é mais complexa, já que não obedece ao puro modelo de decisão de compra vigente no mercado. Aliás, determinados serviços públicos têm caráter compulsório, isto é, não permitem escolha, como prova a utilização em determinados momentos de hospitais e serviços policiais. (MATOS, 2015) Assim, o conceito de consumidor deve ser substituído pelo de cidadão. Isso porque o conceito de cidadão é mais amplo do que o de consumidor, já que cidadania implica direitos e deveres e não só liberdade de escolher serviços públicos (STEWART & WALSH, 1992, p. 507). (MATOS, 2015) Pollitt (1990, p. 85), um dos maiores críticos do modelo gerencial, classificou o gerencialismo como uma proposta calcada na busca da produtividade e na implantação do modelo de gestão da empresa privada no setor público, contudo, o autor reconhece que o modelo gerencial obteve êxitos. O principal deles está ligado à ênfase na questão financeira, que de fato tornou a burocracia mais consciente acerca dos custos das políticas públicas. Esse valor foi incorporado por todos os governos que realizaram reformas administrativas nos últimos anos. Isso mostra que a busca da eficiência governamental, embora em si não resolvam todos os problemas da burocracia, é um legado positivo do modelo gerencial. Contudo, as críticas mais pertinentes ao modelo gerencial não visam a volta ao modelo burocrático e sim a sua correção, a fim de que incorpore novos significados. (MATOS, 2015) Nesse sentido, Prats Catalá (apud PEREIRA, 2006, p. 306) sustenta: Teremos, sem dúvida, de viver um paradoxo: não há como escapar da administração gerencial; e a reinvenção da burocracia também parece ser inevitável. (MATOS, 2015) Também ao Brasil se aplica esse paradoxo. De acordo com Bresser Pereira (2006, p. 243) a idéia de uma administração pública gerencial é antiga. Começou a ser delineada ainda na primeira reforma administrativa, nos anos 30, e estava na origem da segunda reforma ocorrida em 1967. Contudo, a reforma administrativa gerencial nos moldes atuais tem como marco o Plano Diretor de Reforma do Estado, de 1995. (MATOS, 2015) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado estabeleceu diretrizes e definiu objetivos para a reforma da administração pública brasileira. Dentre os quais ressalta-se: a) o aumento da governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa de governar com efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do Estado para o atendimento dos cidadãos; b) a descentralização dos serviços sociais para estados e municípios; c) a delimitação da ação do Estado às funções que lhe são próprias, reservando, os serviços nãoexclusivos para a propriedade pública não-estatal, e a produção de bens e serviços de mercado para a iniciativa privada, através da privatização das empresas estatais, bem como a terceirização das atividades de apoio (serviços como segurança e limpeza); d) modernização 5

da administração burocrática, por meio de uma política de profissionalização do serviço público, ou seja, de uma política de carreiras, de concursos públicos, de uma efetiva administração salarial, ao mesmo tempo que se introduz no sistema burocrático uma cultura gerencial baseada na avaliação do desempenho; e) substituição da administração pública burocrática, rígida, voltada para o controle a priori dos processos, pela administração pública gerencial, baseada no controle a posteriori dos resultados; f) privilegiando a adoção de participação popular tanto na formulação quanto na avaliação de políticas públicas, viabilizando o controle social. (MATOS, 2015) Segundo o então presidente Fernando Henrique Cardoso era necessário: preparar a administração para a superação dos modelos burocráticos do passado, de forma a incorporar técnicas gerenciais que introduzam na cultura do trabalho público as noções indispensáveis de qualidade, produtividade, resultados, responsabilidade (accountability). (PEREIRA, 2006, p. 17) Dentre as técnicas e ferramentas que a administração pública utiliza destaca-se a necessidade de apuração dos custos dos bens e serviços ofertados à sociedade (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015). Na contabilidade pública brasileira essa preocupação surge antes mesmo da implantação da administração pública gerencial ocorrida no ano de 1995, tendo início com a Lei 4.320/64, seguida do Decreto Lei 200/67, e posteriormente tem-se a Lei Complementar 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015) Neste contexto, em 1986 foi criado o Internacional Federation of Accountants (IFAC), com o objetivo de emitir pronunciamentos, denominados International Public Sector Accounting Standards (IPSAS), que tem por finalidade normatizar a preparação de demonstrações contábeis para fins gerais de todas as entidades do setor público. (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015) Neste sentido, foi que o Ministério da Fazenda (MF) conforme Portaria 184/08 e do Decreto 6.976/09, estabeleceu a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) como responsável pela ascensão da busca pela convergência aos padrões internacionais de contabilidade do setor público. Assim, a STN desenvolveu o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), que em sua Parte II, aprovada pela Portaria nº 437, de 12 de julho de 2012, destaca a necessidade de implementação de um sistema de custos que produza informações para subsidiar os gestores públicos na tomada de decisão. (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015) O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), com o objetivo de convergir às normas internacionais de contabilidade aplicadas ao setor público, aprovou, em 21 de novembro de 2008, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, as NBC TSP, que introduzem uma série de procedimentos na administração pública. Entre as Normas Técnicas aprovadas, encontra-se a NBC TSP 16.2 Patrimônio e Sistemas Contábeis, aprovada pela Resolução CFC 1.129/2008, que traz a criação do Subsistema de Custos a ser implementado para registrar, processar e evidenciar os custos da gestão de políticas públicas. (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015) Considerando a utilidade de um sistema de custos, para Luque et al. (2008) um dos aspectos essenciais na avaliação e no controle na gestão pública, tanto no aspecto fiscal quanto orçamentário, diz respeito a análise e apuração dos custos, pois um sistema deve possibilitar a apuração e análise dos custos públicos, o que permitirá uma visualização da eficiência tanto na esfera operacional quanto no processo de alocação de recursos orçamentários (DA ROSA; DASILVA; SOARES, 2015). 6

Martinez e Alves (2011) mencionam que o sistema de custos na administração pública tem como objetivo dotar a administração pública de meios que permitam a apuração, o gerenciamento e a apropriação dos custos aos elementos de custeio, devendo gerar relatórios gerenciais de forma a atender as necessidades dos diversos usuários, tornando transparente a aplicação dos recursos públicos. 2 Metodologia da Pesquisa Para Fachin (2001), método é um instrumento de conhecimento que proporciona aos pesquisadores, orientação para facilitar e planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar investigações, realizar experiências e interpretar resultados. Já na concepção de Kerlinger (1980) metodologia é um termo geral que significa maneiras de fazer as coisas para propósitos diferentes. Quanto aos procedimentos adotados, a pesquisa caracteriza-se como documental. Beuren (2008) entende que esse procedimento de pesquisa se baseia em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Para atingir o objetivo da pesquisa, foi coletado na base de dados do Sistema de Informações Contábeis e fiscal do Setor Publico Brasileiro (Siconfi), o balanço patrimonial de todos os estados do exercício de 2014 e no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido de cada governo no poder no mesmo período. Analisou-se de forma descritiva a composição do patrimônio dos estados e calcularam-se os índices: Solvência, Grau de Endividamento e Composição do Endividamento. Adicionalmente, investigou-se a existência de correlação relevante entre o partido político no poder de cada estado e os índices calculados nos anos de 2014, assim como os índices e a região geográfica. E por fim a correlação dos índices com os partidos coligados ou não com o PT que é o partido da presidência da republica no ano de 2014. A fim de identificar se os índices estão relacionados à forma de gestão de cada partido ou não. O tipo de pesquisa quanto à abordagem do problema é quantitativo, que para Richardson (1999) se diferencia do qualitativo, principalmente, por empregar um instrumento estatístico como base do processo de análise do problema. Os dados coletados foram analisados através do Microsoft Excel. 3 Apresentação e Análise dos Resultados Na tabela 1, observa-se a composição do patrimônio publico de cada estado brasileiro. Na tabela 2, 3 e 4 são apresentados o calculo dos índices de Solvência, Grau de endividamento e Composição do Endividamento que irá auxiliar na analise do cenário favorável ou desfavorável de cada ente público. Adicionalmente, nas tabelas 2. 3 e 4 também pode ser observado a que partido o gestor deste estado pertence e quantos estados são representados pelo mesmo partido político para identificarmos a sua representatividade na gestão do país. 7

Na tabela 2 são apresentados os índices dos estados que são geridos por partidos menos representativos, na tabela 3, os de representação moderada e na tabela 4, os de maior representatividade. Na tabela 5, apresenta-se a Correlação dos índices calculados com sua Região Geográfica, os Partidos Políticos gestores de cada estado e por ultimo a correlação da coligação ou não com o governo gestor da presidência da republica, que em 2014 era o PT. Observa-se na tabela 1 que 7 estados estão apresentando um déficit no resultado patrimonial acumulado. São eles: Acre, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul e Tocantins. 8

Tabela 1 Composição do Patrimônio Estado AC 2014 % ANC 2014 % PC 2014 % PNC 2014 % Resultados Acumulados Acre 1.622.699.776,11 35% 2.951.070.700,63 65% 330.589.774,51 3% 12.210.026.211,99 97% -7.966.845.509,76 Alagoas 1.449.234.523,07 36% 2.604.988.544,02 64% 912.266.608,06 8% 10.036.815.285,30 92% -6.894.858.826,27 Amapá 4.742.363.099,25 60% 3.175.693.792,66 40% 1.426.070.842,67 36% 2.590.074.485,73 64% 3.901.911.563,51 Amazonas (AM) 4.479.925.924,89 34% 8.765.036.021,28 66% 715.839.303,75 9% 7.358.696.885,34 91% 5.170.425.757,08 Bahia (BA) 8.514.276.553,50 31% 19.052.177.172,66 69% 5.393.012.816,30 3% 154.949.309.441,91 97% -132.775.868.532,05 Ceará (CE) 4.183.837.180,58 15% 24.425.670.397,70 85% 687.218.669,39 7% 8.501.097.309,01 93% 19.421.191.599,88 Distrito Federal (DF) 7.961.780.908,47 20% 31.614.831.259,00 80% 330.589.774,51 3% 12.210.026.211,99 97% 27.035.996.180,97 Espírito Santo 3.386.968.650,54 19% 14.058.912.631,69 81% 945.733.192,15 12% 6.830.556.579,46 88% 9.669.591.510,62 Goiás (GO) 36.473.241.218,35 64% 20.466.450.514,65 36% 4.014.431.115,91 18% 18.468.978.067,68 82% 34.456.282.549,41 Maranhão (MA) 2.449.447.263,17 19% 10.278.454.196,24 81% 1.807.496.495,84 26% 5.141.074.207,82 74% 5.779.330.755,75 Mato Grosso (MT) 4.693.960.793,87 9% 45.918.303.932,34 91% 2.473.464.069,10 10% 22.707.671.438,63 90% 25.431.129.218,48 Mato Grosso do Sul (MS) 1.547.227.264,40 16% 8.265.797.824,67 84% 305.855.237,91 3% 9.220.034.395,00 97% 287.135.456,16 Minas Gerais (MG) 12.900.617.914,28 30% 29.787.069.568,11 70% 4.143.482.754,45 4% 94.346.681.753,83 96% -55.802.477.025,89 Pará (PA) 5.629.516.550,55 34% 10.793.369.866,50 66% 425.433.812,28 6% 6.516.369.568,84 94% 9.481.083.035,93 Paraíba (PB) 1.838.100.488,11 15% 10.032.065.402,65 85% 380.002.775,97 8% 4.274.713.889,94 92% 7.215.449.224,85 Paraná (PR) 6.110.759.826,51 20% 24.527.530.975,63 80% 4.313.466.044,21 17% 21.720.711.564,52 83% 4.604.113.193,41 Pernambuco (PE) 6.569.727.408,06 26% 18.282.310.846,50 74% 4.647.154.897,77 26% 13.550.702.817,15 74% 6.654.180.539,64 Piauí (PI) 901.052.703,77 16% 4.633.194.455,49 84% 308.790.944,68 6% 4.570.264.629,87 94% 655.191.584,71 Rio de Janeiro 18.559.814.674,79 15% 106.470.153.989,34 85% 12.711.836.307,79 4% 276.628.038.725,16 96% -164.309.906.368,82 Rio Grande do Norte (RN) 1.971.938.843,42 19% 8.197.986.561,71 81% 670.526.439,10 26% 1.946.230.402,62 74% 7.553.168.563,41 Rio Grande do Sul (RS) 58.827.785.045,42 79% 15.846.358.836,61 21% 27.502.136.540,39 30% 64.534.532.013,12 70% -17.362.524.671,48 Rondônia (RO) 2.991.909.022,52 22% 10.786.922.075,50 78% 590.467.415,71 11% 4.909.713.299,71 89% 8.278.650.382,60 Roraima (RR) 3.445.729.278,36 39% 5.382.006.222,50 61% 450.831.680,74 13% 3.063.539.699,71 87% 5.313.364.120,41 Santa Catarina (SC) 12.395.048.911,20 43% 16.768.933.921,02 57% 8.015.031.831,36 30% 18.751.254.617,46 70% 2.397.696.383,40 São Paulo (SP) 53.196.450.779,29 16% 287.826.444.285,12 84% 46.167.841.208,22 17% 222.613.947.410,95 83% 72.241.106.445,24 Sergipe (SE) 1.140.099.403,91 25% 3.380.120.053,23 75% 373.572.987,00 10% 3.445.350.878,94 90% 701.295.591,20 Tocantins 4.483.472.796,76 51% 4.385.721.143,65 49% 1.106.347.355,55 5% 20.023.225.504,00 95% -12.260.378.919,14 Fonte: Resultado da Pesquisa.

Partido do Governo em 2014 PC do B Na tabela 2, observa-se que o Maranhão para cada 1 real de divida ele tem 1,8 real de ativos que seu grau de endividamento é de 54% e que 26% destes são de curto prazo e 74% de longo prazo. E o partido gestor do maranhão tem 4% de representatividade. Dos partidos com baixa representatividade, o que se destaca é o PDT com 7% e os estados geridos por ele também mantém índices favoráveis. Deste grupo de estados, o que se destaca com melhores índices é Roraima que para cada 1 real de divida tem 2,5 reais de ativos, possui um grau de endividamento de 39% e destes apenas 12% é de curto prazo. Tabela 2 Índices dos Partidos com menor representatividade. Estado Maranhão (MA) Região Índice de Solvência 2014 Grau de Endividamento Composição do endividamento Percentual de Representatividade Partido x Estados Brasileiros Nordeste 1,831729431 0,545932157 0,260124934 4% PDT Amapá Norte 1,971556367 0,507213497 0,355084472 PDT Mato Grosso (MT) Centro Oeste 2,009927817 0,497530305 0,098226868 Média 1,990742092 0,502371901 0,22665567 Desvio Padrão 0,019185725 0,004841596 0,128428802 Mediana 1,990742092 0,502371901 0,22665567 7% PP PROS Roraima (RR) Amazonas (AM) Norte 2,511896025 0,39810565 0,128282311 4% Norte 1,640337183 0,609630758 0,088653922 4% Fonte: Resultado da Pesquisa. A tabela 3 é composta dos partidos com média representatividade nos estados com seus respectivos índices. Os destaques neste grupo de estados são para aqueles que são geridos pelo PSB, com média no índice de solvência de 2,4, grau de endividamento de 52% sendo 18% no curto prazo. E dos estados geridos pelo PSB aquele com os melhores índices é o Rio Grande do Norte, com índice de solvência de 3,88, 25% de grau de endividamento e 25% desses no curto prazo. No entanto, o pior índice dos estados geridos pelo PSB é o estado de santa Catarina com índices muito desfavoráveis nesse ano. Solvência de 1,08, ou seja, a cada 1 real de divida 1,08 de ativos. Grau de endividamento de 91% e 29% desses no curto prazo. Partido do Governo em 2014 Tabela 3 Índices dos Partidos com média representatividade. Estado Região Índice de Solvência 2014 Grau de Endividamento Composição do endividamento Percentual de Representatividade Partido x Estados Brasileiros PSB Distrito Centro Oeste 3,155874656 0,316869366 0,026361526 19%

Federal (DF) PSB Paraíba (PB) Nordeste 2,55013715 0,392135772 0,081638218 PSB Pernambuco (PE) Nordeste 1,365657356 0,732248097 0,25536824 PSB Rio Grande do Norte Nordeste 3,886461762 0,257303445 0,256243312 (RN) PSB Santa Catarina (SC) Sul 1,08957897 0,917785702 0,299445044 Média 2,409541979 0,523268476 0,183811268 Desvio Padrão 1,057361713 0,256846296 0,108598089 Mediana 2,55013715 0,392135772 0,25536824 PSDB Goiás (GO) Centro Oeste 2,532520369 0,394863556 0,178550819 PSDB Mato Grosso do Sul (MS) Centro Oeste 1,030142639 0,970739354 0,032107787 PSDB Pará (PA) Norte 2,365795387 0,422690823 0,061285777 PSDB Paraná (PR) Sul 1,176848805 0,849726826 0,165684744 PSDB São Paulo (SP) Sudeste 1,268772326 0,788163471 0,171766999 Média 1,674815905 0,685236806 0,121879225 Desvio Padrão 0,638992306 0,233413619 0,062209099 Mediana 1,268772326 0,788163471 0,165684744 PT Acre Norte 0,364716572 2,741855117 0,026361526 PT Bahia (BA) Nordeste 0,171922505 5,816574154 0,033634369 PT Ceará (CE) Nordeste 3,11368347 0,321163024 0,074792668 PT Minas Gerais (MG) Sudeste 0,433420816 2,307226517 0,042070016 PT Piauí (PI) Nordeste 1,134286559 0,881611434 0,063289081 Média 1,043605985 2,413686049 0,048029532 Desvio Padrão 1,085033882 1,919613568 0,018228321 Mediana 0,433420816 2,307226517 0,042070016 19% 19% Fonte: Resultado da Pesquisa. A tabela 3 é composta dos partidos com maior representatividade nos estados com seus respectivos índices. Observa-se nesse grupo os estados com os índices mais desfavoráveis. Sendo os mais críticos, Alagoas, Tocantins e Rio de Janeiro com elevado grau de endividamento. Partido do Governo em 2014 Tabela 4 Índices dos Partidos com maior representatividade. Estado Região Índice de Solvência 2014 Grau de Endividamento Composição do endividamento PMDB Alagoas Nordeste 0,370279728 2,700660943 0,083319005 PMDB Espírito Santo Sudeste 2,243471089 0,445737859 0,121617535 PMDB Rio de Janeiro Sudeste 0,432121458 2,314164181 0,043933925 PMDB Rio Grande Sul 0,811352095 1,232510529 0,298817167 Percentual de Representatividade Partido x Estados Brasileiros 26% 11

do Sul (RS) PMDB Rondônia (RO) Norte 2,505159705 0,399176148 0,107354185 PMDB Sergipe (SE) Nordeste 1,183636966 0,844853641 0,097821533 PMDB Tocantins Norte 0,419752638 2,382355488 0,052360138 Média 1,137967668 1,474208398 0,115031927 Desvio Padrão 0,828381535 0,902567288 0,07943004 Mediana 0,811352095 1,232510529 0,097821533 Fonte: Resultado da Pesquisa. Na tabela 5, calculou-se a correlação entre as variáveis Região Geográfica e os índices, partido político e os índices e também os índices e a coligação partidária dos estados com o governo federal. Observa-se que existe uma correlação negativa de 0,39 entre os partidos políticos e o grau de endividamento, assim como uma correlação de 0,35 da região geográfica com o índice de solvência. Apesar de existir uma correlação, esta não é relevante o suficiente para afirmar que a forma de gestão do governo está diretamente ligada a saúde patrimonial do estado. No entanto o estudo norteia futuros estudos sobre o tema, direcionando novas pesquisas. Tabela 5 Correlação dos índices com Região Geográfica, Coligação e Partidos Políticos. Índices Correlação Índice x Partido Correlação Índice x Região geográfica Correlação Índice x Coligação Solvência 0,294460394 0,352967436-0,210180455 Grau de endividamento -0,394169205-0,078134883 0,292851004 Composição do endividamento 0,156614167-0,303424409 0,055850956 Fonte: Resultado da Pesquisa. 4 Considerações Finais Esta pesquisa buscou identificar se há correlação entre o índice de solvência e seus partidos políticos. Adicionalmente, foi demonstrado os índices de grau de endividamento e composição do endividamento, assim como a correlação desses índices com sua região geográfica e a coligação dos partidos de cada estado com o partido do governo federal. Os resultados evidenciaram de forma descritiva os índices de cada estado e alguns se destacaram negativamente por um alto grau de endividamento, como Alagoas, Tocantins e Rio de Janeiro. Os resultados indicam também que há correlação entre as variáveis analisadas, mas não são significativas o suficiente para inferir que a gestão de cada partido tem influência negativa ou positiva na análise patrimonial. Sugere-se para estudos futuros, calcular o índice de outros períodos e compara-los, verificando se esta correlação tende a ser mais relevante ou não quando o período analisado for maior. 12

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